quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O silêncio dos fascistas ante o plebiscito popular

O problema da concentração das riquezas no Brasil mostra sua face mais cruel quando olhamos para o campo. São 5 milhões de estabelecimentos agropecuários no país. Destes, mais de 2 milhões têm menos de 10 hectares e ocupam menos que 2,36% da área. Enquanto isso, 1%, com área acima de mil hectares, ocupam mais de 44%. Essas distorções são o alvo do Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra, organizado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo.

Com alcance nacional e apoio de diversos movimentos sociais, ONGs e outras instituições, como a CNBB, o plebiscito vem sendo completamente ignorado pela imprensa hegemônica brasileira. Não encontrei qualquer referência à iniciativa nos jornais Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo e Zero Hora. As principais emissoras de televisão também vêm ignorando o plebiscito.

Ligados a esses 1% de grandes proprietários rurais, os grandes veículos de comunicação brasileiros são contra a reforma agrária. Precisam das grandes empresas para sustentá-los, e nessas podemos incluir bancos, empreiteiras, montadoras e também as empresas ligadas a esses grandes proprietários, desde as ligadas diretamente até as menos visíveis.

Não é apenas a reforma agrária o objeto de repulsa da mídia dominante. Nesse caso, fica clara a reprodução, através do silêncio, do discurso proferido pelo candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, no 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). A repulsa é, também, pelas opiniões populares e pelas propostas apresentadas pela sociedade civil organizada. Essa fatia da mídia quer para si e para os interesses que representa o monopólio da definição das questões que devem ser discutidas, e como esse debate deve ser feito. Não aceitam e não legitimam qualquer iniciativa que não parta dos seus pares.

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