quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Bella Ciao, música símbolo da resistência comunista e antifascista





Na história do movimento operário e camponês mundial há uma série de músicas que procuram inspirar resistência e luta para as classes trabalhadora e campesina. A mais conhecida delas, sem dúvida alguma, é a Internacional Comunista, amplamente difundida e entoada nos quatro cantos do globo. Porém, entre muitas outras, Bella Ciao se destaca, não apenas por possuir uma história muito rica mas também por manter-se viva e atual, recebendo composições e novas versões constantemente.
Sua origem remota às mondines, trabalhadoras italianas de campos de arroz, que revoltadas com a superexploração de seu trabalho procuraram expor as terríveis condições às quais eram submetidas. Sua letra marcante continua extremamente atual.

“De manhã, logo que me levanto, o bella, ciao!
Devo ir trabalhar! Trabalhar lá no arrozal, bella, ciao,
Sob o sol que queima a cabeça.
E entre insetos e mosquitos, o bella, ciao, um duro trabalho devo fazer.
O capataz em pé com seu bastão, o bella, ciao,
e nós, encurvadas, a trabalhar!
Trabalho infame, por pouco dinheiro, o bella, ciao!
e a consumir a tua vida!
Mas virá o dia em que todas nós, o bella, ciao, trabalharemos em liberdade.”

Já no século XX, Bella Ciao, que em tradução livre significa “Linda, tchau” ou “Querida, adeus”, serviu de base para a música da resistência italiana nas duas Grandes Guerras, sendo essa sua segunda versão mais conhecida, a Partigiani (resistente), popularizada pelo Partido Comunista Italiano.
A partir daí a música ficaria mais e mais conhecida, espalhando-se por diversos países, tornando-se hino do movimento comunista e dos trabalhadores, evocando liberdade e resistência.

“Acordei de manhã
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Acordei de manhã
E deparei-me com o invasor
Ó resistente, leva-me embora
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Ó resistente, leva-me embora
Porque sinto a morte a chegar.
E se eu morrer como resistente
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E se eu morrer como resistente
Tu deves sepultar-me
E sepultar-me na montanha
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E sepultar-me na montanha
Sob a sombra de uma linda flor
E as pessoas que passarem
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E as pessoas que passarem
Irão dizer-me: ‘Que flor tão linda!’
É esta a flor
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
É esta a flor do homem da Resistência
Que morreu pela liberdade”


Sempre inspiradora, marcou diversas lutas e foi usada por diversas frentes, desde o movimento operário polonês até mesmo na campanha do Syriza, na Grécia (ainda que este movimento em si não seja digno desta canção). Hoje em dia é um símbolo dos comunistas e antifascistas inclusive em músicas mais populares como o rock, tendo versões gravadas por artistas e bandas como Manu Chao, Mercedes Sosa, Goran Bregovic, Redska, o coral soviético Red Army Choir, entre outros. Confira algumas dessas versões e vamos manter vivo esse hino comunista.

Versão original italiana:


Versão partigiana:


Versão do Manu Chao:


Versão do Redska:


Versão do Red Army Choir:


Versão de Mercedes Sosa:


Versão Palestina:



Versão de Goran Bregovic: