1 – O decreto que determinava o desmantelamento e o
fechamento de diversas escolas públicas, que o governo buscava impor de forma
autoritária e truculenta, foi revogado. Esse recuo do governo de São Paulo se
deu por conta do intenso movimento protagonizado pelos estudantes secundaristas
que, ao se depararem com a iminência da aplicação do projeto e a ausência total
de diálogo em todas as instâncias da burocracia tucana, iniciaram uma enorme
onda de ocupações de escolas, atingindo o impressionante número de mais de 200.
2 – O PCB, em seu CC, células,:a UJC, Unidade Classista e o
Coletivo feminista e classista Ana Montenegro saúdam a unidade, combatividade,
ousadia e protagonismo das comunidades escolares mobilizadas, inegavelmente
lideradas pelos estudantes. A velha falácia tucana, blindada e publicizada pela
mídia burguesa, não enganou os trabalhadores, que acompanharam o dia-a-dia da
luta, de maneira que os índices de aprovação de Geraldo Alckmin despencaram, ao
passo que cresceu a rejeição ao seu governo.
3 – De fato, o movimento foi capaz de criar e potencializar
experiências embrionárias de Poder Popular. Os estudantes, em cada uma das 200
escolas ocupadas, expulsaram os burocratas capachos do governo e, através de
experiências de democracia proletária, artesanais de início, mas cotidianas
depois de algum tempo, fizeram as escolas funcionar. Limpas, oferecendo
alimentação, aulas de esporte, biologia, física, sociologia, artes, acontecendo
o dia todo.
4 – O governo Alckmin, representado na pasta de Educação nas
sinistras figuras de Herman e Padula, deixou vazar um áudio em que declarava
guerra ao movimento. Paradoxalmente, a judicialização do processo, recurso a que
o Estado Burguês não se furta a usar para derrotar contradições, negou as
reintegrações de posse.
5 – Em Guarulhos a situação se agravou quando o judiciário
não só negou a reintegração de posse, mas também proibiu a PM de rondar as
escolas como intimidação, suspendeu a reorganização na cidade e determinou uma
multa de 200 milhões de reais para cada dia que isso fosse desobedecido. Essa
decisão fortaleceu moralmente as ocupações.
6 – A PM reprimiu manifestações e prendeu estudantes, o que
gerou uma nota da Anistia Internacional e desmoralizou Geraldo Alckmin ainda
mais. Encurralado, a saída foi revogar o decreto. Herman foi obrigado a deixar
seu cargo.
7 – O governo pretende criar canais artificiais de
comunicação em 2016 para justificar a reorganização em 2017. assim, entendemos
que as desocupações não devem ser imediatas. Cada Assembleia de cada escola
deve debater e decidir seu futuro. A luta pela liberdade dos presos, punição
aos PMS repressores e por gestão democrática nas escolas está na ordem do dia.
8 – Alguns grupos buscarão convencer os estudantes a
acelerar as desocupações, outros, por sua vez, buscarão adiar o máximo
possível. Defendemos que os estudantes, e apenas estes, tem a legitimidade e
autoridade para decidir.
Ousar lutar, ousar vencer!
Guarulhos, 6/12/2015
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