terça-feira, 28 de julho de 2009

"A Greve" Sergei Eisenstein

O filme "A Greve"
O filme "A Greve" (1925) do diretor Serguei Eisenstein, apresenta como temática central (e personagem individualizado) a greve da classe trabalhadora de uma fábrica de Moscou, logo após a morte de um trabalhador, que morreu acusado injustamente de roubo. Este filme foi filmado entre julho e outubro de 1924, terminado de montar em dezembro do mesmo ano e suas primeiras exibições públicas ocorreram em março de 1925.

Numa tentativa de quebrar com a unidade dos trabalhadores, os empresários e o governo czarista uniram-se e enviaram um "infiltrador" no interior da classe operária. No entanto, fracassado o intento, eles enviaram então, a polícia e os grevistas desarmados foram massacrados num confronto final.

A história de "A Greve" está dividida em seis partes, caracterizando, dessa forma, a quebra de linearidade (ruptura de uma leitura linear), e esse corte vai exercer um papel de atração e passar uma idéia de conflito, assim como no seu filme "Encouraçado Potemkin".

"A Greve" é um filme revolucionário na medida em que se propõe a "expor uma tática", explicar um processo de luta, analisando a evolução de um ato revolucionário e não apenas fornecendo uma descrição de seus lances.

É interessante destacar alguns conceitos em que Eisenstein trabalha no filme, como o paralelismo, a montagem e a introdução de imagens simbólicas.

- no final do filme, o matadouro não pertence ao espaço da ação em que se desenvolve o massacre dos trabalhadores, a montagem o introduz num conceito de metáfora (que o diretor quis trabalhar).

- podemos perceber que os animais (pintinhos, gatos, porcos, patos e outros) fazem parte da ação do filme, são sujeitos do filme num jogo de paralelismo: logo no início Eisenstein intercala imagens de seres humanos (homem) com a de animal: animal bebendo água e, logo em seguida, o homem; e na parte 3, as primeiras cenas mostram animais sadios e no final (parte 6), aparece um boi no matadouro num jogo de comparação com a morte dos grevistas (como já citado).

- é interessante observar que na parte 3 aparecem cenas de crianças brincando sozinhas ou em grupos, mulheres e crianças felizes e comendo fartamente, e na parte 4 aparece em contradição, com a parte 3, crianças com fome, esposa brigando com o marido representando a falta de dinheiro.

- os empresários e membros do governo czarista aparecem bem estereotipados: fumando charutos, bebendo uísque e aparecem bem gordos. E eles estão totalmente afastados das classes sociais inferiores, e se comunicam com elas através de subalternos. E este são cúmplices com os detentores do poder.

- a passeata (manifestação dos grevistas) é sujeito da ação, assim como em Outubro e é interessante observar que numa das cenas que a polícia está reprimindo a manifestação, a câmera está fixa.

- a unidade da classe operária é representada por um plano fixo de três gerações de trabalhadores. A desunião está entre os mais velhos: bancam os agentes duplos ou provocadores.

- os trabalhadores hostis à greve são os que estão num certo estado de ambigüidade, são aqueles que de certa forma tem algum privilégio ou poder: bombeiro, motorista (que aciona a sirene), dentre outros.

- a classe operária vive num gueto, está isolada territorial e socialmente, e mesmo no interior deste gueto.

Em "A Greve", Eisenstein faz uso da montagem audiovisual. Há uma seqüência curta mostrando uma assembléia de grevistas com a aparência de um passeio casual com um acordeão. Esta seqüência termina com um plano com efeito sonoro através de meios puramente visuais.

A exposição visual é marcado pela cena de um lago que podia ser visto ao pé de uma montanha, pela qual subia, em direção à câmera, uma fila de artistas ambulantes com seu arcodeão. Na exposição sonora, o arcodeão estava em primeiro plano, enchendo toda a tela com seu fole em movimento e suas telhas brilhantes. Este movimento, visto de diferentes ângulos, criou a sensação de um movimento melódico, que uniu toda a seqüência.

Todo o filme é permeado pela luta capital X trabalho, e a síntese do filme acaba por ser a derrubada do capitalismo e a ascensão da classe trabalhadora.

Podemos concluir que os filmes de Serguei Eisenstein citados neste estudo, apresentam traços marcantes, característicos da forma de fazer cinema do diretor.

O ideário político de Eisenstein é característico nestes filmes. Podemos observar tal caraterística pela preocupação em fazer desses filmes o grande tema, o personagem individualizado: o encouraçado, a greve e a revolução.

Em seus filmes as mulheres estão sempre ligadas a situações de paradoxismo: elas transmitem a ordem da greve, encorajam (ou não) a continuidade do movimento, suscitam o recurso da violência (Batam nele!, papel da mãe em Outubro e em A Greve: Socorro, camarada!). Seu papel é sempre central, anunciador da morte ou do sangue.

É interessante destacar que Eisenstein foi coerente com seu princípio, com sua técnica e com seu tempo.

Outubro: Sergei Eisenstein

O filme "Outubro"
O filme "Outubro" de Serguei Eisenstein foi feito em 1927 para comemorar o 10 aniversário da Revolução Bolchevique à pedido do Comitê Central Soviético (da URSS). Participaram deste filme operários, soldados e marinheiros que estavam na revolução. O roteiro foi escrito entre novembro de 1926 e março de 1927, as filmagens ocorreram entre abril e setembro de 1927 em Leningrado, e em outubro em Moscou. Terminada a montagem em janeiro de 1928, "Outubro" teve uma pré-estréia neste mesmo mês em Leningrado e exibições públicas a partir de março.

O grande tema e o personagem individualizado deste filme é a própria Revolução de Outubro . "Outubro" procurou mostrar dados históricos através de simbolismo e de metáforas; e onde através de um raciocínio intelectual procura prender a atenção do espectador; o espectador vai sendo cooptado pela imagem e passa a refletir o significado desta.

No filme de Eisenstein, o ritmo não é um jogo paralelo, há contradições internas, que criando conflitos, provoca a emoção. Exemplo é a cena da abertura da ponte que separa os bairros operários do centro da cidade. A cena é longa, demora para a ponte ficar aberta; e esta cena cria tensão: o cavalo demora para cair no rio .

Segundo Ismail Xavier , Eisenstein procura redefinir conceitos como percepção, forma e conteúdo, de modo a superar a leitura burguesa destes conceitos e propor uma síntese dialética entre a linguagem das imagens e a linguagem da lógica, reunidas na linguagem da cine-dialética (edificação do cinema como lugar específico da fusão entre o sentir e o pensar), como já citado.

Ele procura atingir uma montagem de imagens como forma de escrita pictórica, procurando expor e articular conceitos. Uma cena que reflete a forma como Eisenstein trabalha este conceito é a cena onde aparecem deuses do mundo inteiro, contrastando com imagens da estátua de Napoleão Bonaparte, insígnias militares (medalhas): Religião e Poder. Eisenstein trabalha com o conceito e a simbolização da divindade e também com o conceito de parte-todo .

Outras características merecem serem destacadas: como o tratamento dado às massas: as passeatas tornam-se sujeitos da ação, quebrando, dessa forma, com o preceito da individualidade. Algumas cenas, através da montagem, repete-se várias vezes e sob vários ângulos, exemplo: cena do Ministro da Marinha e do Exército subindo as escadas do Palácio de Inverno.

Finalizando, podemos observar que pelas cenas dos relógios, além do mostrador principal, também tinha uma coroa de pequenos mostradores em redor do maior. Em cada um desses mostradores havia o nome de uma cidade: Londres, Nova York, Paris e Xangai. Cada um mostrava uma hora, em contraste com a hora de Petrogrado, Eisenstein procurou através desta montagem trabalhar com o momento histórico da vitória e instauração do poder soviético com a concepção de tempo. A hora da revolução emergiu através de uma variedade de horas locais, como que fundindo todos os povos na percepção do momento da vitória. Houve uma hora histórica única.

Análise da obra de Sergei Eisenstein.

Análise dos filmes "O encouraçado Potemkin" e "A greve", ambos do diretor e cineasta russo Sergei Eisenstein.
Considerado maior influência do cinema experimental,seu método fundamental vai manipular o cinema com analogias representativas, que adicionavam em uma sequência imagens que não faziam parte do desenvolvimento temporal do enredo, mas representavam perfeitamente a ideia que se busca transmitir, buscando inseri-las num conjunto onde a hierarquia "fatos essenciais + ornamentos de encenação" não teria lugar, sendo substituída por uma apresentação de estímulos não amarrados à íntegra do texto. Tais estímulos seriam combinados de modo a produzir os efeitos emocionais e os impactos necessários para tornar claros as significações e os valores propostos pelos filmes;exemplo da estética de Eisenstein está na cena do massacre aos grevistas, do filme "A greve", que se dá em paralelo a imagens de um matadouro.
O que está admitido no projeto cinematográfico de Eisenstein é o princípio de Maiakovski: sem forma revolucionária, não há arte revolucionária.

Eisenstein vai propor a montagem figurativa, uma montagem que segue o raciocínio, que define significações claras. Uma montagem que interrompe o fluxo dos acontecimentos e marca a intervenção do sujeito através da inserção de planos que destroem a continuidade do espaço diegético. No seu cinema, a sucessão de eventos não obedece uma causalidade linear e não encontramos uma evolução dramática do tipo psicológico.
Eisenstein procura redefinir conceitos como percepção, forma e conteúdo, superando a leitura burguesa destes conceitos e propõe uma síntese dialética entre a linguagem das imagens e a linguagem da lógica, reunidas na linguagem da cine-dialética. O que está implicado nesta cine-dialética é a edificação do cinema como lugar específico da fusão entre o sentir e o pensar.
Assim, vemos em Eisenstein que tanto a natureza como a história devem ser transformadas pela mente antes de se tornarem verdadeiras. A tarefa do cineasta é apreender a verdadeira forma de um evento e então utilizar essa forma na construção de seu trabalho. Isso aconteceu com o Potemkin. Eisenstein achava que este evento poderia ser filmado de várias maneiras, mas apenas uma tiraria vantagem da verdadeira forma do evento. Somente um filme seria amarrado organicamente à verdade da história.

Tribuna de Debates

Clique no título da postagem para ter acesso aos textos publicados na tribuna de debates.

Publicamos hoje aqui nesta página os primeiros textos da Tribuna de Debates ao XIV Congresso do PCB. São quatro textos de camaradas de Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, para dar a partida nos debates. Alguns textos tratam de questões ligadas à organização do Partido, que também será discutida no Congresso, no ponto "Regimento Interno do PCB", cujo anteprojeto será divulgado até 31 de agosto, pelo Comitê Central. O Regimento Interno será um complemento ao Estatuto do Partido, sem contrariá-lo. Servirá para regulamentar alguns dos seus artigos e tratar de temas sobre os quais o Estatuto é omisso. O Estatuto é a "Constituição" do Partido; o Regimento Interno será uma "Lei" que o regulamentará.
Os quatro textos encontram-se no menu "XIV Congresso", no cabeçalho da página central deste sítio, sob o título "TRIBUNA DE DEBATES - MILITANTES DO PCB".

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O petróleo tem que ser nosso !

O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO!
Manifesto unitário da CAMPANHA O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO e propostas de desdobnramentos



A descoberta das reservas de petróleo na camada do pré-sal muda radicalmente a posição que o Brasil ocupa no cenário mundial. Mais do que a auto-suficiência, as reservas poderão tornar o país um dos maiores produtores de petróleo, a mais importante matriz energética do planeta.

O pré-sal é uma riqueza que pode mudar a história do nosso país, abrindo uma oportunidade histórica, que depende da luta do povo brasileiro contra os interesses poderosos das grandes empresas do setor petrolífero.

O potencial estimado aponta para a produção entre 50 e 300 bilhões de barris de petróleo. Estamos diante de uma encruzilhada: construir um projeto político de soberania nacional e popular ou continuarmos sendo fornecedores de riquezas naturais ao capital internacional? A intensificação da crise econômica e a descoberta dessas riquezas são elementos que abrem novas possibilidades para os trabalhadores. Porém, as grandes empresas não querem mudanças. Não querem que o povo lute em defesa de uma riqueza que é nossa e pode melhorar a vida da população.

Nós, centrais sindicais, movimentos populares, entidades estudantis e organizações políticas e sociais progressistas, estamos fazendo a campanha O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO! em defesa de um recurso natural estratégico, que deve ficar sob controle público e sua renda deve ser revertida em investimentos em educação, saúde, trabalho, moradia e Reforma Agrária.

O povo tem o direito de participar das grandes definições sobre o futuro do petróleo e do país, como aconteceu na campanha "O Petróleo é nosso", na década de 50, que teve como desfecho a criação da Petrobras e o monopólio estatal de exploração e produção. Estamos animados em resgatar essa campanha, que terminou com uma importante vitória e permanece na memória da classe trabalhadora.

Vamos fazer um debate nacional sobre a necessidade de controlarmos o nosso petróleo para melhorar a vida do povo. Estamos com um abaixo-assinado de iniciativa popular, visando um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional. O objetivo é "assegurar a consolidação do monopólio estatal do petróleo, a reestatização da Petrobras, o fim das concessões brasileiras de petróleo e gás, garantindo a destinação social dos recursos gerados". As assinaturas serão encaminhadas também ao presidente da República.

Temos propostas para mudanças na regulação do setor do petróleo e do gás. Defendemos a revogação da Lei do Petróleo, o fim do modelo de concessão e o cancelamento de todos os leilões, que comprometeram gravemente a soberania nacional e entregaram o petróleo para empresas privadas. Essas empresas pagam no nosso país os impostos e participações especiais mais baixos do mundo. Só vamos garantir o controle do povo sobre nossas riquezas se restabelecemos o monopólio estatal.

Você sabia que ainda não sabemos com precisão a dimensão das riquezas do pré-sal? A primeira atitude do governo é contratar a Petrobras para fazer a mensuração do tamanho das reservas do pré-sal, assim como onde estão, a abrangência e o grau de integração entre eles (unitização).

Em 10 anos, o nosso país entregou mais de 500 blocos de petróleo para 72 conglomerados econômicos, sendo a metade estrangeiros. Precisamos retomar o monopólio da União sobre o petróleo, como prevê a Constituição de 1988 (artigo 177). O atual marco regulatório é uma herança maldita da gestão de Fernando Henrique Cardoso, que infelizmente não sofreu mudanças no governo Lula.

PROPOSTAS

- Defendemos todo o petróleo e gás para uma Petrobras 100% estatal. Exigimos o fim dos leilões e a retomada das reservas já vendidas. Não podemos deixar que interesses privados controlem os nossos blocos de petróleo/gás nem dirijam a Petrobrás.

- Temos que implementar uma política de desenvolvimento da indústria petroquímica, avançando no controle da tecnologia e gerando empregos em toda a cadeia produtiva. Não podemos continuar com a exportação de petróleo cru, que tem baixo valor agregado e apenas enriquece as grandes empresas estrangeiras.

- Defendemos a criação de um fundo social soberano, com resguardo constitucional, para garantir que todos os recursos provenientes da renda do petróleo/ gás sejam usados para atender às necessidades do nosso povo e das próximas gerações. Não podemos deixar que os recursos naturais sejam usados para sustentar políticas econômicas neoliberais, como o pagamento do superávit primário.

- Temos consciência dos problemas ambientais causados tanto na exploração do petróleo como pela expansão desmedida do transporte individual. Queremos o controle do petróleo para garantir a sua utilização racional, dentro de uma visão de longo prazo, guiada por um projeto de desenvolvimento do país, que respeite o meio ambiente e o bem-estar coletivo.

- Queremos explorar e industrializar apenas o combustível necessário para atender às necessidades da população e do país. Isso não é possível na perspectiva das empresas privadas, que trabalham na lógica produtivista da acumulação capitalista. Ou seja, colocam o lucro na frente das necessidades do povo e do desenvolvimento do país.

- Precisamos também fazer pesquisas para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, para nos prepararmos para o fim da Era do Petróleo. Temos que investir no transporte coletivo, especialmente o metrô, porque não há condições sociais e ambientais de termos mais carros nas ruas das nossas grandes cidades.

- Temos que colocar a exploração e produção de petróleo no contexto de um projeto de desenvolvimento nacional, que tenha como objetivos a resolução dos problemas do povo brasileiro e a garantia da soberania nacional.

Para isso, precisamos desencadear uma ampla campanha nacional, motivando todas as forças populares, sindicatos, igrejas, movimentos e organizações políticas e sociais, para formarmos comitês em defesa do petróleo para o povo brasileiro. A tarefa de cada comitê é levar as informações e organizar o povo para fazer um amplo debate sobre o petróleo, as nossas riquezas naturais e o futuro do país.

A história demonstra que todas as conquistas sociais foram obtidas com a organização, pressão e luta, que formam o caminho para mudarmos o nosso país e garantirmos que o petróleo brasileiro seja usada para a superação de problemas históricos e crônicos do nosso povo. Até a vitória! O petróleo tem que ser nosso!

CAMPANHA O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO!

A UNE FOMOS NÓS, NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ! (Ivan Pinheiro*)

O congresso da UNE na semana passada começou e acabou no mesmo dia. Após a palavra do primeiro orador, não havia mais o que discutir.



Logo na abertura, acompanhado de sua candidata à sucessão, o Presidente da República - que havia mandado o Estado pagar a conta do evento - deu o tom e a linha política, defendendo um programa de seu governo (PROUNI) que deveria ser objeto de um grande debate num congresso de estudantes, já que repassa verbas públicas para o ensino privado, os “tubarões do ensino”, no antigo jargão da UNE.



Mas como criticar o programa, se o Ministério da Educação entrou com 600 mil reais, na “vaquinha” estatal para organizar o congresso, cuja prestação de contas, como a das famosas carteirinhas, ninguém verá. A UNE, que já foi uma escola de política, se transformou numa escola de políticos, no pior sentido da palavra.



O importante para os organizadores do “congresso”, na verdade, foi o ato público de louvação a Lula e apoio à sua candidata em 2010. O resto é a matemática de contar os crachás de delegados levados pela máquina e eleger quem vai exercer a presidência da entidade, meio caminho andado para a Câmara dos Deputados.



Não faltou também uma passeata sobre o tema do petróleo. Não com o discurso combativo dos anos cinqüenta do século passado, em que a UNE foi um dos baluartes da campanha “O PETRÓLEO É NOSSO”. A manifestação chapa branca foi contra a CPI da Petrobrás e não pela reestatização da empresa, como lutam unitariamente as forças progressistas, em torno da atual campanha O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO.



Também, pudera. A maioria da direção da UNE é do mesmo partido que dirige a ANP, a agência que opera a privatização e a entrega do nosso petróleo às multinacionais.



Mas a juventude brasileira não pode entregar os pontos. Não pode desistir de resgatar a independência e a tradição de luta da UNE, rendendo-se aos que a aparelham e envergonham a sua história. Também não se trata de criar uma UNE paralela, um outro aparelho partidário, outra forma de se render à maioria eventual que hoje desvia a entidade de seus objetivos.



A juventude brasileira que ainda se rebela contra a injustiça e a iniqüidade precisa construir um amplo MOVIMENTO PELA RECONSTRUÇÃO DA UNE que, a partir das escolas e dos Centros Acadêmicos, tome nas mãos as rédeas do movimento estudantil e saia às ruas de todas as cidades brasileiras, voltando a gritar bem alto o mais histórico refrão da entidade:

A UNE SOMOS NÓS, NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ!



* Ivan Pinheiro é Secretário Geral do PCB

sábado, 18 de julho de 2009

Quando os trabalhadores perderem a paciência Por: Mauro Iasi(*)

As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de mãos dadas ao entardecer
A vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência

A pele será carícia e o corpo delícia
E os namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juizes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências

Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obscelescência
A filósofa-faxineira passando pelo palácio dirá:
"declaro vaga a presidência"!

* Mauro Iasi é Professor da UFRJ e membro do Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro)

LULA DEFENDE SARNEY E ABRAÇA COLLOR: O vale tudo para a eleição de Dilma! (Ivan Pinheiro)

Não costumo me entusiasmar com campanhas contra a corrupção, quando personalizadas exclusivamente em algum corrupto específico. Passa sempre a ilusão de que, uma vez derrubado o personagem, a ética volta a imperar na política e nas instituições burguesas. A corrupção é sistêmica no capitalismo; é inerente a ele. A queda de um corrupto não acaba com ela.



Com a vitória do “Fora Renan”, veio o “Fora Sarney”. Também não adianta levantar o “Fora Senado”, pois ainda restará a Câmara dos Deputados, aquela do “mensalão”, presidida pelo indefectível Michel Temer, com aquele ar de mordomo de filme de terror.



A esquerda já devia ter aprendido que não pode fazer da luta contra a corrupção a sua bandeira principal, ainda mais dissociada da luta contra o capital. A não ser por oportunismo, para angariar votos na próxima eleição. Como ajudamos a despolitizar o “Fora Collor”, deixando de denunciar seu governo como neoliberal! O seu impedimento resultou em Itamar Franco, que logo iniciou o processo de privatização e de flexibilização de direitos trabalhistas.



No caso do “Fora Sarney”, entretanto, a campanha pode ter um bom resultado político e até mesmo ideológico, se conseguirmos associá-la à denúncia da farsa da democracia burguesa e do caráter corrupto do capitalismo. Ninguém melhor do que Sarney para simbolizar a corrupção, entendida em todos os seus variados tipos e aspectos; ele é a cara do Estado brasileiro.



Não tenho também ilusão de convencer lulistas que ainda se dizem “de esquerda” (hoje há também os de direita e de centro), depois de quase seis anos de um governo cujo eixo é o “espetáculo do crescimento”, o destravamento do capitalismo, custe o que custar em questões sociais ou ambientais.



Podem anotar: a disputa em 2010 vai ser em torno de números macroeconômicos, ou seja, quem foi melhor para o capital: FHC ou Lula? Como foi a entrada de capital estrangeiro? E o “Risco Brasil”? Quem gerou mais e piores empregos? Quem ajudou mais o capital?



Lula realmente é “o cara”, um ex-sindicalista terceirizado pela burguesia. Ninguém com mais autoridade para iludir os trabalhadores. É hoje o principal garoto propaganda mundial do “capitalismo do bem”; é o contraponto ao socialismo e à luta de classes, o animador de todos os shows midiáticos das cúpulas internacionais. Distribui sorrisos e camisas da seleção brasileira; acha chique o Brasil emprestar ao FMI.



Suas viagens internacionais são fundamentalmente para criar “janelas de oportunidade” para as multinacionais de origem brasileira surfarem na crise e, de quebra, reforçar uma imagem que lhe capacite a ocupar importantes papéis no cenário mundial, nos quatro anos em que estará fora da Presidência. Quem sabe uma importante função no Banco Mundial ou na ONU?



Mas, com tudo isso, ainda causa desconforto ver a foto de Lula abraçado com Collor em Alagoas, fazendo “justiça” pública a este e a Renan, seus candidatos, naquele Estado, às eleições de 2010, o primeiro a Governador e o segundo a Senador!



Esta fotografia marca o início do mergulho ao fundo do poço. A partir de agora, não estranhemos mais nada. O governo Lula é, cada vez mais, refém da governabilidade institucional burguesa e da corrupção que lhe é inerente. Foi seqüestrado politicamente pelo PMDB e pelo que há de pior entre os caciques políticos brasileiros: Sarney, Renan, Collor, Jader Barbalho, Gedel Vieira Lima, Michel Temer.



Se necessário, Lula vai humilhar mais o PT. Chegou ao ponto de exigir que o partido defenda Sarney a qualquer custo e que não lance candidatos a governador, para entregar os Estados a oligarcas aliados. É capaz de pagar qualquer preço para o resgate do seqüestro: a eleição de Dilma como sucessora.



Mas é preciso ficar claro que essa obsessão não é ditada pela preocupação da continuidade de um projeto de governo. Lula sabe que com Dilma, Serra ou Aécio este projeto continua. É o projeto do Estado burguês brasileiro. O que pode mudar apenas são as boquinhas e o estilo.



Lula resolveu escolher como candidata um “poste político”, sem densidade eleitoral, exatamente para que tenha que comer pela sua mão, de forma a garantir seus verdadeiros projetos: o domínio da máquina estatal, a não apuração de atos de seu governo, um protagonismo internacional e, sobretudo, a volta triunfal para mais oito anos, em 2014, para delírio dos lulistas de todos os matizes.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

PCB Guarulhos apoia a oposição vidreira - INTERSINDICAL- contra o conchavo com os patrões !

CHAPA 2 PARA REORGANIZAR O SINDICATO E LUTAR POR MELHORES SALARIOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO

Companheiros e companheiras

Estamos chegando na reta final para as eleições no nosso Sindicato e cada vez mais a CHAPA 2 se consolida na base da categoria, porque os trabalhadores sabem que é preciso resgatar nosso instrumento para o caminho da luta em defesa dos direitos.

Já a outra chapa defende a continuidade do conchavo com os patrões, que significa para os trabalhadores o banco de horas, a suspensão dos contratos de trabalho, as negociações de PLR às escondidas.

É possível acabar com essa parceria do sindicato com os patrões. Nos dias 27, 28,29 e 30 de julho temos um compromisso muito importante: devolver o Sindicato para os trabalhadores, reorganizar a luta pela manutenção e ampliação dos direitos votando na CHAPA 2 – A CHAPA QUE NÃO TEM O RABO PRESO COM O PATRÃO.

Construir o ENCLAT-tarefa na unidade sindical

Alterou-se, em muito, nos últimos quinze anos, o movimento sindical brasileiro: corroeu-se o seu caráter classista; aprofundou-se a despolitização geral entre os trabalhadores; diluiu-se a perspectiva socialista das lutas e da mobilização da classe trabalhadora.

A principal causa deste processo é a transformação da base econômica, da forma como se organiza e se desenvolve a acumulação capitalista nos dias de hoje, onde a crescente introdução de novas tecnologias na produção gera a eliminação de postos de trabalho.

Como pano de fundo para este quadro temos a internacionalização e a concentração constante do capital e a hegemonia do pensamento neoliberal - fortalecida, a partir do início dos anos 90 do século XX, com a queda da URSS e dos países socialistas do Leste Europeu - com a adoção de políticas de desmantelamento das redes estatais de previdência e outros sistemas de proteção social, de destruição de conquistas e direitos dos trabalhadores, de ataques aos seus direitos de organização.

Muitos segmentos do movimento sindical renderam-se à nova situação e passaram a adotar posturas conciliatórias, aceitando a transformação dos sindicatos em entidades passivas, promotoras da "cidadania", e abandonado a luta de classes. A CUT, que, no final dos anos 80, havia conseguido alcançar um lugar de destaque na vanguarda da organização do chamado "novo sindicalismo", filia-se então à CIOLS, uma Central Sindical Internacional de cunho liberal e conciliador, passando a atuar de maneira rebaixada e trocando o discurso combativo e denuncista sobre as mazela do capitalismo pelo discurso "politicamente correto" da parceria entre capital e trabalho.

Com a chegada do PT ao governo federal, a degeneração da CUT chega aos patamares da traição e da acomodação só antes visto na história no período Vargas e na ditadura militar, ou seja, em momentos de intensa repressão política à organização sindical classista.

O posicionamento vacilante durante a reforma da previdência, em 2003, confirmou esta postura de traição. Logo a seguir, a defesa intransigente, por parte da direção da CUT, da reforma trabalhista que estava representada no relatório final do Fórum Nacional do Trabalho, (composto, além da CUT, pela Força Sindical, pelas entidades patronais e pelo Governo) e a desmobilização, em todo o país, dos movimentos contrários às contra-reformas e às denúncias de corrupção ocorridas no primeiro governo Lula foram as tristes marcas da decadência da CUT, que demonstrou, ainda, neste período, a sua total falta de independência política frente ao Governo.

A CUT logo se transformaria em uma correia de transmissão do Governo Lula. O auge desta nova função se deu com a indicação do então presidente da Central, o metalúrgico Luiz Marinho, hoje Ministro da Previdência, para o cargo de ministro do Trabalho e do Emprego. Porém, não tardou a resposta dos setores mais combativos do movimento sindical brasileiro que mantiveram seu compromisso classista. Ainda durante a contra-reforma da previdência, vários sindicatos ligados ao funcionalismo público romperam com o silêncio da CUT e sua postura pusilânime, construindo um fórum de resistência aos ataques do Governo Lula.

Este fórum, posteriormente, passou a se intitular Conlutas, e passou a propor a organização de todos os setores da sociedade atingidos pelas políticas neoliberais do Governo Lula: trabalhadores em geral, estudantes, sem-teto e outros.

A Conlutas, no entanto, incorreu em um erro fundamental: o de não ter compreendido a necessidade de debater a reorganização do movimento sindical a partir das questões de fundo que regem o desenvolvimento do capitalismo, ou seja, colocando no centro a disputa capital x trabalho e seus sujeitos para, em conjunto com outros segmentos sociais em luta, avançar na luta pelo socialismo e contra o Governo Lula. É um erro tentar organizar movimentos sociais de natureza e dinâmica diferenciadas em uma única organização.

Os trabalhadores precisam de um espaço para a expressão de suas reivindicações gerais e específicas. Após o término do último congresso da CUT, em junho de 2006, a maioria dos setores que, mantendo-se na CUT, ainda reivindicavam desta Central uma postura classista e independente, romperam com esta organização e passaram a articular um novo movimento de atuação sindical, visando à organização e à unidade de todos os setores que comungam da mesma crítica à conciliação, ao peleguismo e à falta de uma Central sindical classista no Brasil. Este movimento passou a ter o nome de INTERSINDICAL, abrangendo um amplo conjunto de entidades e militantes sindicais dos setores público e privado.

Exemplos da necessidade política da existência de uma alternativa classista ao peleguismo e à conciliação foram as recentes desfiliações do SEPE e do Sintrasef, no Rio de Janeiro, e do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas da CUT. A Intersindical cresceu de maneira plural, congregando sindicatos, setores e correntes, na tentativa de superar a política de conciliação de classes da CUT. Com organização ainda embrionária, a Intersindical está presente em diversos estados, tendo destacado-se no Encontro Nacional de 25 de março, no 1º de maio e nas jornadas do dia 23 de maio.

A Intersindical deve ter como norte a representação dos trabalhadores, na sua expressão sindical, tanto dos trabalhadores de carteira assinada, como os precários e desempregados. Não pode, contudo, perder o diálogo e a ação conjunta com os demais movimentos sociais.

O PCB está desde o início na construção da Intersindical, com significativa presença nos encontros iniciais da formação da Intersindical, em maio e junho de 2006. Desde então, os comunistas envidam esforças para a construção e fortalecimento da Intersindical. Para o fortalecimento da luta é necessário, entretanto, que haja a superação das divergências entre as diferentes organizações que lutam contra o neoliberalismo, na perspectiva da superação do capitalismo.

O Encontro Nacional do dia 25 de março foi um importante passo nesse sentido. A criação do Fórum Nacional de Mobilização no referido encontro foi um importante passo para a unidade de ação entre os diversos setores e movimentos sociais. O Fórum tem como tarefa a elaboração de uma plataforma de lutas unificada, mas com uma demarcação clara de combate às reformas neoliberais e de oposição ao governo Lula.

A existência do Fórum não prevê a diluição ou a dissolução de suas organizações componentes. Não pode repetir a experiência da central dos Movimentos Populares, que se tornou uma organização de cúpula, cuja função é fazer a intermediação entre governo e os movimentos sociais. Tampouco deve o Fórum se tornar uma federação dos movimentos sociais. Portanto, o seu caráter deve ser de ação, não de organicidade.

Recentemente, o PSTU lançou um documento propondo a unificação da Intersindical e do Conlutas. Os comunistas criticaram o açodamento que caracterizou a formação da Conlutas, feita em meio à reforma da Previdência, sem a preocupação de manter a unidade entre os setores de esquerda então abrigados na CUT. E mais, realizamos a crítica ao caráter movimentista da Conlutas, onde caberiam, em condições de igual representatividade, sindicatos e movimentos estudantis, movimentos sociais e de solidariedade internacional. Não devemos subestimar a importância de nenhum movimento, mas entender que muitos destes movimentos se situam em esferas diferentes do movimento operário e popular. Setores do PSOL propõem a criação de uma central sindical e popular.

Para o PCB, é necessária a existência de uma entidade sindical com este caráter, que preserve o espaço de atuação sindical dos trabalhadores. A ação conjunta e a construção de uma plataforma do movimento operário e popular deve ser desenvolvida pelo Fórum Nacional de Mobilização. Os comunistas têm clareza da necessidade de uma organização autônoma da classe operária.

O sindicato é uma de suas formas mais importantes dessa organização. Esta organização não pode se bastar ao economicismo e às lutas específicas, erro tantas vezes cometido pela CUT, mesmo em seus tempos de combatividade. Sua afirmação não pode se transformar em negação das demais formas de organizações da classe, como os partidos. Os comunistas devem priorizar a construção da Intersindical - que, em seu pouco tempo de vida, já trouxe uma rica experiência apara o movimento.

O fortalecimento da Intersindical não exclui o diálogo com a Conlutas ou com outras centrais que combatam as reformas do capital. Este diálogo deve ser permanente, reafirmando a necessidade de construção de uma organização autônoma dos trabalhadores. Neste sentido, o PCB propõe a organização de um ENCLAT (ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA), onde o conjunto do movimento sindical e as mais variadas tendências e correntes que lutam pelo socialismo possam debater os reais desafios e dilemas postos hoje para a classe trabalhadora.

Este Encontro, que, em nossa avaliação, deverá realizar-se no primeiro semestre de 2008, deverá debater a necessidade da construção, em nosso país, de uma entidade sindical classista, ampla e unificada, que combata não apenas a exploração e a miséria causadas pelo capitalismo, mas que desmascare e derrote as políticas de conciliação de classes e suas representações no movimento dos trabalhadores. A construção desta entidade não deve seguir prazos ou cronogramas rígidos e pré-estabelecidos.

O tempo de sua construção, assim como a forma final que terá será definida pelas experiências de luta - como as lutas unificadas contra as propostas governistas de reformas sindical e da previdência - e pelo acúmulo de discussões do movimento, e exigirá uma série de reuniões preparatórias.

O ENCLAT, a nosso ver, será o primeiro passo para a construção desta entidade. Em nosso entender, é necessário que todos os movimentos, grupos e partidos políticos que atuam no meio sindical debatam a construção do ENCLAT, cumprindo seu papel de vanguarda na defesa dos interesses históricos dos trabalhadores, na busca da construção de uma alternativa classista que possa responder aos desafios e necessidades que se impõem, hoje, aos trabalhadores brasileiros

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Jornada de lutas - INTERSINDICAL

A LUTA A PARTIR DOS LOCAIS DE TRABALHO, MORADIA, ESTUDO

PARAR A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO PARA MANTER E AMPLIAR DIREITOS.

De 10 a 14 de agosto a Intersindical estará em diversos estados na Jornada Nacional de Luta .

Os porta-vozes do governo dentro do movimento sindical como a CUT, Força Sindical , CTB entre outros comemoram a retomada da produção registrada no último período como se isso tivesse alguma conseqüência positiva real para a classe trabalhadora.

Mesmo com a pequena retomada na produção e a diminuição do desemprego, as demissões não pararam e a rotatividade aumenta. Isso quer dizer que os patrões fizeram as demissões em massa no final de 2008 e primeiro trimestre de 2009 e em alguns setores retomam as contratações, só que agora com salários menores.

Exatamente a estratégia patronal que se confirmou. Demitir, diminuir salários, continuar a demitir e depois numa próxima rodada contratar por salários inferiores. A maior parte das centrais sindicais se tornaram mediadoras dos interesses do Capital e dessa maneira impuseram nessa crise mais uma derrota a setores importantes da nossa classe, com os acordos que passaram pela redução salarial, banco de horas, suspensão dos contratos de trabalho (lay-off) .

A partir dessa frágil retomada, o Capital vai exigir muito mais de quem ainda não perdeu seu emprego. Os índices oficiais do próprio governo e dos setores patronais mostram que a intensificação no ritmo de trabalho aumentou, ou seja, os trabalhadores agora trabalham por três, as empresas impõem horas-extras e as condições de trabalho pioram.

Mais uma vez parte do movimento sindical e popular tenta ocultar a realidade da classe trabalhadora, tendo como objetivo ajudar o capital a retomar seus lucros.

Em março os atos promovidos pelas centrais sindicais exigiam a mudança da política econômica e a diminuição da taxa de juros, o resultado desse silencio em relação ao que o Capital está operando no processo de produção, foi a medida do governo Lula que garante a isenção do IPI para os carros e os produtos da linha branca.

DIMUNUIR A TAXA DE JUROS PARA ESCONDER A TAXA DE LUCRO DO CAPITAL VINDA DA EXPLORAÇÃO ?

Os lucros extraordinários que obtiveram as grandes multinacionais antes de sua crise, continuam tendo sua base real no processo de exploração da força de trabalho da classe trabalhadora. A crise de agora é um bom exemplo, pois demonstra o processo cíclico e periódico pelo qual o Capital percorre. Para ganhar a concorrência as empresas investem cada vez mais na parte constante de seu capital (equipamentos cada vez mais modernos e novas tecnologias) e menos em sua parte variável e produtora de valor (a força de trabalho).

Mas a grande maioria das centrais sindicais não se arrisca em discutir que mesmo com a queda da taxa de lucro, as mercadorias produzidas estão carregadas de valor e portanto, de lucro a partir do trabalho da classe trabalhadora. Enquanto isso se movimentam em defesa do governo através de atos contra a CPI da Petrobrás, uma ação oportunista da direita que privatizou tudo quanto pode mas não discutem que o governo Lula tem implementado uma política privatista a seu modo.

Através das Parcerias Pública Privada, sem contar que a própria Petrobrás já está em boa medida nas mãos do capital privado através de ações na Bolsa de Valores seja no Brasil e fora daqui como nos EUA e cumpre muitas vezes um papel imperialista em países da América Latina como a Bolívia.

POR ISSO A INTERSINDICAL ESTARÁ NA SEMANA DE 10 A 14 DE AGOSTO ORGANIZANDO PARALISAÇÕES NA PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS

Para além do Banco Central, mais do que marchas é preciso retomar a luta a partir do local onde o Capital ataca nossa classe.

Por isso entre 10 e 14 de agosto metalúrgicos, sapateiros, operários na construção civil, servidores públicos, bancários, entre tantas outras categorias que se organizam na Intersindical estarão em mobilização em defesa do emprego, dos salários e direitos.

Nos diversos estados onde estamos organizados a preparação da jornada de agosto já começou. A nossa 2◦ publicação a revista “ Crise, a Classe no olho do furacão” tem sido um importante instrumento de formação e organização da jornada.

Juntos com os setores do movimento sindical e popular que não renderam a política de parceria com os patrões e governo estamos organizando nos estados e regiões a semana da jornada nacional de lutas.

Não nos pauteremos pelas divergências que não impedem a unidade para essa mobilização, como também não nos submeteremos a atos que têm o objetivo de ocultar da classe trabalhadora a verdadeira luta que temos que travar nesse período.

POR NENHUM DIREITO A MENOS
PARA AVANÇAR NAS CONQUISTAS
ACUMULAR FORÇAS NA JORNADA DE LUTA
RUMO A GREVE GERAL
AQUI ESTÁ A INTERSINDICAL.

Apoio aos trabalhadores da previdência

SOLIDARIEDADE ATIVA AOS TRABALHADORES NA PREVIDENCIA

- EM DEFESA DO DIREITO DE GREVE

- EM DEFESA DAS 30 HORAS

- CONTRA A PRODUTIVIDADE E A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Os trabalhadores e trabalhadoras na Previdência estão em greve desde o dia 06 de junho em defesa da jornada de trabalho, contra as investidas do governo em impor a produtividade e a avaliação de desempenho, o aumento da jornada e a redução de salários.

A greve mais uma vez além de colocar as questões especificas da categoria também denuncia as ações do governo Lula que vão contra os direitos do conjunto da classe trabalhadora. Ações como a alta programada, mecanismos criados para dificultar o direito à aposentadoria, além da falta de condições de trabalho e de concurso público para contratação de novos funcionários.

O governo Lula tenta impor ao funcionalismo público o que as empresas privadas fizeram contra os trabalhadores através da reestruturação produtiva: avaliação por desempenho, produtividade, aumento da jornada, são mecanismos utilizados pelos patrões para garantir através da intensificação do trabalho maiores lucros.

No Estado essa medida visa “atender” um maior número de trabalhadores no menor tempo possível, além disso, o atendimento hoje em boa parte se faz de maneira virtual. O governo faz propaganda do novo atendimento e tenta ocultar que o protocolo recebido no atendimento em nada tem a ver com a garantia dos direitos.

Ao contrário, as medidas do governo vão no sentido de manter a alta programada, não caracterizar os acidentes e doenças provocadas pelo trabalho e dificultar ao máximo o direito a aposentadoria.

O Estado para ajudar o Capital a sair de sua crise tem reduzido drasticamente o orçamento público. Bilhões para empresas e bancos, empréstimos a 0% de juros, redução de impostos e em contrapartida congelamento dos salários do funcionalismo publico e corte dos gastos nos serviços essenciais como saúde, educação, previdência, reforma agrária.

Nessa greve o governo se utilizou do judiciário e da repressão policial para tentar barrar o movimento. Liminares com o objetivo de não permitir a greve, ação da policia federal e militar para tentar impedir o avanço da mobilização. Portanto a primeira vitória do movimento foi não se submeter e construir a greve nacionalmente.

Obamismo: guerra e militarismo (Artigo do PC Português).

"…Se com Obama é mais fácil ganhar os aliados para a guerra e o militarismo, não é menos verdade que os povos não funcionam de acordo com o relógio do império. (…) "O planeado aumento do contingente militar e da artilharia pesada [no Afeganistão] não é nenhuma alternativa e apenas vai aumentar o sofrimento das populações, as perdas de ambos os lados, provocar mais violência, terror e vítimas. A única alternativa é a urgente retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão". Por muito mediático que seja o "obamismo" os povos odeiam a guerra e o militarismo".
Rui Paz - 12.07.09

As tropas de Obama iniciaram mais uma ofensiva militar no Afeganistão para tentar liquidar a resistência contra a ocupação estrangeira e se possível fazer alastrar o conflito ao Paquistão, um Estado possuidor de armas nucleares. A chamada "operação paz duradoura" que sustenta a agressão militar dos EUA e da NATO resulta de um acto unilateral que afronta a Carta das Nações Unidas e os princípios do Direito Internacional.

Se a guerra contra o Iraque visou fundamentalmente a afirmação da supremacia dos Estados Unidos sobre os restantes aliados da NATO e o controlo exclusivo por Washington do petróleo iraquiano, hoje, ao intensificar a agressão militar no Afeganistão, Obama pretende arrastar os aliados europeus para a guerra e o esmagamento dos povos que se levantem contra o imperialismo. Os Estados Unidos já sabem que, apesar de todo o seu poderio militar e económico, não podem impor sozinhos a sua nova ordem mundial.

É essa a razão porque o presidente norte-americano, apesar de cobrir de verniz moralista muitas das suas habituais pregações é o primeiro a esconder e silenciar sistematicamente os assassínios e massacres perpetrados pelas tropas norte-americanas nas aldeias afegãs. É isto que está a levar a direita conservadora, os amigos reaccionários de Bush, e os militaristas de todos os matizes a sair das tocas onde tinham hibernado com receio de uma "possível mudança", e a converter-se em menos de um ápice ao "obamismo".

Mas, se com Obama é mais fácil ganhar os aliados para a guerra e o militarismo, não é menos verdade que os povos não funcionam de acordo com o relógio do império. Na Alemanha, as últimas sondagens continuam a revelar que mais de dois terços da população opõem-se à participação das Forças Armadas na ocupação militar do Afeganistão. O Governo de Ângela Merkel e da social-democracia continua a negar oficialmente que a Alemanha esteja em guerra, apesar de cada vez mais soldados regressarem ao Reno em macas e caixões. A Constituição alemã e o Código Penal prevêem pesadas penas de prisão para os responsáveis pela "preparação e desencadeamento de uma guerra de agressão" (art.26).

Para obrigar o povo e os soldados a aceitar o militarismo como parte integrante da actual política externa alemã, o ministro da Defesa Jung acaba de criar a "ordem de honra da Bundeswehr pela coragem". É a primeira vez, desde o regime hitleriano e do nazismo que soldados alemães voltam a ser condecorados por participarem em guerras no estrangeiro.

Ao intervir no recente debate no Bundestag sobre a utilização de aviões-radar AWACS e o aumento dos efectivos militares alemães no Afeganistão, o deputado Norman Paech, em nome dos 60 deputados que compõem o grupo parlamentar do partido "A Esquerda" desmascarou a chanceler Ângela Merkel esclarecendo que "no Afeganistão reina a guerra e a Bundeswehr está cada vez mais enredada neste círculo infernal. O número de vítimas aumenta de forma dramática semana após semana. As tropas estrangeiras não são aceites como libertadoras mas como exército de ocupação (...) O planeado aumento do contingente militar e da artilharia pesada não é nenhuma alternativa e apenas vai aumentar o sofrimento das populações, as perdas de ambos os lados, provocar mais violência, terror e vítimas. A única alternativa é a urgente retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão".

Por muito mediático que seja o "obamismo" os povos odeiam a guerra e o militarismo.

Este texto foi publicado em Avante nº 1.859 de 9 de Julho de 2009

Na guerra contra a Petrobras, de qual lado está o governo? Por: Por Wladmir Coelho

15/06/2009

A CPI da PETROBRAS gerou um efeito colateral interessante: Iniciou-se um debate a respeito da empresa e sua importância para a economia brasileira. Assim observamos a bancada do governo acusando a oposição de entreguista e esta - para não ficar ainda mais exposta - através do deputado Otávio Leite (PSDB) apresenta um projeto de lei proibindo a privatização da empresa.

Tudo muito patriótico e criando uma atmosfera artificial de disputa entre governo e oposição pelo título de defensores das riquezas nacionais lembrando - o atual PSDB - o gesto da antiga UDN de assumir a defesa do monopólio estatal quando este não apresentava-se - estrategicamente - de forma clara no projeto do preside Getúlio Vargas.

O curioso desta disputa, entre governo e oposição, é perceber o seu caráter demagógico, eleitoreiro e entreguista quando o ministro Lobão - que nome! - em recente viagem à Inglaterra anuncia a entrega - para breve - dos blocos do pré-sal aos oligopólios intermediado por uma empresa que muitos tratam por PETROSAL cuja função seria administrar as autorizações para exploração em uma vasta área de Santos a Santa Catarina.

O governo - aqui no Brasil - ainda não conseguiu coragem suficiente para assumir diante do povo que a criação desta empresa seria o fim da Petrobras e busca, através de declarações demagógicas, criar uma atmosfera de favorecimento para a empresa nacional insinuando a concessão de alguns blocos para esta como forma de proteção dos interesses brasileiros. Fica assim a imagem de um nacionalista que tudo faz em defesa de seu povo.

Recentemente o governo revelou - na prática - sua postura patriótica ao determinar - através da lei 11909 - que em nenhuma hipótese a CONCESSÃO ou AUTORIZAÇÃO para transporte e armazenamento de gás seria considerada uma prestação de serviço público. Assim, seguindo a pista oferecida através da lei 11909, a atitude do governo através da PETROSAL seria continuar administrando o bem natural petróleo e entregando aos oligopólios o bem econômico em troca de taxas ou impostos apurados de acordo com a produção. Na realidade o governo defende a implantação do contrato de risco compartilhado.

Este modelo de contrato defendido pelo governo para o pré-sal não é novidade e foi utilizado no ápice do chamado neoliberalismo na Venezuela, Bolívia, Equador e apresentou como resultado o enfraquecimento das empresas estatais de petróleo e empobrecimento destes países.

O presidente Lula, em diversas oportunidades, anunciou a utilização do poder econômico do petróleo como fórmula para melhorar as condições de vida dos brasileiros, declara-se um defensor da PETROBRAS, mas chefia um governo cuja prática não combina com o discurso.

(*) Wladmir Coelho, Mestre em Direito, Historiador e Conselheiro da Fundação Brasileira de Direito Econômico

Trabalhadore europeus retomam sua ofensiva contra o Capital.

Camaradas,

Voltando a utilizar-se de ações radicais os trabalhadores franceses, que há dois meses seqüestraram donos de fábricas que anunciaram fechamento, para terem suas demandas atendidas, desta vez ameaçam explodir uma fábrica no sudoeste de Paris.

Clara demonstração do tamanho da crise social que assola a França, os trabalhadores estão deixando de lado os métodos convencionais de negociação, passando por cima de suas direções sindicais, e travando uma batalha diretamente contra o capital por suas questões mais imediatas.

Muito longe de dar respostas políticas à crise, a classe trabalhadora, sem uma direção hegemônica clara, e muito menos revolucionária - em alguns casos até mesmo paralisada por acordos espúrios com o patronato e os governos “socialistas” – toma para si, de forma anárquica, construir uma luta de resistência última. Para pouco além disso, Rosa Luxemburgo, teve razões para escrever, no seu momento histórico, a disjuntiva que escreveu.

Ao que parece, neste momento, somente a França tem apresentado este tipo de reação. Porém, a juventude Grega voltou às ruas na semana passada, com reivindições mais politizadas, mas com o mesmo grau de radicalidade e de desobediência às vanguardas.

sábado, 11 de julho de 2009

O descaso do parlamento burguês pelo povo

Os parlamentares de nossa cidade nos presentearam com um grande NÃO para um dos poucos projetos positivos que o governo do PT, que também não representa a classe trabalhadora, tentou implementar, o Bilhete Único, tal atitude demonstra o desprezo que vereadores como Guti, Americano, Helena Sena e Geraldo Celestino sentem pela população.
O Comitê de luta pelo transporte público "2,50 não Dá !", que o PCB apoia e participa, organizou durante o segundo trimestre de 2009 atividades e manifestações, além de realizar duas audiências públicas populares, pressionando os "representantes" (com r minúsculo) da população de nossa cidade.
Com bandeiras de luta justas e defendidas com argumentos coerentes, o movimento avançou reivindicando a municipalização do transporte público, o passe livre para estudantes e desempregados, o bilhete único, o fim da dupla-função motorista-cobrador e a redução imediata da tarifa, uma das mais caras de SP.
Algumas vitórias foram alcançadas, como o fim da dupla-função e a aprovação do bilhete único pela prefeitura, no entanto essas conquistas só se perpetuaram após mobilizações populares que foram, inclusive, como é o caso da manifestação de 27 de maio no bairro dos Pimentas, reprimidas pela polícia, que usou bombas de efeito moral e hostilizou estudantes secundaristas, universitários e trabalhadores que estavam numa manifestação pacífica, além da contribuição decisiva das greves do transporte coletivo municipal.
Mas os vereadores, que estavam mais preocupados em fazer joguinho político de oposição (PSDB) contra governo (PT), reprovaram o bilhete único como forma de, pelo poder legislativo, rechaçar uma proposta do executivo, enquanto isso a população é quem fica chupando o dedo.
O PCB entende que o aumento da tarifa e a reprovação do bilhete único são medidas provenientes da exploração de classe, do modo de produção que submete as relações sociais e humanas à relações econômicas e mercadológicas, essas medidas da classe dominante tornam o Apartheid social que vemos em nossa cidade se agravar e é a opressão que o capitalismo impõe que nos leva a levantar as bandeiras de luta do movimento.

PASSE LIVRE JÁ !

REDUÇÃO DA TARIFA !

FORA GUARUPAS !

NÃO AO OPORTUNISMO DEMAGÓGICO E À POLITICAGEM !

VEREADOR NÃO ANDA DE ÔNIBUS !

À COMUNIDADE INTERNACIONAL – PAREM OS MASSACRES CONTRA O POVO HONDURENHO

(Nota oficial da Resistência popular em Honduras)

Tegucigalpa, 5 de julho, 2009 – 21h 13m



A situação em Honduras é de suma gravidade. A reação do povo ao golpe desfechado por militares de extrema-direita no domingo próximo passado é aberta, corajosa e determinada.

Manuel Zelaya é o presidente constitucional de Honduras.

Os militares golpistas estão usando de todas as forças possíveis para eliminar a resistência. Neste momento centenas de boletins de hondurenhos assassinados pelos golpistas chegam de todos os cantos do país. Integrantes da VIA CAMPESINA estão sendo mortos a sangue frio pelos golpistas.

É necessária a intervenção da comunidade internacional para evitar que o massacre prossiga, tenha conseqüências mais trágicas que as que estamos presenciando.

A ação dos golpistas é referendada por apoio logístico do embaixador dos Estados Unidos em Honduras, agentes da CIA e silêncio cúmplice do governo de Obama. Estão tentando ganhar tempo para negociar uma solução alternativa à legalidade constitucional.

O presidente do Brasil Luís Ignácio Lula da Silva tem o dever de tomar atitudes enérgicas e decisivas neste momento. O peso e o significado do Brasil no contexto de países latino-americanos é imenso e uma posição brasileira de franco apoio a Zelaya, à legalidade constitucional e a denúncia dos massacres que ocorrem neste momento – centenas de mortos – será decisiva para a vitória da democracia.

Todas as formas de comunicação com o exterior estão sendo eliminadas pelo regime brutal dos militares – o presidente Michelleti é um títere – na tentativa de evitar que a opinião pública mundial tome conhecimento dos fatos estarrecedores que estão a acontecer aqui, agora, neste momento.

Não há a menor preocupação com vidas por parte dos militares golpistas. Estão eliminando sumariamente civis e buscando e assassinando líderes da legalidade democrática.

O comportamento dos militares golpistas ultrapassa os limites da sanidade.

É necessário que organismos internacionais se façam presente antes que as conseqüências sejam mais trágicas e dolorosas para o povo hondurenho e com repercussões em toda a América Latina, em todo o mundo.

Não existem garantias constitucionais, suspensas pelos golpistas, não existe respeito mínimo às pessoas, Honduras e o povo hondurenho enfrentam o pior pesadelo de sua história por conta de militares e elites e com apoio dos norte-americanos.

É acintosa a atuação de agentes da CIA e do embaixador dos EUA. Está caindo a máscara do governo Obama.

É necessário mostrar aos cidadãos de todo o mundo o que está acontecendo aqui, usar de todos os meios necessários para divulgação, já que a grande mídia é sabidamente a favor dos golpistas e omite e distorce informações e fatos.

Que o mundo, as organizações de direitos humanos, os governos latino-americanos tomem conhecimento da situação e das barbáries cometidas por militares aqui em Honduras e se processe uma rápida ação no sentido de por fim a esse deslavado e criminoso golpe de bandidos travestidos de defensores da democracia.

O povo hondurenho está nas ruas resistindo ao golpe.

NÃO AO GOLPE!

NÃO À BARBÁRIE MILITAR!

FORA DE HONDURAS EUA!

ZELAYA É O PRESIDENTE CONSTITUCIONAL DO PAÍS!

VIVA O POVO HONDURENHO!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Imperialismo, fase superior do capitalismo (Lenin)

download

O Capital - A Mercadoria (Karl Marx)

download

MANIFESTO DO CONGRESSO UNITÁRIO POPULAR DA ESQUERDA PARAGUAI

Em 20 de abril de 2008, a grande maioria do povo paraguaio optou por iniciar uma profunda mudança política, social e econômica, em consonância com as mudanças democráticas, patrióticas e populares na América Latina. No entanto, setores conservadores estão determinados a fazer-nos crer que o verdadeiro significado da "mudança" é apenas a alternância no governo entre os partidos do sistema.

A mudança pela qual optou essa grande maioria popular no dia 20 de abril vai muito além de uma simples mudança de governo, estamos seguros de que marcou o início do fim de um processo de dominação que por mais de sessenta anos, liderado por uma camarilha de militares generais vende-pátria e dirigentes vendidos do Partido Colorado e outros setores colaboracionistas com o regime ditatorial.

A partir desta nova situação determinada pela vitória eleitoral contra o continuísmo, começa a abrir-se um cenário de disputas entre aqueles que se opõem a um processo de mudança e quem aposta na luta contra o autoritarismo e populismo, contra a corrupção e a impunidade, pela recuperação da soberania política e econômica, social, territorial e energética, dos nossos recursos naturais (como a água) e o nosso patrimônio cultural, pela implementação da reforma agrária integral, pela recuperação econômica com inclusão social e pelo aprofundamento da democracia com ampla participação popular para reorganizar o Estado a serviço do desenvolvimento nacional e os interesses de nosso povo.

Há nove meses do início da administração de Fernando Lugo e tendo em vista somente o anúncio de que tais questões fazem parte das demandas populares, a oligarquia e o conjunto da direita conservadora lançara uma campanha que visa imobilizar os progressistas e socialistas, com um plano antidemocrático.

Aqueles que incentivam conspirações e julgamentos políticos não têm outro propósito que não seja impedir o cumprimento das expectativas de mudança de nosso povo, porque eles sabem que é o primeiro passo para resolver as importantes mudanças estruturais de que o país necessita.

São os mesmos grupos da oligarquia e da burguesia que foram favorecidos pelo modelo corrupto que incentivou a impunidade dos grupos mafiosos, o enriquecimento fraudulento, amparou bancos e financeiras a serviço da mais ignóbil especulação, também os grandes latifúndios - símbolo do atraso e do poder da oligarquia - e a chamada "agricultura empresarial" e transnacional que usa e destrói os nossos recursos naturais, sem nenhum desenvolvimento social! São aqueles que nunca respeitam os direitos dos trabalhadores. Basta olhar para as estatísticas: 70% dos trabalhadores paraguaios não recebem os direitos previstos em lei.

É sabido que a questão do poder é o principal problema de todo processo transformador, de mudanças revolucionárias. Temos experiência amarga em nosso país. Desde a destruição da Paraguai independente pela Guerra da Tríplice Aliança, o poder sempre esteve nas mãos de uma minoria serviçal dos interesses estrangeiros. O povo foi excluído e os paraguaios foram relegados em sua própria terra. Seqüelas deste sistema sofremos até hoje.

O Paraguai precisa avançar para as mudanças profundas, um processo que só pode ser alcançado com o empurrão das forças populares, patrióticas e democráticas. Isto exige a mais ampla unidade das mais amplas forças sociais e políticas em torno de um programa que proponha avançar para mudanças reais e verdadeiras.

Este grande espaço de unidade, que começa em pontos coincidentes fundamentais, está disposto a desenvolver uma luta política contra a direita e os setores conservadores que se opõem à mudança ou buscam uma mudança de fachada para não tocar os grandes privilégios e as estruturas injustas vigentes. Essa direita está na direções políticas dos partidos tradicionais, que representam os interesses da oligarquia e são fiéis e submissos aos ditames do imperialismo norte-americano e das transnacionais.

Este Congresso Unitário Popular é o resultado de grandes lutas e experiências de nosso povo, é a maturação de um longo processo que tirou a vida de muitos lutadores pela democracia e pelos interesses populares. Este Congresso é um acontecimento transcendente, que mostra não só um avanço quantitativo, mas também cria condições favoráveis para a consolidação da unidade sobre um programa que propõe um governo para a grande maioria da sociedade, um governo para derrotar os interesses do grande capital local e internacional, que impede o desenvolvimento nacional: um governo dos trabalhadores, camponeses e todo povo.

No entanto, os objetivos de médio e longo prazo estão sendo desenvolvidos em cada conjuntura. A principal tarefa de hoje é a de exigir o cumprimento daqueles pontos essenciais do programa com que Fernando Lugo se comprometeu com nosso povo e do que até agora pouco ou nada tem feito. Afirmamos que nenhum desses pontos se levará adiante com base em acordos ou pactos com setores conservadores, sejam opositores ou oficialistas. As grandes mudanças serão resultado da ativa participação cidadã e popular.

Afirmamos que o processo que se iniciou no dia 20 de abril é independente deste ou de qualquer outro governo. É por isso que as maiorias populares estão dispostos a defender e avançar com um programa de mudanças que se levará adiante com unidade, mobilização e luta popular. Este espaço unitário de todas as forças dos trabalhadores, camponeses, indígenas, jovens, estudantes, mulheres, profissionais, intelectuais e impulsionará nossas lutas unitárias em torno dos seguintes pontos:

1°: Defesa e aprofundamento do processo democrático com a participação do povo. Para isso, é necessário lutar constantemente a favor da reorientação do papel do ESTADO, através da implementação de políticas públicas que contemplem as demandas sociais e que devem se refletir no Orçamento Geral de Gastos da Nação, a reorganização do Poder Judiciário cujos maiores expoentes, apesar da condenação geral do público, autoproclamam-se "imutáveis". Ao mesmo tempo, os membros do Parlamento se escudam em suas jurisdições para defender grupos mafiosos, legislando a favor destes e contra os interesses do povo. A máfia e os setores que se opõem às mudanças se amparam e sustentam em toda a estrutura corrupta do sistema judiciário, do Poder Legislativo, do Ministério Público e do aparato burocrático administrativo, policial e militar.

2°: A reforma agrária é a alavanca para produzir a grande mudança estrutural no Paraguai, empurrando a reorganização da propriedade da terra e da produção, com base em um plano estratégico de desenvolvimento que, por sua vez, represente uma ruptura com o padrão de dependência que levou à apropriação de nossos recursos naturais pelos grandes monopólios desde o fim da guerra do 70. Nesse sentido, afirmamos igualmente o direito dos povos indígenas às suas terras ancestrais e ao desenvolvimento de sua cultura.

3°: A recuperação da soberania nacional é absolutamente necessária para o avanço da estratégia de grandes mudanças. Os tratados entreguistas de Itaipu e Yasyreta, além de constituirem uma pilhagem dos nossos interesses, têm prejudicado a dignidade do nosso povo e da região que pretende avançar em um processo de integração baseado na solidariedade, respeito e soberania dos povos. Nossos recursos naturais, principalmente na agricultura, estão nas mãos de setores empresariais - majoritariamente estrangeiros - que só buscam o lucro, destruindo o meio e as nossas florestas e promovendo a migração forçosa dos camponeses e dos povos indígenas e a destruição de produção da agricultura familiar.

Nesta marcha pela dignidade e libertação de nosso povo, por nossa segunda e definitiva independência, vamos aprofundar nossa organização, comunidade por comunidade, distrito por distrito, departamento por departamento, para construir a verdadeira democracia com participação e protagonismo popular.

19 de junho de 2009

Tradução: Dario da Silva

O Capital Capítulo 1 - A Mercadoria

download

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Apoio do PCB à luta na USP !

O Vamos à Luta apoia a luta dos estudantes, funcionários e professores da USP, UNICAMP E UNESP em luta na defesa de democracia e da educação pública, gratuita e de qualidade.
Os governos Lula e Serra aplicam o mesmo projeto de sucateamento e privatização da Universidade pública.
A nível federal é o Reuni, que deixa milhares sem professores e sem assistência estudantil.
Em São Paulo, o governo quer aplicar o ensino a distância para precarizar cada vez mais a formação. Somos Contra. EXPANSÃO SÓ SE FOR COM QUALIDADE !!!
ABAIXO A REPRESSÃO!!!!
Em resposta as lutas dos estudantes,professo res e funcionários da USP, Serra mandou a PM para o campus, para impedir na força o movimento de se organizar e lutar, relembrando os tempos de chumbo da ditadura.
Apoiamos incondicionalmente a luta dos companheiros da USP e reprovamos o governo Serra por reprimir a luta.
- FORA PM DA UNIVERSIDADE
- CONTRA O ENSINO A DISTÂNCIA, EXPANSÃO SÓ COM QUALIDADE
- MAIS VERBAS PARA A EDUCAÇÃO
- CONTRA AS POLÍTICAS DE LULA E SERRA PARA A EDUCAÇÃO
TODO APOIO A LUTA DOS ESTUDANTES, PROFESSORES E TÉCNICOS DA USP!
FORA PM DA USP!FORA REItora SUELY VILELA!

O mal-estar na Universidade (Olgária Mattos)

O abandono da Universidade Cultural e sua substituição pela “Universidade da Excelência” ou do “Conhecimento” dizem respeito à dissolução do papel filosófico e existencial da cultura. Constrangido à pressa e ao atarefamento diário, o ócio necessário à reflexão e à pesquisa é proscrito como inatividade, os improdutivos comprometendo o princípio de rendimento geral.

Olgária Mattos

A militarização do campus universitário da USP e a solução de conflitos através da força atestam o “esquecimento da política”, substituída pela ideologia da competência, entendida segundo o modelo da gestão empresarial, com seu culto da eficiência e otimização de resultados. Também a proposta mais recente da reforma da carreira docente e do projeto da implantação da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), respondem, cada qual à sua maneira, à “produtividade”, os acréscimos salariais dos professores subordinando-se ao número de publicações e a seu estatuto— se livro, capítulo de livro, ensaio em revistas, se estas se ajustam ao “selo de qualidade” das agências de financiamento; número de congressos; soma de palestras; orientações de teses e dissertações e, sobretudo, se estas obedecem ao prazo preconizado, tanto mais exíguos quanto mais os estudantes chegam à Universidade desprovidos de pré-requisitos à pesquisa,como um conhecimento adequado do português para fins de leitura e escrita universitária, (guardadas as exceções de praxe), bem como acesso a línguas estrangeiras. De fato, a Universidade se adapta às circunstâncias do ensino médio, e o mestrado pretende contornar as deficiências da formação no ensino médio (e fundamental também), que incidem nos anos de graduação, convertida em extensão do segundo grau.
Professores e estudantes cedem precocemente a publicações, sem que haja nelas nada de relevante, e, ao mesmo tempo, devem freqüentar cursos ou prepará-los, realizar trabalhos correspondentes, desenvolver suas teses - uma vez que a quantidade consagra pontuações para futuras bolsas de iniciação científica ou aprovação de auxílios acadêmicos. Quanto aos docentes, estes se ocupam cada vez mais com tarefas de secretaria, como preenchimento de planilhas, elaboração de relatórios, propostas de inovação em cursos não obstante ainda em vias de implantação, acompanhamento de iniciação científica, organização desses congressos, participação em atividades de iniciativa discente, preenchimento de pareceres on line de um número crescente de bolsistas, e por aí vai. No que diz respeito ao ensino à distância, ele não responde à democratização da Universidade mas a sua massificação.
O abandono da Universidade Cultural e sua substituição pela “Universidade da Excelência” ou do “Conhecimento” dizem respeito à dissolução do papel filosófico e existencial da cultura. Constrangido à pressa e ao atarefamento diário, o ócio necessário à reflexão e à pesquisa é proscrito como inatividade, os improdutivos comprometendo o princípio de rendimento geral. Este encontra-se na base da transformação do intelectual em especialista e da docência como vocação em docência como profissão. O saber técnico é o do expert que transmite conhecimentos sem experiência, cujo sentido intelectual e histórico lhe escapa. Assim como no processo produtivo a proletarização é perda dos objetos produzidos pelos produtores e perda do sentido da produção, a especialização pelo know how é proletarização do saber. Por isso o especialista moderno se comunica por fórmulas, gráficos, estatísticas e modelos matemáticos. Foucault reconhece seu primeiro representante em Oppenheimer que enunciou o projeto Mannhathan - que levou à bomba-atômica - em termos simpaticamente técnicos.
A “Universidade do Conhecimento” perverte pesquisa em produção. Quanto à educação à distância, ela não significa um apoio ao conhecimento e seu acesso a regiões distantes, mas sim o fim de toda uma civilização baseada nos valores da convivência, da sociabilidade e da felicidade do conhecimento.

Olgária Mattos é filósofa, professora titular da Universidade de São Paulo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pablo Neruda: Os Comunistas

Passaram-se alguns anos desde que ingressei no partido… Estou contente… Os comunistas formam uma boa família… Têm a pele curtida e o coração moderado… Por toda parte recebem golpes… Golpes exclusivos para eles… Vivam os espíritas, os monarquistas, os anormais, os criminosos de todas as espécies… Viva a filosofia com muita fumaça e pouco fogo… Viva o cão que ladra e que morde, vivam os astrólogos libidinosos, viva a pornografia, viva o cinismo, viva o camarão, viva todo o mundo, menos os comunistas… Vivam os cintos de castidade, vivam os conservadores que não lavam os pés ideológicos há quinhentos anos… Vivam os piolhos das populações miseráveis, viva a fossa comum gratuita, viva o anarco-capitalismo, viva Rilke, viva André Gide com seu coridonzinho, viva qualquer misticismo… Está tudo bem… Todos são heróicos… Todos os jornais devem sair… Todos podem ser publicados, menos os comunistas… Todos os políticos devem entrar em São Domingos sem algemas… Todos devem celebrar a morte do sanguinário, de Trujillo, menos os que mais duramente o combateram… Viva o carnaval, os últimos dias de carnaval… Há disfarces para todos… Disfarces de idealista cristão, disfarces de extrema esquerda, disfarces de damas beneficentes e de matronas caritativas… Mas cuidado: não deixem entrar os comunistas… Fechem bem a porta… Não se enganem… Eles não têm direito a nada… Preocupemo-nos com o subjetivo, com a essência do homem, com a essência da essência… Assim estaremos todos contentes… Temos liberdade… Que grande coisa é a liberdade!… Eles não a respeitam, não a conhecem… A liberdade para se preocupar com a essência… Com o essencial da essência…

Assim têm passado os últimos anos… Passou o jazz, chegou o soul, naufragamos nos postulados da pintura abstrata, a guerra nos abalou e nos matou… Tudo permanecia o mesmo… Ou não permanecia?… Depois de tantos discursos sobre o espírito e de tantas pauladas na cabeça, alguma coisa ia mal… Muito mal… Os cálculos tinham falhado… Os povos se organizavam… Continuavam as guerrilhas e as greves… Cuba e o Chile se tornavam independentes… Muitos homens e mulheres cantavam a Internacional… Que estranho… Que desanimador… Agora cantam-na em chinês, em búlgaro, em espanhol da América… É preciso tomar medidas urgentes… É preciso bani-lo… É preciso falar mais do espírito… Exaltar mais o mundo livre… É preciso dar mais pauladas… É preciso dar mais dólares… Isto não pode continuar… Entre a liberdade das pauladas e o medo de Germán Arciniegas… E agora Cuba… Em nosso próprio hemisfério, na metade de nossa maçã, estes barbudos com a mesma canção… E para que nos serve Cristo?… Para que servem os padres?… Já não se pode confiar em ninguém… Nem mesmo nos padres. Não vêem nossos pontos de vista… Não vêem como baixam nossas ações na Bolsa…

Enquanto isso sobem os homens pelo sistema solar… Deixam pegadas de sapatos na Lua… Tudo luta por mudanças, menos os velhos sistemas… A vida dos velhos sistemas nasceu de imensas teias de aranha medievais… Teias de aranha mais duras do que os ferros das máquinas… No entanto, há gente que acredita numa mudança, que tem posto em prática a mudança, que tem feito triunfar a mudança, que tem feito florescer a mudança… Caramba!… A primavera é inexorável!

Pablo Neruda – Confesso que vivi

Elogio ao Revolucionário ( Bertold Brecht )

Quando aumenta a repressão, muitos desanimam.
Mas a coragem dele aumenta.
Organiza sua luta pelo salário, pelo pão
e pela conquista do poder.

Interroga a propriedade:
De onde vens?
Pergunta a cada idéia:
Serves a quem?
Ali onde todos calam, ele fala
E onde reina a opressão e se acusa o destino,
ele cita os nomes.
À mesa onde ele se senta
se senta a insatisfação.
À comida sabe mal e a sala se torna estreita.
Aonde o vai a revolta
e de onde o expulsam
persiste a agitação.

Estratégia e Tática da Revolução Brasileira

Download

Socialismo, Balanço e Perspectivas

Download

TESE - Capitalismo hoje.

Download

Normas do XIV Congresso

Download

Unidade Classista

CARTA DE PRINCÍPIOS

A Unidade Classista é uma organização sindical dos comunistas. Congrega militantes do PCB, simpatizantes, amigos, trabalhadores e sindicalistas que concordam com o programa da Unidade Classista. A UC é ligada, politicamente, ao PCB.

A Unidade Classista tem por princípio a emancipação dos trabalhadores com a superação do modo de produção capitalista e a construção de uma sociedade sem explorados, nem exploradores. Para a UC, o objetivo de classe dos trabalhadores é o socialismo. Para a consecução de seus objetivos, a organização dos trabalhadores deve ser balizada pela independência de classe. Apenas preservando a independência de classe, os trabalhadores podem ter intervenção efetiva na conjuntura e na vida social.

A Unidade Classista luta pela preservação da memória dos trabalhadores do Brasil e do mundo. Conhecer a experiência de luta e de organização dos trabalhadores em seus erros e acertos, vitórias e derrotas, é fundamental para atuação da classe trabalhadora no presente.

A Unidade Classista é internacionalista e desenvolve solidariedade ativa à luta dos trabalhadores em todos os países. Promove intercâmbios, divulga as ações, participa de eventos internacionais e apóia ações unitárias como greves de solidariedade etc. Participa de organizações internacionais de trabalhadores, especialmente, da Federação Sindical Mundial.

A Unidade Classista entende que as lutas econômicas são a escola de luta do proletariado. Apóia todas as lutas dos trabalhadores por emprego, salário e melhores condições de trabalho. Entende também que as lutas econômicas isoladas dos objetivos estratégicos são insuficientes para a construção da independência de classe.

A Unidade Classista trabalha pela unidade dos trabalhadores do campo e da cidade, do setor público e do setor privado. Para a UC, a luta dos trabalhadores empregados é a luta dos trabalhadores desempregados, precários e terceirizados. A unidade de classe é a arma contra a divisão imposta pelo capital.

A Unidade Classista luta pela mais ampla liberdade de organização dos trabalhadores, por local de trabalho, em sindicatos e em centrais sindicais nacionais. Defende a unidade dos trabalhadores, sendo contrária ao pluralismo sindical e à fragmentação sindical em categorias diferenciadas. A forma mais avançada de organização sindical, que garante a unidade de ação dos trabalhadores, é o sindicato por ramo de atividade.

A Unidade Classista defende os trabalhadores em sua luta. Enfrenta a repressão nas empresas e nas ruas. A solidariedade de classe se dá na luta contra a criminalização do movimento operário, popular e no apoio político e material aos perseguidos pelo capital.

A Unidade Classista pugna por um sindicalismo classista, combativo, unitário e democrático. O movimento sindical representa a classe em seus interesses imediatos e gerais. Representa o conjunto dos trabalhadores, independente de crença, raça, gênero, opção sexual e filiação política.

A Unidade Classista entende que é tarefa da classe trabalhadora a luta contra o racismo, contra a discriminação de gênero e opção sexual. A preservação do meio ambiente e da saúde dos que trabalham é parte integrante do repertório de lutas da classe.

ORGANIZAÇÃO

A Unidade Classista se organiza por ramo de atividade, por região, por estado e em todo o país. O Encontro Nacional da UC elabora a Carta de Princípios, as formas de organização e o plano de ação da UC. O Encontro é constituído por delegados eleitos nos Encontros Regionais e de Base, na proporção de 1 delegado por cada 10 participantes nos Encontros de Base.

Os Encontros Nacional, Estaduais e de Base elegem Coordenações Nacional, Estadual e de Base. As Coordenações terão um responsável por finanças, um responsável pelo boletim da UC e um responsável pela formação política e sindical. As Coordenações mantêm a Sede da UC no Estado e na região.

O plano de ação da UC contempla as lutas mais importantes, como datas-base, campanhas salariais, jornadas contra o desemprego etc, eleições sindicais, congressos e as atividades internas da UC, como seminários, cursos etc.

Os trabalhadores participantes da UC contribuem, semestralmente, com uma quota de R$ 20,00, dividida, proporcionalmente, pelas Coordenações de Base, Estadual e Regional. A primeira quotização será, integralmente, revertida para a Coordenação Nacional da UC.

A Coordenação Nacional da UC publicará um Boletim mensal e manterá uma página da Internet. A Sede da Coordenação da UC será em SP.

UJC

A UJC, fundada em 1° de Agosto de 1927, é hoje a organização jovem de esquerda mais antiga no Brasil. Em seus 80 anos, sempre se apresentou para as lutas de nossa juventude e de nosso povo, presente em suas principais batalhas, assim como o PCB, partido a qual mantém ligação política e ideológica, sendo sua juventude.

A UJC é organização de ideologia marxista-leninista que reúne jovens comunistas com o objetivo de transformação revolucionária de nossa realidade. Atua em todo o território nacional e mantém relações com organizações similares de diversos outros países. Nossa luta é pela construção do socialismo, na perspectiva do comunismo.

E para realizarmos nosso objetivo atuamos em três frentes: o movimento estudantil, o movimento cultural e com os jovens trabalhadores. Se você também é jovem e deseja atuar na transformação revolucionária do mundo em que vivemos, não perca tempo, entre em contato!

Honduras

Carta aberta ao Consulado de Honduras e ao Povo Hondurenho



É com o sentimento de indignação que nós, organizações e movimentos sociais, sindicais e estudantis abaixo assinados, recebemos a notícia de que o povo hondurenho sofreu um golpe militar a partir do seqüestro do seu Presidente Manuel Zelaya na madrugada do último dia 28.

Repudiamos veementemente tal ato, pois atenta contra o processo democrático em curso naquele país, construído à custa de muitas lutas sociais e populares por trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, que na edificação da democracia Hondurenha tombaram e tiveram suas vidas ceifadas.

O povo latino-americano vem assistindo e participando do processo de reconhecimento dos seus direitos e, junto com as organizações sociais, sindicais e estudantis, vem construindo processo internacional e continental de solidariedade. Em decisão soberana, a população hondurenha iria ratificar através de plebiscito a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Como resposta a esse processo popular, essas oligarquias golpearam duramente tal processo democrático em curso, tentando imobilizar o povo.

Esse golpe de estado reacende nossa memória sobre as décadas de ditadura iniciada na década de 60 em toda América Latina, recordando-nos a permanente intervenção de outras países no continente, principalmente dos EUA. É essa memória de lutas e resistência que nos leva a reforçar e apoiar a luta do povo Hondurenho e exigir:

1. A volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país;
2. O restabelecimento da ordem constitucional, sem o derramamento de sangue e sem repressão à população, que exige o retorno da democracia;
3. Que seja respeitada a integridade física das lideranças sociais;
4. Que as autoridades garantam em pleno exercício democrático a consulta popular, como forma de livre expressão;

Reafirmamos nossa solidariedade ao povo hondurenho, ao presidente Manuel Zelaya e às organizações e movimentos sociais que levam a cabo - e seguirão levando - as decisões soberanas do povo hondurenho e condenamos veementemente essa ação antidemocrática.

Pela autodeterminação dos Povos!

Rio de Janeiro, 2 de julho de 2009

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
Casa da América Latina

Morena - Círculos Bolivarianos

Manifesto Comunista

Arquivo do Word

Download

Teses sobre Feuerbach

Arquivo do Word

Download

Programa do PCB- Março 2009

O Racha (1992)

http://www.youtube.com/watch?v=QoQEly_K44c

FDIM – Federação Democrática Internacional de Mulheres.

Mercedes
Coletivo Ana Montenegro

Quito, a capital equatoriana sediou, entre os dias 29 e 31 de maio, a 5ª Conferência Internacional de Mulheres da América Latina e do Caribe, que debateu a situação regional sob o lema "Unidas pela integração de nossa América".O comitê equatoriano que preparou o evento, foi organizado pela Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM). Lá se debateu o quanto se faz necessário e até imprescindível , a projeção, a divulgação e a reflexão sobre o desempenho das organizações feministas no continente latino-americano.As delegadas que participaram da Conferência, analisaram o papel do Estado a partir da visão feminina, a integração e a solidariedade internacional. Além disso, foi discutido pelas participantes do evento, as possibilidades de se construir o "Socialismo Feminista no século XXI", bem como a resistência e a luta das mulheres em diferentes situações na sociedade capitalista que impede o desempenho feminino em todas as suas atividades.
O PCB – Partido Comunista Brasileiro esteve muito bem representado pela camarada Mercedes, (São Paulo), também coordenadora do Coletivo de Mulheres Ana Montenegro.

Intersindical.

PRA ENFRENTAR O CAPITAL,FORTALECER A INTERSINDICAL!
PRA CONSTRUIR GREVE GERAL, AQUI ESTÁ A INTERSINDICAL!

Foram com essas palavras de ordem que mais de 500 companheiros, de 40 categorias representando 14 estados mais o DF, abriram e encerraram a Plenária Nacional da Intersindical que aconteceu nos dias 25 e 26 de abril.

Durante esses dois dias, uma leitura densa e apurada da conjuntura, do momento da crise, do movimento do Capital contra a classe trabalhadora.

Além disso, a consolidação de nosso instrumento de organização e luta da classe trabalhadora. Reuniões envolvendo todas as regiões presentes: Sudeste, Sul, Norte e Nordeste e Centro-Oeste. Mais de 10 ramos de atividade reunidos para construir uma política nacional de organização e enfrentamento contra os ataques do Capital e de seu Estado.

Nos colocamos mais desafios. Ir além da necessária resistência contra os ataques dos patrões que seguem demitindo e tentam impor a redução de direitos e salários. Além da luta contra as medidas do governo Lula que para proteger o Capital vai retomar a agenda das reformas para eliminação dos direitos, diminuir os gastos públicos na saúde, educação, previdência, moradia e reforma agrária, congelar o salário do funcionalismo público.

No processo de organização e luta para enfrentar os ataques dos patrões e dos governos, vamos acumular forças , para saltar da resistência e avançar contra esse sistema que sobrevive a partir da exploração da classe trabalhadora.

Avançar na organização a partir de onde nossa classe se encontra. Nos locais de trabalho formais e informais, precarizados, empregados e desempregados, nos locais de moradia e estudo. Esse é o necessário salto de qualidade nos reconhecer como classe trabalhadora e no processo de resistência avançar na construção de uma nova sociedade socialista, não como horizonte que não se alcança, mas como necessidade da humanidade.

Como mobilização para o próximo período vamos organizar os debates de lançamento da nossa 2◦ publicação: “ Crise, a Classe no olho do Furacão”. A revista será um instrumento para ir além das analises superficiais e também nos ajudará na organização das lutas do período.

Todas as regiões saíram do Encontro com datas para realização do lançamento da revista em seus estados e datas indicativas das Plenárias estaduais da Intersindical.

Vamos estar ativos na construção da Jornada Nacional de Lutas no mês de junho. Dos dias 02 a 07 de junho vamos realizar paralisações, bloqueios de estradas, marchas, com o objetivo central de parar a produção e circulação de mercadorias. Essa jornada terá o esforço da Intersindical para que seja uma mobilização de fato unitária com todas as organizações do movimento sindical e popular que não se renderam ao pacto com o Capital e seu Estado.
Definimos também nacionalizar as campanhas salariais do próximo período. Fazer de cada luta localizada nas regiões e categorias, uma luta nacional por aumento salarial, em defesa do emprego salários e direitos.

E por fim afirmamos a ampliação da Intersindical como um instrumento nacional de organização e luta da classe trabalhadora. O instrumento que construímos a partir de 2006, que não se furtará a agir nas contradições existentes hoje no movimento sindical.

Não nos pautaremos pela disputa institucional, pela formação burocratizada de uma nova central descolada da classe. No encerramento desse ciclo estamos inscritos para não cometer os velhos erros. Não basta criar algo que na aparência se coloque como o novo sendo carregado dos velhos e errados conteúdos do passado recente.

A Intersindical continua sendo o espaço dos sindicatos, oposições e coletivos que já romperam com a CUT, dos sindicatos independentes e daqueles que embora filiados à central não compactuam com sua política de parceria com os patrões e o governo.

Encerramos nosso belíssimo encontro com a alegria de estarmos juntos, dispostos a ser parte ativa dessa etapa da luta de classes. Contribuir para construção do reascenso da luta da classe trabalhadora que em movimento contra o capital poderá avançar nas ações cotidianas rumo a uma nova sociedade socialista.

Estudantil

Movimento “A Hora É Essa” denuncia

fraude e golpe nas eleições da USP para o CONUNE 2009

Nesse ano de 2009, o movimento “A Hora é Essa” dedicou esforços para a participação nos congressos da UEE/SP e UNE (respectivamente CONUEE e CONUNE) sob a perspectiva da retomada de legitimidade das entidades históricas dos estudantes desde a base do movimento, condição para a efetiva unificação das políticas elaboradas na Universidade de São Paulo aos níveis estadual e nacional.

Nossa perspectiva para o CONUEE era a de uma intervenção massiva e propositiva, trazendo desde os Centros Acadêmicos e DCE´s que ajudamos a construir o conjunto do debate, aspirações e reivindicações do movimento real e cotidiano dos estudantes, o que significaria considerável aporte de legitimidade nas desgastadas UEE/SP e UNE.

Infelizmente, o que se verificou é que as forças que controlam as entidades, aliadas com outras com pouca ou nenhuma representatividade, buscam manter suas posições de qualquer maneira, abandonando a perspectiva da potilização com os estudantes.

Da tiragem de delegados ao CONUEE e CONUNE NA USP

Na USP, o processo se iniciou com a formação da comissão eleitoral da USP (a comissão de dez) em que uma parte desproporcional da condução do processo foi feita pelas forças do PSOL. Numa atitude golpista, a postura adotada pelo PSOL na comissão da USP que, com 4 votos na comissão de 10, foi operar o esfacelamento do processo desde o primeiro dia.

A intenção de interrupção do processo apareceu já no primeiro dia de eleições, quando a USP acordou invadida pela tropa de choque. A reitora Suely Vilela deu cabo a uma “reintegração de posse” devido ao piquete dos funcionários, com o argumento da ameaça de invasão da reitoria. Este quadro, muito grave, acelerou um processo de construção de greve, até então bastante esvaziado. Em verdade, esse argumento tentava ocultar o fato de nenhuma das chapas que disputavam o processo, à exceção da nossa, estar preparada para debater com os estudantes a respeito das eleições e da Reforma Universitária.

O PSOL boicota o processo e reivindica a maioria da comissão eleitoral!

Assim, no terceiro dia eleitoral, depois de que parte das forças do PSOL já haviam se retirado na prática das eleições, o coletivo do PSOL chamado APS, que se denomina no movimento estudantil como Contraponto, que reivindicou sem procuração a representação das outras 3 forças do PSOL ausentes (MES/Romper o Dia, SR, Domínio Público/Rosa do Povo) e iniciou a interrupção do processo eleitoral, a despeito da proibição regimental de fechamento da central eleitoral no meio do processo eleitoral – que colocava pena de impugnação à chapa que se recusasse a abrir a central eleitoral.

A UJS e DS/PT, atual direção majoritária da UNE, numa clara movimentação oportunista, concretizaram a proposta do PSOL. Ironicamente, essas são também os menores coletivos do movimento estudantil da USP, que não possuem participação no movimento dos estudantes. Talvez este tipo de prática seja recorrente.

Mesmo em situação minoritária e desfavorável, mantemos a posição da continuidade do processo. Isto é, para nós, não há oposição entre a realização do processo de eleições de delegados para os congressos e as mobilizações dos estudantes. Pelo contrário, nosso entendimento, orientado pelo engajamento e protagonismo do conjunto dos estudantes na política, visava justamente levar às entidades gerais a vida do movimento real, pautando nelas o debate sobre as movimentações e lutas em curso.

Infelizmente, tal entendimento não está presente nas demais correntes do movimento, que operam uma clara separação entre movimento, de um lado, e entidades estudantis, de outro. Por isso, rasgaram – literalmente – o regimento das eleições durante a noite do 3º dia de eleições, o mesmo que ajudaram a construir e pararam um processo legítimo com o argumento da existência da greve (greve esta que foi deliberada no dia seguinte a noite).

UJS e PSOL acordam para trazerem mesários de fora para ajudar nas eleições!

Apesar da truculenta oposição à realização do processo, que impedia a abertura de urnas e barrava o funcionamento da central eleitoral, muitos estudantes votaram. No campus de Ribeirão Preto, mais de 1000 alunos participaram do processo, na Biologia mais de um terço dos alunos votaram, além de votação no IME, FFLCH, Direito, São Carlos etc.

Naquele momento, reivindicamos a participação da USP com pelo menos com os delegados dos campi em que a greve não tivesse sido deflagrada, ou nos lugares em que num suposta eleição por campi, o quorum já tivesse sido atingido, respeitando a realidade local dos estudantes. Tendo em vista que o regimento das eleições da USP já havia sido rasgado, alegamos a possibilidade de nos adequarmos ao regimento do CONUNE, que permitia as eleições por campus. Nessa lógica, apenas o campus de Ribeirão Preto poderia continuar o processo eleitoral. Isso garantiria, para nós, a participação da USP no Congresso Estadual e a legitimidade dos votos dos estudantes de Ribeirão Preto, que estavam engajado massivamente no processo. Nossa proposta foi aceita com outra movimentação já em vista.

Assim, UJS, PSOL e DS, em reunião da comissão eleitoral votaram então pela impugnação do processo eleitoral da USP em todos os campi senão Ribeirão Preto. A intenção descabida dessa proposta, injustificável do ponto de vista do estudante que havia depositado seu voto para participação de delegados da USP nos congressos, ficou clara quando a APS/Contraponto apresentou a proposta de retomada do processo eleitoral na semana de 22 de junho, na qual a eleição pudesse ser feita por outros que estudantes não fossem da USP, retomando uma proposta da UJS, anteriormente rechaçada por todos.

Tal movimentação busca ingressar artificialmente no movimento da USP, reproduzindo a lógica dos outros trabalhos que eles executam, ou seja, através da lógica da estrutura, finanças e aparelhos. Nunca houve na USP qualquer processo que permitisse a participação de não-estudantes da universidade, seja em eleições para CA´s, DCE ou congressos. A APS/Contraponto jogou essa história no lixo e deve ser cobrada por terem destruído, junto com a UJS e a DS/PT, o movimento que eles ajudaram a construir durante a última década na USP.

Depois de apuradas as urnas, quando a chapa A Hora é Essa obteve 70% dos votos em Ribeirão Preto, fraude em urna e a impugnação do processo!!!

Para completar, a apuração das urnas de Ribeirão Preto. Todas as urnas encontravam-se em conformidade, à exceção de uma (FEA/Ribeirão), onde a DS/PT realizou campanha, obtendo votação muito acima da média histórica dessa unidade (mais que o dobro de votos). Havia disparidade maior que 5% entre o número de votantes (assinaturas) e cédulas na urna, ocorrência que, de acordo com o regimento das eleições uspianas, significa impugnação automática da urna.

Novamente, PSOL, UJS e DS/PT, para não romper bloco que havia se constituído para rasgar o regimento e desconstruir a legitimidade do movimento estudantil da USP, apresentaram a proposta-ameaça de que o conjunto do processo seria revisto (mesmo depois de apurado) se não fosse apurada a urna irregular.

Neste momento, o coletivo “A Hora é Essa” resolveu por bem não jogar fora a construção de toda a sua legitimidade entre os estudantes. Posto que não nos interessava retalhar o movimento estudantil, segundo a lógica do acordo e nos retiramos do processo. Após nossa retirada, UJS, DS/PT e PSOL concretizaram seu objetivo: todo o processo da USP foi impugnado.

Da retomada do processo impugnado para forçar o quorum!

Para nossa surpresa, o mesmo bloco retoma as eleições na semana de 22 a 26 de junho, em situação que lhes é ideal: os estudantes estão ou em greve, ou em semana final de provas ou de férias. Sem o protagonismo dos estudantes e suas entidades nas eleições, não há ninguém para “atrapalhar”. Levam a cabo, então, uma eleição clandestina Só para ilustrar, a central eleitoral funciona na casa de um dos membros da chapa 'Oposição de Esquerda' (PSOL).

Isso se torna ainda mais surpreendente quando lembramos do processo eleitoral do DCE da USP 2008/2009 que, com o arrombamento consumado da central eleitoral de Ribeirão Preto e a inconsistência da prestação de contas da chapa vencedora, o PSOL se colocou a favor da legitimação do processo sob o argumento de evitar o desgaste da entidade com os estudantes. Mas, neste momento, impugna eleições legítimas e sem fraude: a orientação está balizada unicamente por seus interesses particulares.

Mas isto não basta. Para essa semana, em processo “fantasma”, o PSOL, representado pela APS/Contraponto, em conjunto com a UJS e DS (ala majoritária da UNE) fecharam um acordo espúrio: os votos das eleições passadas serão computados para o quorum dessa eleição-fraude, mesmo depois de tudo ser impugnado, mas que não seriam apurados. A manobra é clara: isolados que estão do movimento estudantil da USP, essas forças sabem que a maioria dos votos das eleições não significava a adesão à suas chapas, mas que, para que seja validada as eleições da USP, cujo quorum é de 2800 alunos, serão necessários os mais de 1600 votos que eles impugnaram, mesmo que para outras chapas! Aproveitaram sua situação na UNE para retalhar o movimento estudantil da USP. Com esta manobra, apurando apenas os votos em seu favor, as eleições simplesmente têm o seu resultado invertido: chapas inexpressivas saem como vitoriosas no movimento estudantil da USP. Estamos ao lado dos estudantes dizendo: isso tem que acabar!

Quanto a nós, continuamos intervindo no movimento estudantil com vistas ao protagonismo dos estudantes. Isso significa que continuamos construindo a alternativa legítima do movimento, a movimentação dos estudantes desde a base, a retomada do debate político e ideológico, motivo pelo qual não agiremos dentro da lógica do golpe e da troca de favores e influência. Os atuais acontecimentos só reforçam nossa convicção que futuramente, será essa a alternativa política que voltará a valorizar a histórica entidade dos estudantes.

Movimento A Hora é Essa!

Ousar Lutar, Ousar vencer!

DIGA NÃO À FRAUDE NAS ELEIÇÕES PARA O CONUNE. NÃO VOTE.