terça-feira, 15 de junho de 2010

Prova da coerência política do PCB: CONCLAT racha e a central sindical sai enfraquecida.


Numa conjuntura extremamente desfavorável para a classe trabalhadora a tarefa histórica de reorganizar a esquerda sindical no Brasil, unificar os combativos, aqueles que não capitularam e não foram cooptados. está na ordem do dia. A realização do CONCLAT, na cidade de Santos, deveria sintetizar esse processo. Mas, interesses outros foram colocados acima da luta da classe trabalhadora: sectarismo, autoconstrução, vaidades, hegemonismo,aparelhismo, personalismo, internismo entre outros vírus que contaminam setores da esquerda.
Era esperado, não satisfatoriamente, que diante da gigantesca tarefa histórica, após o dispêndio de enormes esforços (intelectuais, financeiros,políticos) e o deslocamento de quase 4 mil militantes de todo o país,inclusive de outros países para a concretização da mesma, o Congresso não fosse concluído, ou o fosse com um caráter completamente errado, fruto de uma leitura conjuntural errada e de um aparelhismo auto-construtor, que visava dissolver outras forças. E aqui não da para deixar de apontar a responsabilidade do setor majoritário e seus aliados.
Considerando que nas questões fundamentais e programáticas as deliberações do Congresso estavam sendo acatadas por todos.
No debate sobre conjuntura eleitoral foram apresentadas três posições – Frente de Esquerda; programa classista, anticapitalista e antiimperialista; e voto nulo – acertadamente foi aprovada a segunda proposta. Em relação ao caráter outras três posições -central sindical; central sindical e popular; central sindical,popular e movimentos estudantil e de opressões – essa de maneira equivocada e oportuna para o setor majoritário saiu vitoriosa. No debate sobre a proporcionalidade, a periodicidade, o número de membros da secretaria executiva construiu-se uma formulação acordada.
Enfim, o Congresso se desenvolvia com o PSTU aprovando (que se diga legitimamente) – com a sustentação do MTL – todos os pontos fundamentais. Quando da votação sobre o nome da entidade apresentaram as seguintes propostas: Conlutas-Intersindical/Central Sindical e Popular; Central da Classe Trabalhadora.
Antes mesmo da mesa abrir para a defesa das propostas questões de ordem ponderavam que o tema não era fundamental e nem de princípio, para ser imposto por força de maioria e seus aliados, que uma saída acordada era possível e que a persistência rumava para um impasse.
Não houve sensibilidade, na melhor das hipóteses, do setor majoritário para captar os ânimos de quase metade do plenário e as conseqüências do endurecimento numa proposição que indicava mais uma adesão do que a criação de algo novo. A mesa abriu para a defesa das propostas levando em seguida à votação. Questionada sobre o resultado proclamado, refez a votação se dispondo a contar os votos. O estrago já estava feito e não havia mais condições de continuar os trabalhos.
Depois de mais de uma hora dos trabalhos suspensos, se restabeleceu a plenária, mas não se tinha condições e nem legitimidade para continuar com as votações uma vez que vários setores não retornaram. Desta forma, o CONCLAT não cumpre a tarefa que se propôs– unificar para fortalecer a luta da classe trabalhadora. Reafirmamos nosso empenho nessa tarefa que é uma necessidade histórica da nossa classe, no entanto afirmamos que não é o momento propício para esse congresso, estamos em ano eleitoral, há possibilidade de transformar a fundação da central classista e independente em aparelhamento, sob hegemonismo, cooptação, e dissolução, logo, não há possibilidade.

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