sábado, 26 de fevereiro de 2011

A HORA SE APROXIMA



Se acende a chama do protesto no estado de Wisconsin
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19 de fevereiro de 2011 | Democracy Now!
O estado de Wisconsin está localizado na região dos lagos no Meio-Oeste dos EUA. Esta região dos lagos tem sido, tradicionalmente, o coração industrial e agrícola do país. Do outro lado do lago Michigan se encontra a cidade de Detroit, berço da indústria automobilística do país. Wisconsin é talvez um estado mais agrícola, conhecido por seus produtos lácteos em geral e pelo queijo, em particular, embora tenha sido, e, em certa medida continua a ser, um estado cuja economia se baseia na manufatura e na fabricação de ferramentas. Do ponto de vista político, Wisconsin é um estado peculiar, sendo o berço do senador republicano anti-comunista Joseph McCarthy, mas também é o berço do AFCSM, um dos maiores sindicatos de funcionários públicos e de enfermeiros do país.
Desde janeiro de 2011, Wisconsin tem um governador republicano, Scott Walker. Walker, que era o candidato "moderado" do Partido Republicano, ocupou o cargo, e com uma sólida maioria na Assembleia Legislativa, concedeu uma anistia fiscal para empresas multinacionais que custou aos cofres do Estado 170 milhões de dólares. Para compensar esse presente, o governador Walker decidiu unilateralmente suspender os direitos de negociação de todos os sindicatos de trabalhadores públicos e dobrar a quantidade de contribuições que estes fazem ao fundo de pensão. A legislação trabalhista regula as relações das empresas privadas a nível federal, mas delega a regulamentação dos funcionários públicos a cada um dos estados. Assim, Walker tem todo o poder legislativo nas suas mãos para impor medidas draconianas que tornam literalmente impossível a continuidade dos sindicatos no setor público. Entre outras medidas, Walker quer forçar os sindicatos a convocar um referendo para legitimá-los anualmente, proibir os descontos em folha de contribuições sindicais, e dramaticamente restringir os direitos de negociação dos sindicatos.
Como se houvesse qualquer dúvida de suas intenções, Walker chamou a Guarda Nacional para reprimir qualquer manifestação de protesto. No entanto, os cidadãos de Wisconsin tomaram as ruas para desafiar o estado de sítio imposto pelo governador. 30 mil estudantes entraram em greve. Na cidade de Madison, sede do governo do estado, se viu inundada por milhares de manifestantes de todo o estado, e os professores declararam uma greve por tempo indeterminado, os estudantes do sindicato de professores da Universidade de Wisconsin em Madison ocuparam os jardins do Capitólio com um acampamento de protesto e, talvez mais importante, os cidadãos de Wisconsin estão cem por cento com seus professores, policiais, bombeiros, trabalhadores municipais, porteiros e funcionários públicos. O Green Bay Packers, time local de futebol americano, fulminante campeão do Super Bowl (o campeonato nacional) emitiu uma declaração expressando seu apoio aos trabalhadores e aos protestos; várias igrejas também declararam o seu apoio. Os democratas no Congresso, ante a avalanche de protestos, estão viajando para fora do estado para ter uma desculpa legal para não comparecer à votação, na qual essas medidas seriam aprovadas.
No resto do país organizaram-se manifestações em apoio aos protestos de Wisconsin. Ainda é muito cedo para dizer se o protesto pode se espalhar. O que fica claro é que o neoliberalismo só pode avançar ou sustentar-se em uma corrida adiante, exigindo mais privatizações no setor público, aumentando a idade da aposentadoria, o valor das contribuições para o fundo de pensão, desarmando os sindicatos para impor cortes salariais.
Os protestos de Wisconsin são apenas a ponta do iceberg, formam parte de um ataque aos poucos sindicatos e instituições públicas do país que ainda estão de pé, perfeitamente planejado pela maioria republicana, tanto a nível federal quanto estadual. Esta nova maioria ultra-liberal conta, por mais que insistam em disfarçar, com o apoio explícito do governo Obama que, entre outras coisas, acaba de aprovar o orçamento mais regressivo da história econômica desde os governos Reagan e Eisenhower. A questão é quanto tempo o povo norte-americano pode tolerar este nível de agressão. Pode ser que em Wisconsin acendeu-se o pavio de uma grande rebelião, é uma questão de tempo.

A Líbia e o imperialismo

Workers World
De todas as lutas que agora decorrem no Norte de África e no Médio Oriente, a mais difícil de deslindar é aquela na Líbia.
Qual é o carácter da oposição ao regime Kadafi, a qual consta que agora controla a cidade de Bengazi, no Leste do país?
Será apenas coincidência que a rebelião tenha começado em Bengazi, a qual é a norte dos mais ricos campos petrolíferos da Líbia bem como próxima da maior parte dos seus oleodutos e gasodutos, refinarias e o seu porto de gás natural liquefeito (GNL)? Haverá um plano de partição do país?
Qual é o risco de intervenção militar imperialista, a qual apresenta grave perigo para o povo de toda a região?
A Líbia não é como o Egipto. Seu líder, Moamar Kadafi, não tem sido um fantoche imperialista como Hosni Mubarak. Durante muitos anos, Kadafi esteve aliado a países e movimentos que combatiam o imperialismo. Ao tomar o poder em 1969 através de um golpe militar, ele nacionalizou o petróleo da Líbia e utilizou grande parte do dinheiro para desenvolver a economia líbia. As condições de vida do povo melhoraram radicalmente.
Por isso, os imperialistas estavam determinados a deitar a Líbia abaixo. Os EUA em 1986 realmente lançaram ataques aéreos a Trípoli e Bengazi que mataram 60 pessoas, incluindo a menina filha de Kadafi – o que raramente é mencionado pelos media corporativos. Foram impostas sanções devastadoras tanto pelos EUA como pela ONU a fim de arruinar a economia líbia.
Depois de os EUA invadirem o Iraque em 2003 e arrasarem grande parte de Bagdad com uma campanha de bombardeamento que o Pentágono exultantemente chamou "pavor e choque", Kadafi tentou evitar a ameaça de outra agressão à Líbia fazendo grandes concessões políticas e económicas ao imperialismo. Ele abriu a economia a bancos e corporações estrangeiras; concordou com exigências do FMI quanto ao "ajustamento estrutural", privatizando muitas empresas estatais e cortando subsídios do estado a necessidades como alimentos e combustível.
O povo líbio está a sofrer dos mesmos preços elevados e desemprego que estão na base das rebeliões em outros lados e que decorre da crise económica capitalista mundial.





Não pode haver dúvida de que a luta que varre o mundo árabe pela liberdade política e a justiça económica também tocou um ponto sensível na Líbia. Não há dúvida de que o descontentamento com o regime Kadafi está a motivar uma secção significativa da população.
Contudo, é importante para gente progressista saber que muitas das pessoas que estão a ser promovidas no Ocidente como líderes da oposição são há muito agente do imperialismo. A BBC mostrou em 22 de Fevereiro filmes de multidões em Bengazi deitando abaixo a bandeira verde da república e substituindo-a pela bandeira do antigo rei Idris – que foi um fantoche dos EUA e do imperialismo britânico.
Os media ocidentais baseiam grande parte das suas reportagens sobre supostos factos fornecidos pelos grupo exilado Frente Nacional para a Salvação da Líbia (National Front for the Salvation of Libya), a qual foi treinada e financiada pela CIA estado-unidense. Pesquise no Google o nome da frente mais CIA e encontrará centenas de referências.
Wall Street Journal de 23 de Fevereiro escreveu em editorial que "Os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubarem o regime Kadafi". Não há qualquer conversar nas salas das administrações ou nos corredores de Washington acerca de intervir para ajudar o povo do Kuwait ou da Arábia Saudita ou do Bahrain a derrubarem seus governantes ditatoriais. Mesmo com todos os falsos elogios às lutas de massas que agora sacodem a região, isso seria impensável. Em relação ao Egipto e à Tunísia, o imperialismo está a mover todas as alavancas que podem para tirar as massas das ruas.
Tão pouco houve qualquer conversa de intervenção dos EUA para ajudar o povo palestino de Gaza quando milhares morrerem por serem bloqueados, bombardeados e invadidos por Israel. Exactamente o oposto. Os EUA intervieram para impedir a condenação do estado colonizador sionista.
O interesse do imperialismo na Líbia não é difícil de descobrir. Em 22 de Fevereiro a Bloomberg. com escreveu: se bem que a Líbia seja o terceiro maior produtor de petróleo da África, é o país do continente que tem as maiores reservas provadas — 44,3 mil milhões de barris. É um país com uma população relativamente pequena mas com potencial para produzir enormes lucros para as companhias de petróleo gigantes. É assim que os super ricos a encaram e o que está por trás da sua apregoada preocupação com os direitos democráticos do povo da Líbia.
Obterem concessões de Kadafi não é suficiente para os barões imperialistas do petróleo. Eles querem um governo sob a sua dominação total, tudo do bom e do melhor. Eles nunca esqueceram Kadafi por derrubar a monarquia e nacionalizar o petróleo. Fidel Castro, em Cuba, na sua coluna "Reflexões" regista o apetite do imperialismo por petróleo e adverte que os EUA estão a lançar as bases para a intervenção militar na Líbia.
Nos EUA, algumas forças tentam mobilizar uma campanha a nível de rua promovendo uma tal intervenção estado-unidense. Deveríamos opor-nos a isto totalmente e recordar a qualquer pessoa bem intencionada os milhões de mortos e deslocados pela intervenção dos EUA no Iraque.
As pessoas progressistas têm simpatia com o que encaram como um movimento popular na Líbia. Podemos ajudar tal movimento principalmente pelo apoio às suas exigências justas mas rejeitando uma intervenção imperialista, seja qual for a forma que assuma. É o povo da Líbia que deve decidir o seu futuro.
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dança macabra de cinismo


• A política de saqueio imposta pelos EUA e seus aliados da OTAN no Oriente Médio entrou em crise. Desencadeou-se inevitavelmente com o alto custo dos cereais, cujos efeitos se fazem sentir com mais força nos países árabes, onde apesar de seus enormes recursos petroleiros, a escassez de água, as áreas deserticas e a pobreza generalizada do povo contrastam com os enormes recursos derivados do petréleo que possuem os setores privilegiados.
Enquanto os preços dos alimentos triplicam-se, as fortunas imobiliárias e os tesouros da minoria aristocrática aumentam a trilhões de dólares.
O mundo arábico, de cultura e crença muçulmana, tem sido humilhado adicionalmente pela imposição a sangue e fogo dum Estado que não foi capaz de cumprir as obrigações elementares que lhe deram origem, a partir da ordem colonial existente até finais da Segunda Guerra Mundial, em virtude da qual as potências vitoriosas criaram a ONU e impuseram o comércio e a economia mundiais.
Graças a traição de Mubarak em Camp David o Estado árabe palestino não tem podido existir, apesar dos acordos da ONU de novembro de 1947, e Israel virou forte potência nuclear aliada aos EUA e à OTAN.
O complexo militar industrial dos EUA forneceu dezenas de milhares de milhões de dólares cada ano a Israel e aos próprios estados árabes dominados e humilhados por este.
O gênio saiu da garrafa e a OTAN não sabe como controlá-lo. Vão tentar tirar o maior proveito dos lamentáveis acontecimentos da Líbia. Ninguém seria capaz de saber neste momento o que ali está acontecendo. Todas as cifras e versões, até as mais inacreditáveis, têm sido divulgadas pelo império através dos meios de comunicação, semeando o caos e a desinformação.
É evidente que na Líbia se leva a cabo uma guerra civil. Por que e como se desencadeou a mesma? Quem vão pagar as consequências? A agência Reuters, fazendo-se eco do critério dum conhecido banco do Japão, o Nomura, expressou que o preço do petróleo poderia superar qualquer limite:
"’Se Líbia e Argélia suspendem a produção de petróleo, os preços poderiam superar os US$220 o barril e a capacidade ociosa da OPEP seria reduzida a 2,1 milhões de barris por dia, similar aos níveis atingidos durante a guerra do Golfo, e quando os valores atingiram os US$147 o barril em 2008’, afirmou o banco em uma nota".
Quem poderiam pagar hoje esse preço? Quais seriam as consequências em meio a uma crise alimentar?
Os líderes principais da OTAN estão exaltados. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, informou a ANSA, "… admitiu num discurso no Kuwait que os países ocidentais erraram em apoiarem governos não-democráticos no mundo árabe". Deve ser congratulado pela sua franqueza.
Seu colega francês Nicolás Sarkozy declarou: "A prolongada repressão brutal e sangrenta da população civil líbia é repugnante".
O chanceler italiano Franco Frattini declarou "‘acreditável’ a cifra de mil mortos no Trípoli […] ‘a cifra trágica será um banho de sangue’".
Hillary Clinton declarou: "… o ‘banho de sangue’ é ‘completamente inaceitável e ‘tem que parar’…".
Ban Ki-moon expressou: "‘É absolutamente inaceitável o uso da violência que há no país’".
"… ‘o Conselho de Segurança atuará conforme ao que decida a comunidade internacional’".
"‘Estamos considerando várias opções’".
O que Ban Ki-moon espera realmente é que Obama diga a última palavra.
O presidente dos Estados Unidos falou na tarde desta quarta-feira e expressou que a secretária de Estado sairia para a Europa a fim de concordar com seus aliados da OTAN as medidas a tomar. Em seu rosto se percebia a oportunidade de lidar com o senador da extrema-direita republicana John McCain; o senador pró-israelense de Connecticut, Joseph Lieberman e os líderes do Tea Party, para garantir sua candidatura pelo partido democrata.
A mídia do império preparou o terreno para atuar. Não seria estranho a intervenção militar na Líbia, com o qual, também, garantiria a Europa os quase dois milhões de barris diários de petróleo leve, se antes não acontecem sucessos que ponham fim à chefia ou à vida de Gaddafi.
De qualquer forma, o papel de Obama é bastante complicado. Qual será a reação do mundo árabe e muçulmano se o sangue nesse país se derramar em abundância com essa aventura? Será que uma intervenção da OTAN na Líbia vai deter a onda revolucionária desatada no Egito?
No Iraque se derramou o sangue inocente de mais de um milhão de cidadãos árabes, quando o país foi invadido com falsos pretextos. Missão cumprida! —proclamou George W. Bush.
Ninguém no mundo estará jamais de acordo com a morte de civis indefensos na Líbia ou em qualquer outra parte. E me pergunto: Por acaso os Estados Unidos e a OTAN aplicarão esse princípio aos civis indefensos que os aviões sem piloto ianques e os soldados dessa organização matam todos os dias no Afeganistão e no Paquistão?
É uma dança macabra de cinismo.

Fidel Castro Ruz
23 de fevereiro de 2011
19h42. •

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MOÇÃO DE REPÚDIO


Guarulhos, 21 de fevereiro de 2011.


Nós, do Partido Comunista Brasileiro, manifestamos nosso repúdio em relação a repressão da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de Guarulhos, que de forma violenta e arbitrária agrediu manifestantes que realizavam uma caminhada pacífica pelas ruas do centro. Não é a primeira vez que a GCM age dessa forma quando se depara com manifestações populares, em 2010, na greve da Unifesp, a situação se repetiu.
A atuação violenta da GCM expressa uma tendência corrente e reacionária de criminalização dos movimentos sociais. O Comitê de Luta Pelo Transporte Público vem desde muito tempo reivindicando condições dignas de transporte para a população e isso necessariamente passa pela redução da tarifa e passe livre para estudantes e desempregados. Representa, portanto, uma reivindicação que legitima o direito de ir e vir de qualquer cidadão e por isso torna imperativa uma posição dos demais movimentos sociais e  entidades de classe.
Reiteramos nosso apoio  e repudiamos a postura truculenta, inconseqüente e intransigente que marcou a atuação da GCM – representante do poder público -  diante de uma manifestação pacífica e legítima em favor de toda a  população do município.
Somamo-nos aos camaradas do Comitê  de Luta Pelo Transporte Público e entendemos que o direito ao transporte  público é uma reivindicação histórica da classe trabalhadora e, por isso, não pode ser tratado como caso de polícia.


                             COMITÊ MUNICIPAL PCB/GUARULHOS
Segue o vídeo do momento da prisão de um manifestante:






sábado, 19 de fevereiro de 2011

Manifestação contra o aumento da passagem em Guarulhos


Fotos da Manifestação

A Manifestação começou no fim da tarde





 Ato simbólico de queimar a Folha metropolitana, chamada de FOLHA DO PATRÃO


 Ato simbólico de queimar o BUSÃO


 A população aproveitou o microfone para manifestar o descaso





 Amanhã vai ser maior!





 Quase no final do trajeto, com o apoio da população crescendo, a repressão começou





 Quanta guarda civil!


 A Guarda Civil não poupou cacetadas e ainda prendeu 2 manifestantes.





 Alguns manifestantes, fugindo do espancamento, entraram em comércios... mas a guarda civil não perdoa nem os comerciantes, e entraram nessa loja destruindo tudo!


 Ficamos em frente da delegacia aguardando a liberação dos dois manifestantes presos.



MANIFESTAR É UM DIREITO!
CONTRA TODA REPRESSÃO E ABUSO DE PODER!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Manifestação do comitê de luta pelo transporte público dia 18/2


MANIFESTAÇÃO DIA 18/02 (sexta-feira)
às 17horas 
Concentração em frente a Igrja Matriz
(praça Tereza Cristina)




- R$ 2,90 não dá, tarifa zero já!
- Contra o aumento da tarifa!
- Bilhete único é o máximo que merecemos?
- Pela volta das antigas linhas!





PRÓXIMA ATIVIDADE DO COMITÊ DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO SERÁ NO DIA 18/02 À 17 HORAS. NOS CONCENTRAREMOS EM FRENTE A MATRIZ. VENHA COM A GENTE TOMAR AS RUAS EM DNÃO É MOLE NÃO, 2,90 É MAIS CARO QUE O FEIJÃOEFESA DO TRANSPORTE QUE QUEREMOS.

!

Licitação fraudulenta nos transportes de Guarulhos

Matéria da globo sobre o bilhete único em Guarulhos

Manifestação popular e matéria

Repressão policial em Guarulhos


Da Redação do jornal Diario de Guarulhos

Um jovem foi agredido por policiais militares no bairro Jardim São João. As agressões foram filmadas pelos vizinhos. O jovem levou joelhadas e socos, além de ter sido agredido e ofendido verbalmente.
Segundo a vítima, as cenas mostram apenas o final das agressões.

O jovem contou que ele estava colocando a mão no carro, quando a policial chutou o seu pé.
No dia da agressão, havia uma blitz policial e o carro em que o jovem estava, junto com o irmão, foi parado.
Neste momento, o policial perguntou para o rapaz onde ele iria e o mesmo respondeu que estava indo buscar cimento.




“Assim que eu falei que estava indo buscar cimento, ele me xingou, me deu um tapa e me perguntou se eu ia cheirar cimento”, disse o jovem agredido. Ele disse que acredita que os policiais o confundiram com outra pessoa. “Eu acho que ele confundiu o cimento com farinha, droga, não sei, com alguma coisa”.
O rapaz agredido tem 23 anos, é ferramenteiro, casado e nunca teve problemas com a polícia.




“Quando eles bateram na minha cabeça, eu perdi a visão de um olho e estou vendo tudo embaçado. Vou ter que usar óculos”, desabafou o jovem.
De acordo com o comando da Polícia Militar, o local é conhecido por ter um ponto de droga e havia uma denúncia anônima naquele momento. Os quatro policiais já foram identificados e estão afastados do trabalho

Essa é a verdadeira sensação do povo dos morros no Rio


Nota sobre o transporte em Guarulhos.

A situação do transporte em Guarulhos está tão caótica que nem mesmo a mídia burguesa pode fechar os olhos, rede globo e record exibiram matérias sobre o descaso e a desorganização do sistema de transporte.

Assembleia dos agentes de trânsito em que a greve foi deliberada


O comitê de luta pelo transporte público continua suas atividades e promoverá manifestação na sexta feira, dia 18 de fevereiro, os motoristas e cobradores de ônibus cruzaram seus braços em protesto durante todo um dia, os agentes de trânsito também entraram em greve por tempo indeterminado, houve queima de ônibus nos bairros que sofreram com as enchentes no começo de janeiro, além de a prefeituara ter que receber uma comissão de moradores do jardim fortaleza que se mobilizaram para apresentar as reivindicações da cominidade e as principais críticas sobre as mudanças nas linhas de ônibus.


moradores do jardim fortaleza revoltados em frente à prefeitura para entregar sua carta de reivindicações

O prefeito Almeida respondeu a insatisfação popular com a demissão do secretário de transportes e a nomeação de um novo, além de mudar o trajeto e implantar novas linhas.
manifestação
 Com o fortalecimento do comitê e a ampliação de sua capacidade de influência, as propostas populares poderão entrar em debate numa audiência pública, que os vereadores, por conhecerem a superioridade argumentativa  das propostas populares sobre a falácia demagógica, tentam impedir, sendo que conseguirão no máximo adiar.
protesto popular

Revolta popular





quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Matéria sobre a situação do transporte público em Guarulhos

A situação em Guarulhos está tão caótica, o jogo demagógico está sendo tão malfeito, que até a mídia burguesa tem crítica para fazer. Segue matéria da record:

Motoristas paralisam Terminal Pimentas em luta por melhores condições de trabalho


Os motoristas da empresa de ônibus Campos dos Ouros realizaram uma paralisação na Estação de Transferência do Pimentas, ao longo do dia de hoje.
Segundo os trabalhadores, o motivo da greve é a falta de infraestrutura básica para os motoristas e cobradores que trabalham no local.
“Os trabalhadores não têm banheiros, refeitórios e sala para emissão de relatórios. Eles ficam sob sol e chuva constantemente”, disse ele.
126 ônibus ficaram parados na estação de transferência, paralisando a circulação normal da cidade, automaticamente afetaram diretamente o ritmo de extração de mais valia.


A concentração dos motoristas teve início por volta das 10h e fim às 16h na Estrada do Caminho Velho (local usado provisoriamente para embarque de passageiros), ao lado do CEU Pimentas e da Unifesp.
Uma cobradora, que preferiu não se identificar por receio de represálias dos patrões disse que “por diversas vezes teve que urinar escondida atrás dos ônibus estacionados”, o que mostra as péssimas condições a que os trabalhadores estão submetidos.
A STT (Secretaria de Transportes e Trânsito) diz que não sabia de tal situação, o que é uma falácia, pois é sabido que a prefeitura está submissa aos interesses dos barões do transporte.
A pasta afirma que em contato com a empresa de ônibus definiu que a companhia cumprirá acordo com o sindicato para colocação de banheiros químicos e construção de refeitório.
Os trabalhadores alertam que retomarão a paralisação caso as ações prometidas não tenham início amanhã, dia 10/2/11.

Comitê de luta pelo transporte público : 2.90 não dá! mais uma manifestação no centro de Guarulhos

Matéria do Guarulhos hoje
O protesto se refere às mudanças no sistema de transporte, aumento da tarifa dos ônibus e implantação do bilhete único

Cerca de 20 membros do Comitê de Luta pelo Transporte Público se reuniram em frente à Igreja Matriz, Centro, na tarde desta terça-feira para se manifestarem contra as mudanças no sistema de transporte, aumento da tarifa dos ônibus e implantação do bilhete único. Este é o segundo protesto do grupo que se reuniu no marco zero da cidade e seguiu até a Câmara Municipal com o intuito de agendar uma audiência pública com vereadores.
Com cartazes e faixas, os manifestantes percorreram o calçadão da Dom Pedro II e a rua João Gonçalves. "Já faz mais de um mês que mudou o sistema e nada melhorou. Antes eu esperava de cinco a dez minutos pela condução e agora essa espera chega a demorar uma hora", disse a gestora de saúde Leni Santana, 55 anos.
De acordo com o membro do movimento de Luta pelo Transporte Público, José Anchieta Fontes, 62, o segundo protesto aconteceu porque a primeira não surtiu o efeito desejado. "Ninguém nos deu atenção e tampouco fizeram alguma coisa para minimizar os efeitos dessa mudança".
Os manifestantes não foram recebidos pelos vereadores. "Mais uma vez fomos proibidos de entrar, mas continuaremos lutando". Outra passeata foi prometida para o dia 18 de fevereiro.
A asseessoria de imprensada Câmara informou que o presidente da Casa, Eduardo Soltur, se prontificou a atender uma comissão composta por integrantes da manifestação para a realização de uma reunião, mas até às 19h ninguém havia subido até a sala da presidência.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FORA DITADORES, O IMPERIALISMO E O SIONISMO DO ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA!




imagemCrédito: Boston.com
(Nota Política do PCB)
Na esteira dos protestos de revoltas populares na Argélia, na Tunísia e no Iêmen, explodiu um grande movimento de massas no Egito, exigindo a imediata deposição do ditador Hosni Mubarak, que há trinta anos dirige o país com mão de ferro, servindo dócil e fielmente aos interesses políticos e econômicos do imperialismo estadunidense e do Estado terrorista de Israel na região.
Também no Marrocos, Arábia Saudita, Oman e Jordânia, países oprimidos por regimes ditatoriais tutelados por Washington, o clima é de tensão, e a classe dominante local teme a eclosão de manifestações das populações em revolta.
O governo dos Estados Unidos, diante da inquestionável mobilização popular e da solidariedade internacional às lutas no Egito, se apressa a defender uma “transição pacífica e ordenada”, com “reformas democráticas” que não ameacem a manutenção de seu poderio na região. Os paladinos da “liberdade”, da “democracia” e dos “direitos humanos” em todo o mundo nada falam sobre o apoio imperialista dado até agora às ditaduras sanguinárias no mundo árabe. Os países da região, em sua maioria criados artificialmente pelo imperialismo inglês e francês há muitas décadas, são governados por monarquias, muitas absolutistas, onde sequer as eleições toleradas pela democracia burguesa existem.
O Egito é um país populoso, onde a classe trabalhadora se concentra na indústria petrolífera - explorada por empresas transnacionais - e outras indústrias, na agricultura e no setor de serviços. No período em que foi governado por Gamal Abdel Nasser, nos anos 1950, o país trilhou um caminho de desenvolvimento mais autônomo, de caráter nacionalista, marcado pela construção da hidroelétrica de Assuã. Os governos que o sucederam, tentaram manter, em parte, o não-alinhamento com os EUA, mas, já no segundo período do governo de Anwar Sadat, a classe dominante egípcia optou pela assinatura de um acordo de paz em separado com Israel e pela aproximação com Washington- traindo, assim, os sonhos da década de cinquenta.
Mubarak foi, nas três últimas décadas, o mais submisso dos aliados dos EUA, tendo recebido, por ano, cerca de 1.300 milhões de dólares como “ajuda financeira”, em grande parte investida na compra de armamentos, pois o Estado egípcio serve de país tampão entre a África e a Ásia, controlando o Canal de Suez e fazendo fronteira com a Palestina e Israel. Desta forma, garante a continuidade da estratégia imperialista e do terrorismo sionista na região.
É preciso lembrar ainda que tanto o Egito quanto a Tunísia, com o providencial auxílio dos ditadores Mubarak e Ben Ali, na década de 1990, ajustaram suas economias aos programas neoliberais impostos pelo FMI. Em troca da anulação da multimilionária dívida militar do Egito para com os EUA, foram aplicadas medidas como a liberação dos preços dos alimentos e a privatização geral de empresas estatais, responsáveis pelo empobrecimento extremo da população e pelo crescimento exacerbado do desemprego, o que, agravado pela escassez de terras aráveis no país, explica também a radicalidade dos protestos em curso.
O PCB se soma à solidariedade internacional de apoio às manifestações de protesto pelo fim dos regimes autoritários naqueles territórios, mas observa que somente o rompimento definitivo com a política imperialista e com o terrorismo de Estado de Israel levará a mudanças efetivas na região, pois a existência dos regimes autocráticos e o contínuo rebaixamento do nível de vida das suas populações, as quais foram privadas de seus direitos mais elementares, estão umbilicalmente associados aos interesses das poderosas potências capitalistas no Oriente Médio e no Norte da África.
Pela composição das forças de oposição no Egito, desenha-se de imediato a tendência a que a alternância política ao regime de Mubarak se dê por meio de uma saída liberal por cima, com a instituição de reformas democráticas burguesas, o que, mesmo que possa permitir mais espaço para a organização e ação dos trabalhadores, partidos de esquerda e revolucionários no país, manteria a aliança com os EUA e Israel, fazendo aprofundar o processo de desenvolvimento das relações capitalistas e a dependência perante o imperialismo. Para tal, há em curso uma política de cooptação dos líderes dos principais partidos de oposição e de organizações da sociedade civil, implementada pela direita e financiada pelos EUA através de fundações como o National Endowment for Democracy (NED) e o Freedom House (FH), ligadas à CIA, ao Congresso e aos grandes homens de negócios estadunidenses. Tais organizações têm atuado no sentido de facilitar a divulgação de mensagens de protesto contra Mubarak pela internet, difundidas principalmente por jovens das camadas médias egípcias.
De outro lado, surge a possibilidade de uma alternativa aparentemente mais radical, com o estabelecimento de um estado teocrático muçulmano, que não combateria as desigualdades sociais, podendo ou não se apresentar como uma força anti-imperialista. O maior segmento de oposição é composto pela Fraternidade Muçulmana, que, na verdade, não chega a constituir hoje uma ameaça direta aos interesses econômicos e estratégicos do imperialismo na região.
É remota a possibilidade de uma revolução democrática nacional, pois a debilidade dos partidos revolucionários no país – muitos dos quais foram dizimados e se encontram na clandestinidade – e o fato de o movimento sindical e social ter sido violentamente reprimido nos anos 1980 e 90, torna pouco provável esta alternativa. No entanto, a firme atuação do Partido Comunista Egípcio e de outras organizações de esquerda neste processo indicam que as forças representativas dos trabalhadores e das camadas populares estão vivas, em condições plenas de acumular novas energias para futuros e decisivos embates.
A verdadeira revolução social acontecerá caso se adote um programa anticapitalista e anti-imperialista para o país, com o desmantelamento das políticas neoliberais, a destruição das bases militares pró-imperialistas, o rompimento com o terrorismo sionista e a conformação de um Estado soberano capaz de desenvolver a democracia política e social no rumo do socialismo.
Seja qual for o resultado, o PCB valoriza a capacidade de mobilização e a combatividade dos povos em luta na região, não só porque descobriram sua força, mas porque certamente a experiência deixará claro que só o socialismo poderá levar à emancipação e à resolução dos problemas da maioria da população. Mesmo que o imperialismo consiga conter o movimento revolucionário em curso, nada será como antes: não foram somente os povos que descobriram sua força; seus inimigos também. O ascenso do movimento de massas na região aponta, inevitavelmente, para um novo patamar da luta de classes, em que as organizações populares e revolucionárias tendem a despontar como a grande novidade no processo histórico, trazendo consigo a renovada combatividade da luta socialista.
Fevereiro de 2011.
Partido Comunista Brasileiro.
Comissão Política Nacional

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tunísia constitui a Frente do 14 de Janeiro



Em 20 de Janeiro de 2011 várias organizações nacionalistas e de esquerda na Tunísia constituiram-se em Frente. Ela agrupará neste momento o Movimento dos Unionisdtas Nasseristas, a Liga da Esquerda Operária, o Movimento Baath, os Esquerdistas Independentes, o Movimento dos Nacionalistas Democratas, o Partido Comunista dos Operários da Tunísia e o Partido do Trabalho Patriótico e Democrático. Esta frente tem o nome de "Frente do 14 de Janeiro" em referência à data da fuga de Ben Ali, o presidente derrubado.
Ela assume como objectivo organizar a resistência ao actual governo de transição no qual continuam a participar os caciques do RCD (Rassemblement constitutionnel démocratique), o partido de Ben Ali, e construir uma alternativa popular saída dos comités de vigilância criados nos vários distritos da Tunísia para se defenderem do terror espalhado pelos aparelhos do RCD e da polícia presidencial. O apelo dirige-se a todas as forças do progresso político, sindicais e associativas a fim de cumprir os objectivos desejados pela revolução popular tunisina. Eis a tradução do texto fundador:
Afirmando nosso empenhamento na revolução do nosso povo que combateu pelo direito à liberdade e à dignidade nacional e fez grandes sacrifícios que incluem dezenas de mártires e milhares de feridos e detidos, e a fim de alcançar a vitória contra os inimigos internos e externos e de se opor às tentativas abortadas para esmagar estes sacrifícios, constituiu-se "a Frente do 14 de Janeiro" como um quadro político que se dedicará a fazer avançar a revolução do nosso povo rumo à realização dos seus objectivos e a opor-se às forças da contra-revolução. Este quadro compreende os partidos, as forças e organizações nacionais progressistas e democráticas.
As tarefas urgentes desta Frente são:
1- Fazer cair o governo actual de Ghannouchi ou todo governo que incluísse símbolos do antigo regime, que aplicou uma política anti-nacional e anti-popular e serviu os interesses do presidente derrubado.
2- A dissolução do RCD e o confisco da sua sede, dos seus bens, haveres e fundos financeiros uma vez que eles pertencem ao povo.
3- A formação de um governo interino que desfrute da confiança do povo e das forças progressistas militantes políticas, associativas, sindicais e da juventude.
4- A dissolução da Câmara dos Representantes e do Senado, de todo os órgãos fictícios actuais e do Conselho Superior da Magistratura e o desmantelamento da estrutura política do antigo regime e a preparação das eleições para uma assembleia constituinte num prazo máximo de um ano a fim de formular uma nova constituição democrática e fundar um novo sistema jurídico para enquadrar a vida pública que garanta os direitos políticos, económicos e culturais do povo.
5- Dissolução da polícia politica e adopção de uma nova política de segurança fundada no respeito dos direitos do homem e na superioridade da lei.
6- O julgamento de todos aqueles que são culpáveis de roubo dos dinheiros do povo, daqueles que cometeram crimes contra o mesmo como a repressão, o aprisionamento, a tortura e a humilhação – da tomada de decisão à execução – e finalmente de todos aqueles que são voltados para a corrupção e o desvio de bens públicos.
7- A expropriação da antiga família reinante e dos seus próximos e associados e de todos os funcionários que utilizaram a sua posição para enriquecerem-se a expensas do povo.
8- A criação de empregos para os desempregos e medidas urgentes para conceder uma indemnização de desemprego, uma maior cobertura social e a melhoria do poder de compra para os assalariados.
9- A construção de uma economia nacional ao serviço do povo em que os sectores vitais e estratégicos estejam sob a supervisão do Estado e a re-nacionalização das instituições que foram privatizadas e a formulação de uma política económica e social que rompa com a abordagem liberal capitalista.
10- A garantia das liberdades públicas e individuais, em particular da liberdade de manifestar e de se organizar, a liberdade de expressão, da imprensa, da informação e do pensamento; a libertação dos detidos e a promulgação de uma lei de amnistia.
11- A Frente saúda o apoio das massas populares e das forças progressistas no mundo árabe e no mundo inteiro à revolução na Tunísia, e convida-as a prosseguirem o seu apoio por todos os meios possíveis.
12- A resistência à normalização com a entidade sionista e sua penalização e o apoio aos movimentos de libertação nacional no mundo árabe e no mundo inteiro.
13- A Frente conclama todas as massas populares e as forças nacionalistas e progressistas a prosseguirem a mobilização e a luta sob todas as formas de protesto legítimo, em particular na rua até a obtenção dos objectivos propostos.
14- A Frente saúda todos os comités, as associações a formas de auto-organização popular e convida-os a ampliar o seu círculo de intervenção a tudo o que se refira à condução dos assuntos públicos e aos diversos aspectos da vida quotidiana.
Glória aos mártires da Intifada e Vitória às massas revolucionárias do nosso povo.
Tunísia, 20 de Janeiro de 2011.