domingo, 18 de novembro de 2012

Facebook censura esculacho contra José Maria Marin



Pela segunda vez, o Facebook censurou o evento criado pela Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça para divulgação do escracho contra o atual presidente da CBF, José Maria Marin. Não seremos os primeiros, nem os últimos a serem vítimas desta prática. 
Na sociedade contemporânea, cuja superexposição é valorizada, os espaços privados se fundem com os espaços públicos, contraditoriamente vê-se uma censura generalizada, principalmente referente a discussão de questões políticas. A exposição no mundo virtual/real parece só ser válida se para corroborar com um status quo de uma sociedade conformista, consumista e preconceituosa. Sob a falsa prerrogativa da "liberdade de expressão" preconceitos de gênero, etnia, orientação sexual são disseminados, ao mesmo tempo em que se abafa as vozes dos oprimidos que vêem no meio virtual uma forma de articulação de resistência.
Em um mundo pautado pelas redes sociais, que serviram como plataformas de discussão e organização para diversas frentes de resistência no mundo todo, como o movimento Occupy Wall Street e a Primavera Árabe, somos surpreendidos pela censura neste ambiente, que ao que parece em um movimento retrógrado tem organizado suas políticas e termos de uso para servir aos interesses de grandes corporações - nossas informações privadas são dadas a grandes empresas para que propagandas sejam direcionadas exatamente de acordo com o nosso perfil, mas não podemos nos posicionar politicamente - afinal é uma "violação aos termos de uso".
O Facebook tem uma política de segurança no mínimo, passível de crítica - para não dizer duvidosa.  Esta política de segurança exclui fotos da Marcha das Vadias, porque são fotos de seios nus - dentro de um contexto político e claramente não sexual e não objetificado - ao mesmo tempo que permite fotos de violência explícita, ou fotos de corpos femininos objetificados. Considera fotos de mães amamentando seus filhos fotos de conteúdo explícito. As charges de Carlos Latuff uma "violação aos termos de uso", ao mesmo tempo que memes preconceituosos e reacionários surgem cada vez em maior frequência e velocidade. E agora, de alguma forma, o escracho contra José Maria Marin foi considerado "impróprio" pela censura do Facebook.
A censura na rede social ainda é praticada do jeito mais sujo possível, através da delação. Uma pessoa que discorde politicamente de uma página pode denunciá-la, criando uma patrulha da moral e dos bons costumes no meio virtual - qualquer semelhança com o passado não é mera coincidência. 
Deste modo, repudiamos a atitude do Facebook, que cada vez mais não esconde a faceta de ser uma grande corporação, voltada para proteger os interesses de poucos em detrimento da liberdade de muitos. A rede social é uma mídia e assim como outros meios não pode sofrer censura. Assim como os outros meios de comunicação deve ser regulamentada e democratizada.
 
Por isto, não importe quantas vezes o Facebook nos cale, dia 11/11 VAMOS ESCRACHAR JOSÉ MARIA MARIN!

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