sexta-feira, 23 de maio de 2014

Viva o cinquentenário das FARC-EP



As comemorações pelo aniversário de 50 anos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –Exército do Povo (FARC-EP) coincidem com um momento em que ocorrem os Diálogos de Havana, em que a insurgência e o governo colombiano buscam caminhos para uma solução política para o conflito militar e social que marca esse país desde muito antes da constituição formal da guerrilha.
Surgiu como consequência da necessidade, muitos anos antes, que os camponeses colombianos tiveram de criar organizações de autodefesa armada, para enfrentar a violência dos latifundiários e da oligarquia colombiana na defesa de suas famílias, seus lares e suas pequenas lavouras que garantiam o seu sustento. Surgiu na esteira do assassinato do líder da luta contra os conservadores,o liberal Jorge Eliézer Gaitán e a consequente grande revolta popular que ficou conhecida como El Bogotazo, em 1948.
Na primeira década do presente século, o imperialismo e a oligarquia a seu serviço coincidiram em montar contra as FARC um aparato militar sem precedentes em nosso continente. Haviam resolvido exterminar a insurgência a qualquer custo e fazer da Colômbia um bunker militar na região, para exercer papel semelhante ao que Israel desempenha no Oriente Médio e seu entorno.
As Forças Armadas colombianas chegaram a um contingente de 400 mil efetivos; os Estados Unidos instalaram sete bases militares no país e o transformaram num dos principais destinos da “ajuda militar” norte-americana. O estado terrorista colombiano criou e armou bandos paramilitares, assessorou-se de agentes da Cia e do Mossad. Foram assassinados centenas de militantes dos movimentos sociais, expulsos de suas terras dezenas de milhares de camponeses. Até hoje, são mantidos 9.500 presos políticos no país.
Mas esse macabro plano do imperialismo fracassou. As FARC sobreviveram. Apesar de algumas perdas significativas, como a morte natural do Comandante Manuel Marulanda Vélez, o covarde assassinato de Raul Reys e as perdas em combate dos comandantes Jacobo Arenas, Ivan Rios, Alfonso Cano, Jorge Briceño e de centenas de heroicos guerrilheiros e guerrilheiras, a insurgência não se abateu. Resistiu de forma organizada e impôs duras baixas aos inimigos, mostrando se tratar de uma organização enraizada na massa, firme ideologicamente e com direção política coletiva. Entre perdas e ganhos em duras batalhas, mantém-se invicta na guerra.
O fato de o estado colombiano procurar sentar-se à mesa, em Havana, com uma delegação oficial das FARC significa o reconhecimento de sua força e da impossibilidade de resolver o conflito pela via militar. Em toda a história – e o Vietnã é o maior exemplo – o imperialismo e a burguesia só negociam com os que não se deixam derrotar.
Com o advento dos diálogos, as FARC se transformaram em porta-voz da pauta dos trabalhadores e proletários colombianos, o que contribuiu para o ressurgimento e crescimento do movimento de massas mais expressivo da história da Colômbia, quiçá da América Latina. O imperialismo e as oligarquias colombianas, ao que parece, fizeram um cálculo errado, achando que a guerrilha estava derrotada e a ponto de depor suas armas. Achavam que conseguiriam uma paz rápida e sem custos sociais, econômicos e políticos. E que depois exterminariam os insurgentes e militantes políticos e sociais, como fizeram nos anos 80, no genocídio da União Patriótica, quando o estado burguês traiu o acordo de paz que havia firmado.
A vitória do povo colombiano, no rumo ao socialismo, não depende do resultado eleitoral deste dia 25 de maio, mas da manutenção da capacidade de resistência das guerrilhas e da organização e do protagonismo das massas populares.
O PCB tem militado no apoio internacionalista à luta do povo colombiano, por entender que nesse país se joga uma batalha decisiva contra o imperialismo e pelo futuro da América Latina.
Ivan Pinheiro
Secretário Geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e membro da Presidência Coletiva do MCB (Movimento Continental Bolivariano)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Viva o dia Internacional do Trabalhador!


Trabalhadores(as)
O 1º de maio é o dia que a classe trabalhadora presta homenagens aos trabalhadores mortos em Chicago, no sangrento maio de 1886. É também o dia que homenageamos as heroicas lutas, vitórias e conquistas do movimento operário na luta de classes contra o capital e os crimes do imperialismo. É o dia que reafirmamos nossa decisão de seguir lutando nas batalhas do presente e do futuro, de seguir até a vitória final.
Para a Unidade Classista, este dia é um símbolo da luta da classe trabalhadora pela abolição da exploração do homem pelo homem, é um dia que nos convida a empunhar com mais força a bandeira pela unidade de nossa classe, e pela refundição dos movimentos dos trabalhadores com os movimentos populares, para criar condições de um contra-ataque que possa dar fim a situação atual.
Hoje em dia existem todas as condições para que todos nós tenhamos empregos e salários decentes, menos horas de trabalho e mais horas de tempo livre para outros afazeres necessários ao pleno desenvolvimento humano. Porém, o que vivemos é a perpétua ansiedade e insegurança pelo desemprego, o trabalho mal pago, o adoecimento e o empobrecimento.
O problema que nos tortura é o fato de que a riqueza gerada por milhões/ bilhões de trabalhadores e trabalhadoras, é apropriada por um punhado de capitalistas, ou seja, é o fato de que a produção não está voltada as necessidades do povo trabalhador, e sim, para o aumento da rentabilidade dos grandes grupos empresárias, dos grandes monopólios capitalistas.
Os gestores de plantão dos Estados burgueses, governos das mais variadas matizes, continuam oferecendo tremendos aumentos nos lucros e privilégios dos grupos monopolistas, dizendo ser esta a condição para superar a crise atual. Estes governos na verdade golpeiam a imensa maioria do povo, das classes trabalhadoras das cidades e dos campos.
No movimento sindical mundial, hoje largamente hegemonizado pelas orientações da Central Sindical Internacional (C.S.I.), no Brasil pela CUT, Força Sindical e suas sócias menores, campeiam o velho e o novo sindicalismo governamental-patronal, que ajudam a propagar o engodo de que somos afetados pelo resultado de uma má gestão dos governos, seriam apenas distorções no sistema.
Rechacemos este sindicalismo pelego que todos os dias nos submete às pretensões da burguesia. Denunciemos os sindicalistas traidores que se converteram nos melhores vendedores da exploração e ávidos partidários da competitividade, que vão semeando em cada lugar de trabalho, o corporativismo, o conformismo, a frustração e o derrotismo.
Este mesmo sindicalismo quer nos manter na obscuridade. De sua boca nada sai sobre a causa real, o único culpado pela destruição de milhões de vidas: o capitalismo, o caminho capitalista de desenvolvimento, os monopólios. Um sistema econômico-social apodrecido e caduco onde as crises vão e vem, e se aprofundam, este sim, o único culpado pela destruição de milhões de vidas.
Temos que derrotar o velho e o novo peleguismo, que tem como bandeira a colaboração de classes. Estes são os melhores e mais fiéis servidores dos patrões, para poderem multiplicar seus lucros sem obstáculos. O caminho para esta empreitada passa pela necessária organização das lutas nos locais de trabalho e nos sectores de produção, como nos mostraram as recentes lutas dos Garis da cidade do Rio de Janeiro, dos operários das obras do COMPERJ, dos trabalhadores do transporte da cidade de Porto Alegre, dentre outras.
Por isto, conclamamos aos companheiros e companheiras, de classe e de luta, que no próximo primeiro de maio, Dia do Trabalhador (e não do Trabalho, como a burguesia tenta se apoderar da data, para esvaziar de seu conteúdo de classe), enviemos uma sonora mensagem ao patronato, aos seus governos e ao sindicalismo pelego: Nos manteremos de pé e marchando, inflexíveis e incansáveis na defesa de nossos direitos, por nossas vidas, e por um futuro digno para nossos jovens e nossos filhos.
Gritemos em alto e bom som: Somos a classe que produz a riqueza!
Sem nossas forças físicas e intelectuais não se move nenhuma engrenagem no mundo. Para além dos fenômenos físicos o que move o mundo é o suor de nosso duro trabalho. Sem nós, a classe proletária, não pode haver riqueza. Porém, sem os capitalistas, que são um punhado de parasitas, pode haver.
Convertamo-nos em amos da riqueza produzida!
Lutemos por viver em um mundo onde nossas expectativas de trabalho e vida, se correspondam. Um mundo que não seja entremeado por guerras, pelo desemprego, pela insegurança. Onde se possa viver em paz, sem a propriedade privada dos meios de produção, sem a opressão e a brutalidade do sistema capitalista que vivemos.
Nos esforcemos pela reconstrução, em bases classistas, do movimento operário e sindical.
Somos a classe do presente o do futuro !
Sabemos que não estamos sós, e temos como aliados as forças populares.
Preparemos o caminho para um futuro socialista.
Viva a classe trabalhadora mundial !
Viva o 1º de maio !
UNIDADE CLASSISTA

Sarau Carolina

quarta-feira, 23 de abril de 2014

CONCLUÍDO COM ÊXITO O XV CONGRESSO NACIONAL DO PCB


(Um Partido cada vez mais revolucionário e internacionalista)
Sob o lema CONSTRUINDO O PODER POPULAR, RUMO AO SOCIALISMO, realizou-se, entre 18 e 21 de abril, o XV Congresso Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com delegados de todas as regiões do país, eleitos pelos Congressos Regionais, após intensos debates durante quase um ano, desde o então Comitê Central às células do Partido em todo o país. Participaram também dezenas de convidados e militantes observadores.
Durante o evento, foram debatidas e aprofundadas as Teses produzidas pelo Comitê Central eleito no XIV Congresso (2009) e que encerrou seus trabalhos na instalação do XV Congresso, logo após a eleição da Mesa Diretora dos Trabalhos. Estas teses, que tratam dos posicionamentos políticos e teóricos do PCB, da sua organização e das formas de atuação no movimento operário e popular, já haviam sido objeto de ricos debates nas etapas estaduais do congresso, realizadas em dois momentos: outubro/novembro de 2013 e janeiro/fevereiro de 2014.
Na etapa nacional, as teses foram ainda mais amplamente debatidas, em reuniões de seis Grupos de Discussão de todo o temário, em que foram divididos os delegados nos dois primeiros dias e na Plenária de todos os delegados, nos dois últimos dias do evento. Esses consistentes e fraternos debates enriqueceram e valorizaram as Resoluções do Congresso.
O novo Comitê Central eleito ao final do Congresso tem, a partir de agora, a responsabilidade de pôr em prática as resoluções e orientações resultantes deste grandioso processo de discussão, que só fez reforçar a prática comunista do centralismo democrático, dando oportunidade a toda a militância partidária de decidir diretamente sobre a linha política, a organização e a forma de atuação dos comunistas revolucionários no Brasil.
Os comunistas do PCB reafirmaram a estratégia socialista da Revolução Brasileira, aprofundando a leitura crítica da realidade contemporânea no Brasil e no mundo e apontando para a necessidade de constituir um amplo e poderoso movimento anticapitalista e anti-imperialista, neste momento em que as forças populares se levantam contra os efeitos perversos do capitalismo em suas vidas e contra as intervenções militares do imperialismo em diversas regiões do planeta. Reforçamos a ideia de que o Poder Popular, enraizado nas lutas dos trabalhadores e das camadas populares, será instrumento fundamental para a formação do Bloco Revolucionário do Proletariado, bloco de forças políticas e sociais necessário para levar a cabo a ruptura com o capitalismo e a construção da sociedade socialista, no rumo do comunismo.
Durante o Congresso, foram realizadas reuniões plenárias com os militantes que atuam nas principais frentes de luta e de massas: do Coletivo Ana Montenegro, responsável por organizar o movimento feminista classista; da União da Juventude Comunista, referência no seio da juventude revolucionária; dos camaradas que atuam nos movimentos populares em todo o país; da Unidade Classista, corrente sindical que organiza os sindicalistas do PCB, amigos e simpatizantes; do Coletivo Minervino de Oliveira, que congrega os lutadores revolucionários do movimento negro; da militância do PCB que atua na Solidariedade Internacionalista e daqueles que participam das lutas no campo e estudam a questão agrária no Brasil.
O XV Congresso aprovou propostas de realização de Seminário sobre a Questão Agrária, que debaterá o conjunto de contribuições apresentadas sobre o tema antes e durante o congresso; o Encontro Nacional da Unidade Classista, o I Congresso do Coletivo Ana Montenegro, assim como Seminários sobre a Questão Internacional e a atuação na área da Cultura.
Houve uma apresentação audiovisual das saudações ao Congresso, encaminhadas por dezenas de Partidos Comunistas, personalidades e outras organizações revolucionárias de um grande número de países, comprovando a acertada política do PCB de retomada, nos últimos anos, das relações com as organizações do movimento comunista internacional - notadamente aquelas com as quais o Partido tem mais identidade política - e de reforço da cultura e do exercício do internacionalismo proletário. Todas essas saudações, acolhidas calorosamente pelos delegados, encontram-se no portal do PCB.
O novo Comitê Central, renovado em 52%, reuniu-se, logo após o encerramento do Congresso, e adotou suas primeiras decisões, no sentido de dar início à aplicação das resoluções congressuais, como a divulgação imediata das formulações aprovadas sobre a Estratégia e a Tática do PCB na Revolução Brasileira e a publicação do conjunto das Resoluções. Foi ratificada por aclamação a política eleitoral proposta pelo antigo Comitê Central, com o reforço à campanha prioritária, em todos os estados, das pré-candidaturas dos camaradas Mauro Iasi e Sofia Manzano, respectivamente à Presidência e à Vice-Presidência da República.
Nesta sua primeira reunião, o novo Comitê Central criou uma Comissão Política Nacional Provisória e reconduziu o camarada Ivan Pinheiro à Secretaria Geral do Partido.
Para sua próxima reunião, dentro em breve, o Comitê Central pautou uma intensa agenda política, em que se destacam a aplicação e os desdobramentos das resoluções do XV Congresso Nacional e a composição da Comissão Política Nacional, do Secretariado Nacional e das diversas Secretarias Nacionais que, até lá, permanecem sendo exercidas pelos atuais responsáveis.
O XV Congresso Nacional do PCB representa o coroamento da política revolucionária dos comunistas brasileiros e demonstrou, de forma inconteste, o crescimento do nosso partido entre os trabalhadores urbanos e rurais, jovens, mulheres, negros, indígenas, movimento LGBTT, lutadores e lutadoras que atuam nos mais diversificados movimentos de contestação à ordem burguesa no Brasil, na solidariedade internacionalista e nas lutas anticapitalistas e anti-imperialistas. Reforçou-se a centralidade do trabalho e a necessidade de o Partido se inserir com mais presença nos movimentos populares e, sobretudo, junto à classe operária e o proletariado em geral, no contexto da definição de que a contradição principal na sociedade brasileira se dá entre o capital e o trabalho. Reafirmou-se também a luta sem tréguas contra o reformismo e as ilusões de classe na democracia burguesa.
Mais um importante passo foi dado para a contribuição do PCB no caminho da construção do Poder Popular, rumo à Revolução Socialista!
Ousar lutar, ousar vencer! Viva o Partido Comunista Brasileiro!
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional Provisória
24 de abril de 2014

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Filha de Prestes pede revisão da Lei de Anistia: É um absurdo, um escândalo


Maurício Thuswohl
Para Anita Leocádia Prestes, só revisão da Lei de Anistia e punição de culpados por crimes podem fazer do golpe de 64 uma página virada no País.
Rio de Janeiro – Somente a revisão da Lei de Anistia promulgada em 1979 e a punição dos culpados pelos crimes cometidos à sombra do Estado durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) poderão fazer com que o golpe que tirou do poder o então presidente João Goulart, ocorrido há 50 anos, possa se tornar de fato uma página virada da história nacional. Essa é a opinião da historiadora Anita Leocádia Prestes que, durante um debate sobre a ditadura militar promovido na terça-feira (31) pelo Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon) na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro, também criticou a Rede Globo e outros setores conservadores da sociedade por estarem aproveitando o aniversário do golpe para tentar construir novas teses e narrativas que justifiquem em certa medida a derrubada de Jango.
“A Lei de Anistia é um absurdo, um escândalo. No continente latino-americano, os nossos vizinhos estão há muito tempo processando e condenando esses torturadores, como é o caso da Argentina, onde até ex-presidentes ditadores foram condenados à prisão perpétua. No Brasil, os criminosos da ditadura estão morrendo de velhice, de morte natural, sem sequer serem processados”, afirmou a filha do histórico líder comunista Luís Carlos Prestes.
Anita Leocádia, que é professora da UFRJ e tem vários livros publicados, lamenta o espaço dado pela grande mídia aos militares da reserva que têm vindo a público “para dizer que fariam tudo de novo” e critica o trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV) criada pelo governo federal: “Somente 40 anos depois do golpe se cria uma Comissão Nacional da Verdade extremamente limitada, frente a qual os torturadores estão aí, soltos e se gabando dos crimes que cometeram sem que nada lhes aconteça. Eles depõem na Comissão e depois vão tranquilamente para casa viver suas vidas”, diz.
Apesar da defesa que faz da revisão da Lei de Anistia, Anita Leocádia diz não acreditar que ela se concretize, a menos que ocorra uma intensa pressão popular: “A lei reflete a correlação de forças e o fato de que o processo de transição da ditadura para a democracia aqui no Brasil se deu de forma muito restrita e liderada pela burguesia liberal, com quase nenhuma participação popular. Enquanto não houver um forte movimento popular apoiando, não vai sair essa revisão da Lei de Anistia. Tanto é que, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou a justeza dessa anistia para ambos os lados”, diz. A historiadora, no entanto, afirma que “essa é uma luta que tem de ser travada” pelos movimentos sociais: “Os escrachos feitos pelos jovens nas portas dos torturadores é uma forma de pressionar, mas isso tem que ser intensificado”, diz.
Outros presentes ao debate realizado na ABI também defendem a revisão da Lei de Anistia. O jornalista e professor Arthur Poerner, que teve seus direitos políticos cassados pela ditadura aos 26 anos, citou o recente depoimento do coronel reformado Paulo Malhães à CNV: “A questão da anistia deveria ser rediscutida e mudada, inclusive com a incorporação dessa evolução jurídica que passou a considerar a tortura como um crime que não prescreve. Isso deveria ser modernizado no Brasil, pois o mundo inteiro aceita a nova versão e nós ainda estamos com a versão antiga. Há poucos dias, tivemos uma confissão espantosa do Malhães, contando as atrocidades que cometeu, as torturas e assassinatos, tudo, e não vai lhe acontecer nada. Isso é um choque para a população e fere todo um conceito de justiça nacional. Tem que haver necessariamente uma mudança na Lei de Anistia”, diz.
Anistia possível
Doutor em História Social e presidente do Modecon, Lincoln de Abreu Penna analisa a questão sob uma perspectiva histórica: “É preciso entender que essa anistia que vigora até hoje no Brasil foi possível em uma conjuntura completamente diferente desta em que estamos vivendo agora. Não basta apenas ousadia, vontade, valentia e determinação se a correlação de forças não permitir avanços significativos. Na época, a anistia conquistada foi a anistia possível, uma anistia recíproca que representa o que se passou naquele instante final da década de 70. Hoje, certamente ela terá que ser revista. A própria Comissão da Verdade tem provocado a necessidade dessa revisão”, diz.
Penna diz acreditar que esteja em curso dentro do governo federal um embate no que diz respeito a uma possível revisão da lei: “Outro dia, o ministro da Justiça fez uma declaração solene pedindo desculpas pelas barbaridades perpetradas pelo Estado brasileiro durante a ditadura. Por outro lado, as Forças Armadas até hoje silenciam. O comando militar, toda vez que é indagado, diz que não tem nada a declarar à Comissão da Verdade”, lamenta. Ele também afirma que somente a mobilização popular pode alterar o quadro atual: “A revisão da Lei de Anistia vai depender da correlação de forças”.
Mentira sem tamanho
Durante o debate na ABI, Anita Leocádia Prestes citou o editorial publicado no mesmo dia pelo jornal O Globo como uma “autocrítica meio canhestra” e exemplo das “teses contrárias aos interesses dos trabalhadores” que estão sendo veiculadas na grande mídia por “intelectuais a serviço dos donos do poder que estiveram interessados no golpe e agora querem justificar o golpe”. Entre as falsas teses mais comumente apresentadas por esses setores, segundo a historiadora, estão: a) dizer que houve violência após o golpe, mas, em compensação, o Brasil se desenvolveu economicamente durante a ditadura; b) que a chamada “revolução de 64” teria sido uma continuidade dos ideais do tenentismo; c) que a esquerda também se preparava para dar um golpe, o que igualmente levaria o país a uma ditadura, só que ainda mais “autoritária”; d) que a sociedade brasileira sempre foi conservadora e queria o golpe.
“Essas teses interessam a quem? Elas não são ideologicamente neutras, são mentiras que não têm tamanho”, diz a filha de Prestes, antes de rebater uma a uma as teses da direita: “É verdade que o Brasil cresceu no período da ditadura, mas com terrível concentração de renda e aumento da corrupção do Estado. Durante o tenentismo, aqueles jovens militares que se rebelaram na década de 20 tinham ideais de liberdade. Houve sim, no movimento pelo golpe em 64, alguns antigos traidores do tenentismo, como, por exemplo, Costa e Silva. Também interessa aos defensores do status quo a ideia de que havia o perigo de dois golpes em 64. Quem viveu aquela época sabe que isso é outra mentira, pois não havia nenhum golpe de esquerda em preparação, mas sim uma preparação de longa data para um golpe de direita apoiado pelo alto empresariado capitalista nacional e estrangeiro”, diz.
Sustentar a tese de que o povo brasileiro apoiou o golpe, do ponto de vista de um historiador, segundo Anita Leocádia, é uma irresponsabilidade: “Sem dúvida, havia uma parte da classe média que foi ganha pela mídia e pelos setores mais reacionários da Igreja para as marchas de rua com a família, etc. Mas, isso não quer dizer que a sociedade brasileira toda estivesse a favor do golpe. Pelo contrário, naquele período a mobilização dos mais variados setores era a favor de se avançar no caminho das reformas de base e do apoio ao governo de João Goulart. Esses historiadores cumprem o papel de intelectuais orgânicos a serviço dos interesses dominantes. Essas teses, como já não conseguem mais negar a violência, as torturas, a repressão, os desaparecimentos, procuram mostrar aspectos positivos da ditadura e jogar a culpa pelo golpe sobre a sociedade brasileira”.
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Filha-de-Prestes-pede-revisao-da-Lei-de-Anistia-e-um-absurdo-um-escandalo/4/30636

POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO ARRANCA BANDEIRAS DE MILITANTES DO PCB E DA UJC


(Nota Política do PCB e da UJC)
Quem vê essa fotografia pode experimentar a ilusão de que policiais militares no Rio de Janeiro foram a uma manifestação com a legendária bandeira vermelha do PCB! Com a foice e o martelo!
Mas basta conhecer a história de repressão desta corporação, sempre a serviço do estado capitalista que a criou e a arma cada vez mais, para se indignar com a realidade deste flagrante, ao mesmo tempo irônico e revoltante. Em meio a recente manifestação em "descomemoração" dos 50 anos do golpe civil-militar de 1964, "gladiadores" da Polícia Militar, agindo com sua rotineira violência e impunidade, agrediram militantes do PCB e da UJC, arrancando-lhes arbitrariamente as bandeiras que portavam com orgulho.
Passados mais de 20 anos do fim da ditadura burguesa sob a forma militar, fica cada dia mais claro que, no capitalismo, vivemos sempre sob um regime repressor. As mãos que arrancaram violentamente as bandeiras dos nossos militantes são as mesmas que, cotidianamente, matam Cláudias e Amarildos.
A perseguição política descarada aos comunistas do PCB e da UJC e a outros revolucionários, neste e em outros atos, nesta e em outras cidades brasileiras, revela a farsa do chamado "Estado Democrático de Direito". E faz das belas palavras do capítulo sobre os "direitos fundamentais" da Constituição Federal não mais do que letras mortas em um pedaço de papel. Os representantes da "lei e da ordem" rasgaram com violência, ao mesmo tempo, os direitos de manifestação e de organização partidária.
Para o PCB e a UJC, organizações que passaram boa parte de sua história na ilegalidade, com centenas de mortos e exilados, essas ações repressivas não intimidam.
O fato de arbitrariedades como esta se darem simbolicamente nos marcos dos 50 anos do golpe perpetrado pela burguesia e pelo imperialismo, mostra claramente o caráter ditatorial do estado burguês, independente dos governantes de turno.
Continuaremos na luta pelo fim da Polícia Militar e do terrorismo de estado contra os proletários, as comunidades pobres e os movimentos e organizações que contestam a ordem do capital.
Como o fazemos desde 1922, honraremos o vermelho, a foice e o martelo de nossa bandeira!
Ousar lutar, ousar vencer!
Com o poder popular, no rumo ao socialismo!
PCB - Partido Comunista Brasileiro
UJC - União da Juventude Comunista

terça-feira, 25 de março de 2014

sexta-feira, 14 de março de 2014

O 8 de Março e o Ana Montenegro!


Atividades do 8 de março

Aracajú-SE:
Nesta data que simboliza um processo histórico de visibilidade da luta feminista o Coletivo Ana Montenegro- Sergipe comemorou seu aniversário de um ano de atuação na luta contra as opressões de gênero e de classe.
A comemoração foi feita nas ruas, em conjunto com outros movimentos sociais (Coletivo de Mulheres de Aracaju, Coletivo Ana Montenegro, a Diretoria da Mulher do Sindicato dos Engenheiros, as mulheres do Movimento Não Pago e do Sarau Debaixo, o Coletivo Parto Ativo, o Studio Rasta e a organização da Marcha das Vadias), dando ênfase na pauta sobre a Saúde da Mulher.
E assim, continuaremos nas ruas hasteando a bandeira do combate à cultura machista, homofóbica e patriarcal e, sobretudo, dizer que A LUTA DAS MULHERES É PARTE INTEGRANTE DA LUTA DE CLASSES, pois, para que seja extinta a exploração sobre seu corpo e sua alma, deve- se ter uma luta revolucionária, isto é, a luta pela transformação da sociedade.

Sete Lagoas - MG:
O 8 de março de luta de Sete Lagoas, Minas Gerais, foi realizado pelo Ana Montenegro e conjunto com a UJC!


São Paulo - SP:
O ato unificado do 8 de março em São Paulo capital contou com mais de 8 MIL pessoas!!! O Ana Montenegro estava lá.

Recife - PE:
A atividade do 8 de março em Recife foi o debate/homenagem às mulheres que lutaram durante os duros anos da Ditadura militar brasileira.
Homenagem à companheira Sandra, militante do PSTU-PE assassinada no mês passado.
Executiva Coletivo Ana Montenegro - PE
São José do Rio Preto - SP:
O ato unificado do dia da mulher realizado em Rio Preto contou com a participação do Ana e demais organizações/coletivos feministas (Marcha das Vadias e MML).
Quando uma mulher avança, NENHUM HOMEM retrocede!!!


Goiânia - GO:
Em Goiania, as camaradas do Ana Montenegro estiveram presentes na Marcha das Vadias da cidade, a atividade do 8 de março.

" Transformar radicalmente o mundo só será possível se as mulheres forem, com igualdade, sujeitos legítimos deste processo" (A. Kolontai)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Muito mais que um bloco... obrigado camaradas!


(aos camaradas do Bloco Comuna que Pariu!)
Mauro Iasi
Era carnaval, era um bloco, mas era muito mais que isso. Sei lá, alguma coisa nascendo, alguma coisa rompendo. Cada um chegou do seu jeito, com seus sonhos guardados em seus medos, com sua alegria e suas angústias, cada um num ritmo, uns sabendo mais outros menos, outros nada, mas ali seu deu o milagre da fusão.
Tinha de tudo, camaradas do PCB, companheiros de outros partidos, militantes, amigos, brancos sem jeito, negros, homens, mulheres (tinha até um japonês, eu vi), quem vota num e quem vota no outro, junto com quem não vota, e tudo aquilo que andava separado, ficou em silêncio e uma figura levanta as mãos e soa um apito alto. Não podemos dizer de um “chefe” de bateria, entre nós não há chefes, um dirigente, negro, com roupas íntimas de mulher (vermelha provocação), cabelos de índia. E o chão tremeu, vindo da terra, de quilombos e senzalas rebeladas, de cada gota derramada, de suor ou sangue, de cada ato de amor, de cada beijo na boca, de cada coisa que arrepia a pele e faz o corpo vestir a alma pelo lado de fora.
Era uma porção de gente diferente que ali estava junto sob a direção de um mestre. Profissional, não porque tem valor de troca e preço, profissional como o artesão que ama sua arte, como o operário que desempenha com perfeição seu ofício, como gari que volta na rua varrida para pegar a latinha que ficou prá traz, como poeta que enlouquece na busca da última palavra. Uma porção de diferença que ali estava junto: um bloco.
O produto esconde o processo, os problemas, as noites, os ensaios, a falta de grana, gente que atrapalha, mas o produto traz na pele a marca do trabalho, que pega um sonho e esculpe a realidade até que fica parecido com que queremos. E ficou bem parecido com que queremos. Alegre e comprometido, brotando do samba com escala em Paris, irônico, sarcástico, irreverente, cortando a carne podre do presente mostrando que é possível e necessário libertar o novo das prisões da acomodação.
Meu filho dormia no meu colo como se ouvisse Debussy, minha companheira se esmerava no surdo de primeira. Era carnaval, era só um bloco, ou era mais que isso. Um bloco revolucionário do proletariado, com capacetes operários vermelho futuro e uma voz de mulher cantando um samba contra dudus e cabrais, contra a Globo e o Capital, deixando cicatrizes de alegria no corpo triste da realidade.
Fiquei muito orgulhoso com meus camaradas. Era só um bloco... ou era muito mais.

O EXEMPLO DOS GARIS DO RIO


Felipe Oiticica*
A vitória dos garis, no Rio de Janeiro, tem significado emblemático, em vista do que tiveram que enfrentar.
Observemos a sequência dos fatos. Garis entram em greve com reivindicações justíssimas. O sindicato pelego aceita a proposta da Comlurb, muito inferior ao reivindicado. Os setores mais combativos mantêm a greve. O lixo amontoa-se por toda a cidade. Unem-se contra os grevistas a Prefeitura, a Comlurb, o sindicato pelego e a mídia. Eles são acusados de minoria não representativa e oposição ao sindicato pelego, de fazer política partidária e para determinados candidatos, de usar o Carnaval para chantagear a população, de pretender desestabilizar a cidade.
O prefeito sujismundo demite 300 grevistas. Depois, volta atrás, sob a condição de que “retornem imediatamente ao trabalho”. Pressionados, eles sim chantageados, alguns retornam.
Novas acusações: grevistas ameaçam os que voltaram, promovem violência (nunca documentada), fazem motim. A Comlurb promete deixar limpa a cidade no fim de semana. Arma-se o circo midiático da "proteção da polícia aos garis que querem trabalhar". E os grevistas firmes, nas ruas.
E aqui há um dado decisivo: a população, de modo geral, não ficou contra os garis, mesmo que diretamente atingida pela greve. A experiência das lutas do ano passado deixou marcas positivas em todos os segmentos do povo carioca. Nada mais será como antes.
No dia seguinte ao último arroubo autoritário/descompensado, o prefeito sujismundo mandou a Comlurb ceder. A proposta antes aceita pelo sindicato pelego era de 9 por cento; a resistência grevista obteve agora 37 por cento. Uma vitória improvável, por isso ainda mais importante.
A greve dos garis do Rio será exemplo para as reivindicações que vêm por aí. Firmeza de propósitos, unidade, combatividade, resistência, apoio da população - eis os ingredientes da receita de vitórias.
*Felipe Oiticica é militante do PCB-RJ

Não ao nazifascismo na Ucrânia


(Nota Política do PCB)
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (CPN - PCB) manifesta seu repúdio ao golpe de Estado na Ucrânia e expressa sua solidariedade militante aos comunistas do País neste momento difícil  em que as hordas nazifascistas, treinadas pela OTAN e financiadas pela CIA,  assumiram o governo em Kiev e vêm aterrorizando a população, derrubando monumentos, atacando as sedes do Partido Comunista da Ucrânia, seus militantes nas ruas, além de judeus, ciganos e todos aqueles que não concordam com a nova ordem.
A cumplicidade, o apoio logístico e o financiamento de bandos nazifascistas por parte dos Estados Unidos e da União Europeia demonstram a dupla moral do imperialismo, que fala em democracia e direitos humanos, mas na prática apoia, treina militarmente e financia a escória humana  para aterrorizar as nações que não se curvam aos seus interesses.
Nesse momento em que a crise sistêmica global se aprofunda e que as massas  se manifestam contra a crise em várias partes do mundo, o imperialismo  se torna mais agressivo e mostra sua verdadeira face. Cada vez está mais claro para os povos que o imperialismo não tem escrúpulos: para desestabilizar as nações utiliza os serviços de mercenários pagos a peso de ouro, treina e financia bandos nazifascistas para semear o terror nos países, financia a extrema-direita para provocar tumultos de ruas e até mesmo os fundamentalistas islâmicos da Al Qaeda  se tornam seus aliados no Oriente Médio. Isso demonstra a hipocrisia e a decadência do imperialismo neste momento da história.
A atual tragédia ucraniana vem sendo fomentada há vários anos pelo imperialismo, desde a chamada “revolução laranja” até os últimos dias, quando os bandos nazifascistas conseguiram derrubar o governo burguês eleito, valendo-se do descontentamento da população com a continuidade das privatizações e das políticas neoliberais e o aumento da corrupção. Foi nesse contexto que as forças nazifascistas, orientadas pela OTAN e pela CIA, se aproveitaram do descontentamento de parte da população e tomaram o poder para impor a histeria anticomunista e a barbárie no País, a serviço dos Estados Unidos e da OTAN.
A intervenção da Rússia capitalista na Criméia não altera o fato de a disputa principal que se opera hoje na Ucrânia ter origem em contradições interburguesas no país, como parte da disputa interimperialista por posições estratégicas, mercados e riquezas naturais dos povos.
A CPN do PCB conclama todas as forças anti-imperialistas e anticapitalistas a cerrarem fileiras na condenação à ofensiva fascista na Ucrânia e na solidariedade aos trabalhadores ucranianos, na expectativa de que  organizem a resistência ao fascismo e a luta para constituir um governo representativo das forças populares, com independência de classe em relação às disputas burguesas e imperialistas e no rumo ao socialismo.
PCB – Partido Comunista Brasileiro

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Etapa cubana do XV Congresso Nacional do PCB: nossa pátria é a humanidade!


Otávio Dutra*
Como internacionalista soy
Muy orgulloso me siento
Y  a mi cuba represento
Por donde quiera que voy.
Todo mi esfuerzo lo doy
Como me enseñó Martí
Y puedo expresarlo así
Porque el regocijo encierra
Que hoy los pobres de tierra
Sienten orgullo por mí.
(…)
Así es mi patria querida
Que en su trayectoria muda
Materializa su ayuda
Sin condición ni medida
Pueblo que arriesga su vida
Sin vacilar ni un segundo
Y el sentimiento es profundo
Porque demuestra con hechos
Que también tienen derechos
Todos los pobres del mundo.
Nicolás Guillén – fragmento do poema Cuba Internacionalista
No dia 02 de fevereiro aconteceu a etapa cubana do XV Congresso do PCB. A base do partido em Cuba já possui 4 anos de existência, sendo constituída por estudantes da Escola Latino Americana de Medicina - ELAM.
Em sintonia com a cosmopolita Havana, a atividade ocorreu com marcado internacionalismo, contando com a presença de representantes da presidência coletiva do Movimento Continental Bolivariano-MCB, que se encontravam na cidade para uma reunião, adornando o dia de debates e confraternização com densas intervenções sobre a conjuntura do continente e do mundo - em especial sobre o México, sobre Venezuela e os diálogos de Paz entre FARC e governo colombiano que acontecem na capital cubana.
Num segundo momento o secretário geral do PCB - responsável por dar assistência à etapa cubana do XV Congresso - fez uma intervenção enfocada na realidade e nas perspectivas do PCB para o próximo período, enfatizando os nossos problemas, tarefas e desafios, fundamentalmente no sentido de fortalecer a organização interna e enfrentar as debilidades para qualificar e ampliar nossa presença nas lutas concretas da classe trabalhadora, sem falsos vanguardismos, mas como corpo real de organização, luta e orientação revolucionária. Assim que concluída a contribuição do camarada Ivan Pinheiro, foi realizado um debate profundo e amplamente participativo sobre as teses, centrado nos pontos que a base avaliou como medulares para a reconstrução revolucionária do PCB. Os debates finalizaram com reflexões sobre as perspectivas de atuação dos militantes da base assim que regressem para o Brasil, já que a grande maioria dos camaradas deve retornar já em meados desse ano.
Posteriormente, com a participação dos camaradas chilenos, colombianos e mexicanos, foi feita uma singela e alegre confraternização, regada de boas conversas, música latino-americana e o delicioso rum cubano.
A etapa cubana do XV Congresso fortaleceu o princípio do internacionalismo proletário que caracteriza os comunistas, contribuindo com importantes debates para destacar a perspectiva continental e mundial da nossa luta pelo socialismo-comunismo, para aprofundar a compreensão da base sobre a realidade brasileira e o PCB, assim como para orientar a atuação dos jovens militantes do Partido que em breve estarão novamente em terras brasileiras, levando um pouco dos valores e da energia revolucionária aprendidos com o rebelde povo cubano para contribuir na construção do poder popular e do socialismo no Brasil.
não temos pátria/ camarada/
não existem fronteiras entre os justos/
a dor dos sofridos nos atrela
e linhas traçadas em mapas
jamais poderão nos apartar/
nem muros/ nem urros/ aferro/
não importa de onde vem o berro/
lá estaremos/ aqui estaremos/
como um só povo/ multidão/
como um só grito/ alvoroço/
como um só punho de resistência
e uma constelação brilhando
em olhos de esperança/
hoje o mundo não cabe na lágrima
de uma mãe palestina/
*Otávio Dutra é estudante de sexto ano de medicina na ELAM, membro da Coordenação Nacional da UJC e militante da base Paulo Petry do PCB em Havana-Cuba.