sexta-feira, 23 de maio de 2014

Viva o cinquentenário das FARC-EP



As comemorações pelo aniversário de 50 anos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –Exército do Povo (FARC-EP) coincidem com um momento em que ocorrem os Diálogos de Havana, em que a insurgência e o governo colombiano buscam caminhos para uma solução política para o conflito militar e social que marca esse país desde muito antes da constituição formal da guerrilha.
Surgiu como consequência da necessidade, muitos anos antes, que os camponeses colombianos tiveram de criar organizações de autodefesa armada, para enfrentar a violência dos latifundiários e da oligarquia colombiana na defesa de suas famílias, seus lares e suas pequenas lavouras que garantiam o seu sustento. Surgiu na esteira do assassinato do líder da luta contra os conservadores,o liberal Jorge Eliézer Gaitán e a consequente grande revolta popular que ficou conhecida como El Bogotazo, em 1948.
Na primeira década do presente século, o imperialismo e a oligarquia a seu serviço coincidiram em montar contra as FARC um aparato militar sem precedentes em nosso continente. Haviam resolvido exterminar a insurgência a qualquer custo e fazer da Colômbia um bunker militar na região, para exercer papel semelhante ao que Israel desempenha no Oriente Médio e seu entorno.
As Forças Armadas colombianas chegaram a um contingente de 400 mil efetivos; os Estados Unidos instalaram sete bases militares no país e o transformaram num dos principais destinos da “ajuda militar” norte-americana. O estado terrorista colombiano criou e armou bandos paramilitares, assessorou-se de agentes da Cia e do Mossad. Foram assassinados centenas de militantes dos movimentos sociais, expulsos de suas terras dezenas de milhares de camponeses. Até hoje, são mantidos 9.500 presos políticos no país.
Mas esse macabro plano do imperialismo fracassou. As FARC sobreviveram. Apesar de algumas perdas significativas, como a morte natural do Comandante Manuel Marulanda Vélez, o covarde assassinato de Raul Reys e as perdas em combate dos comandantes Jacobo Arenas, Ivan Rios, Alfonso Cano, Jorge Briceño e de centenas de heroicos guerrilheiros e guerrilheiras, a insurgência não se abateu. Resistiu de forma organizada e impôs duras baixas aos inimigos, mostrando se tratar de uma organização enraizada na massa, firme ideologicamente e com direção política coletiva. Entre perdas e ganhos em duras batalhas, mantém-se invicta na guerra.
O fato de o estado colombiano procurar sentar-se à mesa, em Havana, com uma delegação oficial das FARC significa o reconhecimento de sua força e da impossibilidade de resolver o conflito pela via militar. Em toda a história – e o Vietnã é o maior exemplo – o imperialismo e a burguesia só negociam com os que não se deixam derrotar.
Com o advento dos diálogos, as FARC se transformaram em porta-voz da pauta dos trabalhadores e proletários colombianos, o que contribuiu para o ressurgimento e crescimento do movimento de massas mais expressivo da história da Colômbia, quiçá da América Latina. O imperialismo e as oligarquias colombianas, ao que parece, fizeram um cálculo errado, achando que a guerrilha estava derrotada e a ponto de depor suas armas. Achavam que conseguiriam uma paz rápida e sem custos sociais, econômicos e políticos. E que depois exterminariam os insurgentes e militantes políticos e sociais, como fizeram nos anos 80, no genocídio da União Patriótica, quando o estado burguês traiu o acordo de paz que havia firmado.
A vitória do povo colombiano, no rumo ao socialismo, não depende do resultado eleitoral deste dia 25 de maio, mas da manutenção da capacidade de resistência das guerrilhas e da organização e do protagonismo das massas populares.
O PCB tem militado no apoio internacionalista à luta do povo colombiano, por entender que nesse país se joga uma batalha decisiva contra o imperialismo e pelo futuro da América Latina.
Ivan Pinheiro
Secretário Geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e membro da Presidência Coletiva do MCB (Movimento Continental Bolivariano)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Viva o dia Internacional do Trabalhador!


Trabalhadores(as)
O 1º de maio é o dia que a classe trabalhadora presta homenagens aos trabalhadores mortos em Chicago, no sangrento maio de 1886. É também o dia que homenageamos as heroicas lutas, vitórias e conquistas do movimento operário na luta de classes contra o capital e os crimes do imperialismo. É o dia que reafirmamos nossa decisão de seguir lutando nas batalhas do presente e do futuro, de seguir até a vitória final.
Para a Unidade Classista, este dia é um símbolo da luta da classe trabalhadora pela abolição da exploração do homem pelo homem, é um dia que nos convida a empunhar com mais força a bandeira pela unidade de nossa classe, e pela refundição dos movimentos dos trabalhadores com os movimentos populares, para criar condições de um contra-ataque que possa dar fim a situação atual.
Hoje em dia existem todas as condições para que todos nós tenhamos empregos e salários decentes, menos horas de trabalho e mais horas de tempo livre para outros afazeres necessários ao pleno desenvolvimento humano. Porém, o que vivemos é a perpétua ansiedade e insegurança pelo desemprego, o trabalho mal pago, o adoecimento e o empobrecimento.
O problema que nos tortura é o fato de que a riqueza gerada por milhões/ bilhões de trabalhadores e trabalhadoras, é apropriada por um punhado de capitalistas, ou seja, é o fato de que a produção não está voltada as necessidades do povo trabalhador, e sim, para o aumento da rentabilidade dos grandes grupos empresárias, dos grandes monopólios capitalistas.
Os gestores de plantão dos Estados burgueses, governos das mais variadas matizes, continuam oferecendo tremendos aumentos nos lucros e privilégios dos grupos monopolistas, dizendo ser esta a condição para superar a crise atual. Estes governos na verdade golpeiam a imensa maioria do povo, das classes trabalhadoras das cidades e dos campos.
No movimento sindical mundial, hoje largamente hegemonizado pelas orientações da Central Sindical Internacional (C.S.I.), no Brasil pela CUT, Força Sindical e suas sócias menores, campeiam o velho e o novo sindicalismo governamental-patronal, que ajudam a propagar o engodo de que somos afetados pelo resultado de uma má gestão dos governos, seriam apenas distorções no sistema.
Rechacemos este sindicalismo pelego que todos os dias nos submete às pretensões da burguesia. Denunciemos os sindicalistas traidores que se converteram nos melhores vendedores da exploração e ávidos partidários da competitividade, que vão semeando em cada lugar de trabalho, o corporativismo, o conformismo, a frustração e o derrotismo.
Este mesmo sindicalismo quer nos manter na obscuridade. De sua boca nada sai sobre a causa real, o único culpado pela destruição de milhões de vidas: o capitalismo, o caminho capitalista de desenvolvimento, os monopólios. Um sistema econômico-social apodrecido e caduco onde as crises vão e vem, e se aprofundam, este sim, o único culpado pela destruição de milhões de vidas.
Temos que derrotar o velho e o novo peleguismo, que tem como bandeira a colaboração de classes. Estes são os melhores e mais fiéis servidores dos patrões, para poderem multiplicar seus lucros sem obstáculos. O caminho para esta empreitada passa pela necessária organização das lutas nos locais de trabalho e nos sectores de produção, como nos mostraram as recentes lutas dos Garis da cidade do Rio de Janeiro, dos operários das obras do COMPERJ, dos trabalhadores do transporte da cidade de Porto Alegre, dentre outras.
Por isto, conclamamos aos companheiros e companheiras, de classe e de luta, que no próximo primeiro de maio, Dia do Trabalhador (e não do Trabalho, como a burguesia tenta se apoderar da data, para esvaziar de seu conteúdo de classe), enviemos uma sonora mensagem ao patronato, aos seus governos e ao sindicalismo pelego: Nos manteremos de pé e marchando, inflexíveis e incansáveis na defesa de nossos direitos, por nossas vidas, e por um futuro digno para nossos jovens e nossos filhos.
Gritemos em alto e bom som: Somos a classe que produz a riqueza!
Sem nossas forças físicas e intelectuais não se move nenhuma engrenagem no mundo. Para além dos fenômenos físicos o que move o mundo é o suor de nosso duro trabalho. Sem nós, a classe proletária, não pode haver riqueza. Porém, sem os capitalistas, que são um punhado de parasitas, pode haver.
Convertamo-nos em amos da riqueza produzida!
Lutemos por viver em um mundo onde nossas expectativas de trabalho e vida, se correspondam. Um mundo que não seja entremeado por guerras, pelo desemprego, pela insegurança. Onde se possa viver em paz, sem a propriedade privada dos meios de produção, sem a opressão e a brutalidade do sistema capitalista que vivemos.
Nos esforcemos pela reconstrução, em bases classistas, do movimento operário e sindical.
Somos a classe do presente o do futuro !
Sabemos que não estamos sós, e temos como aliados as forças populares.
Preparemos o caminho para um futuro socialista.
Viva a classe trabalhadora mundial !
Viva o 1º de maio !
UNIDADE CLASSISTA

Sarau Carolina