sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fidel desqualifica interpretação tendenciosa de jornalista estadunidense


Havana, 10 set (Prensa Latina)
O líder da Revolução cubana, Fidel Castro, desqualificou hoje algumas interpretações publicadas a partir de sua entrevista concedida ao jornalista estadunidense Jeffrey Goldberg, da revista The Atlantic.

Durante a apresentação de seu último livro "A contraofensiva estratégica" no Aula Magna da Universidade de Havana, o dirigente revolucionário comentou que Goldberg lhe perguntou se ele achava que o modelo cubano era algo que ainda valia a pena exportar.

"É evidente que essa pergunta levava implícita a teoria de que Cuba exportava a Revolução. Respondo-lhe "O modelo cubano já não funciona nem sequer para nós." Expressei sem amargura nem preocupação", disse Fidel Castro, de acordo com a Televisão Cubana.

Mas o real -indicou- é que minha resposta significava exatamente o contrário do que Goldberg e a analista Julia Sweig, que o acompanhava, interpretaram sobre o modelo cubano.

"Minha ideia, como todo mundo conhece, é que o sistema capitalista já não serve nem para os Estados Unidos nem para o mundo, ao que conduz de crise em crise, que são a cada vez mais graves, globais e repetidas, das quais não pode escapar. Como poderia servir semelhante sistema para um país socialista como Cuba", assinalou Fidel Castro.

Ao referir ao tema da Crise dos Mísseis o primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba expressou "é verdadeiro, que me abordou o tema e me fez a pergunta.

Textualmente, como ele o expõe em uma primeira parte de sua reportagem, suas palavras foram: "Perguntei-lhe: Em verdadeiro momento parecia lógico que você recomendasse aos soviéticos que bombardeassem aos Estados Unidos. O que você recomendou ainda lhe parece lógico nestes momentos? Fidel respondeu: Após ter visto o que tenho visto, e não valia a pena no absoluto."

Eu lhe tinha explicado bem, e consta por escrito, o conteúdo da mensagem "...se Estados Unidos invadia a Cuba, país com armas nucleares russas, nessas circunstâncias não devia se deixar dar o primeiro golpe, como o que miraram à URSS quando em 22 de junho de 1941, o exército alemão e todas as forças da Europa atacaram à URSS."

Pode observar-se -esclarece Fidel Castro- que dessa breve alusão ao tema, na segunda parte da entrega ao público dessa notícia, o leitor não poderia percatarse de que "se Estados Unidos invadisse Cuba, país com armas nucleares russas", nesse caso eu recomendava impedir que o inimigo mirasse o primeiro golpe, nem também no da profunda ironia de minha resposta "...de ter sabido o que agora sei...", em óbvia referência à traição cometida por um presidente da Rússia que, saturado de substância etílica, entregou a Estados Unidos os mais importantes segredos militares daquele país.

Continuo pensando -destacou o líder da Revolução cubana- que Goldberg é um grande jornalista, capaz de expor com amenidade e maestria seus pontos de vista, que obrigam a debater. Não inventa frases, as transfere e as interpreta.

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