quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poesia dos camaradas do Partidão em Cascavel-PR


As hienas foram acordadas…

Chico que não era o Chico da venda, nem o Chico da Farmácia, nem também o Chico da música, nem o Chico da borracharia, se bem que esse Chico defendia a seringueira, era o Chico do verde, ficou mudo de repente.

José que não tinha nada a ver com a Bíblia e também nada com o José da Alencar, ficou mudo de repente.

Maria que não foi a mãe de Jesus embora tivesse  no sobrenome Espirito Santo, que não era também a Maria das dores, ficou muda de repente.

Erenilton cujo nome não é tão lembrado, ficou mudo de repente.

Adelino que nunca foi deputado e levava o sobrenome de Ramos não verá os próximos domingos de ramos, ficou mudo de repente.

Apenas os sinos do novo Código Florestal… eclodiram em toda a Amazônia como se fosse dada a largada, fosse acionada a contagem e dada a ordem sigilosa.

…como as piranhas imóveis que ficam nas beiras dos rios esperando a travessia da boiada nos pantanais…

Dizem que nestas horas se joga um boi velho para passar a boiada inteira, enquanto as piranhas devoram o boi velho,

(agora entendo porque dizem que Jesus foi crucificado para salvar a humanidade) mas bois e animais ainda tem certos respeitos nestas longínquas terras, onde o destino de um homem vale menos que a água que bebe, vale menos que um sanguessuga.

Ainda mais se tiveres a ousadia de dizer “Salvem o planeta, salvando o verde”.

Os sinos dobram, num prelúdio agourento de morte, de mortes descabidas sem sentido, sem lógica e sem nexo nenhum apenas porque ouviram os sinos da covardia, da maldade e principalmente de milhares de surdos que deviam ouvir e não agitarem os badalos dos sinos.

E com todo esses estardalhaços as hienas acordaram e agora sorridentes estão na espreita, na surdina em qualquer lugar esperando a noite chegar, esperando nas encruzilhadas.

…e riem, riem de tudo e de todos. Os sinos deram uma ordem.

…ouçam os sinos, o mundo está ouvindo, enquanto as lágrimas e o sangue umedecem o chão da Amazônia, escutem, só os surdos não podem ouvir.

Você pode, eu posso, muitos podem…

(Miguel Joaquim das Neves)

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