quinta-feira, 28 de abril de 2011

PCV: A confiança em Chavez está fraturada



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Tribuna Popular
Caracas, 26 de abril de 2011.
O Partido Comunista da Venezuela (PCV), convocou o Pleno do Comitê Central para o próximo dia 30 de abril, para analisar e tomar posição frente ao novo quadro criado com o sequestro e posterior extradição à Colômbia de um quadro revolucionário, o jornalista Joaquín Pérez Becerra, entregue às masmorras do governo narcoparamilitar da Colômbia pelo Governo venezuelano, antecipando que “a confiança está fraturada, está golpeada”.
As declarações foram feitas pelo membro do Biró Político do PCV, Pedro Eusse, em entrevista coletiva realizada pelas organizações e coletivos populares revolucionários que exigem do governo uma explicação pelos fatos que violam a Constituição Bolivariana da Venezuela e os Tratados Internacionais.
Eusse lembrou que no dia de ontem (25.04.2011), o Biró Político do Partido havia solicitado ao Presidente Chávez para que retificasse a medida de detenção e “libertasse o companheiro Pérez Becerra e lhe permitisse seguir com as atividades que ia realizar em nosso país, mas não foi assim, como todos sabemos”.
“Nesse sentido, o Comitê Central se reunirá no dia 30 e essa instância avaliará e tomará uma decisão de caráter coletivo”, expressou Eusse.
O dirigente salientou que com este fato a confiança no governo “está fraturada, está golpeada”, recordando que o Partido Comunista da Venezuela tem mantido uma atitude firme de defesa deste processo e de luta pelo seu aprofundamento, com uma atitude crítica e uma posição independente.
“Nós acreditamos que esta é uma concessão que o governo fez às forças imperialistas, às forças reacionárias e contrarrevolucionárias do continente. Uma concessão perigosa que ameaça princípios e valores que figuravam como orientações do processo bolivariano”, assinalou o dirigente comunista.
Pedro Eusse anunciou que o PCV aprofundará sua posição crítica frente ao governo bolivariano e avaliaremos, nesta reunião do Comitê Central, este fato que qualificou de “sumamente grave”, “portanto, nos leva a avaliar a posição do Partido Comunista da Venezuela com respeito ao Governo”.
“Nós pleiteamos que para este processo possa se consolidar, é necessário aprofundamento e para que isso aconteça, a classe operária e o povo devem assumir a condução deste processo, o que até agora não aconteceu”, enfatizou. Na opinião do Partido Comunista, este fato está comprometendo a permanência e consolidação do processo revolucionário que encabeça o presidente Chávez.
Para o PCV, é necessário que as forças sociais e políticas que acompanham o processo revolucionário sentem-se para debater profundamente este fato e outros que ocorreram nos últimos meses com a entrega de revolucionários ao Governo da Colômbia, manifestando que uma Revolução não entrega revolucionários.
“Avaliar com o critério crítico e autocrítico como estamos fazendo. Nós insistimos que se estabeleça uma Direção Coletiva e unitária do processo venezuelano, onde as políticas e decisões que se tomem sejam com a participação diversa dos atores sociais e políticos que estão com a revolução, mas até agora isso também não aconteceu”, indicou.
Eusse esclareceu que estas decisões não competem ao PCV, “nós não estamos sendo consultados, ao contrário, são decisões que vão contra o que foi o processo bolivariano, por isso que nós temos uma posição contrária a estas práticas”.
Recordando que não é a primeira vez que isso acontece, outros revolucionários foram entregues como foi o caso dos companheiros bascos e colombianos e a nula participação do governo para defender os direitos do camarada Ilich Ramírez.

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