terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Nota do PCB Guarulhos sobre as ocupações de 2016



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Em 2016, após a posse ilegítima de Michel Temer e o anúncio de que seu governo promoveria ataques a direitos conquistados duramente pela classe trabalhadora, na previdência, nas formas de contratação e negociação de direitos e na educação pública, iniciou-se a organização da resistência e, assim, atos, manifestações, ocupações, aconteceram em todo país.
Em Guarulhos não foi diferente. A Câmara Municipal e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) foram ocupadas. A ocupação da câmara municipal durou 12 dias. O PT, que agora, depois de 16 anos terá que atuar na oposição, apoiou a ocupação e, através de sindicatos dirigidos pela CUT e mandatos de vereadores, ofereceram estrutura, alimentação e segurança por algum tempo. Essa ocupação sofreu ataques e ameaças de movimentos organizados da direita e, com a estrutura oferecida, pôde garantir a continuidade do processo.
Apesar dessa contradição, posto que vemos a influência e participação protagonista do PT como um elemento que impõe limites políticos ao movimento, foi possível dialogar com a população em determinados momentos e fez-se contatos importantes com movimentos de ocupação por todo país. Isso ampliou o alcance e a visibilidade da luta.
A desocupação da câmara ocorre no momento em que o PT abandona o barco e a prefeitura, dirigida pelo PT, através da GCM, corta luz e água da câmara e impede a entrada de familiares e apoiadores e a doação de alimentação ou água, além de cortar qualquer tipo de comunicação. Essa tática de tortura e saturação fez com que os militantes tivessem que sair. Dessa forma, fica claro o jogo duplo e oportunista dos reformistas.
Vemos como mais eficaz e avançado o processo de ocupação da Unifesp. Evidentemente, a Frente Única com o PT e outras organizações interessadas na derrota da PEC de reforma do ensino aconteceu. Mas a participação da militância da UJC foi maior, mais atuante e decisiva. As forças políticas presentes estiveram mais à esquerda e tem consciência da luta de classes.
Dessa forma, o movimento pautou a terceirização dos trabalhadores da Unifesp; as condições de trabalho precarizadas; o diálogo da universidade com a população local, oferecendo acesso a aulas públicas, biblioteca; a não criminalização do movimento, nenhum processo aos lutadores.
Após uma negociação de 14 horas com a reitoria, o movimento decidiu por desocupar o prédio, posto que essas reivindicações acima haviam sido conquistadas.
Aproveitamos a nota para repudiar a desocupação da casa RATA ocorrida na madrugada do dia 24 para o dia 25 de dezembro. A brutalidade da atuação da GCM demonstra bem como o governo Almeida vê as lutas populares e como esse governo de conciliação de classes encerra, de forma melancólica e derrotada, uma experiência que atrasou a consciência do proletariado.
O PCB se dispõe a somar e construir as lutas contra o governo ilegítimo de Michel Temer, pela Greve Geral, pela organização e avanço da classe trabalhadora rumo ao Poder Popular e ao socialismo.
Ousar lutar, ousar vencer!