quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Todo apoio à luta do assentamento Milton Santos


(Nota política do Comitê Regional do PCB/SP)



A luta pela terra no Brasil sempre foi marcada, por um lado, pela organização dos trabalhadores do campo no sentido de realizar a reforma agrária, e por outro, pela conduta reacionária dos governos e dos latifundiários com todo seu aparato ideológico e repressor. Mais recentemente, em 2006, um grupo composto por 68 famílias de trabalhadores sem terra ocupou e conseguiu com organização e luta transformar essa ocupação em um assentamento produtivo. Uma forma moderna de comuna, que produz alimentos saudáveis, que fez parcerias com mais de 40 entidades e escolas, em um terreno de 104 hectares localizado entre os municípios de Americana e Cosmópolis. Este terreno pertencia a um grupo burguês que perdeu em virtude de dívidas trabalhistas, hoje os trabalhadores produzem mais de 300 toneladas de alimentos para a região.
Mas, hoje, essa comuna consolidada, está sofrendo o ataque da burguesia que conta com a leniência dos governos envolvidos com a problemática. A família Abdalla, contumaz devedora de tributos, aliou-se à Usina Ester entrando na justiça, querendo a terra de volta. Desde maio de 2012 que esse consórcio burguês vem tendo por parte da justiça o privilégio da posse que haviam perdido por causa das eternas dívidas. Apesar da legalização junto ao INCRA, a justiça burguesa tem sido cruel com os trabalhadores organizados e assentados legalmente, dando ganho de causa aos crimes da burguesia.
Neste momento os assentados, trabalhadores livres, estão lutando de todas as formas para manter a posse de suas terras. Enfrentam a falta de compromisso social do governo federal que não desapropria, por interesse público, o terreno do assentamento e a parceria suja da burguesia com a justiça.
Os assentados, contando com o apoio decidido dos movimentos populares, estão decididos, apesar da aflição, a impedir “a destruição do esforço de toda uma vida: nossas casas, nossas plantações, nossos sonhos”.
Pela forma jurídica do Estado brasileiro, entendemos que está se esgotando os recursos à justiça. Mas, nós comunistas estamos ao lado dos assentados na luta pela manutenção dessa terra, conquistada e regada com muita luta pela sabedoria popular.
Os embates da luta pela terra e pelas ocupações urbanas têm avançado. As lições da comuna do Pinheirinho, destroçada pelo Estado burguês, está nos ensinando a construir a nossa resistência para avançarmos nas conquistas de nossas bandeiras.
Apoiamos, decididamente, as formas de luta encontradas pelo movimento para trazer à cena política a repercussão necessária para resolver o conflito. Apoiamos a ocupação do Instituto Lula, do INCRA e outros ações que se fizerem politicamente importantes.
Avança, a partir da crise do capital, o acirramento da luta de classes. Os trabalhadores se apresentam para lutar pelas suas bandeiras históricas. Precisamos da unidade dos lutadores sociais para sermos vitoriosos. A luta dos assentados da comuna Milton Santos é a nossa luta.

Pela desapropriação do terreno do assentamento Milton Santos!
Só a organização e a luta da nossa classe nos farão vitoriosos!
PCB – Comitê Regional de São Paulo.

FAMÍLIAS ASSENTADAS HÁ SETE ANOS CORREM O RISCO DE DESPEJO NAS PRÓXIMAS SEMANAS. PCB NA LUTA!


No final de 2005, os trabalhadores da região de Campinas e todos aqueles que os apóiam na luta contra o capital ganharam uma trincheira, o Assentamento Milton Santos. Depois de uma sequência de ocupações e despejos capitaneada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), conseguiram enfim a posse de 104 hectares de terra cravados nas cidades de Americana e Cosmópolis, em meio a um mar de cana, interesses de latifundiários e ausência quase total do Estado, desafios superados por meio de muita luta.

A gleba pertencia na época ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), fruto de ressarcimento de uma dívida que a família Abdala - conhecida por latifundiária, especuladora e grileira entre outros “honráveis” adjetivos – possuía com tal entidade. O Governo Federal já naquela época materializava a famosa marchinha, pagando com traição a quem sempre lhe dera a mão: tirara do cardápio de opções a possibilidade de desapropriar terras que não cumprissem a função social, contrariando o inciso XXIII do art. 5º da constituição brasileira. Das opções legais que restavam estava a de utilização de terras públicas, das quais esta gleba, a qual fora passada ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que iniciou o processo de assentamento de 68 famílias. Além do abandono da constituição, o próprio INCRA teve de passar por cima de suas regras e “assentou” 68 famílias em lotes menores que os que ele mesmo estabelece como mínimo para garantia de sobrevivência digna. Como já dizia o filósofo “prática como critério de verdade”, com tal critério facilmente se reconhece o abandono da reforma agrária no governo do PT (Partido dos Trabalhadores).

Com terras insuficientes, o assentamento nunca se completou, as assistências técnica, financeira e política sempre foram parcas, ainda assim os assentados construíram suas casas, cultivaram hortas (individuais e coletivas), levantaram espaços comuns de vivência (barracão e cozinha comunitários, sala de aula, campo de futebol, por exemplo) e principalmente, produziam comida (sem agrotóxicos), sonhos e exemplos de solidariedade.




A trincheira se tornou um quartel general. Dentro desse espaço inúmeros militantes se formaram, desde os próprios assentados, passando pelos vários universitários ligados a projetos de extensão que ali atuaram e outros tantos militantes que prestaram solidariedade e emprestaram suas mãos na luta. Por ali passou a resistência do acampamento Elizabeth Teixeira quando da violenta reintegração de posse e das inúmeras reintegrações do acampamento Roseli Nunes.

Hoje, cerca de 7 (sete) anos depois, uma decisão em 2ª instância a favor da família Abdala e da Usina Esther, aliada a um completo imobilismo do INCRA - que perdeu os prazos (!) para recorrer à decisão e deixá-la a cargo do STJ (Superior Tribunal de Justiça) – ameaça tornar este oásis mais uma área infértil onde a diversidade será trocada pela monocultura e onde a luta por uma vida digna será substituída pelo trabalho semi-escravo dos bóias-frias.

Mais uma vez a prática desnuda a verdade, agora do caráter desumano do capitalismo e de sua “justiça” que prioriza o lucro do agronegócio em detrimento das quase 70 famílias cujas vidas tendem a engrossar as estatísticas dos bolsões de miséria urbana. Cabe ressaltar que aquilo que incomoda mais os poderosos não são os 104 hectares de terra perto dos quase 8000 cultivados pela usina, mas sim exatamente essa trincheira montada em pleno território inimigo e que hoje vem servindo de espaço de aglutinação de toda a esquerda da região de Campinas.

As famílias do Assentamento sofrem esta ameaça há mais de seis meses. Na última terça-feira, 15 de janeiro, as famílias ocupadas na sede do INCRA receberam a notificação judicial para que desocupem a área no prazo de 15 dias. Caso permaneçam e resistam, está autorizado o uso da força policial estadual e federal para realizar o despejo. Ao longo deste período, várias medidas judiciais foram tomadas e representantes do governo federal se “comprometeram” a não despejar as famílias. Entretanto nenhuma medida efetiva, de fato, foi realizada. Caso a presidenta Dilma não assine a desapropriação da terra, será o primeiro caso na história, desde o surgimento do MST, de um assentamento sofrer reintegração de posse.

Como forma legítima de resistência, as cerca de 70 famílias e apoiadores do Assentamento Milton Santos (diversos movimentos sociais, partidos de esquerda e organizações em defesa dos direitos humanos) ocuparam o prédio do INCRA na cidade de São Paulo. Visam denunciar o risco eminente de despejo e exigem da presidenta Dilma Rousseff que assine o decreto de desapropriação por interesse social (Lei nº 4132/1962), evitando assim uma possível tragédia.

Ao longo dos últimos dias, o caso repercutiu nos grandes meios de comunicação brasileiros e na mídia estrangeira, dentre eles: UOL , IG , Globo , Record , Estadão , Folha de S. Paulo  e BrazilianPost (Londres) .

Passaram pela ocupação muitos apoiadores: Deputado federal Ivan Valente (PSOL), Deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), Deputado estadual Adriano Diogo (PT), Vereador Toninho Véspoli (PSOL), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MPL (Movimento Passe Livre de São Paulo), Cooperativa Paulista de Teatro, SINTUSP (Sindicado dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo), Comitê de apoio aos Guarani-Kaiowás, Tribunal Popular, PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular Conlutas), Movimento Terra Livre, MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), Movimento Autônomo Socialismo Libertário, DCE-USP (Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo), Coletivo Rompendo Amarras, Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, Quilombo Raça e Classe, Fábrica Ocupada Flaskô, Sinsprev (Sindicato da Saúde e da Previdência de São Paulo), Movimento Luta Popular, Comitê contra o genocídio da juventude negra e pobre, Fórum Popular de Saúde, ITCP-UNICAMP (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares) e
ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes Livres).

Apoio do PCB

O PCB, reconhecendo a importância dessa luta, desse espaço e a iminência de outro massacre durante uma possível reintegração, vem condenar o descaso do INCRA, da Justiça estadual e a passividade do Governo federal. Vem também oferecer todo apoio possível na luta desses trabalhadores do campo e elogiar todo o empenho dos aliados na pressão pela desapropriação por interesse social, que só será obtida com muita mobilização.

Despertemos a solidariedade de classe que há dentro de cada um na defesa do Assentamento Milton Santos!

Viva a luta do povo trabalhador do campo!

Viva o Assentamento Milton Santos! 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nota da UJC-SP sobre a nova reitoria da Unifesp




A UJC esteve presente na campanha da chapa Unifesp Plural e Democrática, tendo influenciado parte do programa que deu a vitória a Soraya Smaili na consulta à comunidade acadêmica, seguida de aprovação pelo CONSU e em seguida pela Presidência da República, por meio de lista tríplice enviada à última pelo órgão.
Entendemos que esta chapa era a ideal por ter como candidata uma militante de longa data do movimento sindical docente, tanto na Unifesp quanto no plano nacional, tendo sempre, tanto como dirigente da Adunifesp quanto do Andes-SN, se posicionado contrariamente à política da precarização do ensino superior, na defesa não apenas de melhores salários e planos de carreira para sua categoria, mas também no apoio solidário às mobilizações de estudantes e técnicos. Assim foi em 2008 e 2010, quando em inúmeras ocasiões a então dirigente da Adunifesp se pronunciou em assembléias estudantis apoiando as greves, tendo dado também uma palestra com o tema do Reuni.
Soraya também apóia as demandas pela democratização da universidade, sendo então um fato positivo que ela esteja na reitoria, pois será menos inflexível do que gestões passadas ao receber demandas como a distribuição mais justa das verbas acadêmicas, a participação de todos os campi no planejamento acadêmico e a paridade de representação de docentes, discentes e técnicos nos conselhos.
Aprovamos a posição da nova reitora assumida em entrevista à TV Gazeta no mês de novembro passado, em que afirmou a necessidade de ações conjuntas com a prefeitura de Guarulhos e o MEC para consolidar a EFLCH na cidade, com plenas condições para o ensino, o acesso e a permanência.
Reivindicaremos uma posição mais clara de sua parte em relação ao tema da permanência do campus no bairro dos Pimentas, por entendermos que os setores do campus que pretendem fazer circular um questionário sobre sua localização, com a possibilidade de deslocá-lo para o centro da cidade ou de São Paulo, agem guiados por interesses pessoais que contrariam os da maioria de seus estudantes, boa parte deles de Guarulhos ou da Zona Leste de São Paulo, e vão na contramão de uma demanda histórica dos moradores da região dos Pimentas e do restante dos moradores de Guarulhos por universidades públicas na cidade.
Fechar um campus universitário representa, por si, um retrocesso para a educação no Brasil. Não pouparemos esforços na luta contra a precarização, elitização e mercantilização do ensino e por uma Universidade Popular, o mais distante possível dos interesses empresariais e corporativistas.
Ousar lutar, ousar vencer!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PCB saúda, compõe e fortalece de forma militante a Frente de Lutas de Guarulhos




Face ao pacote de maldades apresentado pela prefeitura de Guarulhos, movimentos sociais, entidades estudantis, articulações sindicais, partidos políticos da esquerda socialista, revolucionária e de oposição ao PT se unificaram e formaram uma Frente de Lutas contra as medidas anti povo da prefeitura de Guarulhos gerenciada pelo pelego traidor Sebastião Almeida do PT e contra o Governo Estadual de São Paulo governado pelo fascista Geraldo Alckmin.



Entre as medidas estão o aumento absurdo no custo de vida, expresso na tarifa de ônibus e nos aumentos no preço do IPTU que chega a quase 1000%. Além disso, a criminalização da pobreza, da periferia, das lutas sociais é uma realidade que assola a vida dos trabalhadores, não apenas em Guarulhos, mas no mundo todo, e a polícia militar cumpre o papel de cão de guarda da burguesia brasileira, assassinando e torturando a juventude proletária para garantir a propriedade privada.


Os ataques aos direitos dos trabalhadores são cada vez mais frontais e as formas de conter o avanço da sua luta em unidade com a juventude é cada vez mais violenta. Por isso afirmamos que sem organização, unidade e firmeza na perspectiva de avanço a uma sociedade mais justa não é possível  resistir à burguesia e ao governo essencialmente burguês.



Assim, a organização e a construção da unidade em torno das pautas de luta dos trabalhadores não é fruto da vontade de uns poucos gatos pingados, mas é uma necessidade que se impõe aos trabalhadores se estes não quiserem pagar a conta da crise estrutural do modo de produção capitalista que agitou a Europa e se aproxima a passos largos do Brasil. Cada vez mais fica claro que a marolinha preconizada por Lula só vale para os empresários, banqueiros e para os barões do agronegócio. Enquanto isso, os trabalhadores da cidade e do campo veem suas condições de vida se tornarem mais e mais precarizadas.



O PCB vem propondo, não só em Guarulhos, mas como resolução do seu XIV Congresso Nacional, a formação de uma Frente de Lutas Permanente de caráter Anticapitalista e Antiimperialista que vá  para além das eleições burguesas, e isso agora é uma realidade em nossa cidade. A esquerda socialista e revolucionária tem a necessidade de construir unidade em torno das pautas atuais que agridem os trabalhadores para resistirem a esses ataques, mas a perspectiva não deve ser apenas reativa, e sim propositiva. Assim, o caráter dessa articulação deve ser a construção criativa e democrática de um órgão de luta pelo socialismo.

Por isso o PCB saúda a formação da Frente de Lutas e do Jornal Unificado composto por todas as organizações combativas presentes em todos os espaços possíveis para defesa dos interesses dos trabalhadores, desde a luta por moradia, contra a precarização do trabalho, por uma educação pública popular, entre outros. Estaremos presentes na construção dessa necessária unidade em defesa do proletariado.


Toda a força à Frente de Lutas!

Viva os Trabalhadores!

DECLARAÇÃO CONJUNTA DAS FARC-EP E O PCB



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DECLARAÇÃO CONJUNTA DAS FARC-EP E O PCB
Reunidos em Havana, capital mundial da paz e da solidariedade internacional, representantes das FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) e do PCB (Partido Comunista Brasileiro) passaram em revista a conjuntura mundial, sobretudo a da América Latina, e da Colômbia em particular, dedicando-se com afinco a estudar
possibilidades e alternativas que contribuam para uma expressiva mobilização das forças políticas e sociais antiimperialistas do nosso continente e de outros países, com vistas à criação de um amplo, unitário e pujante movimento pela paz democrática com justiça social na Colômbia e pelo cumprimento do que venha a ser eventualmente estabelecido nos diálogos por uma solução política do conflito colombiano.
Coincidem as organizações políticas que firmam a presente declaração com a necessidade de conscientizar as forças progressistas de Nuestra America de que a solução política do conflito colombiano é  do interesse de todos os povos irmãos da região, inclusive para a continuidade e desenvolvimento dos heterogêneos processos de mudanças que fazem de nosso continente objeto de esperanças dos povos e, por isso mesmo, de projetos golpistas e intervencionistas do imperialismo.
A paz frente ao imperialismo na América Latina, requisito para o avanço dos processos de mudanças, no caminho ao socialismo, depende da paz democrática em Colômbia.
E depende, ao mesmo tempo, de uma firme unidade internacionalista de solidariedade militante:
- à Revolução Cubana - inspiração de todas nossas rebeldias e exemplo de que é possível vencer nossos inimigos – nossa saudação a Fidel e Raul, ao partido e ao povo cubano, confiantes nos ajustes para avançar no socialismo, no fim do bloqueio desumano e na libertação dos Cinco Heróis de todos os povos;
- à Revolução Bolivariana da Venezuela - que passa por um momento de consolidação e de possibilidade de trânsito ao socialismo – nossos votos de restabelecimento do Presidente Hugo Chávez, nossa confiança nos partidos que compõem o Pólo Patriótico e no protagonismo do proletariado venezuelano;
- aos demais processos diferenciados de mudanças na América Latina, onde se destacam os desenvolvimentos na Bolívia, no Equador e na Nicarágua;
- à reivindicação argentina em relação às Ilhas Malvinas e à defesa de sua lei sobre os meios de comunicação, exemplo de contraponto à manipulação da mídia burguesa;
- à luta dos povos paraguaio e hondurenho contra os golpistas que violaram a vontade popular, a serviço das oligarquias locais e do imperialismo;
- à luta de todos os demais povos de Nuestra America, das suas organizações antagônicas à ordem que se dedicam a empurrar seus governos para o caminho das mudanças progressistas ou para derrotá-los e substituí-los.
Como internacionalistas, não podemos deixar de olhar o mundo em seu conjunto, analisando o agravamento da crise sistêmica do capitalismo, que pode conferir vigência dramática à disjuntiva socialismo ou barbárie.
Assim, denunciamos a aliança entre os países imperialistas centrais, coadjuvados pelo sionismo que, pela força das armas, recolonizam o mundo, tendo no momento como prioridade a dominação do Oriente Médio e da África, por suas posições estratégicas e imensas riquezas naturais.
Desta forma, registramos nossa solidariedade militante à luta pela Palestina Livre, repudiamos a intervenção estrangeira na Síria, que tem como objetivo fortalecer o projeto expansionista de Israel e de colocar o Irã às portas de uma guerra imperialista. E repudiamos a atual intervenção no Mali, parte do projeto que começou com a ocupação da Líbia, com vistas ao domínio de todo o território africano.
Saudamos o renascer das lutas dos trabalhadores europeus e de outros continentes em face da ofensiva do capital para que paguem pela crise.
Diante do crescente aumento da repressão e criminalização das lutas populares, da retirada de direitos e das guerras de rapina, nada mais vigente que a consigna de Marx e Engels, no Manifesto Comunista:
Proletários de todo o mundo, uni-vos!
Havana (Cuba), 16 de janeiro de 2013
Assinam:
Iván Marquez – Chefe da Comissão Internacional das FARC
Ivan Pinheiro – Secretário Geral do PCB


DECLARACIÓN CONJUNTA DE LAS FARC-EP Y El PCB
Reunidos en La Habana, capital mundial de la paz y de la solidaridad internacional, representantes de las FARC-EP (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo) y del PCB (Partido Comunista Brasileño) pasaron en revista la coyuntura mundial, sobre todo la de América Latina, y de Colombia en particular, dedicándose con hinco a estudiar posibilidades y alternativas que contribuyan para una expresiva movilización de las fuerzas políticas y sociales antiimperialistas de nuestro continente y de otros países, con vistas a la creación de un amplio, unitario y pujante movimiento por la paz democrática con justicia social en Colombia y por el cumplimiento del que venga a ser eventualmente establecido en los diálogos por una solución política del conflicto colombiano.
Coinciden las organizaciones políticas que firman la presente declaración con la necesidad de concientizar las fuerzas progresistas de Nuestra América de que la solución política del conflicto colombiano es de interés de todos los pueblos hermanos de la región, incluso para la continuidad y desarrollo de los heterogéneos procesos de cambios que hacen de nuestro continente objeto de esperanzas de los pueblos y, por eso aún, de proyectos golpistas yintervencionistas del imperialismo.
La paz frente al imperialismo en América Latina, requisito para el avance de los procesos de cambios, en el camino al socialismo, depende de la paz democrática en Colombia.
Y depende, a la vez, de una firme unidad internacionalista de solidaridad militante:
- a la Revolución Cubana - inspiración de todas nuestras rebeldías y ejemplo de que es posible vencer nuestros enemigos – nuestro saludo a Fidel y Raul, al partido y al pueblo cubano, seguros en los ajustes para avanzar en el socialismo, en el fin del bloqueo inhumano y en la liberación de los Cinco Héroes de todos los pueblos;
- a la Revolución Bolivariana de Venezuela - que pasa por un momento de consolidación y de posibilidad de transición al socialismo – nuestros votos de restablecimiento del Presidente Hugo Chávez, nuestra confianza en los partidos que componen el Polo Patriótico y en el protagonismo del proletariado venezolano;
- a los demás procesos diferenciados de cambios en América Latina, donde se destacan los desarrollos en Bolivia, en Ecuador y en Nicaragua;
- a la reivindicación argentina en relación a las Islas Malvinas y a la defensa de su ley sobre los medios comunicacionales, ejemplo de contrapunto a la manipulación de los medios de comunicación burgués;
- a la lucha de los pueblos paraguayo y hondureño contra los golpistas que violaron la voluntad popular, a servicio de las oligarquías locales y del imperialismo;
- a la lucha de todos los demás pueblos de Nuestra América, de sus organizaciones antagónicas a la orden que se dedican a empujar sus gobiernos para el camino de los cambios progresistas o para derrotarlos y sustituirlos.
Como internacionalistas, no podemos dejar de mirar el mundo en su conjunto, analizando el agravamiento de la crisis sistémica del capitalismo, que puede conferir vigencia dramática a la disyuntiva socialismo o barbarie.
Así, denunciamos la alianza entre los países imperialistas centrales, coadyuvados por el sionismo que, por la fuerza de las armas, recolonizan el mundo, teniendo en el momento como prioridad la dominación de Oriente Medio y de África, por sus posiciones estratégicas e inmensas riquezas naturales.
De esta forma, registramos nuestra solidaridad militante a la lucha por la Palestina Libre, repudiamos la intervención extranjera en la Siria, que tiene como objetivo fortalecer el proyecto expansionista de Israel y de colocar Irán a las puertas de una guerra imperialista. Y repudiamos la actual intervención en Malí, parte del proyecto que comenzó con la ocupación de Libia, con vistas al dominio de todo el territorio africano.
Saludamos el renacer de las luchas de los trabajadores europeos y de otros continentes en faz de la ofensiva del capital para que paguen por la crisis.
Delante del creciente aumento de la represión y criminalización de las luchas populares, de la retirada de derechos y de las guerras de rapiña, nada más vigente que la consigna de Marx y Engels, en el Manifiesto Comunista:
¡Proletarios de todo el mundo, uníos!
La Habana (Cuba), 16 de enero de 2013
Firman:
Iván Marquez – Jefe de la Comisión Internacional de las FARC
IvanPinheiro– Secretario General del PCB

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Samba composto por Oscar Niemeyer cantado por Jorge Aragão

João Pedro Stédile, líder do MST, em entrevista para o programa Provocações da Cultura apresentado por Antonio Abujamra

OS DESTINOS DA COLÔMBIA E DA VENEZUELA SE CRUZAM EM HAVANA



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Ivan Pinheiro*
Não é coincidência que dois entre os mais importantes acontecimentos da América Latina nos últimos anos estejam se desenvolvendo numa mesma pequena ilha do Caribe, com uma população menor que de muitas cidades do continente.
Cuba é a capital mundial da solidariedade internacional, que tem sido um caminho de mão dupla, nesses 54 anos da Revolução Socialista. Os povos amigos protegem-na de inimigos poderosos, que não perdoam sua rebeldia e gostariam de acabar com este exemplo teimoso e irreverente. O internacionalismo é uma das principais marcas da gênese da Revolução Cubana.
Hugo Chávez escolheu Cuba para tratar de sua grave enfermidade não apenas pela excelência de sua medicina, que se desenvolveu em função do compromisso da revolução com a saúde do povo.
Chávez escolheu Cuba por sua confiança no povo, no partido e na liderança cubana. É também um gesto que valoriza Cuba aos olhos do mundo e estreita as relações fraternas entre venezuelanos e cubanos, seja qual for o desfecho da luta pela vida dos Comandantes Fidel Castro e Hugo Chávez.
Como os dois não são fisicamente imortais, não é “pecado” refletirmos sobre cenários, apesar de nossas esperanças de que ambos vivam tanto quanto Oscar Niemeyer!
A eventual ausência de Hugo Chávez é mais complexa que a de Fidel Castro, porque em Cuba a construção do socialismo tem raízes sólidas, ao passo que na Venezuela a luta de classes está num momento decisivo, em que ou a atual revolução nacional e democrática radicaliza no caminho do socialismo ou corre o risco de sucumbir. A presença física de Chávez tem um significado importante na luta anti-imperialista, na Venezuela, na América Latina e em âmbito mundial, ao passo que a herança de Fidel já é uma obra completa a inspirar a unidade e a rebeldia dos explorados. Além do mais, Raul Castro é um revolucionário convicto e mais experiente que Nicolás Maduro, ainda uma esperança.
Sem deixar de valorizar o sentimento popular pela volta de Chávez, parece-me que a liderança venezuelana no país deveria colocar em relevo a necessidade de reforçar a organização e a mobilização das massas, para o que der e vier.
É preciso amadurecer ainda mais a consciência dos trabalhadores venezuelanos para que valorizem seus ganhos até agora e para que lutem para não perdê-los e ampliá-los, entendendo que a manutenção do processo de mudanças, seu avanço e a possibilidade de transitar ao socialismo dependerão, mais do que nunca, de tomarem o processo em suas mãos e o radicalizarem, com formas de luta para além dos eventos eleitorais, que no entanto seguirão sendo importantes na Venezuela, onde são polarizadas entre campos políticos antagônicos.
O papel de Chávez, ao sacudir a América Latina e provocar uma polarização em seu país é uma herança indelével. Mas repetindo o que escutei em Caracas do histórico dirigente do Partido Comunista de Venezuela, Jerônimo Carrera, “a revolução não se faria sem Chávez; mas não se fará só com Chávez”.
Da mesma forma que o destino da Venezuela está em parte sendo jogado em Havana, não foi à toa que aqui também se instalou no fim do ano passado a mesa de diálogos que, a depender de muitos e complexos fatores, pode resultar numa solução política para o conflito social e militar colombiano.
Em que outro país a experiente insurgência colombiana se sentiria segura para fazer descer das montanhas alguns de seus melhores quadros e colocá-los à frente do mundo para, de cabeça erguida, expor as razões e os objetivos que lhes levaram a pegar e se manter em armas e as condições que estabelecem para depô-las?
E quem diria que um estado terrorista, principal agente do imperialismo no continente, com seus “sete punhais apontados para as costas da América Latina”, nas palavras de Fidel Castro para se referir às bases norte-americanas instaladas na Colômbia, aceitaria sentar-se à mesa com uma organização política insurgente e comunista, até poucos dias satanizada como “narco-terrorista”? Ainda mais sendo anfitrião e fiador desse diálogo um país que se tornou socialista em função do exercício heróico do direito de rebelião dos povos! Um país que absurdamente até hoje não foi admitido como Estado membro da OEA – que exatamente por isso está com os dias contados - mas tem recebido a solidariedade da esmagadora maioria das nações que condenam anualmente na ONU o cruel bloqueio que o imperialismo lhe impõe.
O fato de os diálogos para a paz na Colômbia serem em Havana desmoraliza este cinquentenário bloqueio. Para coroar o protagonismo de Cuba, a partir de fevereiro a Ilha Rebelde ocupará a Presidência pro tempore da CELAC, Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe, uma espécie de OEA sem os Estados Unidos e o Canadá.
É evidente que o estado colombiano quer a paz não porque seu novo presidente é um humanista, pacifista. Santos foi o Ministro de Defesa de Uribe, que comandou o Plano Colômbia, a mais poderosa e violenta tentativa de destruir militarmente as guerrilhas. Se isso lhe tivesse sido possível, não tomaria a iniciativa de propor os diálogos de paz. Os vencedores de uma guerra não procuram diálogo com os vencidos; impõem-lhes a rendição.
O fato é que o setor hegemônico da oligarquia colombiana, já que não consegue exterminar as guerrilhas e ocupar o território que elas dominam, precisa do fim do conflito militar como requisito para melhor expandir seus negócios, ampliando as fronteiras do agronegócio e a exploração de riquezas minerais. O silêncio do imperialismo é um sinal verde tácito aos diálogos, até porque os projetos da oligarquia local estão articulados e subalternos ao grande capital estrangeiro, nomeadamente o norte-americano.
É verdade que há uma parte da oligarquia colombiana, mais ligada ao latifúndio, aos paramilitares e ao tráfico de armas e drogas, que perde com o fim do conflito militar e por isso boicota os diálogos. Já o imperialismo ganha e pretende não perder com a paz, no caso de continuar vendendo armas para o estado colombiano e de o manter como sua principal base militar na América Latina. Aliás, juntamente com a questão agrária, o fim do terrorismo de estado, do paramilitarismo e da ocupação norte-americana será um dos temas mais nevrálgicos da agenda dos diálogos.
Mas o povo colombiano não quer a paz pela paz, não quer a paz dos cemitérios como aquela dos anos 1980/90, quando foram cruelmente assassinados milhares de militantes desarmados da União Patriótica, uma organização política legal que se formou a partir de um acordo de paz traído pelo estado colombiano.
O povo colombiano quer uma paz democrática com justiça social e econômica. Para isso, alguns requisitos são fundamentais. Um deles encontra-se em pleno desenvolvimento: a crescente mobilização e unidade das organizações populares no país e seu envolvimento cada vez maior nos debates sobre a pauta dos diálogos, o que, contra a vontade do governo colombiano, marca a presença popular nas reuniões em Havana.
A Marcha Patriótica é a principal expressão do ascenso do movimento de massas, reunindo cerca de duas mil organizações de trabalhadores da cidade e do campo, de indígenas, afrodescendentes, jovens, mulheres e do proletariado em geral. Além da Marcha Patriótica, há outros movimentos populares importantes, como o Congresso dos Povos.
Outro requisito indispensável é a solidariedade internacional ao povo colombiano e a todas as suas organizações que lutam por uma Colômbia justa, democrática e anti-imperialista, independente de suas formas de luta, todas legítimas.
O PCB, aqui representado em Havana, reitera sua fidelidade incondicional à Revolução Cubana, sua solidariedade ao povo e ao partido cubanos, em sua batalha para o avanço do socialismo e na luta contra o bloqueio e pela liberdade dos nossos Cinco Heróis.
Mas em função da importância da questão colombiana na América Latina, estamos aqui em Havana também para registrar nossa solidariedade aos que representam na mesa de diálogos os interesses dos trabalhadores da cidade e do campo, dos povos indígenas e do proletariado desse país, em que o terrorismo do estado burguês é anterior à insurgência e a causa de seu surgimento e persistência.
Nosso objetivo principal nesses dias aqui em Cuba tem sido procurar contribuir para iniciativas de apoio ao povo colombiano, sobretudo a criação de um amplo movimento latino-americano e mundial que influa positivamente para viabilizar uma solução política para o conflito social e militar e, mais do que isso, para cobrar e assegurar o cumprimento do que porventura vier a ser acordado entre as partes.
Esta solidariedade não é uma tarefa apenas para os comunistas e a esquerda em geral. Ela só terá êxito se lograr ser a mais ampla e unitária possível, incluindo todos as organizações políticas e sociais e toda a intelectualidade e individualidades progressistas, humanistas, pacifistas e anti-imperialistas.
Havana, 16 de janeiro de 2013
*Ivan Pinheiro é Secretário Geral do PCB

BRASIL: O CAPITAL IMPERIALISTA E A ESTRATÉGIA SOCIALISTA

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A historiadora marxista brasileira Virginia Fontes e o secretário geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro), Ivan Pinheiro, compartiram, neste 14 de janeiro, uma mesa de debates sob este  tema na Casa Memorial Salvador Allende em Havana, Cuba.
O local tem um forte simbolismo internacionalista, pois se trata de um casarão onde se localizava a embaixada chilena, ocupada por estudantes cubanos quando do advento da ditadura de Pinochet, com o ataque ao Palácio de La Moneda e a morte de Salvador Allende.
O debate, organizado por estudantes do MST e da UJC/PCB que vivem em Cuba, contou com a presença ativa de dezenas de participantes não só brasileiros, mas latino-americanos de muitas organizações, de diversos países, mostrando um grande interesse por conhecer a visão dos palestrantes sobre a realidade e os rumos do capitalismo brasileiro e a luta pelo socialismo no país.
Em função da importância dos diálogos de paz na Colômbia, que se desenvolvem em Cuba, e da complexidade da conjuntura venezuelana, dedicou-se parte dos debates a estes importantes temas, todos articulados com os desafios da América Latina na atualidade.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


A UJC Conhece seu Partido: Jano Ribeiro

UJC entrevista o camarada Jano Ribeiro

A UJC - SP está realizando uma intensa atividade de resgate da memória do Partido Comunista Brasileiro. Esta atividade tem o objetivo de coletar entrevistas, relatos e todo tipo de material possível que permita conhecer o riquíssimo histórico de lutas dos diversos militantes comunistas que permanecem posicionados em defesa da classe operária do Brasil e do mundo.
Neste dia 12 de janeiro, o camarada Raul da UJC e o camarada Edmilson Costa do PCB foram até a casa do camarada Jano Ribeiro, militante de longa data do Partidão, presente em diversas das mais importantes lutas do século XX, sempre ao lado do operador político disposto a construir um modelo socialista de vida.
Aqui vai um pequeno relato do camarada Jano e em breve a entrevista estará disponível.



"meu maior sonho é atingir o comunismo, talvez eu não atinja, mas eu espero que a classe operaria, por que a unica saída dela é o comunismo...pode gastar rios de tinta, mas não irá sair só de livros, e para atingir o comunismo no Brasil é fundamental duas coisas, a reforma agraria, e o salario minimo constitucional, seja no campo ou na cidade, como já é uma resolução do Partido (PCB)"

Jano Ribeiro, camarada do PCB!
entrevista feita dia 12/01/2013


sábado, 12 de janeiro de 2013

10 DE JANEIRO DE 2013: UMA VITÓRIA DOS POVOS DA AMÉRICA LATINA



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Ivan Pinheiro*
Desde Havana, onde cumpro agenda política de iniciativa do PCB, tenho o privilégio de olhar a conjuntura internacional sem as lentes turvas da mídia burguesa.
A leitura diária do Granma e a assistência noturna dos canais de televisão cubanos e venezuelanos permitem o conhecimento de notícias que, no Brasil, só obtemos através de fontes alternativas.
Todos os meios de comunicação brasileiros são burgueses e, entre estes, os hegemônicos são do campo da direita política aliada ao imperialismo, sobretudo o norte-americano. Rigorosamente, todos os jornais diários e todos os canais de televisão e rádio abertos defendem os privilégios e cultuam os valores da ordem capitalista.
A rica troca de informações e pontos de vista com camaradas cubanos, venezuelanos, colombianos e jovens comunistas brasileiros que estudam na ilha rebelde são também importante fonte de conhecimento.
Este primeiro comentário desde Havana dedico a um dia que ficará na história. O 10 de janeiro de 2013 passou sem que a oligarquia venezuelana e o aparato midiático imperialista lograssem criar um clima de golpe e desestabilização política que vinham urdindo desde que surgiram indícios de que Hugo Chávez não teria condições de saúde para estar em Caracas para o juramento de posse, uma formalidade transformada em cláusula pétrea e sine qua non.
A montanha pariu um rato. A oposição de direita não conseguiu realizar qualquer ato público significativo e suas ameaças caíram no ridículo. Enquanto isso, em torno do Palácio Miraflores, em Caracas, uma multidão incalculável promoveu uma combativa e emotiva manifestação, sob a consigna Todos Somos Chávez, em cujo momento culminante o povo jurou uníssono perante a constituição nacional, blindou e legitimou a posse de Chávez e a interinidade de Nicolás Maduro, de fato e de direito.
No Brasil e em outros países manipulados pela mídia burguesa, certamente a posse foi apresentada sem o calor popular e como um “golpe contra as liberdades democráticas”, cinicamente por aqueles que não respeitam os direitos dos trabalhadores e dos povos. Para manter seus privilégios, satanizam líderes e países adversários, transformam em “ação humanitária” a repressão, a intervenção militar, as guerras de rapina, os covardes assassinatos em massa e seletivos.
Caracas e Havana foram palcos, nos últimos dias, da mais ampla e expressiva solidariedade latino-americana da história recente. Representantes dos governos de 22 países da região estiveram presentes no dia 10 de janeiro no ato público de massas de respaldo a Hugo Chávez e ao povo venezuelano.
No ato, podíamos ver Evo Morales, Daniel Ortega, José Mujica, presidentes e mandatários de todos os países da ALBA e da Petrocaribe e até mesmo o presidente legítimo do Paraguai, Fernando Lugo.
Mais do que a importante manifestação popular, este abraço coletivo dos governos latino-americanos marcou de legitimidade o ato simbólico de posse, que já tinha a legalidade do Tribunal Superior venezuelano. O amplo apoio continental foi decisivo até para que a OEA, para constrangimento dos Estados Unidos, convalidasse o ato jurídico e político como perfeito. Este apoio silenciou a boca maldita da direita, que certamente não desistirá de tentar desestabilizar o governo e o país.
Em 11 de janeiro, alguns representantes de governos que não puderam comparecer ao ato da véspera, em Caracas, vieram a Havana saudar Fidel, Raul e o povo cubano e estar pessoalmente com Hugo Chávez, para lhe visitar e respaldar, incluindo Cristina Kirchner e Ollanta Humala.
Infelizmente, não se pode deixar de lembrar os poucos governos latino-americanos ausentes, seja em Caracas, seja em Havana.
Não foi surpresa a ausência dos governos de direita da região (Chile, Colômbia, México e os golpistas de Honduras e Paraguai). Mas foi triste e decepcionante a ausência do governo social-liberal brasileiro, ainda equivocadamente percebido por parte da esquerda mundial como um governo progressista e até anti-imperialista, quando em verdade é um governo da ordem, que administra com competência a vertiginosa expansão do capitalismo no país e no exterior, mitigando a pobreza com as migalhas de políticas compensatórias.
Como eu estava no Brasil até o dia 9 de janeiro, assistindo ao massacre midiático contra o “golpe de Chávez”, posso entender uma das razões dessa ausência: o governo brasileiro é pautado pela mídia burguesa, frente à qual “bota o rabo entre as pernas”, para usar uma expressão popular em meu país.
Mas há outro fator de natureza objetiva. O pragmatismo da política externa do estado burguês brasileiro não pode politizar nem ideologizar as relações bilaterais. Trata-se também de uma sinalização de que, com ou sem revolução bolivariana, a relação comercial continua com a Venezuela!
O Brasil que investe em Cuba e na Venezuela é o mesmo que tem como importantes parceiros comerciais a Colômbia e Israel.
Havana, 12 de janeiro de 2013
*Ivan Pinheiro é Secretário Geral do PCB

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Chavez é o presidente eleito da Venezuela!


A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela adiou a posse do presidente Hugo Chávez e lhe concedeu o tempo necessário para se recuperar para que possa prestar juramento para o seu novo período constitucional diante do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
"Presidente Chávez, esta honorável Assembleia lhe concede todo o tempo que necessite para atender sua doença e volte a Venezuela quando a causa inesperada tenha desaparecido", declarou Diosdado Cabello, presidente do Parlamento.
Chávez, por recomendação médica,não estará na posse no Parlamento e o fará no local posteriormente, diante do Tribunal Supremo de Justiça.
Presidente reeleito nas eleições presidenciais do final de 2012, Chávez está em Cuba em recuperação após realizar a quarta cirurgia desde 2011 contra um câncer.
O adiamento da posse foi aprovado pela maioria simples dos parlamentares, após uma sessão acalorada, na qual a oposição insistiu na ausência temporária do mandatário e o juramento no cargo, por parte de Cabello, como presidente do Parlamento, de acordo com o que estabelece a Constituição.
"Estamos diante da ausência temporária do Presidente eleito e a única solução que apresenta a Constituição a este fato, é que o presidente da Assembleia Nacional assuma o cargo", afirmou o deputado da oposição Omar Barboza, do partido Um Novo Tempo.
— Se o vice-presidente e os ministros pretendem entrar em funções como tais a partir de 10 de janeiro sem que se cumpra a previsão constitucional cairão em uma usurpação de funções.
"Diante de uma violação da Constituição, somos obrigados a convocar o povo da Venezuela para restabelecer a vigência da Constituição e o respeito da verdade, que estaria sendo violada com esta conduta", alertou o deputado. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Cuba socialista comemora seu 54º aniversário de revolução




 
Entre todas as revoluções populares anti-sistêmicas que sublevaram a América Latina nos séculos XX e XXI - e são inúmeras -, a de Cuba vitoriosa no dia primeiro de janeiro de 1959,  conseguiu fazer malograr a estratégia de dominação dos Estados Unidos, mesmo sendo por esse cruelmente sabotada, bloqueada e embargada prejudicando seu desenvolvimento e levando muitos sacrifícios ao povo. Cuba é um exemplo para o mundo como experiência de transformação social, política e econômica. E, sobretudo, um exemplo de moral humana, de ética, de solidariedade, de coragem política como governo e povo. E para garantir tais conquistas Cuba possui uma poderosa força armada, disciplinada, coesa, solidária com outros povos oprimidos, defensora do socialismo e pronta para enfrentar qualquer tipo de aventura bélica preconizada pelos seus inimigos sejam eles internos e externos. Viva o povo revolucionário de Cuba em seu 54º aniversário de construção socialista! 
Jacob David Blinder
  
 
VEJA OS VÍDEOS ABAIXO: 

Forças Armadas de Cuba - Verdadeiro Poder Militar
 
 
 
Cubanos comemoram, na Praça da Revolução, o  50º aniversário da vitória de Playa Girón e da proclamação de Cuba como país socialista
 
 
 
 
Primeiro de Maio: Festa eminentemente civil, onde desfilam os trabalhadores cubanos