sábado, 12 de dezembro de 2015

Nota Política do PCB – Guarulhos sobre as ocupações

 
1 – O decreto que determinava o desmantelamento e o fechamento de diversas escolas públicas, que o governo buscava impor de forma autoritária e truculenta, foi revogado. Esse recuo do governo de São Paulo se deu por conta do intenso movimento protagonizado pelos estudantes secundaristas que, ao se depararem com a iminência da aplicação do projeto e a ausência total de diálogo em todas as instâncias da burocracia tucana, iniciaram uma enorme onda de ocupações de escolas, atingindo o impressionante número de mais de 200.

2 – O PCB, em seu CC, células,:a UJC, Unidade Classista e o Coletivo feminista e classista Ana Montenegro saúdam a unidade, combatividade, ousadia e protagonismo das comunidades escolares mobilizadas, inegavelmente lideradas pelos estudantes. A velha falácia tucana, blindada e publicizada pela mídia burguesa, não enganou os trabalhadores, que acompanharam o dia-a-dia da luta, de maneira que os índices de aprovação de Geraldo Alckmin despencaram, ao passo que cresceu a rejeição ao seu governo.

3 – De fato, o movimento foi capaz de criar e potencializar experiências embrionárias de Poder Popular. Os estudantes, em cada uma das 200 escolas ocupadas, expulsaram os burocratas capachos do governo e, através de experiências de democracia proletária, artesanais de início, mas cotidianas depois de algum tempo, fizeram as escolas funcionar. Limpas, oferecendo alimentação, aulas de esporte, biologia, física, sociologia, artes, acontecendo o dia todo.

4 – O governo Alckmin, representado na pasta de Educação nas sinistras figuras de Herman e Padula, deixou vazar um áudio em que declarava guerra ao movimento. Paradoxalmente, a judicialização do processo, recurso a que o Estado Burguês não se furta a usar para derrotar contradições, negou as reintegrações de posse.

5 – Em Guarulhos a situação se agravou quando o judiciário não só negou a reintegração de posse, mas também proibiu a PM de rondar as escolas como intimidação, suspendeu a reorganização na cidade e determinou uma multa de 200 milhões de reais para cada dia que isso fosse desobedecido. Essa decisão fortaleceu moralmente as ocupações.

6 – A PM reprimiu manifestações e prendeu estudantes, o que gerou uma nota da Anistia Internacional e desmoralizou Geraldo Alckmin ainda mais. Encurralado, a saída foi revogar o decreto. Herman foi obrigado a deixar seu cargo.

7 – O governo pretende criar canais artificiais de comunicação em 2016 para justificar a reorganização em 2017. assim, entendemos que as desocupações não devem ser imediatas. Cada Assembleia de cada escola deve debater e decidir seu futuro. A luta pela liberdade dos presos, punição aos PMS repressores e por gestão democrática nas escolas está na ordem do dia.


8 – Alguns grupos buscarão convencer os estudantes a acelerar as desocupações, outros, por sua vez, buscarão adiar o máximo possível. Defendemos que os estudantes, e apenas estes, tem a legitimidade e autoridade para decidir.

Ousar lutar, ousar vencer!

Guarulhos, 6/12/2015