quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nota da UJC-SP sobre o I Congresso Estudantil da Unifesp


Nós, da União da Juventude comunista, fizemos parte da gestão “Em Luta!” do DCE da Unifesp em 2010. Construímos nesta gestão, em conjunto com outros setores e entidades do ME, lutas importantes, como a oposição à base da GCM instalada ao lado do Campus Guarulhos. Essa base, inclusive, é responsável pelo espancamento e detenção de um membro da UJC e da gestão do DCE no dia em que foi deliberada a greve estudantil de Guarulhos em 2010.
Articulamo-nos com organizações, como o MST – a gestão do DCE promoveu em todos os campi o plebiscito pela limitação das propriedades de terra no Brasil -, e partidos da esquerda socialista e revolucionária – construímos um importante debate sobre o papel dos socialistas no processo eleitoral -, promovemos atividades de formação política, como o debate acerca dos 100 anos de Nelson Werneck Sodré, e estivemos presentes em manifestações e campanhas da política nacional, com esforços pela abertura dos arquivos da ditadura civil-militar-empresarial que manchou de sangue a história do Brasil, e pela libertação de Cesare Battisti.
Estivemos comprometidos com a organização e articulação de todos os campi na greve de 2010, com Assembleias Intercampi, apoio às entidades de base e a defesa intransigente da greve geral dos três setores, para ampliar a capacidade reivindicatória do movimento e alçá-lo a novas conquistas.
Mas, compreendemos, ao longo da gestão, que a Unifesp – sendo uma universidade do REUNI, que tem campi distantes um do outro e com objetivos acadêmicos distintos – tem um ME mais heterogêneo do que outras universidades. Além do fator já conhecido que é o caráter plural e policlassista do ME, esse distanciamento físico entre uma unidade e outra exige um modelo organizacional para a entidade que seja mais dinâmico e democrático do que é hoje.
É por isso que a gestão “Em luta!” propôs a construção de Fóruns do ME que discutissem e deliberassem os novos rumos da entidade e sua relação com as bases. Aí, nessa construção da unidade programática do ME, estavam previstos os mini-fóruns em cada campi e o II Forum Geral estudantil da Unifesp, culminando num Congresso Estudantil da Unifesp, que seria o primeiro deste tipo na história do ME desta universidade.
A primeira parte desse processo aconteceu em 2011. No entanto, diversos setores do ME, presos em ilusões espontaneístas e interpretações equivocadas da dinâmica do movimento, deixaram-nos falando sozinhos durante todo ano passado, em que defendemos a integração e a unidade de todos setores – organizados ou não – para a ampla construção do I Congresso Estudantil da Unifesp. Entendemos que essa é a tarefa primordial dos estudantes se quiserem colocar em xeque a burocracia universitária e o governo, porque aumentando o nível de organização e construindo unidade programática em torno da entidade, pode-se ampliar a articulação de todas as lutas de todos os campi.
É para cumprir essa deliberação que a UJC construiu unidade com alguns setores do ME e disputa, na chapa “Vez da voz”, o DCE para 2013, pois entendemos que esses defeitos e limites ficaram ainda mais escancarados no processo de greve nacional, e particularmente da greve de 5 meses da Unifesp, e nos organizando para o congresso construiremos uma entidade de luta e articulada com as bases do ME e com a sociedade.
A UJC defende a construção de frentes unitárias de luta entre os setores combativos de dentro e fora das universidades, entendendo a necessidade de se expor as contradições desse modelo universitário e da política que vem sendo implementada sob as marcas da “democratização e popularização ” do acesso ao ensino superior. A militância da União da Juventude Comunista estará construindo esse processo de mobilização nas universidades onde está inserida, nas salas de aula, nas entidades de base, no seio do movimento estudantil.
Ressaltamos que a luta por uma Universidade Pública gratuita e de qualidade é condição necessária, ainda que insuficiente, para a produção e socialização do conhecimento contra e para além da ordem do capital. Por isso seguimos em nosso firme propósito de lutar, em uma perspectiva estratégica, por uma Universidade Popular, de acesso universal, que expresse as demandas e os valores da classe trabalhadora brasileira.

Por uma Universidade Popular!


Pelo I Congresso dos Estudantes da Unifesp!


Ousar lutar, ousar vencer!


Coordenação Estadual da União da Juventude Comunista em São Paulo.

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