Há mais de dez dias com salários atrasados parcial ou totalmente, professores deram um basta à Anhanguera Educacional por seus desmandos e precarização do ensino e das condições de trabalho. Nos dias 14 e 15 de março, os professores reunidos pressionaram o representante local da Anhanguera decidindo paralisar as atividades se não houvesse uma resposta clara e verdadeira por parte da instituição. A matriz da Anhanguera fica na cidade de Valinhos, e é lá que tudo é decidido, localmente ninguém detém poder de decisão sobre coisa alguma. Até então a Anhanguera não se dignara em dar qualquer explicação aos professores sobre os motivos dos atrasos salariais. No dia 15 com a presença do Sindicato dos Professores SINPRO-Guarulhos, o representante local da direção central afirmou que a partir de 2ª feira, 19 de março os proventos seriam saldados, que os professores e o sindicato poderiam confiar plenamente nisto e se isso não ocorrer poderiam paralisar a atividades. Os professores toparam e se na 2ª feira, 19 de março, a promessa não foi cumprida, há grandes probabilidades de uma greve inédita acontecer. Destaque-se que há mais de um ano a Anhanguera vem fazendo muitas promessas aos professores e nenhuma delas sequer foram efetivadas!
Além de reduzir jornadas de muitos professores passando por cima da convenção coletiva de trabalho, a Anhanguera implanta um modelo que liquida com qualquer possibilidade de uma educação que possamos chamar de “superior”. Reduziram o horários e dias de aulas de 5 para 4 visando ainda de reduzi-los para 3, passando disciplinas presenciais para educação à distância via internet. Juntaram turmas superlotando salas de aula sem condições de acomodarem adequadamente a todos os estudantes. São tantas as dificuldades enfrentadas pelos estudantes que até mesmo na carteirinha estudantil consta apenas o nome e o curso não havendo identificação da instituição, com isso os estudantes deixam de poder aproveitar meias-entradas em cinemas, teatros e shows.
Alteraram as matrizes curriculares dos cursos, reduziram até mesmo a duração de cursos, como com algumas turmas em Pedagogia que tiveram a diminuição de um semestre na graduação, colocando em risco a quantidade mínima de horas-aula necessárias para a conclusão do curso e obtenção do diploma. Como farão constar no histórico escolar as horas que faltam é um mistério!
A única preocupação da Anhanguera é maximizar seus lucros, vender ações na bolsa de valores e para tanto avilta as condições de trabalho docente, de estudo de seus alunos e ainda fala em responsabilidade social feita à custa dos estudantes que devem coletar e distribuir alimentos em nome da Anhanguera!
Até o nome é um erro, ainda antes da reforma da língua, a Anhanguera por si, aboliu o uso da trema necessária na palavra Anhangüera! Isto pode ser o sintoma de quem se julga acima de qualquer lei, convenção social, podendo fazer o que queira.
A Anhanguera é a típica mercoescola que “confunde” lucratividade com qualidade de ensino.
Presta um desserviço à população, à educação e compromete gerações que iludidas ali vão estudar acreditando muitas vezes no marketing agressivo que a Anhanguera pratica.
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