quarta-feira, 24 de abril de 2013

TODOS À ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES EM GREVE 26/04 AS 14 HS VÃO LIVRE DO MASP



CONVOCAMOS OS PAIS, ALUNOS E TODA A SOCIEDADE PARA NOS AJUDAR NA LUTA EM DEFESA DE UM ENSINO PÚBLICO GRATUITO,LAICO ESTATAL E DE QUALIDADE PARA TODOS!





ESTAMOS EM GREVE POR:


→ Reposição salarial de 36,74% e complementação do reajuste referente
a 2012;

→ Pelo cumprimento da lei do piso: no mínimo 33% rumo aos 50% da jornada de trabalho para atividades de formação e preparação de aulas;

→ Dignidade na contratação, condições de trabalho e atendimento no IAMSPE para os professores da categoria O;

→ Fim da remoção ex-officio e da designação de professores das Escolas de Tempo Integral;

→ Regime de dedicação exclusiva para todos, por opção de cada professor (a);

→ Melhores condições de trabalho e políticas de prevenção às doenças profissionais;

→ Fim da lei das faltas médicas;

→ Fim dos descontos de faltas e licenças médicas para efeito de aposentadoria especial;

→ Fim das provinhas e avaliações excludentes;

→ Por um plano de carreira que atenda às necessidades do magistério;

→ Não à privatização do Hospital do Servidor Público;



ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES EM GREVE

Sexta, 26 de abril de 2013 as 14:00

Avenida Paulista - MASP

terça-feira, 23 de abril de 2013

Entrevista com o camarada Danto da UJC e da JCV

Hoje estivemos com o camarada Danto, militante da UJC em Foz do Iguaçu, onde atua na UNILA e constroi a luta dos jovens comunistas por lá. O camarada é também militante da Juventude Comunista da Venezuela e esse foi o foco da nossa conversa. Foi abordada a questão da conjuntura Venezuelana, a correlação de forças e as perspectivas de avanço ao socialismo nesse país.
essa entrevista foi muito importante e traz informações que nos permitem  avaliar corretamente a construção de um programa político revolucionário para o Brasil e apoiar corretamente o proletariado em suas diversas lutas na América Latina e no mundo.
Ousar lutar, ousar vencer!


segunda-feira, 15 de abril de 2013

A direita não sabe perder



Acostumada a levar o poder "na mão grande", a direita não sabe perder. É o que demonstra a ridícula postura do golpista Henrique Capriles na venezuela - golpista mesmo, em 2002 ele comandou ataques à embaixada de Cuba no país vizinho... No Olhar Comunista.

A apertada vitória de Nicolás Maduro na Venezuela parece ter reacendido a chama golpista do candidato derrotado, Henrique Capriles. Fora do figurino de democrata criado por marqueteiros de segunda e difundidos para todo o planeta por uma imprensa de terceira (a burguesa), o homem que em 202 comandava a ala golpista do país tentando invadir a Embaixada de Cuba em Caracas agora não reconhece sua segunda derrota eleitoral em menos de um ano.
Trata-se, como já era difundido mesmo antes da eleição de domingo, de mais um passo da direita raivosa contra a continuidade e necessário aprofundamento da revolução bolivariana rumo ao socialismo na Venezuela. Se os cães raivosos "latem", que os trabalhadores venezuelanos saibam "morder" no momento oportuno.

PCV ALERTA QUE A DIREITA TENTA CRIAR UM QUADRO QUE CONDUZA A UMA GUERRA CIVIL



imagemOscar Figuera, secretário geral do Partido Comunista da Venezuela PCV
Caracas, 15 abr. 2013, Tribuna Popular TP.- O Birô Político do Partido Comunista da Venezuela (PCV), junto à análise da jornada eleitoral vivida na Venezuela no dia de ontem, alertou o povo de que a direita fascista nacional e internacional, aliada ao imperialismo, tenta montar uma emboscada para o povo e o processo democrático, objetivando criar um quadro que nos conduza a uma Guerra Civil.
Assim manifestou Oscar Figuera, secretário geral do PCV, ao rechaçar a atitude assumida pela oposição de não reconhecer os resultados das eleições presidenciais.
“Queremos denunciar Guilhermo Aveledo, o candidato e toda equipe por tentarem criar uma armadilha para nosso povo e para o processo democrático venezuelano, da mesma forma como, em abril de 2002, foram parte das forças que insurgiram contra o estado de mudança e o processo democrático”, afirmou Figuera.
Para o PCV é importante que o povo venezuelano não perca de vista o caráter pseudodemocrático, o anseio golpista e a ação desestabilizadora em que se pauta hoje a oposição.
“É isso que vemos no fato de o candidato da oposição não reconhecer os resultados, ainda que saibam que esses são os resultados. Se 54% das máquinas foram auditadas e tudo está bem, com o aval de seus próprios fiscais, o que esperam conseguir com os 46% restantes?”, perguntou o dirigente comunista, manifestando ainda ser favorável que se auditem 100% das papeletas ou comprovantes do voto das venezuelanas e dos venezuelanos no sistema automatizado.
O Partido Comunista denunciou que a direita pró-imperialista tenta criar um ambiente de dúvida sobre os órgãos responsáveis pelos processos eleitorais e pela divulgação dos resultados, a fim de “gerar exasperação no povo”, enfatizou Oscar Figuera.
Figuera recordou que Guillermo Aveledo, dias atrás, afirmou que esperava que o governo respeitasse os resultados, “Ah, porém, esperam que o governo respeite os resultados, mas eles não estão dispostos a respeitá-los. Isso é parte dessa conduta pseudodemocrática, de golpistas disfarçados, conforme demonstraram em abril de 2002. São os mesmos atores, não são novos. O que existe é um grande nível de impunidade”.
O partido do Galo Vermelho manifestou que a oposição está jogando com o não reconhecimento definitivo dos resultados eleitorais. “Estão tentando colocar em prática um projeto conspirativo, desestabilizador, dirigido a criar condições que permitam colocar o país em uma confrontação fratricida aberta. Para isso, contam com a mão invisível e visível do imperialismo norte-americano e com os núcleos paramilitares semeados em nosso país pela direita venezuelana e internacional”, denunciou Figuera.
O Partido Comunista fez um chamado àqueles que votaram em Nicolás Maduro e pela oposição, “para que atuemos com a maturidade política que demanda o momento, rechaçando qualquer tipo de provocação e plano que esteja dirigido a produzir um quadro de confrontação, desestabilização e crise geral, que torne ingovernável a sociedade venezuelana”.
Acrescentou que “existem mecanismos e vias para que se torne cada vez mais transparente o resultado das eleições, com imensa participação de nosso povo. Para isso, não podemos permitir, enquanto povo, a manipulação, a provocação que tire o processo político venezuelano de seu desenvolvimento natural, favorecendo o avanço da oposição”, enfatizou Oscar Figuera.
O dirigente comunista informou que, frente à gravidade do momento, “na madrugada de hoje, alertamos nossos quadros dirigentes de todo o país a permanecerem alerta e ativos para impedir as atuações contrarrevolucionárias, reacionárias e a serviço do imperialismo, que busca criar um quadro que nos leve a uma guerra civil”.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

PCB SAÚDA VITÓRIA DE MADURO E REPUDIA MANOBRAS DA DIREITA E DO IMPERIALISMO



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(Nota Política do PCB)
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda o povo venezuelano pela correta decisão de seguir seu caminho revolucionário e anti-imperialista ao conceder a vitória eleitoral ao candidato Nicolás Maduro nesse último domingo (14 de abril).
Em meio ao cerco midiático internacional, às sabotagens do imperialismo e da direita venezuelana, mais uma vez o povo venezuelano demonstrou seu desejo de avançar no processo de transformações iniciado com o comandante Hugo Chávez.
Assim como os camaradas do PCV, entendemos que mais do que nunca é hora de aprofundamento da mobilização popular e da organização dos trabalhadores no sentido de garantir a vitória nas urnas e as conquistas realizadas até agora, avançando para a superação do Estado burguês. Somente o povo organizado e mobilizado será capaz de derrotar as maquinações golpistas - atuais e futuras - da direita e do imperialismo, para avanço do processo revolucionário rumo ao socialismo.
O povo venezuelano conta com nossa solidariedade!
Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

PCV, JCV e UJC Brasileira presente junto ao povo Venezuelano retomam a sede do CNE de Monagas



Momento da retomada do CNE

A UJC esteve presente nos acontecimentos de 15/4 em Caracas, em que a direita tenta promover um novo golpe contra o processo democrático de resgate da soberania popular na Venezuela e que tem possibilidade de avanço ao socialismo. Estivemos presentes lutando ao lado dos camaradas do PCV e da JCV. Sedes do PSUV, partido de Chávez e de Nicolás Maduro foram incendiadas com pessoas dentro, carros que pertencem a militantes de esquerda foram incendiados, a TeleSur foi importunada e a sede da CNE foi invadida por mercenários pagos pela direita venezuelana e pelo imperialismo.

Esses distúrbios acontecem depois da provocação de Caprilles ao exigir recontagem dos votos que consagraram a vitória do Grande Pólo Patriótico e ao questionar a legitimidade do processo eleitoral, exigindo que o CNE não declarasse Maduro vencedor. A partir daí atos terroristas, assassinatos e provocações passaram a acontecer. Um companheiro militante do PSUV foi assassinado e a sede do Conselho Nacional eleitoral foi invadida por Caprillistas. No entanto, as forças populares, com o auxílio das forças armadas nacionais bolivarianas retomaram a sede, os provocadores mercenários fugiram.

A direita fascista mostra sua face golpista novamente, os anúncios do governo, de que havia mercenários terroristas infiltrados no país se mostram verdadeiras e a luta de classes se intensifica. Até mesmo os médicos cubanos estão sendo atacados por esses grupos.

Um comando contra o golpe foi formado pelos Conselhos Comunitários, Coletivos Sociais e as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, para defender a vitória popular de Maduro. Há mais de 658 unidades de batalha preparadas apenas em Carabobo que defenderão a Revolução

A Pátria ganhou, Ganhou Nicolás Maduro!





Na segunda eleição presidencial em pouco mais de seis meses, volto a se impôr na Venezuela a candidatura das forças populares e progressistas, agrupadas no Grande Polo Patriótico. Nesta oportunidade, a vitória corresponde a Nicolás Maduro Moros, que desempenhou o papel de vice presidente da República até a morte do Presidente Chávez em 5 de Março, e que foi nomeado pessoalmente por ele como seu sucessor antes de se submeter à cirurgia a qual ele nunca pôde se recuperar.

A diferença favorável a Maduro foi a menor obtida pela chamada aliança bolovariana desde o primeiro triunfo de Chávez em 1998: 51% contra 49%, algo como 230 mil votos a mais, numa eleição em que quase 79% dos 18.9 milhões de cidadão habilitados para exercer o voto participaram. Os altos níveis de participação nesta eleição deixaram de novo evidente perante o mundo o vigor da demoracia venezuelana. Deve se recordar que em outubro, quando Chávez foi reeleito, a participação havia superado os 80% que são padrão eleitoral.
 O anúncio oficial dos resultados eleitorais foi feito por Tibisay Lucena, reitora presidente do Conselho Nacional Eleitoral, uma vez que esse organismo recebeu e totalizou os votos eletrônicos de 99% das mesas eleitorais de todo país. O CNE esperou até as 23:15, hora Venezuelana, para acumular resultados suficientes para confirmar sua irreversibilidade a favor de um dos candidatos. Isso significa que, ainda que nas próximas horas o CNE faça novos anúncios, a medida em que receba e totalize os votos das poucas mesas restantes, o triunfo de Maduro já é certo.


Imediatamente depois do anúncio oficial, explodiu uma festa popular nas ruas do centro de Caracas e no bairros populares, celebrando o triunfo do canddato do Grande Polo Patriótico, ampla aliança entre 14 partidos políticos e numerosas organizações sociais, culturais, sindicais e comunitárias. Os dois maiores partidos da aliança são o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que tinha Chávez como dirigente, e que Maduro é membro, e o Partido Comunista da Venezuela (PCV), primeiro Partido a apoiar Chávez em 1998 e primeiro de novo a anunciar formalmente a candidatura de Maduro na 12º conferência nacional do PCV realizada em 10 de março de 2013, apenas cinco dias depois da morte de Chávez


Conclui assim, de forma muito exitosa, essa jornada eleitoral, que, ainda que pesem os incidentes isolados incitados por provocadores da oposição de direita, se desenvolveu majoriatriamente em paz. O agora presidente eleito Nicolás Maduro Moros assumirá formalmente seu novo cargo perante a Asembleia Nacional do Poder Popular na próxima sexta feira,19 de abril, dia em que se comemora o início do movimento independentista venezuelano em 1810, onde acontecerá a transição política neste país, no entanto estremecida pelo trauma da morte do Presidente Chávez, o mais influente e querido dirigente político venezuelano das últimas décadas.

Matéria do blog da Juventude Comunista da Venezuela. 
Traduzido por Renato Queiroz - UJC - SP

Discurso popular de posse de Maduro

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Está disponível o Jornal Imprensa Popular de Março de 2013

Acesse o Link para ter acesso : http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=5722

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Elias Jabbour: O que quer a Coreia do Norte?



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Elias Jabbour: O que quer a Coreia do Norte?
Nem sempre imagens têm mais valor do que mil palavras. No caso em questão, as imagens e o retorcimento da retórica explanada pelo governo da Coreia do Norte são parte de um grande jogo de ridicularização de um regime cujo único objetivo é a autodefesa. Também existe uma ponta de luta pela sobrevivência. Sobrevivência que significa a própria sobrevida de uma nação milenar. E para mim isso basta.
Por Elias Jabbour*
Perguntemos a qualquer letrado, ou especialista. Você sabia que enquanto a Europa se ensanguentava em guerras religiosas, a Coreia já era uma nação com todos os traços que poderiam a classificar como um Estado Nacional precoce e anterior ao nascimento de Cristo?
Você sabia que houve uma guerra entre os lados norte e sul da península coreana entre os anos de 1950 e 1953? Você sabia que foi a primeira vez, desde a independência dos EUA (1776) que os nor teamericanos assinaram um armistício, ou seja, foram derrotados pela primeira vez em quase 200 anos? Você sabia que desde 1776 os EUA nunca ficaram longe de uma guerra, fora dos seus domínios, por mais de dez anos? Você sabia que na Guerra da Coreia caiu, sobre o lado norte da península, o correspondente a dez bombas nucleares testadas em Hiroshima e Nagasaki? Você sabia que, desde 2001, estão apontadas, à capital da Coreia do Norte (Pionguiangue), cerca de 60 mísseis carregados de ogivas nucleares?
Mais perguntas: Você tem notícia acerca da invasão de um algum país por parte da Coreia do Norte? Você sabia que o país mais bloqueado, cercado e difamado no mundo é a Coreia do Norte? Será que essa difamação tem alguma relação com a derrota dos EUA na já referida guerra? Será que querem condenar a Coreia do Norte ao retorno à Idade da Pedra? Será que a Coreia do Norte há 60 anos não é o espinho na garganta dos EUA? Diante dos fatos e da história, você acha que os EUA fariam com a Coreia do Norte o mesmo que fizeram com o Iraque, o Afeganistão e outros? A Coreia do Norte tem ou não o direito de se defender? Você tem alguma dúvida sobre o destino de Kim Jong Un: seria recebido com festa num exílio na Europa ou teria o mesmo destino, com os mesmos requintes de crueldade, reservado a Muamar Kadafi?
Responder estas questões não é uma tarefa complicada. Um mínimo de honestidade já bastaria para saber o que está em jogo nesta guerra psicológica em curso na península coreana. De imediato sugiro qualquer julgamento moral sobre a natureza do regime nortecoreano, se é socialista ou não, se é democrático ou ditatorial, bonito ou feio, rude ou sofisticado. Tem gosto para tudo. Também não seria muito legal tomar a máxima do chanceler brasileiro (Antonio Patriota), segundo quem esperava uma “atitude mais ocidentalizada do líder nortecoreano”.
Talvez Antonio Patriota esteja levando a sério demais o conselho de Huntington sobre um Choque de Civilizações, quando na verdade tanto Huntington quanto Patriota não passam de vítimas de um verdadeiro “choque de ignorância”. Meu parêntese continua para externar algo mais de fundo. É chocante imaginar que o chefe de nossa chancelaria nunca tenha lido Edward Said (“Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”), nem tampouco Barrington Moore Jr. (“As Origens Sociais da Ditadura e da Democracia – Senhores e Camponeses na Construção do Mundo Moderno”). De forma explicita em ambos os livros ficam claras as evidências, na Ásia, de práticas democráticas ao nível da aldeia que remontam ao menos 3.000 anos.
O que quer de fato a Coreia do Norte, partindo de um julgamento mais pautado pela história? É evidente que o regime busca sobrevida e para isso nega a lógica da rendição incondicional tão cara a outras experiências, entre elas as da URSS, Leste Europeu e recentemente da Líbia.
Uma nação que historicamente teve seu território sob a cobiça estrangeira, cercada de grandes potências por todos os lados, passando por uma sanguinária ocupação japonesa e que sabe do que são capazes os EUA, não pode se dar ao luxo de esperar o bonde da história passar. O bonde da história derrotou as experiências socialistas da URSS e Europa, levando quase a nocaute por asfixia o governo da Coreia do Norte na década de 1990. Os últimos 25 anos foram marcados por privações de todo tipo, levando inclusive a fome para o outro lado do rio Yalu. O bloqueio, a fome imposta de fora para dentro e as inúmeras ameaças militares e provocações (Coreia do Norte como parte do “Eixo do Mal”, segundo Bush) só fez restar ao governo nortecoreano a opção de se “armar até os dentes” diante do que ocorria em Belgrado sob as hostes das chamadas “intervenções humanitárias”.
Poucos regimes no mundo tem uma noção da política como uma ciência que leva em conta não somente a correlação de forças, mas também o chamado tempo e espaço. Asiáticos e milenares que são os coreanos dão mostras de ter ido além de Maquiavel, aproximando-se de Lênin acrescido de alguma sabedoria confuciana e espírito de rebeldia herdado pelos ensinamentos de Laotsé. Somente gente preparada poderia manter em pé um país cercado, humilhado e ameaçado desde seu nascedouro e com um cenário recrudescido nas últimas duas décadas.
O conceito de ditadura não serve de explicação. Mais pobre ainda é levar a sério certas conversas do tipo “governo que se mantém às custas da fome do povo e do não cumprimento dos direitos humanos”, quando na verdade a soberania nacional está acima de qualquer direito humano. Ou se acredita ser possível algum direito humano sob ameaça ou intervenção estrangeira? O único direito humano universal é o direito à vida. E o direito à vida naquela parte do planeta se confunde e se entrelaça com o direito de ser nação soberana. É simples, sem ser simplista: a Coreia do Norte não está de brincadeira, pois sabem com quem estão lidando e do que são capazes os EUA.
Os nortecoreanos querem ter o direito de ser o que eles decidiram ser desde a explosão das primeiras revoltas camponesas contra a ocupação japonesa, ainda na década de 1910 do século passado. Ao invés de buscarmos dar lições de democracia, civilidade e de governo para uma nação milenar, seria mais interessante entender como um país exposto àquelas condições pode alcançar um nível de desenvolvimento tecnológico capaz de projetar e lançar satélites artificiais, mísseis intercontinentais e mesmo bombas nucleares, algo que nem nossos amigos do Irã e seus imensos recursos petrolíferos conseguiram até hoje.
Acho que se decifrarmos a formação social que forjou um povo capaz de expulsar Gengis Khan de seus domínios, no auge do poderio militar do Império Mongol, chegaremos a explicações mais plausíveis e próximas da realidade.
*Elias Jabbour é doutor em Geografia Humana pela FFLCH-USP. Autor de “China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado” (Anita Garibaldi/ EDUEPB, 2006).
http://solidariedadecoreiapopular.blogspot.com.br/2013/04/elias-jabbour-o-que-quer-coreia-do-norte.html

sexta-feira, 5 de abril de 2013

REFLEXÕES DE FIDEL O dever de evitar uma guerra na Coreia


FAZ alguns dias me referi aos grandes desafios que hoje a humanidade enfrenta. A vida inteligente surgiu no nosso planeta há cerca de 200 mil anos, salvo novas descobertas que demonstrem outra coisa.
Não confundamos a existência de vida inteligente com a existência da vida, que, desde suas formas elementares no nosso sistema solar, surgiu há milhões de anos.
Existe um número praticamente infinito de vida. No trabalho sofisticado dos mais eminentes cientistas do mundo se concebeu a ideia de reproduzir os sons que se seguiram ao Big Bang, a grande explosão que ocorreu há mais de 13.700 milhões de anos.
Seria esta introdução demasiado extensa não fosse para explicar a gravidade de um fato tão incrível e absurdo como a situação criada na Península da Coreia, em uma área geográfica onde se agrupam quase 5 dos 7 bilhões de pessoas que neste momento habitam o planeta.
Trata-se de um dos mais graves riscos de guerra nuclear depois da Crise de Outubro, em 1962, em torno de Cuba, há 50 anos.
No ano de 1950, se desatou ali uma guerra que custou milhões de vidas. Fazia apenas 5 anos que duas bombas atômicas haviam explodido sobre as cidades indefesas de Hiroshima e Nagasaki, as que em questão de minutos mataram e irradiaram sobre centenas de milhares de pessoas.
Na Península Coreana o General Douglas MacArthur quis empregar as armas atômicas contra a República Popular Democrática da Coreia. Nem sequer Harry Truman o permitiu.
Segundo se afirma, a República Popular da China perdeu um milhão de valentes soldados para impedir que um exército inimigo se instalasse na fronteira deste país com a sua Pátria. A URSS, à sua vez, forneceu armas, apoio aéreo e ajuda tecnológica e econômica.
Tive a honra de conhecer Kim Il Sung, uma figura histórica, notavelmente valente e revolucionária.
Se lá estourar uma guerra, os povos de ambas as partes da Península serão terrivelmente sacrificados, sem benefício para nenhum deles. A República Democrática da Coreia sempre foi amistosa com Cuba, como Cuba tem sido sempre e seguirá sendo com ela.
Agora que demonstrou seus avanços técnicos e científicos, lhe recordamos seus deveres com países que foram seus grandes amigos, e não seria justo esquecer que tal guerra afetaria de modo especial mais de 70% da população do planeta.
Se um conflito desta índole estourar, o governo de Barack Obama em seu segundo mandato ficaria sepultado por um dilúvio de imagens que o apresentariam como o mais sinistro personagem da história dos Estados Unidos. O dever de evitá-lo é também seu, e do povo dos Estados Unidos.