terça-feira, 7 de julho de 2009

Estudantil

Movimento “A Hora É Essa” denuncia

fraude e golpe nas eleições da USP para o CONUNE 2009

Nesse ano de 2009, o movimento “A Hora é Essa” dedicou esforços para a participação nos congressos da UEE/SP e UNE (respectivamente CONUEE e CONUNE) sob a perspectiva da retomada de legitimidade das entidades históricas dos estudantes desde a base do movimento, condição para a efetiva unificação das políticas elaboradas na Universidade de São Paulo aos níveis estadual e nacional.

Nossa perspectiva para o CONUEE era a de uma intervenção massiva e propositiva, trazendo desde os Centros Acadêmicos e DCE´s que ajudamos a construir o conjunto do debate, aspirações e reivindicações do movimento real e cotidiano dos estudantes, o que significaria considerável aporte de legitimidade nas desgastadas UEE/SP e UNE.

Infelizmente, o que se verificou é que as forças que controlam as entidades, aliadas com outras com pouca ou nenhuma representatividade, buscam manter suas posições de qualquer maneira, abandonando a perspectiva da potilização com os estudantes.

Da tiragem de delegados ao CONUEE e CONUNE NA USP

Na USP, o processo se iniciou com a formação da comissão eleitoral da USP (a comissão de dez) em que uma parte desproporcional da condução do processo foi feita pelas forças do PSOL. Numa atitude golpista, a postura adotada pelo PSOL na comissão da USP que, com 4 votos na comissão de 10, foi operar o esfacelamento do processo desde o primeiro dia.

A intenção de interrupção do processo apareceu já no primeiro dia de eleições, quando a USP acordou invadida pela tropa de choque. A reitora Suely Vilela deu cabo a uma “reintegração de posse” devido ao piquete dos funcionários, com o argumento da ameaça de invasão da reitoria. Este quadro, muito grave, acelerou um processo de construção de greve, até então bastante esvaziado. Em verdade, esse argumento tentava ocultar o fato de nenhuma das chapas que disputavam o processo, à exceção da nossa, estar preparada para debater com os estudantes a respeito das eleições e da Reforma Universitária.

O PSOL boicota o processo e reivindica a maioria da comissão eleitoral!

Assim, no terceiro dia eleitoral, depois de que parte das forças do PSOL já haviam se retirado na prática das eleições, o coletivo do PSOL chamado APS, que se denomina no movimento estudantil como Contraponto, que reivindicou sem procuração a representação das outras 3 forças do PSOL ausentes (MES/Romper o Dia, SR, Domínio Público/Rosa do Povo) e iniciou a interrupção do processo eleitoral, a despeito da proibição regimental de fechamento da central eleitoral no meio do processo eleitoral – que colocava pena de impugnação à chapa que se recusasse a abrir a central eleitoral.

A UJS e DS/PT, atual direção majoritária da UNE, numa clara movimentação oportunista, concretizaram a proposta do PSOL. Ironicamente, essas são também os menores coletivos do movimento estudantil da USP, que não possuem participação no movimento dos estudantes. Talvez este tipo de prática seja recorrente.

Mesmo em situação minoritária e desfavorável, mantemos a posição da continuidade do processo. Isto é, para nós, não há oposição entre a realização do processo de eleições de delegados para os congressos e as mobilizações dos estudantes. Pelo contrário, nosso entendimento, orientado pelo engajamento e protagonismo do conjunto dos estudantes na política, visava justamente levar às entidades gerais a vida do movimento real, pautando nelas o debate sobre as movimentações e lutas em curso.

Infelizmente, tal entendimento não está presente nas demais correntes do movimento, que operam uma clara separação entre movimento, de um lado, e entidades estudantis, de outro. Por isso, rasgaram – literalmente – o regimento das eleições durante a noite do 3º dia de eleições, o mesmo que ajudaram a construir e pararam um processo legítimo com o argumento da existência da greve (greve esta que foi deliberada no dia seguinte a noite).

UJS e PSOL acordam para trazerem mesários de fora para ajudar nas eleições!

Apesar da truculenta oposição à realização do processo, que impedia a abertura de urnas e barrava o funcionamento da central eleitoral, muitos estudantes votaram. No campus de Ribeirão Preto, mais de 1000 alunos participaram do processo, na Biologia mais de um terço dos alunos votaram, além de votação no IME, FFLCH, Direito, São Carlos etc.

Naquele momento, reivindicamos a participação da USP com pelo menos com os delegados dos campi em que a greve não tivesse sido deflagrada, ou nos lugares em que num suposta eleição por campi, o quorum já tivesse sido atingido, respeitando a realidade local dos estudantes. Tendo em vista que o regimento das eleições da USP já havia sido rasgado, alegamos a possibilidade de nos adequarmos ao regimento do CONUNE, que permitia as eleições por campus. Nessa lógica, apenas o campus de Ribeirão Preto poderia continuar o processo eleitoral. Isso garantiria, para nós, a participação da USP no Congresso Estadual e a legitimidade dos votos dos estudantes de Ribeirão Preto, que estavam engajado massivamente no processo. Nossa proposta foi aceita com outra movimentação já em vista.

Assim, UJS, PSOL e DS, em reunião da comissão eleitoral votaram então pela impugnação do processo eleitoral da USP em todos os campi senão Ribeirão Preto. A intenção descabida dessa proposta, injustificável do ponto de vista do estudante que havia depositado seu voto para participação de delegados da USP nos congressos, ficou clara quando a APS/Contraponto apresentou a proposta de retomada do processo eleitoral na semana de 22 de junho, na qual a eleição pudesse ser feita por outros que estudantes não fossem da USP, retomando uma proposta da UJS, anteriormente rechaçada por todos.

Tal movimentação busca ingressar artificialmente no movimento da USP, reproduzindo a lógica dos outros trabalhos que eles executam, ou seja, através da lógica da estrutura, finanças e aparelhos. Nunca houve na USP qualquer processo que permitisse a participação de não-estudantes da universidade, seja em eleições para CA´s, DCE ou congressos. A APS/Contraponto jogou essa história no lixo e deve ser cobrada por terem destruído, junto com a UJS e a DS/PT, o movimento que eles ajudaram a construir durante a última década na USP.

Depois de apuradas as urnas, quando a chapa A Hora é Essa obteve 70% dos votos em Ribeirão Preto, fraude em urna e a impugnação do processo!!!

Para completar, a apuração das urnas de Ribeirão Preto. Todas as urnas encontravam-se em conformidade, à exceção de uma (FEA/Ribeirão), onde a DS/PT realizou campanha, obtendo votação muito acima da média histórica dessa unidade (mais que o dobro de votos). Havia disparidade maior que 5% entre o número de votantes (assinaturas) e cédulas na urna, ocorrência que, de acordo com o regimento das eleições uspianas, significa impugnação automática da urna.

Novamente, PSOL, UJS e DS/PT, para não romper bloco que havia se constituído para rasgar o regimento e desconstruir a legitimidade do movimento estudantil da USP, apresentaram a proposta-ameaça de que o conjunto do processo seria revisto (mesmo depois de apurado) se não fosse apurada a urna irregular.

Neste momento, o coletivo “A Hora é Essa” resolveu por bem não jogar fora a construção de toda a sua legitimidade entre os estudantes. Posto que não nos interessava retalhar o movimento estudantil, segundo a lógica do acordo e nos retiramos do processo. Após nossa retirada, UJS, DS/PT e PSOL concretizaram seu objetivo: todo o processo da USP foi impugnado.

Da retomada do processo impugnado para forçar o quorum!

Para nossa surpresa, o mesmo bloco retoma as eleições na semana de 22 a 26 de junho, em situação que lhes é ideal: os estudantes estão ou em greve, ou em semana final de provas ou de férias. Sem o protagonismo dos estudantes e suas entidades nas eleições, não há ninguém para “atrapalhar”. Levam a cabo, então, uma eleição clandestina Só para ilustrar, a central eleitoral funciona na casa de um dos membros da chapa 'Oposição de Esquerda' (PSOL).

Isso se torna ainda mais surpreendente quando lembramos do processo eleitoral do DCE da USP 2008/2009 que, com o arrombamento consumado da central eleitoral de Ribeirão Preto e a inconsistência da prestação de contas da chapa vencedora, o PSOL se colocou a favor da legitimação do processo sob o argumento de evitar o desgaste da entidade com os estudantes. Mas, neste momento, impugna eleições legítimas e sem fraude: a orientação está balizada unicamente por seus interesses particulares.

Mas isto não basta. Para essa semana, em processo “fantasma”, o PSOL, representado pela APS/Contraponto, em conjunto com a UJS e DS (ala majoritária da UNE) fecharam um acordo espúrio: os votos das eleições passadas serão computados para o quorum dessa eleição-fraude, mesmo depois de tudo ser impugnado, mas que não seriam apurados. A manobra é clara: isolados que estão do movimento estudantil da USP, essas forças sabem que a maioria dos votos das eleições não significava a adesão à suas chapas, mas que, para que seja validada as eleições da USP, cujo quorum é de 2800 alunos, serão necessários os mais de 1600 votos que eles impugnaram, mesmo que para outras chapas! Aproveitaram sua situação na UNE para retalhar o movimento estudantil da USP. Com esta manobra, apurando apenas os votos em seu favor, as eleições simplesmente têm o seu resultado invertido: chapas inexpressivas saem como vitoriosas no movimento estudantil da USP. Estamos ao lado dos estudantes dizendo: isso tem que acabar!

Quanto a nós, continuamos intervindo no movimento estudantil com vistas ao protagonismo dos estudantes. Isso significa que continuamos construindo a alternativa legítima do movimento, a movimentação dos estudantes desde a base, a retomada do debate político e ideológico, motivo pelo qual não agiremos dentro da lógica do golpe e da troca de favores e influência. Os atuais acontecimentos só reforçam nossa convicção que futuramente, será essa a alternativa política que voltará a valorizar a histórica entidade dos estudantes.

Movimento A Hora é Essa!

Ousar Lutar, Ousar vencer!

DIGA NÃO À FRAUDE NAS ELEIÇÕES PARA O CONUNE. NÃO VOTE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário