Acróstico de repúdio
ao fascismo e apoio a resistência popular
Não pude conter o
vômito
Ao saber o motivo
da agressão fascista contra o povo do Pinheirinho
Homens, mulheres,
crianças despejados de suas histórias
Antecede suas
vidas a propriedade privada
Santificada pelo
apodrecido Estado burguês
Armas, bombas,
tiros e mortes
Legalmente
amparada pela justiça
Capacetes de
motoqueiro, paus e pedras, escudos, eis a resistência popular
Kombi de emissora
televisiva fascista é incendiada
Manifestação para
rodovia
Intensifica-se a
repressão, tratores destroem casas
Não deixa,
entretanto, de resistir o Pinheirinho
Resist(ente)
Organizados e armados
Preparados para matar e morrer
Assustados, indignados, violentados
Revoltados e preparados
Preparados para matar e morrer
Ocupar e resistir
É o que dizem para existir
Na verdade sempre existem
E ocupar e resistir
É – em essência – existir
Seja em Gaza, Bagdá, Trípoli ou Tegucigalpa
Em Wall street, Lisboa, Madri, Londres, Atenas
É no Pinheirinho que eu vou existir
É no Pinheirinho que devo existir
E mesmo que vier o frio
Existiremos
Não devemos
Não podemos
Deixar de existir
O capitão do mato moderno lambe botas e aprecia o gosto das
solas
E agride a si mesmo loucamente
Ele se aproxima dos Canudos e Palmares e
O Pinheirinho existe, ocupa, resiste
Deve existir
Vai existir
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