sexta-feira, 30 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Trabalhadores do correio em luta contra privatização são presos


A campanha salarial dos trabalhadores dos Correios começa com prisões no Senado e tentativas de intimidação do movimento. Uma das principais bandeiras desta campanha será contra a privatização da empresa, cuja MP (Medida Provisória) 532, aprovada na noite de 31 passado, garante a transformação da estatal em sociedade anônima.

Brasilia Funcionarios dos Correios  Greve nos Correios 2009

Ou seja, se for preciso prender trabalhadores para privatizar os Correios é isso que o governo fará. Na noite do último dia 31, nas galerias do Senado, um grupo de trabalhadores dos Correios, incluindo dirigentes da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FNTC) e de entidades de vários estados, foi detido momentos após a votação que aprovou a MP (Medida Provisória) 532, cujas medidas abrem o capital da estatal para o mercado avançando na privatização da empresa e transforma os Correios em Sociedade Anônima (SA).

As prisões começaram quando os trabalhadores se manifestaram após a votação. Eles abriram um cartaz e cantaram palavras de ordem com críticas à MP. Neste momento, seguranças do Senado partiram pra cima de Geraldinho Rodrigues dirigente da Federação, o que causou uma confusão com os outros trabalhadores que saíram em defesa do companheiro.

Após essa confusão, vários sindicalistas foram encaminhados à delegacia, no subsolo do Senado, onde permaneceram por quase três horas. Entre os detidos estavam representantes dos sindicatos de Brasília, São Paulo, Ceará, Alagoas, Mato Grosso. A única alegação dos seguranças para a detenção é que os sindicalistas “desrespeitaram” o regimento do Senado. Segundo Geraldinho, o próprio delegado afirmou que a ordem de prisão partiu diretamente da presidência do Senado, ocupada pelo senador José Sarney.

Uma luta árdua - A MP 532 já havia sido aprovada no último dia 23 na Câmara. E se hoje foi aprovada nos dois colégios federais se deve aos votos do PT e PCdoB. Além disso, a luta dos trabalhadores dos Correios contra a privatização também foi prejudicada. A FNTC, com o intuito de impedir a votação da MP, pressionou para que a greve da categoria, marcada para o próximo dia 14 de setembro, fosse antecipada para esse dia 31, por conta da votação no Senado. A Fentect (Federação dos Trabalhadores da ECT), entidade majoritária da categoria e vinculada à CUT, não aceitou.

Mesmo assim, a luta contra os ‘Correios SA’ continua. ”Mesmo aprovado pelo Senado, nossa luta contra a privatização dos Correios não termina aqui, vamos incorporar a reivindicação para que Dilma vete esse projeto e lutar para que esse seja um dos eixos de nossa greve”, defende o Geraldinho.

A greve dos correios continua!


 Os trabalhadores em Luta convocam todos os trabalhadores a irem a Brasília lutar contra o governo, em defesa dos seus salários e contra a privatização. Nada de ficar a reboque da burocracia. A luta é na rua. 


Os trabalhadores em Luta organizaram na semana passada uma importante atividade para impulsionar a greve nacional, que foi o ato em Brasília.

O ato serviu para colocar o governo Dilma Rousseff na parede. Não só isso. A atividade serviu para mostrar a união e a disposição de luta da categoria.

A situação da greve fica cada vez mais clara. Para que a direção da empresa venha a ceder é preciso aumentar a pressão diretamente sobre a direção da empresa e sobre o governo.

A ECT é intransigente e não pretende ceder aos trabalhadores. Está claro que está em marcha uma política de derrotar a greve pelo cansaço. Apenas com união e combatividade haverá conquistas reais.

Por este motivo, todos os trabalhadores devem participar desta atividade e mostrar para a direção da ECT e o governo que os trabalhadores não estão dispostos a aceitar esmolas e que a greve se manterá até a vitória.


- Todos à Brasília na próxima quinta-feira, 29.


- Não ao rebaixamento de pauta

- Reajuste de 74%!

- Não ao PCCS da escravidão!

- Não à privatização da ECT!

- Pagamento do dias parados!

- Atendimento de todas as reivindicações!

- Greve até a vitória!

Saudação da UJC e do PCB ao Congresso da Federação dos Estudantes Universitários da Colômbia



imagemCrédito: FEU
Nota dos editores:
A UJC foi a única organização juvenil brasileira presente no Congresso da FEU, da Colômbia, realizado recentemente em Bogotá. Aqui transcrevemos a saudação que o representante da UJC, Luis Fernandes, apresentou da Tribuna do Congresso:
Companheiros e companheiras, a União da Juventude Comunista e o Partido Comunista Brasileiro trazem um fraternal e revolucionário abraço para todos os delegados e convidados para este terceiro congresso da Federação dos Estudantes Universitários da Colômbia.
Hoje não há possibilidade de não associarmos os problemas sociais de nosso continente com o próprio desenvolvimento do capitalismo. Compreendemos a atual crise na sua totalidade do sistema capitalista, muito mais profunda do que as oscilações das bolsas de valores nos permitem enxergar. O que vemos hoje é uma profunda crise estrutural da forma capitalista de organização da vida. É estrutural, pois possui caráter universal. Não está reservada a um ramo específico da produção, ou estritamente financeiro, muito menos se concentra apenas em alguns países.
Em resposta a esta crise, o sistema do capital ataca direitos básicos da população, endivida os trabalhadores, aumenta significativamente os índices de desemprego em escala mundial. No campo da educação, a precarização e a baixa qualidade juntamente com as diferentes formas de privatização e aprofundamento da lógica de mercado dão o tom hoje nas políticas formuladas por governos comprometidos com a conservação da ordem em nosso continente, como os casos da Colômbia, Chile e Brasil, dentre outros.
Conforme nos mostra didaticamente a luta dos companheiros chilenos e os próprios apontamentos das teses deste congresso, hoje não há espaços para reformas nos marcos de uma educação a serviço dos interesses de mercado. É necessário pensarmos e propormos um outro modelo de educação que garanta as grandes conquistas da humanidade. Uma educação pública de alta qualidade, universal, democrática, laica e a serviço das classes populares.
No caso colombiano, meus amigos, temos a certeza de que este modelo alternativo na educação só poderá ser realmente conquistado a partir de uma série de profundas transformações econômicas e sociais, a começar por uma solução política para o conflito que assola este país. Um conflito que sintetiza a barbárie que configura o terrorismo de estado Colombiano. Por isso, podem contar com os comunistas brasileiros, na busca pela paz com justiça social na Colômbia!
Companheiros, hoje mais do que nunca não lutamos apenas por um sonho de uma outra sociedade, mas sim contra uma grande crise civilizatória ocasionada pelo capitalismo. Não há mais espaços para humanização deste sistema; lutamos contra a barbárie!
Viva a Federação de Estudantes Universitários da Colômbia!
Pela paz com justiça social na Colômbia!
Viva a humanidade: Socialismo ou barbárie!

Fortalecer a greve nacional dos bancários



imagem
Os bancários deflagraram sua greve nacional a partir de hoje, 27/09. O setor burguês que mais lucra no Brasil (25 bilhões só no primeiro semestre de 2011, aumento de 19% em relação ao ano passado), não está disposto a atender qualquer reivindicação, ameaçando inclusive retirar conquistas anteriores, assim como, descontar os dias parados. Na mesa de negociação, bancos públicos (leia-se governo Dilma) e privados estão de mãos dadas na política de manterem o arrocho salarial, a pressão desmedida por metas, as demissões constantes e o descumprimento da jornada legal de seis horas.
É nesse quadro de endurecimento que os bancários recusaram a proposta de apenas 8% de reajuste oferecida pela patronal. Isso foi o que orientou a CUT, central que dirige a maioria dos sindicatos no país, acompanhada pelas demais forças com presença sindical na categoria: INTERSINDICAL, CTB, CONLUTAS e CONTEC.
A grande dificuldade, é que a CUT, direção majoritária nos principais sindicatos, não preparou os bancários para o duríssimo enfrentamento que se avizinha. Organizou encontros preparatórios com pouquíssima participação da base e convocou apenas duas assembléias: uma para ratificar a pauta nacional e a segunda para referendar a recusa da proposta dos banqueiros e decretar a greve por tempo indeterminado.
Agora com a greve em curso, caberá aos bancários de todo o país a difícil tarefa de superar essas debilidades da campanha, sendo decisivo para isso a participação ativa da base nos piquetes, manifestações e assembléias, construindo uma greve superior as anteriores, que incomode efetivamente o funcionamento do setor financeiro e tenha condições de dobrar intransigência dos banqueiros, tanto públicos, como privados.
Unidade Classista
(Base de Bancários do PCB no RJ)

Reflexão de Fidel: Chavez, Evo e Obama


REFLEXÕES DE FIDEL

                                                                           


Chávez, Evo e Obama



(Extraído do Cubadebate)

INTERROMPO as tarefas que consumiam o meu tempo nestes dias, para dedicar umas palavras à singular oportunidade que o sexagésimo sexto período da Assembleia Geral das Nações Unidas oferece à ciência política.
O acontecimento anual exige de um singular esforço dos que assumem as mais altas responsabilidades políticas em muitos países. Para eles, constitui uma dura prova; para os amadores dessa arte, que não são poucos, visto que afeta vitalmente todos eles, é difícil escapar da tentação de observar o interminável, porém instrutivo espetáculo.
Existem, em primeiro lugar, um sem-número de temas complicados e conflitos de interesses. Para grande parte dos presentes é preciso tomar posição sobre fatos que constituem flagrantes violações de princípios. Por exemplo: que posição adotar sobre o genocídio da Otan na Líbia? Deseja alguém fazer constar que, sob sua direção, o governo do seu país apoiou o monstruoso crime realizado pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan, cujos sofisticados aviões de combate, com ou sem piloto, levaram a cabo mais de vinte mil missões de ataque contra um pequeno Estado do Terceiro Mundo que possui apenas seis milhões de habitantes, alegando as mesmas razões que ontem foram utilizadas para atacar e invadir a Sérvia, Iraque, Afeganistão e hoje ameaçam de fazer o mesmo na Síria ou em qualquer outro país do mundo?
Por acaso não foi precisamente o governo do Estado anfitrião da ONU que ordenou a chacina do Vietnã, Laos e Camboja, o ataque mercenário na Baía dos Porcos, em Cuba, a invasão de São Domingos, a "Guerra Suja" na Nicarágua, a ocupação de Granada e do Panamá pelas forças militares dos Estados Unidos e o massacre de panamenhos em El Chorrillo? Quem promoveu os golpes militares e o genocídio no Chile, na Argentina e no Uruguai, que custaram milhares de mortos e desaparecidos? Não estou falando de fatos ocorridos há 500 anos, quando os espanhóis iniciaram o genocídio na América, ou há 200, quando os ianques exterminavam indígenas nos Estados Unidos ou escravizavam africanos, apesar de "todos os homens nascerem livres e iguais" como dizia a Declaração da Filadélfia. Estou falando de fatos acontecidos nas últimas décadas e que hoje estão acontecendo.
Estes fatos devem ser lembrados quando tem lugar um acontecimento da importância e do relevo da reunião que se realiza na Organização das Nações Unidas, onde se põe à prova a inteireza política e a ética dos governos. 
Muitos deles representam países pequenos e pobres necessitados de apoio e de cooperação internacional, tecnologia, mercados e créditos, que as potências capitalistas desenvolvidas têm manejado a seu bel-prazer.
Apesar do monopólio descarado da mídia e dos métodos fascistas dos Estados Unidos e seus aliados para confundir e enganar a opinião mundial, a resistência dos povos cresce, e isso pode ser constatado nos debates que têm lugar nas Nações Unidas.
Muitos líderes do Terceiro Mundo, apesar dos entraves e das contradições indicadas, colocaram com valentia suas ideias. As vozes dos governos da América Latina e do Caribe já não têm o tom bajulador e vergonhoso da OEA, que caracterizou os pronunciamentos dos chefes de Estado em décadas passadas. Dois deles dirigiram-se a esse fórum; ambos, o presidente venezuelano Hugo Chávez, mistura das raças que integram o povo da Venezuela, e Evo Morales, de pura ascendência indígena milenar, colocaram seus conceitos nessa reunião, um, por meio de uma mensagem, e outro, de viva voz, contestando o discurso do presidente ianque.
Telesul transmitiu os três pronunciamentos. Por isso soubemos, desde a noite da terça-feira 20, a mensagem do presidente Chávez, lida detidamente por Walter Martínez em seu programa Dossiê. Obama proferiu seu discurso na manhã da quarta-feira, como chefe de Estado do país anfitrião da ONU, e Evo pronunciou o seu nas primeiras horas da tarde desse mesmo dia. Para ser mais breve escolherei parágrafos essenciais de cada texto.
Chávez não pôde assistir pessoalmente à Reunião de Cúpula das Nações Unidas, após 12 anos de luta incansável, pondo sua vida em risco e afetando sua saúde e hoje luta corajosamente por sua plena recuperação. Contudo, era difícil que sua mensagem valente não abordasse o tema mais crítico da histórica reunião. Transcrevo-a quase na íntegra:
"Dirijo estas palavras à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, […] para ratificar neste dia e neste cenário, o total apoio da Venezuela ao reconhecimento do Estado palestino: o direito da Palestina de se tornar um país livre, soberano e independente. Trata-se de um ato de justiça histórica, com um povo que leva em si, desde sempre, toda a dor e o sofrimento do mundo."
"O grande filósofo francês Gilles Deleuze, […] diz com o matiz da verdade: "A causa palestina é, antes de tudo, o conjunto de injustiças que este povo padeceu e continua padecendo." E também é, atrevo-me a acrescentar, uma permanente e firme decisão de resistência que está já inscrita na memória heróica da condição humana. […] Mahmud Darwish, voz infinita da possível Palestina, fala-nos a partir do sentimento e da consciência desse amor: ‘Não precisamos da lembrança/ porque em nós está o Monte Carmelo/ e em nossas pálpebras está a erva da Galileia./ Não digas: se corrêssemos até o meu país como o rio!/ Não digas!/ Porque estamos na carne de nosso país/ e ele está em nós.’
"Contra aqueles que sustentam falazmente que o acontecido ao povo palestino não é um genocídio, o próprio Deleuze sustenta com lucidez implacável: ‘Em todos os casos se trata de fazer como se o povo palestino não apenas não deveria existir, mas que nunca tivesse existido. Quer dizer, é o zero grau do genocídio: decretar que um povo não existe; negar-lhe o direito à existência’."
"…a resolução do conflito do Oriente Médio passa, necessariamente, por fazer justiça ao povo palestino; este é o único caminho para conquistar a paz."
"Magoa e indigna que os que padeceram um dos piores genocídios da história tenham se tornado carrascos do povo palestino; magoa e indigna que a herança do Holocausto seja a Nakba. E indigna, simplesmente, que o sionismo continue fazendo uso da chantagem do antissemitismo contra os que se opõem aos seus atropelos e aos seus crimes. Israel tem instrumentado e instrumenta, com descaramento e vileza, a memória das vítimas. E o faz para agir, com total impunidade, contra a Palestina. De passagem, é bom precisar que o antissemitismo é uma miséria ocidental, europeia, da qual não participam os árabes. Não devemos esquecer, também, que é o povo semita palestino quem é alvo da limpeza étnica praticada pelo Estado colonialista israelense."
"…uma coisa é rejeitar o antissemitismo, e outra bem diferente é aceitar passivamente que a barbárie sionista imponha um regime de apartheid ao povo palestino. Do ponto de vista ético, quem rejeitar o primeiro, tem que condenar o segundo."
"… o sionismo, como visão do mundo, é absolutamente racista. As palavras de Golda Meir, em seu aterrador cinismo, são prova eloquente disso: ‘Como vamos devolver os territórios ocupados? Não há ninguém para devolvê-los. Não há tal coisa chamada palestinos. Não era, como a gente pensava, que existia um povo chamado palestino, que se considera ele próprio como palestino e que nós chegamos, os expulsamos e lhes tiramos seu país. Eles não existiam.’"
"Leia-se e releia-se esse documento que se conhece historicamente como Declaração de Balfour, do ano de 1917: o governo britânico se atribuía a faculdade de prometer aos judeus um lar nacional na Palestina, ignorando deliberadamente a presença e a vontade dos seus habitantes. É preciso acrescentar que na Terra Santa conviveram em paz, durante séculos, cristãos e muçulmanos, até que o sionismo começou a reivindicá-la como de sua inteira e exclusiva propriedade."
"Após terminar a Segunda Guerra Mundial, exacerbou-se a tragédia do povo palestino, consumando-se a expulsão de seu território e, ao mesmo tempo, da história. Em 1947, a ominosa e ilegal resolução 181 das Nações Unidas sugeriu a divisão da Palestina como um Estado judeu, um Estado árabe e uma zona sob controle internacional (Jerusalém e Belém). Foi concedido, […]56% do território ao sionismo para a constituição de seu Estado. De fato, esta resolução violava o Direito Internacional e ignorava flagrantemente a vontade das grandes maiorias árabes: o direito dos povos à autodeterminação se convertia em letra morta."
"…contra o que Israel e os Estados Unidos pretendem fazer acreditar ao mundo, através das multinacionais da comunicação, o que aconteceu e continua acontecendo na Palestina, digamo-lo junto de Said, não é um conflito religioso: é um conflito político, de cunho colonial e imperialista; não é um conflito milenar, mas sim contemporâneo; não é um conflito que nasceu no Oriente Médio, mas sim na Europa.
"Qual era e qual continua sendo o miolo do conflito?: Privilegia-se a discussão e consideração da segurança de Israel, e para nada a da Palestina. Assim pode-se verificar na história recente: basta lembrar o novo episódio de genocídio desencadeado por Israel através da operação ‘Chumbo Fundido’ em Gaza.
"A segurança da Palestina não se pode reduzir ao simples reconhecimento de um limitado governo e autocontrole policial em seus ‘enclaves’ da ribeira ocidental do Jordão e na Faixa de Gaza, deixando de fora, não apenas a criação do Estado palestino, sobre as fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém oriental como sua capital, os direitos de seus nacionais e sua autodeterminação como povo, mas também a compensação e conseguinte regresso à Pátria de 50% da população palestina, que está espalhada pelo mundo inteiro, conforme estabelece a resolução 194."
"É incrível que um país (Israel) que deve sua existência a uma resolução da Assembleia Geral, possa ser tão desdenhoso das resoluções que provêm das Nações Unidas, denunciava o padre Miguel D’Escoto quando exigia o fim do massacre contra o povo de Gaza, no final de 2008 e no começo de 2009."
"É impossível ignorar a crise das Nações Unidas. Perante esta mesma Assembleia Geral sustentamos, no ano de 2005, que o modelo das Nações Unidas se tinha esgotado. O fato de que o debate sobre a questão palestina tenha sido adiado e venha sendo abertamente sabotado, é uma nova confirmação disso.
"Há uns dias, Washington vem manifestando que vetará no Conselho de Segurança o que será resolução majoritária da Assembleia Geral: o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU. Junto às nações irmãs que integram a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), na Declaração de reconhecimento do Estado palestino, lamentamos, desde já, que tão justa aspiração seja bloqueada por esta via. Como é sabido, o império, neste e noutros casos, pretende impor um duplo padrão no cenário mundial: é a dupla moral ianque que viola o direito internacional na Líbia, porém permite que Israel faça o que quiser, tornando-se assim o principal cúmplice do genocídio palestino a mãos da barbárie sionista. Lembremos umas palavras de Said que metem o dedo na chaga: ‘Devido aos interesses de Israel nos Estados Unidos, a política deste país em torno ao Oriente Médio é, portanto, israelense-cêntrica.’"
"Gostaria de findar com a voz de Mahmud Darwish em seu poema memorável: ‘Sobre esta terra tem uma coisa que merece viver: sobre esta terra está a senhora da terra, a mãe dos começos,/ a mãe dos finais. Chamava-se Palestina. Continua chamando-se Palestina./ Senhora: eu mereço, porque tu és minha dama, eu mereço viver.’"
"Continuará chamando-se Palestina: Palestina viverá e vencerá! Longa vida à Palestina livre, soberana e independente!"
"Hugo Chávez Frías"
"Presidente da República Bolivariana da Venezuela".
Quando a reunião começou, na manhã seguinte, suas palavras estavam já no coração e na mente das pessoas ali reunidas.
O líder bolivariano nunca foi inimigo do povo judeu. Como homem de particular sensibilidade, detestava profundamente o brutal crime cometido pelos nazistas contra crianças, mulheres e homens, jovens e idosos, nos campos de concentração, onde também os ciganos foram vítimas de crimes atrozes e tentativa de extermínio, que, no entanto, ninguém lembra e nunca são mencionados. Da mesma maneira, centenas de milhares de russos morreram nesses campos de extermínio, como raça inferior no conceito racial nazista.
Quando Chávez regressou ao seu país, procedente de Cuba, na noite da quinta-feira 22 de setembro, referiu-se com indignação ao discurso proferido por Barack Obama nas Nações Unidas. Poucas vezes o escutei falar com tanto desencantamento de um líder ao qual tratava com determinado respeito, como uma vítima da própria história da discriminação racial nos Estados Unidos. Nunca o considerou capaz de agir como teria feito George Bush e conservava uma lembrança respeitosa das palavras trocadas com ele na reunião de Trinidad e Tobago.
"Ontem estivemos ouvindo um conjunto de discursos, antes de ontem também, lá nas Nações Unidas, discursos precisos como o da presidenta Dilma Rousseff; discurso de alto valor ético como o do presidente Evo Morales; um discurso que poderíamos qualificar como um monumento ao cinismo, o do presidente Obama, é um monumento ao cinismo que sua própria cara delatava, sua própria cara era um poema; um homem chamando à paz. Imagine só, Obama chamando à paz, com que moral? Esse discurso do presidente Obama é um monumento histórico ao cinismo.
"Estivemos ouvindo discursos precisos, orientadores: o do presidente Lugo, o da presidenta argentina, fixando posições valentes perante o mundo." 
Quando começou a reunião de Nova York, na manhã da quarta-feira 21 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, — após as palavras da presidenta do Brasil que abriu os debates, e depois da apresentação de rigor — ocupou o pódio e começou a discursar.
"Em sete décadas, — começou dizendo ― quando a ONU impediu que houvesse uma Terceira Guerra Mundial, continuamos num mundo marcado pelos conflitos e prenhe de pobreza; quando proclamamos nosso amor pela paz e ódio pela guerra, continuam existindo convulsões no mundo que nos colocam a todos nós em perigo."
Não se sabe qual seria o momento em que segundo Obama, a ONU impediu uma Terceira Guerra Mundial.
"Assumi o cargo num momento de duas guerras para os Estados Unidos, uma guerra contra o extremismo, que nos levou à guerra; em primeiro lugar, Ossama bin Laden e sua organização Al-Qaeda continuavam livres. Hoje estabelecemos uma nova direção, no final deste ano, as operações militares no Iraque vão concluir, vamos ter relações normais com um país soberano, membro da comunidade de nações. Essa aliança será fortalecida com o fortalecimento do Iraque, da sua força de segurança, do seu governo, do seu povo e também das suas aspirações."
De que país está realmente Obama falando?
"Após porem fim à guerra no Iraque, os Estados Unidos e seus aliados começarão a transição no Afeganistão; temos um país no Afeganistão que pode assumir a responsabilidade do futuro de seu país, na medida em que o fizerem, iremos tirando nossas próprias forças e iremos construindo uma aliança solidária com o povo afegão. Não deve existir dúvida, então, de que a onda da guerra está se revertendo."
"Galguei o poder quando milhares de estadunidenses prestavam serviços no Afeganistão e no Iraque; no final deste ano esse número vai se reduzir à metade e continuará diminuindo. Isto é fundamental para a soberania, tanto do Iraque quanto do Afeganistão e é também essencial para o fortalecimento da ONU e dos Estados Unidos, quando construímos nossa própria nação; além disso, estamos saindo dali com uma posição forte. Há dez anos havia uma ferida aberta e ferros contorcidos, um coração quebrado no centro desta cidade; hoje, quando se ergue uma nova torre, simboliza a renovação de Nova York; hoje Al-Qaeda tem mais pressões do que nunca antes, sua liderança tem sido degradada, Ossama bin Laden, um homem que matou milhares de pessoas de dúzias de países, já não colocará em perigo a paz do mundo."
De quem foi aliado Bin Laden, quem realmente o treinou e armou para combater os soviéticos no Afeganistão? Não foram os socialistas, nem os revolucionários em nenhuma parte do mundo.
"Esta década foi bem difícil, […] mas hoje estamos na encruzilhada da história, com a oportunidade de nos movimentar de maneira decisiva rumo à paz; para isso, devemos voltar à sabedoria dos que criaram esta instituição. As Nações Unidas e sua Carta instam a que nos juntemos para manter a paz e a segurança internacionais."
Quem tem bases militares em todas as partes do mundo, quem é o maior exportador de armas, quem possui centenas de satélites espiões, quem investe mais de um trilhão de dólares anuais em despesas militares?
"Este ano tem sido de grandes transformações, mais nações têm avançado para manter a paz e a segurança e mais indivíduos estão reclamando seu direito de viverem em paz e em liberdade."
Depois, cita os casos do Sudão do Sul e Costa do Marfim. Não diz que no primeiro, as transnacionais ianques se lançaram sobre as reservas petroleiras desse novo país, cujo presidente nessa própria Assembleia da ONU, disse que era um recurso valioso, mas esgotável e propunha o uso racional e ótimo do mesmo.
Obama também não expressou que a paz, na Costa do Marfim foi alcançada com o apoio dos soldados colonialistas de um eminente membro da belicosa OTAN, que acaba de jogar milhares de bombas sobre a Líbia.
Menciona mais em diante a Tunísia, e atribui aos Estados Unidos o mérito do movimento popular que derrubou o governo desse país, um aliado do imperialismo.
Mais assombroso ainda, Obama pretende ignorar que os Estados Unidos foram responsáveis de que no Egito se instalasse o governo tirânico e corrupto de Hosni Mubarak que, ultrajando os princípios de Nasser, aliou-se ao imperialismo, arrebatou ao seu país dezenas de bilhões e tiranizou esse valoroso povo.
"Há um ano, ― afirma Obama ― o Egito teve um presidente durante quase 30 anos. Durante 18 dias, os olhos do mundo estavam voltados para a Praça Tahrir, onde os egípcios de todos os segmentos da sociedade, jovens, crianças, mulheres, homens, muçulmanos e cristãos, exigiram seus direitos universais. Vimos nesses manifestantes a força da não violência que nos levou de Nova Deli a Selma e vimos que a mudança chegou ao Egito e ao mundo árabe por meios pacíficos."
"Dia após dia, frente às balas e às armas, o povo líbio não renunciou a sua liberdade, e quando foi ameaçado por essa atrocidade que temos visto muito nos últimos séculos, a ONU respeitou sua Carta, o Conselho de Segurança autorizou as medidas necessárias para evitar um massacre na Líbia. A Liga Árabe exigiu esta intervenção, houve uma aliança e uma coligação para evitar o avanço das forças de Gaddafi."
"Ontem, os líderes de uma nova Líbia tomaram seu lugar aqui, conosco, e nesta semana, as Nações Unidas e os Estados Unidos estão abrindo sua nova embaixada em Trípoli."
"Eis aqui como a comunidade internacional deve funcionar, e deveria funcionar: as nações que se juntam à procura da paz e da segurança e os indivíduos que exigem seus direitos."
"Todos nós temos a responsabilidade de apoiar a nova Líbia, o novo governo líbio, que enfrenta transformar esta promessa numa bênção para todos os líbios."
"O regime de Gaddafi acabou, Gbagbo, Ben Ali, Mubarak, já não estão no poder. Osama bin Laden acabou, e a ideia de que a mudança pode chegar apenas por meio da violência foi enterrada junto com ele."
Observem a forma poética com que Obama despacha o assunto de Bin Laden, qualquer que tenha sido a responsabilidade deste antigo aliado, executado com um disparo no rosto diante de sua esposa e seus filhos e jogado no mar de um porta-aviões, ignorando costumes e tradições religiosas de mais de um bilhão de crentes e princípios jurídicos elementares estabelecidos por todos os sistemas penais. Tais métodos não conduzem nem jamais conduzirão à paz.
"Alguma coisa está acontecendo em nosso mundo, — continua referindo-se à Líbia― a maneira como as coisas têm sido é como serão no futuro. A mão da tirania terminou, os tiranos foram banidos e o povo agora tem o poder. Os jovens rejeitam a ditadura, rejeitam a mentira de que algumas raças, alguns povos, algumas etnias não merecem a democracia."
"A promessa no papel de que todos nós nascemos livres e com o mesmo direito cada vez está mais próxima de se tornar uma realidade […] A medida do sucesso é se as pessoas podem viver numa liberdade, dignidade e segurança sustentável, e a ONU e seus membros devem fazer o necessário para apoiar estas aspirações básicas, e temos mais trabalho que fazer nesse sentido."
Em seguida, arremete contra outro país muçulmano, onde, como é sabido, seus serviços de inteligência junto aos de Israel, assassinam sistematicamente os cientistas mais destacados da tecnologia militar.
A seguir, ameaça a Síria, onde a agressividade ianque pode conduzir a uma chacina muito mais espantosa do que a da Líbia: "Hoje, homens, mulheres e crianças foram assassinados e torturados pelo regime da Síria; milhares foram assassinados, muitos durante o período sagrado do Ramadã; milhares atravessaram a fronteira da Síria."
"O povo sírio demonstrou dignidade e valentia na busca de sua justiça, protestando pacificamente e morrendo pelos mesmos valores que esta instituição defende. Ora bem, a questão é simples: Vamos apoiar o povo sírio ou vamos apoiar seus opressores? A ONU aplicou já sanções aos líderes sírios. Apoiamos a transferência de poder que responda ao desejo do povo sírio, e muitos aderiram a nós neste empenho; mas pelo bem da Síria e da paz e da segurança do mundo devemos falar com uma só voz: não tem desculpa para a ação. Chegou o momento em que o Conselho de Segurança deve sancionar o regime da Síria e apoiar o povo sírio."
Por acaso ficou algum país excluído das ameaças sangrentas deste ilustre defensor da segurança e da paz internacional? Quem concedeu aos Estados Unidos tais prerrogativas?
"Na região, devemos responder aos apelos à mudança. No Iêmen, mulheres, crianças, homens se reuniram nas praças, todos os dias, com a esperança de que sua determinação e o derramamento de seu sangue conduzam a uma mudança. O povo estadunidense concorda com tais aspirações. Devemos trabalhar com os vizinhos e os parceiros no mundo para encontrar um caminho que conduza a uma transição pacífica do governo de Saleh, e que haja eleições livres e justas o mais rápido possível."
"No Barein, foram tomadas medidas para a reforma na prestação de contas. Estamos contentes com isso, porém precisa-se de muito mais. Somos amigos de Barein, e continuaremos exigindo do governo e dos opositores um diálogo significativo que chegue a mudanças pacíficas e cumpra a vontade do povo. Acreditamos que o patriotismo de Barein pode ser maior do que o sectarismo que o separa; é difícil, mas pode-se conseguir."
Não menciona em absoluto que ali se encontra uma das maiores bases militares da região e que as transnacionais ianques controlam e dispõem a seu bel-prazer das maiores reservas de petróleo e de gás da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.
"Acreditamos que cada nação deve ter seu próprio caminho para conseguir satisfazer as aspirações dos povos. Não podemos concordar com todos aqueles que se expressam politicamente, mas sempre vamos defender os direitos universais que foram apoiados por esta Assembleia, direitos que dependem de eleições livres e justas, governos transparentes e que prestem contas, que respeitem os direitos das mulheres e das minorias, justiça igual e justa. Isso merece nosso povo. Estes são os elementos da paz que podem durar."
"…Os Estados Unidos vão continuar apoiando as nações que vão rumo à democracia com maior comércio e investimento, para que a liberdade seja seguida da oportunidade. Continuaremos nosso compromisso com os governos, mas também com a sociedade civil, os estudantes, os empresários, os partidos políticos, a imprensa, a mídia."
"Condenamos os que violam os direitos humanos e impedem que cheguem a esses países. Punimos os que violam esses direitos e sempre vamos ser como uma voz daqueles que foram silenciados."
Depois desta longa lengalenga, o insigne Prêmio Nobel entra no espinhoso tema de sua aliança com Israel que, por sinal, não figura entre os privilegiados com um dos mais modernos sistemas de armas nucleares e meios capazes de alcançar alvos distantes. Sabe perfeitamente quão arbitrária e impopular é essa política.
"Sei que nesta semana há um tema que é fundamental neste sentido, para esses direitos. É uma prova para a política externa dos Estados Unidos, quando o conflito entre Israel e os palestinos continua. Há um ano, estive neste pódio e fiz um apelo para que houvesse uma Palestina livre. Então acreditei, e ainda acredito hoje, que o povo palestino merece seu Estado, mas também disse que uma paz genuína só pode ser alcançada entre israelenses e palestinos. Um ano depois, apesar de muitos esforços dos Estados Unidos e de outros, as partes não conseguiram eliminar seus atritos. Diante desta estagnação, eu propus uma nova base de negociações; fi-lo no passado mês de maio. Essa base é clara, é conhecida por todos: os israelenses devem saber que qualquer acordo deve ter garantias para sua segurança; os palestinos devem conhecer as bases territoriais de seu Estado. Sei que muitos se sentiram decepcionados diante de tanta inércia, e eu também estive e continuo estando. A questão não é a meta, mas como atingimos essa meta."
"A paz exige de muito trabalho, a paz não vai chegar por resoluções nem declarações na ONU, se fosse tão fácil já se teria conseguido. Os israelenses e os palestinos devem se sentar, e vão viver juntos, são eles que devem encontrar uma solução viável em suas fronteiras, devem encontrar uma solução sobre Jerusalém, sobre os refugiados. A paz depende do acordo entre aqueles que devem viver juntos depois que terminarem nossos discursos, muito depois que nós votemos."
Alonga-se a seguir numa ladainha, tentando explicar o inexplicável e justificar o injustificável.
"…Sem dúvida, os palestinos viram que este assunto demorou muito, e é justamente porque acreditamos tanto nas aspirações do povo palestino que os Estados Unidos investiram tanto tempo e tanto esforço em construir um Estado palestino e negociações que possam cumprir esta meta do Estado palestino; porém é preciso compreender isto também, os Estados Unidos fizeram um compromisso com a segurança de Israel, é essencial; nossa amizade é profunda e duradoura com o Estado israelense."
"O povo judeu formou um Estado bem-sucedido e merece reconhecimento e relações normais com seus vizinhos, e os amigos dos palestinos não lhe fazem nenhum favor ao ignorar esta verdade."
"…cada um tem aspirações legítimas, e isso faz parte do que consegue a paz, algo tão difícil, e o prazo final poderá ser quebrado apenas quando cada parte aprenda a estar no lugar do outro, quando cada parte possa ver o mundo através dos olhos do outro. Isso devemos incentivá-lo, devemos promovê-lo."
Enquanto isso, os palestinos permanecem desterrados de sua própria pátria, suas casas são destruídas por monstruosos equipamentos mecânicos e um muro odioso, muito mais alto que o de Berlim, separa uns palestinos de outros. O melhor que Obama podia ter reconhecido é que os próprios cidadãos israelenses já estão fartos da dilapidação de recursos investidos no setor militar, que os priva de paz e de acesso aos meios elementares de vida. Igual do que os palestinos, eles estão sofrendo as conseqüências dessas políticas impostas pelos Estados Unidos e pelos elementos mais belicosos e reacionários do Estado sionista.
"Na medida em que enfrentamos esses conflitos e estas revoluções, devemos reconhecer e lembrar que […] a paz verdadeira depende de criar a oportunidade que faz com que valha a pena viver a vida, e para isso, devemos enfrentar inimigos comuns da humanidade: as armas nucleares, a pobreza, a ignorância e a enfermidade."
Quem entende este discurso confuso do presidente dos Estados Unidos à Assembleia Geral?
A seguir coloca sua ininteligível filosofia:
"Para fazer face à destruição mundial, devemos lutar por um mundo sem armas nucleares; nos últimos dois iniciamos esse caminho. Desde a Cúpula em Washington, muitas nações começaram a garantir seu material nuclear contra os possíveis terroristas."
Pode haver terrorismo maior do que a política agressiva e belicosa de um país cujo arsenal de armas nucleares poderia destruir várias vezes a vida humana neste planeta?
"Os Estados Unidos vão continuar trabalhando para proibir os testes de materiais nucleares e dos materiais para estas armas nucleares", continua prometendo Obama. "Começamos, então, a avançar no caminho certo. Os Estados Unidos estão comprometidos a cumprir suas obrigações; mas quando cumprimos nossas obrigações esperamos que as instituições também ajudem a limitar a expansão destas armas […] O Irã não pôde demonstrar que seu programa de armas nucleares fosse pacífico."
De novo, a lengalenga! Mas desta vez, o Irã não está sozinho; acompanha-o a República Democrática da Coreia.
"A Coreia do Norte ainda tem que tomar medidas para reduzir suas armas e reduzir sua beligerância contra o Sul. Existe um futuro de muitas oportunidades para os povos dessas nações caso seus governos cumprirem suas obrigações internacionais; mas se continuarem fora do Direito Internacional, vão sentir maiores pressões de isolamento, por isso é que nosso compromisso com a paz e a segurança exige que isto se faça assim."


Se nosso Prêmio Nobel se autoengana, uma coisa que ainda está a ser demonstrada, isso talvez poderia explicar as incríveis contradições de seus raciocínios e a confusão espalhada entre os ouvintes.

Não há a mais mínima ética, e nem sequer de política, em sua tentativa de justificar sua anunciada decisão de vetar qualquer resolução a favor do reconhecimento da Palestina como Estado independente e membro das Nações Unidas. Até políticos, que nada têm a ver com o pensamento socialista e lideram partidos que foram estreitos aliados de Augusto Pinochet, proclamam o direito da Palestina de ser membro da ONU.

As palavras de Barack Obama, sobre o assunto principal que hoje é discutido na Assembleia Geral dessa organização, só podem ser aplaudidas pelos canhões, os mísseis e os bombardeiros da OTAN.
O resto de seu discurso são palavras vazias, carentes de autoridade moral e de sentido. Observemos, por exemplo, quão órfãs de ideias são quando, em meio deste mundo faminto e saqueado pelas multinacionais e o consumismo dos países capitalistas desenvolvidos, Obama proclama:
"Para superar as doenças, é preciso melhorar os sistemas de saúde. Continuaremos lutando contra a Aids, a tuberculose e a malária, nos concentraremos na saúde dos adultos e crianças e é preciso detectar e lutar contra qualquer perigo biológico, como a H1N1, ou uma ameaça terrorista ou uma doença."
"As ações no âmbito da mudança climática: Devemos empregar os recursos escassos, e continuar o trabalho para construir, tendo como referência o que se fez em Copenhague e Cancun, para que as grandes economias continuem com seu compromisso. Devemos trabalhar juntos, no intuito de transformar a energia, que é o motor das economias e apoiar outros que avançam em suas economias. Esse é o compromisso para as próximas gerações, e para garantirmos que as sociedades consigam suas potencialidades devemos permitir que os cidadãos também consigam suas potencialidades."
Todo o mundo sabe que os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Kyoto e sabotaram todos os esforços por preservar a humanidade das terríveis consequências da mudança climática, apesar de serem o país que consome uma parte considerável e desproporcionada do combustível e dos recursos mundiais.
Deixemos constância das palavras idílicas com as quais pretendia engabelar os homens de Estado ali reunidos:
"Não há nem uma linha reta, nem um único caminho para o sucesso, viemos de diferentes culturas e temos diferentes histórias; mas não podemos esquecer que, quando nos reunimos aqui como chefes de diferentes governos, representamos os cidadãos que partilham as mesmas aspirações básicas: viver em dignidade e em liberdade; ter educação e conseguir as oportunidades; amar suas famílias, e amar e venerar seus deuses; viver em uma paz que faz com que a vida valha a pena ser vivida; a natureza de um mundo imperfeito faz com que tenhamos aprendido estas lições cada dia."
"... porque os que vieram antes que nós acreditavam que a paz é melhor que a guerra, que a paz é melhor que a repressão, e que a prosperidade é melhor que a pobreza. Essa é a mensagem que vem, não das capitais, mas sim dos povos, das pessoas, e quando foram fundados os alicerces desta instituição, Harry Truman veio e disse: As Nações Unidas, basicamente, são a expressão da natureza moral das aspirações do ser humano. Vivemos em um mundo que muda a grande velocidade, esta é uma lição que nunca devemos esquecer. A paz é difícil, mas sabemos que é possível, por isso é que juntos devemos decidir-nos para que isto seja definido pelas esperanças e não pelos temores. Juntos devemos conseguir a paz, uma paz que seja duradoura.
"Muito obrigados."
Escutar estas palavras até o fim merece algo mais que gratidão; merece um prêmio.
Como já expressei, nas primeiras horas da tarde coube proferir seu discurso ao presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales Ayma, o qual mergulhou logo nos temas essenciais.
"... há uma clara diferença entre a cultura da vida frente à cultura da morte; há uma clara diferença entre a verdade e a falsidade, uma profunda diferença entre a paz e a guerra."
"... sinto que vai ser difícil entendermo-nos com políticas econômicas que concentram o capital em poucas mãos. Os dados demonstram que 1% da população no mundo concentra 50% das riquezas. Se há essas profundas diferenças, como poderia resolver-se a pobreza? E se não dermos cabo da pobreza, como poderia garantir-se uma paz duradoura?"
"Quando era criança, lembro perfeitamente que antes, quando se produzia uma revolta dos povos contra um sistema capitalista, contra os modelos econômicos de saque permanente de nossos recursos naturais, os líderes sindicais, os líderes políticos de tendência esquerdista eram acusados de comunistas para prendê-los; as forças sociais eram intervindas militarmente: confinamento, exílios, chacinas, perseguições, prisão, acusados de comunistas, de socialistas, de maoístas, de marxista-leninistas. Sinto que isso agora acabou, agora já não somos acusados de marxista-leninistas, mas agora têm outros instrumentos como o narcotráfico e o terrorismo... "
"... preparam intervenções quando seus presidentes, quando seus governos, quando os povos não são pró-capitalistas nem pró-imperialistas."
"... fala-se, é, de uma paz duradoura. Como pode haver uma paz duradoura com bases militares norte-americanas? Como pode haver paz duradoura com intervenções militares?"
"Para que servem estas Nações Unidas, se aqui um grupo de países decide intervenções, chacinas?"
"Se queremos que esta organização, as Nações Unidas, tenha autoridade para fazer respeitar as resoluções, temos então que começar a pensar na ideia de refundar as Nações Unidas... "
"Cada ano nas Nações Unidas decidem — quase cem por cento das nações, exceto Estados Unidos e Israel— desbloquear, acabar com o bloqueio econômico a Cuba, e quem faz respeitar isso? Naturalmente, o Conselho de Segurança jamais vai fazer respeitar essa resolução das Nações Unidas [... ] Não posso entender que em uma organização de todos os países do mundo suas resoluções não sejam respeitadas. O que são as Nações Unidas?"
"Quero dizer-lhes que a Bolívia não está de costas viradas ao reconhecimento da Palestina nas Nações Unidas. Nossa posição é que a Bolívia dá as boas-vindas a Palestina às Nações Unidas."
"Vocês sabem, amáveis ouvintes, que eu provenho do Movimento Camponês Indígena, e em nossas famílias, quando se fala de uma empresa, todo o mundo pensa que a empresa tem muito dinheiro, possui muito dinheiro, são milionários, e não conseguem entender que uma empresa peça ao Estado, que lhe empreste dinheiro para o investimento correspondente."
"Por isso digo que estes entes financeiros internacionais são os que fazem negócios mediante as empresas privadas; mas, quem é que deve pagar por isso? Justamente são os povos, os Estados."
"... A Bolívia com o Chile, temos uma demanda histórica para retornar ao mar com soberania ao Pacífico, com soberania. Por isso, a Bolívia tomou a decisão de acudir aos tribunais internacionais, para demandar uma saída útil e soberana ao oceano Pacífico.
"A Resolução 37/10 da Assembleia Geral da ONU, de 15 de novembro de 1982, estabelece que ‘acudir a um Tribunal Internacional de Justiça, para resolver litígios entre Estados, não deve ser considerado como um ato de inimizade.’
"A Bolívia se ampara no direito e na razão para acudir a um Tribunal Internacional, porque seu enclaustramento é por causa de uma guerra injusta, uma invasão. Exigir uma solução no âmbito internacional representa para a Bolívia a reparação de uma injustiça histórica.
"A Bolívia é um Estado pacífico que privilegia o diálogo com os países vizinhos, e por isso mantém abertos os canais de negociação bilateral com o Chile, sem que isso signifique abrir mão de seu direito de acudir a um Tribunal Internacional... "
"Os povos não são responsáveis pelo enclaustramento marítimo da Bolívia, os culpados são as oligarquias, as multinacionais que, como é costume, se apoderam dos recursos naturais dos povos.
"O Tratado de 1904 não trouxe nenhuma contribuição à paz nem à amizade e, em consequência, durante mais de um século, a Bolívia não possui um porto soberano."
"... na região da América se gesta outro movimento dos países da América Latina com o Caribe, eu diria uma nova OEA sem os Estados Unidos, para liberarmo-nos de certas imposições, felizmente, com a pequena experiência que temos na Unasul. [...] já não precisamos, caso houver algum conflito de países [... ] que venham de lá cima e de fora a pôr ordem."
"Ainda, quero aproveitar esta chance para falar de um tema central: a luta contra o narcotráfico. A luta contra o narcotráfico é usada pelo imperialismo norte-americano com fins netamente políticos. A DEA dos Estados Unidos na Bolívia não lutava contra o narcotráfico, controlava o narcotráfico com fins políticos. Se havia algum líder sindical, ou havia algum dirigente político antiimperialista, para isso estava a DEA: para envolvê-lo. Muitos dirigentes, muitos líderes políticos nos salvamos desse trabalho tão sujo, feito a partir do império, para envolver-nos no narcotráfico. Até agora continuam tentando."
"Na semana passada, alguns órgãos de comunicação dos Estados Unidos anunciavam que o avião da presidência estava preso, com vestígios de cocaína nos Estados Unidos. Que falsidade!, tentam confundir a população, tentam armar uma campanha suja contra o governo, inclusive contra o Estado. Porém, que é que fazem os Estados Unidos? Desqualificam a Bolívia e a Venezuela. Será que os Estados Unidos têm autoridade moral para desqualificar ou certificar os países na América do Sul ou na América Latina?, quando os Estados Unidos são o primeiro consumidor de drogas do mundo, quando os Estados Unidos são um dos produtores de maconha do mundo, primeiro produtor de maconha do mundo [...] De que autoridade dispõem para certificar o desqualificar? É mais uma forma de amedrontar ou intimidar os países, tentar fazer escarmentar os países. Contudo, a Bolívia, com muita responsabilidade, vai lutando contra o narcotráfico.
"No mesmo relatório dos Estados Unidos, isto é, do Departamento de Estado dos Estados Unidos reconhece uma redução neta da cultura de coca, que melhorou a interdição.
"Mas, onde está o mercado? O mercado é a origem do narcotráfico e o mercado está aqui. E quem vai desqualificar os Estados Unidos porque não fez diminuir o mercado?
"Na manhã, o presidente Calderón, do México, dizia que o mercado da droga continua crescendo e por que não há responsabilidades para erradicar o mercado. [... ] Travemos a luta sob uma responsabilidade compartida. [... ] Na Bolívia não temos medo, e é preciso dar cabo do segredo bancário, se queremos travar uma luta frontal contra o narcotráfico."
"... Uma das crises, à margem da crise do capitalismo, é a crise alimentar. [... ] temos uma pequena experiência na Bolívia: damos créditos aos produtores de arroz, milho, trigo e soja, com juros de zero por cento e, inclusive, eles podem pagar a dívida com seus produtos, trata-se de alimentos; ou créditos sem juros para fomentar a produção. Porém, as bancas internacionais nunca levam em conta o pequeno produtor, nunca levam em conta as associações, as cooperativas, que muito bem podem contribuir, se tiverem a chance. [...] Temos que acabar com o comércio chamado de competitividade.
"Em uma concorrência, quem vence?, o mais poderoso, o que tem maiores vantagens, sempre as multinacionais, e que acontece com o pequeno produtor?, que acontece com essa família que quer surgir com seu próprio esforço? [... ] Em uma política de competitividade seguramente nunca vamos resolver o tema da pobreza.
"Mas, finalmente, para findar esta intervenção quero dizer-lhes que a crise do capitalismo é já impagável. [...] A crise econômica do capitalismo não só é conjuntural, mas também é estrutural, e que fazem os países capitalistas ou os países imperialistas?, buscam qualquer pretexto para intervir em um país qualquer e recuperar seus recursos naturais.
"Nesta manhã, o presidente dos Estados Unidos dizia que o Iraque já foi liberado, vão se governar eles próprios. Será que os iraquianos se poderão governar, porém, o petróleo dos iraquianos nas mãos de quem está agora?
"Se congratularam, disseram, que acabou a autocracia na Líbia, agora é a democracia; pode haver democracia mas, nas mãos de quem ficará agora o petróleo da Líbia? [...] os bombardeios não eram por culpa de Gaddafi, por culpa de uns rebeldes, mas sim era buscando o petróleo da Líbia."
"... Portanto, sua crise, a crise do capitalismo, querem superá-la, querem emendá-la recuperando nossos recursos naturais, tendo como base nosso petróleo, tendo como base nosso gás, nossos recursos naturais.
"... temos uma enorme responsabilidade: defender os direitos da Mãe Terra."
"... a melhor forma de defendermos os direitos humanos, agora, é defendendo os direitos da Mãe Terra [... ] aqui temos uma enorme responsabilidade de aprovar os direitos da Mãe Terra. Recentemente, há apenas 60 anos, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Recentemente, há apenas 60 anos, se deram conta nas Nações Unidas que também o ser humano tem seus direitos. Depois dos direitos políticos, os direitos econômicos, os direitos dos povos indígenas, agora temos a enorme responsabilidade de defender os direitos da Mãe Terra.
"Também somos convictos de que o crescimento infinito em um planeta finito é insustentável e impossível, o limite do crescimento é a capacidade degenerativa dos ecossistemas da Terra. [... ] fazemos um apelo a [...] um novo decálogo de reivindicações sociais: em sistemas financeiros, sobre os recursos naturais, sobre os serviços básicos, sobre a produção, sobre a dignidade a soberania, e a partir dessa base começar a refundar as Nações Unidas, para que as Nações Unidas sejam a máxima instância para a solução em temas de paz, em temas de pobreza, em temas de dignidade e soberania dos povos do mundo."
"Esperamos que esta experiência vivida como presidente possa servir de algo para todos nós, como também eu venho aprender de muitos de vocês, para continuar trabalhando pela igualdade e a dignidade do povo boliviano.
"Muito obrigado."
Depois dos medulares conceitos de Evo Morales, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, ao qual permitiram falar dois dias depois, expôs os dramáticos sofrimentos dos habitantes da Palestina: "... a crasa injustiça histórica perpetrada com nosso povo, por isso se chegou ao acordo de estabelecer o Estado ds Palestina em só 22% do território da Palestina e, sobretudo, o território palestino que ocupou Israel em 1967. Tomar esse passo histórico, que aplaudiram os Estados do mundo, permitiu condescender amplamente, para conseguir uma contemporização histórica, que permitiria conseguir a paz, na terra da paz."
"[... ] Nosso povo continuará com a resistência pacífica popular à ocupação de Israel, seus assentamentos e sua política do apartheid, assim como a construção do muro de anexação racista [... ] armado com sonhos, valor, esperança e lemas, diante dos tanques, gás lacrimogêneo, buldôzeres e balas."
"... queremos estender a mão ao governo e ao povo israelense para a imposição da paz, e lhes digo: construamos juntos, de maneira urgente, um futuro para nossos filhos, no qual possam gozar de liberdade, de segurança e de prosperidade. [... ] Construamos relações de cooperação baseadas na paridade, a equidade e a amizade entre dois Estados vizinhos, Palestina e Israel, em vez de políticas de ocupação, assentamentos, guerra e eliminação do outro."
Decorreu quase meio século depois daquela brutal ocupação promovida e apoiada pelos Estados Unidos. Porém, não passa um dia sem que o muro seja erguido, monstruosos equipamentos mecânicos destruam moradias palestinas e algum jovem, e inclusive, algum adolescente palestino, seja ferido ou morto.
Quão profundas verdades continham as palavras de Evo!
Fidel Castro Ruz
26 de setembro de 2011
22h32

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Prefeito expulsa população da favela dos pallets e destroi suas casas

Há cerca de uma semana, devido às precárias condições de moradia da nossa cidade, um incêndio na favela dos pallets vitimou duas pessoas. A prefeitura iniciou então o processo violento de desocupação da área, expulsando os moradores de suas casas e demolindo - as.
Ironicamente, esse desrespeito aos direitos humanos foi cometido na avenida educador Paulo Freire, próxima à Fernão Dias. É aí que os trabalhadores resistiram à opressão e exigiram a presença de representantes da secretaria de habitação.


Há cerca de uma semana, um incêndio destruiu barracos e matou duas pessoas na comunidade. Foto: Mario Angelo/Futura Press

Os moradores foram forçados a deixar o local e foram amontoados, de forma desumana e improvisada, no ginásio Fioravante Iervolino, na Dutra. Os desabrigados que estão cadastrados no Bolsa Família receberão aluguel social, os que não estão serão indenizados e ficarão a Deus dará.




A prefeitura se mostra insensível quanto a situação e pretende plantar mudas de árvore no local, para inibir novas construções. Claro, depois de um tempo as árvores se mostrarão inúteis, serão derrubadas e o espaço será cedido para a especulação imobiliária da cidade.

Abaixo há três vídeos que demonstram a situação precária dos trabalhadores que estão sofrendo devido ao descaso da prefeitura.




Vídeo 1 - A questão da habitação em Guarulhos - Incêndio na favela dos Pallets

http://youtu.be/VZ29EL63xZE

Vídeo 2 - A questão da habitação em Guarulhos - Incêndio na favela dos Pallets

http://youtu.be/5brfgdehwrM

Vídeo 3 - A questão da habitação em Guarulhos - Incêndio na favela dos Pallets

http://youtu.be/UMf7BJ1kdV4

domingo, 11 de setembro de 2011

PCB saúda o encontro livre de artistas de Guarulhos

Aconteceu o II encontro livre de artistas e fazedores de cultura de Guarulhos, reuniu-se no dia 23 de junho e 3 de setembro de 2011 na casa dos cordeis.
O debate se cercou na questão da politização do debate, da relação com o empresariado, com o poder público. Parte da plenária defendeu a não intervenção na forma da expressão artística e o não estupro da arte pela indústria cultural.
Também discutiu-se a perspectiva desses encontros, no sentido prático e de organização. Nesse sentido, sugiram proposta de se formar um movimento, um conselho autônomo ou cooperativa de artistas.
 Estiveram presentes nomes importantes da cultura livre, autônoma e independente da cidade.