Crédito: KKE | |
Aleka Papariga*
O KKE conduz com exemplar determinação a resistência do povo grego. Nessa resistência desenha-se a alternativa. O seu protagonista “não será o povo num sentido vago mas a frente unida e a aliança dos trabalhadores, dos independentes, dos camponeses, dos estudantes e das mulheres, saída da classe operária e das camadas populares”.
O KKE, com manifestações de massa em Atenas, realizou uma intervenção política direta nos últimos fatos políticos anti-populares adotados pela plutocracia e a burguesia gregas, com uma recomposição ministerial para assegurar a gestão do capitalismo. A secretária-geral do KKE, Aleka Papariga, pronunciou-se quando da manifestação de Atenas e sublinhou:
“Exigimos eleições, a fim de que o povo possa abrir uma primeira fissura no sistema político burguês. Quanto mais fraco for o governo que venha a ser formado, mais fácil será para o povo evitar o pior.
“Ignoramos a intenção do primeiro-ministro de se demitir, a disposição do presidente da ND, Samaras, de formar um governo de coligação, pois o resultado de tudo isso não é senão uma recomposição ridícula. Ignoramos esta recomposição de opereta; não tem nenhuma importância que tal ministro deixe o seu posto ou que um outro tome o seu lugar. Eles fracassaram temporariamente em obter um consenso, farão uma outra tentativa.
“Ignoramos as suas ameaças de que, se o povo grego não se dobrar, ficará sem salários e sem pensões de aposentadoria. Eles tentam transformar os seus próprios dilemas em dilemas populares. Tentam transformar o seu pânico e o seu medo face ao desnudamento da natureza do sistema capitalista em pânico e medo populares. Quando aqueles no alto tremem, o povo em baixo deve contra-atacar com ainda mais militantismo. A crise na zona Euro é profunda, em particular na Irlanda e em Portugal. Prevêem-se problemas para a economia italiana e que a crise em Espanha irá intensificar-se. Em consequência, todos os povos pagarão e portanto não se trata de uma forma de renegociação da dívida que reclamam com trombetas e aos gritos a ND e o SYRIZA.
“Devemos sublinhar a dívida que os grandes grupos, os monopólios, a UE e a OTAN têm para com o povo, assim como os partidos burgueses da ND e do PASOK naturalmente (…) o povo nada deve pagar.
“O POVO DEVE COM AS SUAS PRÓPRIAS MÃOS RETOMAR O QUE ELES LHE DEVEM E QUE LHE PERTENCE".
“Eles têm uma dívida para com o povo por causa da mais-valia que roubam no processo de produção (…)
“Eles devem dinheiro aos trabalhadores do comércio, dos serviços, do setor privado e do público, eles devem dinheiro em salários e em reformas à esmagadora maioria dos trabalhadores assalariados. Eles lhe devem a fortuna enorme que acumularam nos cofres-fortes suíços e alhures. Eles lhe devem o dinheiro desviado dos fundos de segurança social (…)
“Eles devem tudo o que as famílias populares gregas pagaram pela sua educação, sua cobertura e sua prevenção médica, medidas de saúde e de segurança (…) Eles lhe devem enormes somas gastas com todo o dinheiro dispendido em equipamentos militares graças à OTAN e às guerras locais (…)
“Existem potencialidades de desenvolvimento, de produção, com riquezas minerais que temos na nossa posse, que podem ser realizadas de diferentes modos, em quase cada setor da indústria, em cada setor da produção agrícola, no transporte marítimo e na pesca…
“Esta enorme dívida será arrecadada pelo povo só quando ele tomar o poder, quando ele se apropriar dos meios de produção, através da socialização e das cooperativas populares, através da retirada da UE, através do controle dos trabalhadores e do povo na base, com um parlamento do povo contando com representantes eleitos saídos dos lugares de trabalho, organizações de aposentados, dos estudantes e dos alunos dos liceus, com uma planificação nacional que eliminará toda forma de desemprego. O protagonista destes acontecimentos não será o povo num sentido vago mas a frente unida e a aliança dos trabalhadores, dos independentes, dos camponeses, dos estudantes e das mulheres, saída da classe operária e das camadas populares.
“Existe uma força com propostas concretas, com experiência, com um corpo militante coerente sem nenhuma manobra perigosa e oportunista: esta força encontra-se no KKE, na frente popular social das organizações sociais radicais que estão reunidas na aliança do PAME, do PASEVE, do PASY, do OGE, do MAS.
“CENÁRIOS ANTI-POPULARES PREPARAM-SE NOS BASTIDORES; ELES FORAM MESMO POSTOS À PROVA NAS RUAS E NAS PRAÇAS. Aqueles que foram enganados não são os únicos que se encontram nas praças. Os representantes de lobbies de poderosos interesses políticos e econômicos apresentam-se como “indignados” nas praças, assim como representantes de ONGs que servem a interesses particulares, antigos e provavelmente ainda atuais colaboradores da direcção do PASOK – eles se agitam por soluções de modernização e renovação. (…)
“NÃO A UMA ALIANÇA COM UMA VAGA ETIQUETA DE FORÇAS PROGRESSISTAS E DE ESQUERDA, DE MODERNIZADORES E DE RENOVADORES, MAS SIM A UMA ALIANÇA DAS FORÇAS ANTI-CAPITALISTAS, ANTI-IMPERIALISTAS, ANTI-MONOPOLISTAS, UMA ALIANÇA UNIDA NA SUA LUTA CONTRA O PODER DOS MONOPÓLIOS, PELO PODER POPULAR.
“Nem um passo adiante pode ser dado sem uma aliança com o KKE, sem um KKE forte e poderoso”.
*Secretária-geral do Partido Comunista Grego, discurso no encerramento da manifestação de 16 de Junho.
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