Na história do
movimento operário e camponês mundial há uma série de músicas
que procuram inspirar resistência e luta para as classes
trabalhadora e campesina. A mais conhecida delas, sem dúvida alguma,
é a Internacional Comunista, amplamente difundida e entoada nos
quatro cantos do globo. Porém, entre muitas outras, Bella Ciao se
destaca, não apenas por possuir uma história muito rica mas também
por manter-se viva e atual, recebendo composições e
novas versões constantemente.
Sua origem remota às
mondines, trabalhadoras
italianas de campos de arroz,
que revoltadas com
a superexploração de seu trabalho procuraram expor as terríveis
condições às quais eram submetidas. Sua letra marcante continua
extremamente atual.
“De manhã,
logo que me levanto, o bella, ciao!
Devo ir
trabalhar! Trabalhar lá no arrozal, bella, ciao,
Sob o sol que
queima a cabeça.
E entre insetos
e mosquitos, o bella, ciao, um duro trabalho devo fazer.
O capataz em pé
com seu bastão, o bella, ciao,
e nós,
encurvadas, a trabalhar!
Trabalho infame,
por pouco dinheiro, o bella, ciao!
e a consumir a
tua vida!
Mas virá o dia
em que todas nós, o bella, ciao, trabalharemos em liberdade.”
Já
no século XX, Bella Ciao, que em tradução livre significa “Linda,
tchau” ou “Querida, adeus”, serviu de base para a música da
resistência italiana nas duas Grandes Guerras, sendo essa sua
segunda versão mais conhecida, a Partigiani (resistente),
popularizada pelo Partido Comunista Italiano.
A
partir daí a música ficaria mais e mais conhecida, espalhando-se
por diversos países, tornando-se hino do movimento
comunista e dos trabalhadores, evocando liberdade e
resistência.
“Acordei
de manhã
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Acordei de manhã
E deparei-me com
o invasor
Ó resistente,
leva-me embora
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Ó resistente,
leva-me embora
Porque sinto a
morte a chegar.
E se eu morrer
como resistente
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E se eu morrer
como resistente
Tu deves
sepultar-me
E sepultar-me na
montanha
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E sepultar-me na
montanha
Sob a sombra de
uma linda flor
E as pessoas que
passarem
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E as pessoas que
passarem
Irão dizer-me:
‘Que flor tão linda!’
É esta a flor
Minha querida,
adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
É esta a flor
do homem da Resistência
Que morreu pela
liberdade”
Sempre
inspiradora, marcou diversas lutas e foi usada por diversas frentes,
desde o movimento operário polonês até mesmo na campanha do
Syriza, na Grécia (ainda que este movimento em si não seja digno
desta canção). Hoje em dia é um símbolo dos comunistas e
antifascistas inclusive em músicas mais populares como o rock, tendo versões gravadas por artistas e bandas como Manu
Chao, Mercedes Sosa, Goran Bregovic, Redska, o coral soviético Red Army Choir, entre outros. Confira algumas dessas
versões e vamos manter vivo esse hino comunista.
Versão original italiana:
Versão partigiana:
Versão do Manu Chao:
Versão do Redska:
Versão do Red Army Choir:
Versão de Mercedes Sosa:
Versão Palestina:
Versão de Goran Bregovic: