sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Duas poesias de Camilo, militante do PCB em Guarulhos


Caminho

Ladeiras sem asfalto,
Rios córregos abertos
Fedidos, levando todo
Mau cheiro do sistema.

Crianças jogam bola
A vida é a mesma porem desigual.
A cada dia as trevas retornam
E os corpos estáticos se movem.

Céu aberto
O sol vai indo
Olhares voltados para cima,
Um bale encantador
Pairam e rasgam os céus.

Na orquestra crianças batem figuras
Nas calçadas e esquina,
Rap na periferia
Cervejas nos botecos
Operário que se liberta.

Na descida a vida continua,
Nas vielas e becos
A existência!
Nas paredes mensagem
A resistência prossegue.

Maquinas em movimento
Vão e vem.
As mercadorias não param
Viadutos cortam o céu
A grande floresta negra.

Concretos e pedras,
Capitalismo selvagem.
Destrói tudo
Consome a existência!

Mais e mais
Elas não param
Sempre mercadorias.


Camilo.




Modernos

Templos modernos
Cavernas modernas
Jaula move
Nada é real.

Rios artificiais
Córregos fedidos
Podridão do capitalismo
Avanço industrial
Destruição total.

Periferias cortadas
Auto-estradas
Terra coberta de pixe
Liquido mortal.

Devastação total
Avanço industrial
Abrem florestas de pedra
Consome a vida em flor
A existência acabou.

Consumiu!
Cuspiu vomitou
Homem moderno
Só consome!

Camilo.

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