quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PCB PARTICIPA DO ENCONTRO MUNDIAL DOS PARTIDOS COMUNISTAS


O PCB se faz presente no 16º Encontro Mundial dos Partidos Comunistas, de 13 a 16 de novembro de 2014, na cidade de Quayaquil (Equador), com uma delegação composta pelos camaradas Ivan Pinheiro (Secretário Geral) e Edmilson Costa (Secretário de Relações Internacionais), que apresentou ao Plenário o documento preparado pelo Comitê Central do Partido, que publicamos abaixo:

INTERVENÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB), NO 16° ENCONTRO INTERNACIONAL DOS PARTIDOS COMUNISTAS E OPERÁRIOS (Guayaquil, 13 a 15 de novembro de 2014)

O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda a todos os partidos comunistas e operários presentes neste evento e cumprimenta o partido anfitrião, o nosso querido Partido Comunista do Equador.

O sistema capitalista mundial vive uma das mais graves crises de sua história, que o vem castigando , há mais de seis anos, sem que os gestores do capital encontrem uma saída para a retomada do crescimento econômico e a superação da crise. Pelo contrário, as medidas que vêm sendo adotadas pelos governos centrais para manter os privilégios do capital, como o corte dos gastos públicos e a redução dos salários e pensões, aprofundam ainda mais a crise, pois aumentam o desemprego, reduzem a renda da população e levam à recessão.

Essa crise sistêmica que envolve a economia global - crise de superacumulação que se combina com manifestações de superprodução e anarquia das finanças - condensa o mesmo fenômeno analisado por Marx: quanto mais cresce o capital, mais ele produz a crise que é concernente à sua natureza. Como sempre, os efeitos dramáticos das crises são repassados aos trabalhadores, pois o capitalismo se reproduz promovendo novas formas de exploração da força de trabalho e renovando os mecanismos de dominação.

Reafirma-se categoricamente a contradição entre capital e trabalho em nível global como a contradição fundamental a exigir a organização da classe trabalhadora na luta contra o sistema dominante. A crise acirra as contradições interimperialistas, intensificando a corrida armamentista e a agressividade na disputa pelo controle dos recursos minerais e dos mercados.

Na Ucrânia, o conflito tem origem numa intervenção golpista dos EUA e da UE, que levou ao surgimento de um governo reacionário, nos marcos da competição com a Rússia capitalista. O Oriente Médio transformou-se num barril de pólvora, em razão da ofensiva dos EUA e da OTAN pelo controle do Iraque, da Síria, do território curdo, desta vez se valendo de mercenários a serviço das potências ocidentais, da Turquia, da Arábia Saudita e seus satélites.

Esta ofensiva tem como objetivos a captura das fontes de energia da região e a ocupação de posições estratégicas em relação ao Irã, à Rússia e à China. A escalada da agressão sionista à Palestina é parte desta guerra de posições imperialista, numa região em que Israel é a cabeça de ponte do imperialismo norte-americano.

Na América Latina, o Paraguai está se transformando numa plataforma estratégica da ação imperialista no Cone Sul. Na Venezuela, segue a ofensiva da direita. É preciso reforçar nossa firme solidariedade ao governo e às forças políticas que apóiam o processo, em especial ao Partido Comunista de Venezuela e ao proletariado venezuelano.

Segue o bloqueio a Cuba Socialista, apesar de rechaçado esmagadoramente, mais uma vez, pela Assembléia Geral da ONU. O êxito da Mesa de Diálogos de Havana não é apenas um problema dos colombianos, mas de todos os povos da América Latina. Os interesses do povo colombiano e da insurgência, que se fundem na mesa de diálogo, são de uma solução política com justiça social e econômica, consolidada através de uma Assembléia Constituinte soberana.

A vergonhosa ocupação do Haiti acaba de completar 10 anos. Governos latino-americanos, sob o comando do Brasil, se submeteram à determinação dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU para ocupar militarmente o Haiti e respaldar o golpe executado pelo imperialismo em 2004.

Estudando o capitalismo brasileiro, o PCB chegou à conclusão de que a economia do país é plenamente desenvolvida, com uma industrialização integrada e instituições burguesas em pleno funcionamento. Com esta análise, chegamos à compreensão lógica de que a contradição fundamental da sociedade brasileira se dá entre o capital e o trabalho, o que nos leva a concluir que o caráter da revolução brasileira é socialista. Isto não significa que em nosso país o socialismo está à vista, pois se as condições objetivas estão dadas faltam ainda condições subjetivas, hoje profundamente dificultadas, entre outros fatores em função da hegemonia reformista e oportunista no campo que se define genericamente como ”esquerda”.

Na visão do PCB, não há contradições significativas entre a burguesia brasileira e o imperialismo. Este, no caso do Brasil, não é um inimigo externo a ser combatido pela nação, numa frente de conciliação de classe entre o proletariado e a burguesia “nacional”. Pelo contrário, o Brasil é parte do sistema imperialista mundial, apesar de suas contradições e de ser ainda um ator coadjuvante em ascensão.

O desenvolvimento dos monopólios e oligopólios, das fusões, da concentração e centralização dos principais meios de produção nas mãos de grandes corporações monopolistas, nos setores industrial, bancário e comercial, torna impossível separar o capital de origem brasileira ou estrangeira, assim como o chamado capital produtivo do especulativo, já que, nesta fase, o capital financeiro funde seus investimentos tanto na produção direta como no chamado capital portador de juros e flui de um campo para outro de acordo com as necessidades e interesses da acumulação privada, sendo avesso a qualquer tipo de planejamento e controle. Por isso, a luta anticapitalista no Brasil é hoje, necessariamente, uma luta anti-imperialista.

Do ponto de vista político, é preciso acabar com a ilusão de que o governo brasileiro é progressista e antiimperialista. O Partido dos Trabalhadores (PT) é hoje um partido da ordem capitalista. Ao longo de seus últimos 12 anos de governo, cooptou e desmobilizou os trabalhadores, despolitizou a sociedade, gerando um apassivamento político que tem sido profundamente prejudicial ao desenvolvimento da luta de classes. Esse quadro ainda se torna mais difícil pois o PT deixou intacta a hegemonia da mídia burguesa, que funciona como um forte poder político dirigido pelos setores mais reacionários do capital.

A política econômica e a política externa do Estado brasileiro estão a serviço do projeto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista mundial, nos marcos do imperialismo.

Hoje, o governo brasileiro é o organizador da transferência da maior parte da renda e da riqueza produzida pelo país para a burguesia. Grande parte do orçamento se destina a pagar os juros e a amortização da dívida (externa e interna), para satisfação dos banqueiros internacionais e nacionais, assim como para os rentistas brasileiros (que não chegam a 1% da população). O consumo é aquecido pelo crédito farto e caro e não por aumentos salariais. O resultado é que as famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas.

As alianças com o centro e a centro-direita para garantir a governabilidade institucional fizeram com que esse governo, em doze anos, governasse para o capital e proporcionasse à população mais pobre apenas políticas compensatórias, que não representam sequer 10% do pagamento dos juros da dívida. Ao contrário, promoveram contrarreformas. Não se pode chamar o governo brasileiro sequer de reformista: trata-se de um governo social-liberal que gerencia o capitalismo adotando medidas paliativas para aliviar a pobreza extrema.

Os resultados são a retomada das privatizações em grande escala, sob a forma de concessões ao setor privado, a entrega das reservas de petróleo, como o Campo de Libra, a opção pelos grandes monopólios, a desoneração de impostos para o capital, a precarização do trabalho (com mais e piores empregos), a política de superávit primário, com o sucateamento do serviço público, a banalização da corrupção, a falta de perspectiva para a juventude, o descrédito na política e nos partidos políticos.

Exatamente no auge da crise do capitalismo, em que as agressões do sistema aos direitos trabalhistas, sociais e políticos dos povos abrem possibilidades de mobilização e organização dos trabalhadores, seguimos carentes de um vigoroso movimento comunista internacional de orientação revolucionária.

As estratégias reformistas implicam em alianças com a burguesia, em privilegiar a luta no campo institucional. Transmitem aos trabalhadores a ilusão de que é possível humanizar o capitalismo e caminhar até o socialismo pela democracia burguesa, em etapas, por meio de avanços seguros e graduais e através de formas de luta exclusivamente pacíficas.

Os partidos reformistas que participam de governos socialdemocratas ou social-liberais não contribuem para conquistas dos trabalhadores e muito menos na construção do socialismo. Pelo contrário, participam da gestão do sistema e desmobilizam os trabalhadores, iludindo-os de que suas conquistas dependem do desenvolvimento do capitalismo.

O oportunismo reflete-se na crise política, ideológica e organizativa do movimento comunista internacional, que não pode ser reconstruído apenas na diplomacia, na busca de consensos, em declarações vazias, sem conteúdo de classe. Não podemos deixar de lado o debate das divergências, para manter uma unidade artificial. A unidade de que necessitamos tem que ser baseada nos princípios do marxismo-leninismo, do internacionalismo proletário.

Na América Latina, necessitamos uma articulação de partidos e forças revolucionárias, anticapitalistas e antiimperialistas, para fazer frente à hegemonia do Foro de São Paulo, que a cada ano aprofunda seu processo de institucionalização como instrumento para a governabilidade institucional dos chamados governos progressistas e a integração capitalista da América Latina, sob a hegemonia brasileira.

Percebe-se uma articulação do Foro de São Paulo e da versão européia do reformismo (o Partido da Esquerda Europeia), com o objetivo de constituírem uma alternativa internacional socialdemocrata, inclusive com partidos denominados comunistas, em contraposição ao movimento comunista internacional.

O PCB continuará atuando no sentido de fortalecer o bloco de partidos comunistas alinhados com a luta anticapitalista e antiimperialista, buscando contribuir para o desenvolvimento de uma luta sem tréguas contra o reformismo, que ainda impera em várias organizações que se reivindicam de esquerda ou comunistas, e construir um poderoso pólo comunista internacional que fortaleça ideologicamente as posições marxistas-leninistas e seja capaz de conduzir, em cada país, o movimento dos trabalhadores por sua completa emancipação.

Viva o marxismo-leninismo!

Viva o internacionalismo proletário!

Quayaquil, 14 de novembro de 2014

PCB (Partido Comunista Brasileiro)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Companhia Bueiro Aberto de Guarulhos lança seu longa, Democracídio. Cinema de combate na cidade.

Militante do partidão publica livro através do Selo Independente Jornal Dialética

O livro de poesias de combate  Rabiscos Surrados de Renato Queiroz foi publicado através do Selo Independente Jornal Dialética. Este Selo é iniciativa de poetas e artistas plásticos organizados no Coletivo Jornal Dialética, responsáveis pela publicação mensal do Zine e literatura Jornal Dialética e pela realização mensal do Sarau Carolina, evento que relembra a obra de Carolina Maria de Jesus, poetisa negra, periférica e lutadora.


PCB Guarulhos fechado com a marcha da periferia na cidade dia 20 de novembro






A Marcha da Periferia nasceu em 2006 através da iniciativa do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, entidade político-cultural que atua nos bairros da periferia maranhense desde 1989.
As Marchas das Periferias já acontecem há anos em várias capitais brasileiras como São Luís, São Paulo, Rio de Janeiro, Maceió, Salvador... Sempre na semana da Consciência Negra para lembrar a memória de Zumbi dos Palmares, Dandara e todos os negros e negras que tombaram por lutarem contra o Racismo e a Escravidão. Este será o primeiro ano em que a Marcha ocorrerá na cidade de Guarulhos.
A periferia é onde está a maioria dos negros e negras da classe trabalhadora brasileira. As periferias, morros e favelas são quilombos modernos onde resistem xs mais exploradxs e oprimidxs de nossa sociedade!
E por que marchamos? Marchamos porque a periferia existe e resiste! Marchamos contra o racismo! Marchamos contra o genocídio da população negra! Marchamos por Palmares e por todos os quilombos! Marchamos porque é difícil e perigoso ser pobre e pretx nesse país e no mundo! Marchamos pelas nossas irmãs e irmãos do Haiti! Marchamos pelo direito de existir sem ser oprimidx! Marchamos contra o sistema que nos explora e oprime! Marchamos pela nossa verdadeira emancipação!

Participe e ajude a construir a luta negra na cidade!