SERVIDORES PÚBLICOS DA SAÚDE DE GUARULHOS EM ESTADO DE GREVE

UM POUCO DO HISTÓRICO DA LUTA

Apesar de todas as tentativas de intimidação da prefeitura e das inúmeras vacilações e esforços de desmobilização da atual diretoria do STAP – Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos, ligado à Força Sindical, os servidores da área da saúde do município aprovaram no dia 30/06/2011, em Assembléia da categoria na sede do sindicato, a deflagração do movimento de greve a partir da 00:01h desta última segunda-feira, 04/07/2011.

Dentre os principais pontos de reivindicação, entre outros, estão a redução da jornada para todos os trabalhadores da saúde para 30 horas semanais, bem como gratificações e reajuste compatível com o concedido exclusivamente aos médicos, que superaram a casa dos 30%, ferindo o princípio da isonomia e demonstrando todo o desrespeito da administração municipal em relação aos demais trabalhadores da saúde.

O movimento impulsionado pela ação conjunta de trabalhadores ligados à Unidade Classista/Intersindical, à CSP Conlutas e à Unidos Para Lutar, obteve uma primeira e importante vitória na audiência de conciliação que ocorreu as 13:00h de ontem (05/06) no Tribunal Regional do Trabalho quando, após ouvidas as partes, o TRT-SP determinou a prefeitura:

“Que no processo de negociação coletiva sejam discutidos TODOS os pontos da pauta de reivindicações, com destaque especial para o BANCO DE HORAS; o fim dos DESCONTOS por falta justificada no pagamento de gratificações; redução da jornada para 30 HORAS semanais; estabelecimento de gratificações aos Servidores da Saúde, assim como já concedido aos MÉDICOS; e reajuste salarial”.

A prefeitura, que durante toda a audiência se mostrou inflexível, sofreu um duro golpe ao ser obrigada a reabrir o processo de negociação, com prazo máximo de nove dias para apresentar proposta acordada com os trabalhadores, como única forma de evitar o julgamento do pleito pela justiça do trabalho.

Em contrapartida, o TRT propôs aos trabalhadores que suspendessem imediatamente a paralisação mantendo o Estado de Greve até a próxima quinta-feira, 14 de julho, quando as 14:00h ocorrerá nova audiência de conciliação, proposta esta que foi aprovada por aclamação em assembléia no mesmo dia às 19 horas.

Com adesão de mais de 600 servidores, o movimento que tem lutado contra a prefeitura do PT e contra o sindicalismo amarelo da Força Sindical, continua mobilizado e pronto para seguir o caminho da luta até conseguir o atendimento das reivindicações e o abono dos dias parados.

QUESTÕES DE FUNDO

Após 11 anos de gestão petista na cidade, o modelo liberal tem sido implementado com todos os ranços autoritários que lhe são peculiares, trazendo como resultado: a precarização das condições de trabalho, a política sistemática de arrocho salarial, o sucateamento dos serviços públicos por meio de privatizações e terceirizações que só atendem interesses eleitoreiros escusos e de grupos privados, em detrimento das necessidades do povo e da classe trabalhadora.

Desde 2006, o STAP é dirigido pela chapa “Ação e Reconstrução”, ligada à Força Sindical. Esta gestão tem como marca o legalismo, o burocratismo, a conciliação com os interesses petistas e patronais, a desmobilização constantes de processos de luta da categoria, a propaganda enganosa ( sempre distorcendo fatos e lutas da categoria que inicialmente tentam conter mas que, ao escaparem ao controle, divulgam como movimentos dirigidos pela gestão) e o assistencialismo.

É neste sentido que os comunistas que empenhados integram o movimento saúdam os trabalhadores que corajosamente têm se colocado em luta pelos reais interesses do funcionalismo e da população de Guarulhos, a revelia das iniciativas do sindicato e contra a coação da prefeitura petista de Sebastião Almeida.

Viva o movimento dos trabalhadores da saúde!

Viva os trabalhadores do serviço público!

Viva a classe trabalhadora!

Até a vitória!

Wagner Farias

Atendente SUS da Prefeitura de Guarulhos

Militante da Unidade Classista

Membro do Comitê Central do PCB