segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Etapa cubana do XV Congresso Nacional do PCB: nossa pátria é a humanidade!


Otávio Dutra*
Como internacionalista soy
Muy orgulloso me siento
Y  a mi cuba represento
Por donde quiera que voy.
Todo mi esfuerzo lo doy
Como me enseñó Martí
Y puedo expresarlo así
Porque el regocijo encierra
Que hoy los pobres de tierra
Sienten orgullo por mí.
(…)
Así es mi patria querida
Que en su trayectoria muda
Materializa su ayuda
Sin condición ni medida
Pueblo que arriesga su vida
Sin vacilar ni un segundo
Y el sentimiento es profundo
Porque demuestra con hechos
Que también tienen derechos
Todos los pobres del mundo.
Nicolás Guillén – fragmento do poema Cuba Internacionalista
No dia 02 de fevereiro aconteceu a etapa cubana do XV Congresso do PCB. A base do partido em Cuba já possui 4 anos de existência, sendo constituída por estudantes da Escola Latino Americana de Medicina - ELAM.
Em sintonia com a cosmopolita Havana, a atividade ocorreu com marcado internacionalismo, contando com a presença de representantes da presidência coletiva do Movimento Continental Bolivariano-MCB, que se encontravam na cidade para uma reunião, adornando o dia de debates e confraternização com densas intervenções sobre a conjuntura do continente e do mundo - em especial sobre o México, sobre Venezuela e os diálogos de Paz entre FARC e governo colombiano que acontecem na capital cubana.
Num segundo momento o secretário geral do PCB - responsável por dar assistência à etapa cubana do XV Congresso - fez uma intervenção enfocada na realidade e nas perspectivas do PCB para o próximo período, enfatizando os nossos problemas, tarefas e desafios, fundamentalmente no sentido de fortalecer a organização interna e enfrentar as debilidades para qualificar e ampliar nossa presença nas lutas concretas da classe trabalhadora, sem falsos vanguardismos, mas como corpo real de organização, luta e orientação revolucionária. Assim que concluída a contribuição do camarada Ivan Pinheiro, foi realizado um debate profundo e amplamente participativo sobre as teses, centrado nos pontos que a base avaliou como medulares para a reconstrução revolucionária do PCB. Os debates finalizaram com reflexões sobre as perspectivas de atuação dos militantes da base assim que regressem para o Brasil, já que a grande maioria dos camaradas deve retornar já em meados desse ano.
Posteriormente, com a participação dos camaradas chilenos, colombianos e mexicanos, foi feita uma singela e alegre confraternização, regada de boas conversas, música latino-americana e o delicioso rum cubano.
A etapa cubana do XV Congresso fortaleceu o princípio do internacionalismo proletário que caracteriza os comunistas, contribuindo com importantes debates para destacar a perspectiva continental e mundial da nossa luta pelo socialismo-comunismo, para aprofundar a compreensão da base sobre a realidade brasileira e o PCB, assim como para orientar a atuação dos jovens militantes do Partido que em breve estarão novamente em terras brasileiras, levando um pouco dos valores e da energia revolucionária aprendidos com o rebelde povo cubano para contribuir na construção do poder popular e do socialismo no Brasil.
não temos pátria/ camarada/
não existem fronteiras entre os justos/
a dor dos sofridos nos atrela
e linhas traçadas em mapas
jamais poderão nos apartar/
nem muros/ nem urros/ aferro/
não importa de onde vem o berro/
lá estaremos/ aqui estaremos/
como um só povo/ multidão/
como um só grito/ alvoroço/
como um só punho de resistência
e uma constelação brilhando
em olhos de esperança/
hoje o mundo não cabe na lágrima
de uma mãe palestina/
*Otávio Dutra é estudante de sexto ano de medicina na ELAM, membro da Coordenação Nacional da UJC e militante da base Paulo Petry do PCB em Havana-Cuba.

Todo apoio ao legítimo governo da Venezuela. Golpear o fascismo e construir o poder popular!


(Nota Política do PCB)
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta seu repúdio à tentativa de desestabilização do legítimo governo da Venezuela por parte da direita fascista do País, financiada e dirigida pelos organismos diplomáticos e de inteligência dos Estados Unidos, mediante a violência de grupos fascistas e paramilitares, cujo resultado foi a morte de três pessoas e ferimentos em dezenas de manifestantes.
A CPN do PCB manifesta também sua solidariedade militante a todos os combatentes populares e revolucionários, especialmente aos comunistas, que vêm resistindo bravamente através das grandes manifestações de massas contra essa tentativa de golpe.
As violentas manifestações que o mundo inteiro tomou conhecimento são parte de um plano conspirativo, idealizado na embaixada dos Estados Unidos e realizado por setores fascistas, visando a criar um clima de caos com o objetivo de justificar uma intervenção estrangeira no País. A desestabilização vem sendo realizada mediante a sabotagem do sistema elétrico, o desabastecimento do mercado de produtos básicos e o aumento dos preços por parte de setores empresariais, a especulação com o dólar, a violência nas manifestações e uma feroz campanha midiática nacional e internacional visando satanizar o governo venezuelano e transformar as hordas fascistas em legítimos manifestantes de oposição.
A Comissão Política Nacional apoia veementemente as medidas tomadas pelo presidente Nicolas Maduro, entre as quais a expulsão de três espiões norte-americanos fantasiados de diplomatas, e reafirma sua posição de que é necessário  isolar e debilitar o núcleo fascista e os paramilitares que estão atuando no País, avançar e aprofundar o processo revolucionário, mediante a construção do poder popular, única alternativa que os povos possuem para o enfrentamento com o capitalismo e o imperialismo
Comissão Política Nacional do PCB

Solidariedade ao povo venezuelano e ao governo bolivariano


MST
Diante das manifestações fascistas e de clara ingerência do Governo dos EUA nos assuntos do povo venezuelano:
1. Reiteramos o nosso total apoio ao povo venezuelano e ao Governo do Presidente Nicolás Maduro diante más uma tentativa do imperialismo e da burguesia de colocar em marcha mais um golpe de estado.
2. Expressamos a nossa mais profunda solidariedade com o povo que luta por construir uma sociedade socialista e que tem sido exemplo de dignidade e coragem. Que o legado do Comandante Chávez siga vivo nos corações e na atuação de todos os povos da América latina!
Um abraço caloroso dos 15 mil militantes reunidos no VI Congresso Nacional em Brasília.
VIVA O POVO BOLIVARIANO!!!
VIVA A INTEGRAÇÃO LATINO AMERICANA!!!
Brasília, 14 de fevereiro de 2014.

CONTRA O GOLPE FASCISTA NA VENEZUELA


O Partido Comunista Brasileiro e a União da Juventude Comunista participaram junto com diversas organizações progressistas e anti-imperialistas de uma demonstração junto ao consulado da Venezuela de solidariedade ao povo venezuelano e ao governo bolivariano contra a tentativa de golpe fascista que tenta se desenvolver em seu território.
O ato contou com a presença de diversas organizações, que pronunciaram-se em defesa do povo venezuelano e da necessidade de aprofundar o processo revolucionário e avançar nas conquistas sociais.
O PCB e a UJC se colocam de forma militante em solidariedade ao Partido Comunista da Venezuela e ao povo trabalhador venezuelano. Somos um só na luta contra o fascismo.

LUTAMOS POR UMA PALESTINA LAICA DEMOCRÁTICA PARA TODOS OS POVOS QUE LÁ VIVEM


Na última quarta-feira, dia 19 de fevereiro,  recebemos no SINDIPETRO/RJ  o dirigente do birô político da Frente Popular pela Libertação da Palestina – FPLP - Marwan Abdel Al, para um importante debate sobre a Palestina e a situação no Oriente Médio. O evento  foi organizado pelo MST, Esquerda Socialista e PCB, e contou com o apoio dos militantes do Comitê de Solidariedade à Luta do povo palestino do RJ.
O debate transcorreu em um clima de camaradagem e de um forte interesse em ampliar o entendimento sobre os fatos reais  que estão acontecendo no Mundo Árabe e sua relação com a causa Palestina. No final, os presentes reafirmaram seu compromisso de seguir apoiando a causa árabe e  palestina,  fortalecendo a tarefa internacionalista de esclarecer os acontecimentos contra a imprensa corporativa que insiste em reproduzir as  mentiras do imperialismo/sionismo cujo principal  discurso é a defesa da  democracia e dos direitos humanos, quando sabemos que por trás deste escudo está a  destruição dos Estados e das condições mínimas de sobrevivência dos povos, visando  a dominação econômica, política e militar.
Resumo dos principais pontos do Debate:
Crise do capitalismo por trás da agressão contra os povos
O dirigente da FPLP iniciou a exposição  localizando  a movimentação  militar do imperialismo e do sionismo em vários Estados, como a expressão máxima da crise sistêmica do capitalismo em todo o mundo, crise que repercute  para  todos os povos do planeta.  Para ele, o capital busca dar solução a crise econômica investindo pesadamente na indústria da guerra, na venda de armas e intervenções militares e no investimento de grupos sectários e paramilitares.
A presença de Israel no  Mundo Árabe cumpre um papel fundamental nesta estratégia.  Israel é uma grande base militar cuja função primordial é reprimir toda resistência  às medidas ou políticas  impostas pelo capita para os povos árabes. Para Israel é determinante que a  Resistência Palestina não se alastre  para outros Estados, na verdade jogam  atentamente, em tempo integral, para que sejam exterminadas do mapa, no Mundo Árabe.
Quando o discurso da segurança esconde a construção do fascismo
Israel faz uso do velho discurso de eterna vítima, cercada por perigos constantes, para justificar o massacre que faz diariamente contra o povo palestino, além de ser um álibi utilizado nas missões de  falsa bandeira, marca registrada de Israel, no Líbano, na Síria, no Egito ou no Iraque com o intuito de  promover a discórdia entre as etnias ou religiões.
Nesse sentido, os Estados em torno da Palestina ocupada (Israel) são considerados, para todos os efeitos e medidas, como fronteiras. Isto resulta na estratégia elaborada conjuntamente entre os sionistas e os EUA de fragmentar esses Estados, e o primeiro passo é  promover o conflito religioso e étnico no seio do povo. Claro fazem isso com a ajuda das ONGs , dos Institutos, dos grupos fundamentalistas, obviamente a mídia corporativa e a fiel oligarquias do golfo, cães de guarda do sionismo.
Primavera Árabe ou Revolução?
Nosso amigo fez uma citação árabe, que pode ser entendido da seguinte maneira: A primavera não significa nada fora do contexto das outras estações.
E, é desta forma que a FPLP analisa a chamada  “primavera árabe”:
As convulsões sociais se deram no marco da crise do capital e dos regimes cruéis e repressivos das monarquias e ditaduras, fiéis aos caprichos do capital e do imperialismo/sionismo,   levando milhares às ruas. No entanto, as  mudanças apontadas pelas organizações que dirigiam/dirigem o movimento de massas significaram um retrocesso político e uma derrota para o povo nas ruas. Foi o que aconteceu no  Egito e na Tunísia,  cujo resultado da “primavera árabe” acabou levando a Irmandade Muçulmana , aliada do imperialismo e do sionismo ao poder.
Os poderes ditatoriais foram substituídos por outro poder igualmente nocivo ao povo.
Para a FPLP, fazer uma revolução e promover as mudanças pela qual os povos lutam, só é possível se o caminho trilhado for  libertá-los do jugo do capital, sendo assim, não é possível que seja operada com alianças duvidosas , cuja tradição esteja fora do eixo marxista.  O povo deve ser o sujeito das mudanças, não adianta trocar a forma, trocar o prazo de validade do mesmo frasco, mas construir um processo revolucionário para  mudanças radicais, não para garantir a “democracia representativa”, onde o povo passa a ter o direito de votar em quem vai lhe oprimir.
O levante árabe no Egito e na Tunisia não poderia resultar em um processo revolucionário vitorioso, foi abortado no nascimento pelas forças que se aliaram ao imperialismo /sionismo em defesa da democracia.
SÍRIA E LÍBIA: O que está acontecendo é o  nakba (horror) ampliado para o mundo árabe
A FPLP analisa os processos de destruição do Estado Líbio e das tentativas na Síria não como um processo revolucionário, mas uma estratégia montada para dominação , pelo imperialismo e pelo sionismo.
O princípio número um de um processo revolucionário é que este deve ter base popular. Não é o que aconteceu na Líbia, e não é o que acontece na Síria.
O imperialismo/sionismo usa o argumento da democracia e as mentiras midiáticas sobre direitos humanos para destruir o Estado árabe, para justificar uma “guerra justa” assim como fez com o Estado africano. Para aqueles que tem dúvidas sobre  o que se passa na Síria, nosso amigo sugeriu  responder a seguinte  pergunta: Quais as relações do povo sírio ou do Estado sírio com Israel e o imperialismo?Quem lucra com a destruição e fragmentação da Síria?
Uma vez perguntado sobre o que achava do “conflito na Síria”, um governante sionista respondeu: “Espero que todos ganhem a guerra” , ou seja, tudo que Israel quer é completar a tarefa de destruir o Estado sírio, por meio das estratégias que dispõe no terreno.
Yarmouk – Campo de refugiados palestinos na síria atacado pelos fundamentalistas
Seguindo esta estratégia de destruir os Estados nacionais com guerras de um novo tipo,  e fomentar, entre os povos,  o conflito religioso e sectário, com objetivos geopolíticos claros de  dominação política, econômica e militar, o imperialismo /sionismo, paralelamente,  colocou em movimento a estratégia de destruir as estruturas de resistências armadas dentro dos acampamentos palestinos. Esta  ação assassina está acontecendo nos países que temos campo de refugiados.
Na Síria, o Campo de refugiado Yarmouk foi invadido por elementos ligados aos grupos fundamentalistas que assassinaram nossos guerreiros  e são responsáveis pela destruição das condições de vida da população palestina que lá vive.
No Líbano, a mesma estratégia está se desenhando, o campo de refugiados  foi infiltrado por esses grupos fundamentalistas com o mesmo objetivo, assassinar a resistência organizada palestina.
É óbvio a ligação dos fundamentalistas assassinos com Israel.
Acordo com Israel – É pior que  o de OSLO
O esforço e objetivo dos norte-americanos é que  saia “o acordo” assinado pela  Autoridade Palestina (AP) e dessa forma  realizam os desejos de Israel.
Esse é um jogo de cartas marcadas. Não existe nada que interesse ao povo palestino nesta negociação.Vamos destacar 3 itens da proposta que afirmam isso
1 – A exigência de reconhecer o Estado de Israel como Estado judaico.
Isso significa expulsar da Palestina ocupada em 1948, Israel, milhares de palestinos que ainda vivem  nestas terras, além de aceitar a existência de um Estados racista que discrimina religiões, ou seja em uma palavra sionista. O mundo não pode permitir esse retrocesso.
2- Um Estado Palestino desde que compatível com a segurança de Israel.
Isso significa um Estado militarizado por forças estrangeiras, vigiado por radares dos sionistas,  a aceitação do muro que divide nossas terras e cidades e  a manutenção das colônias judias no  “pseudo-estado-palestino”.
3 – Retira da pauta, o “Retorno dos Refugiados”, que passa, neste caso, a ter tratamento humanitário e não político ou como um caso  de justiça. Com a ressalva de ser permitido o  retorno do corpo morto dos palestinos, para serem enterrados em sua terra natal. Mas somente morto poderão voltar a terra de seus avós.
Dois Estados ou Um Estado para todos os povos que lá vivem?
O povo palestino não tem condição de conviver com o sionismo. O  sionista  é uma  ideologia que tem como norte a destruição do outro. Essa ideologia é um perigo para a humanidade, que deveria se mobilizar para cortar esse mal pela raiz. O mundo deve acordar para o perigo de um Estado Sionista.
Os palestinos exigem  o direito de lutar e resistir para libertar suas terra dessa ideologia. Por isso a resistência tem que ser ampla e em todos os níveis, econômica, política e militar.
“Todos os dias o Estado sionista assassina um  palestino, arranca uma oliveira, e desenvolve armas nucleares. Que Estado é esse? Nenhum povo no mundo aguentaria tamanha atrocidade!  Os palestinos vão continuar lutando até o fim da ocupação sionista, nossa terra  nos foi  tirada, mas temos nossa identidade, somos palestinos!
Por isso historicamente lutamos por uma Palestina laica e democrática para todos os povos que lá vivem.”
Maristela R. Santos Pinheiro – Comitê de Solidariedade à Luta Palestina do RJ e membro do PCB

A ameaça fascista na Venezuela

Atilio A. Boron
A escalada desestabilizadora atualmente sofrida pela Venezuela bolivariana possui um objetivo inquestionável: a derrota do governo de Nicolás Maduro. Não existe nenhuma outra interpretação de quem escreve esta afirmação. Foi expressa em reiteradas ocasiões não apenas por manifestantes da direita nas ruas, mas por seus principais líderes e instigadores locais: Leopoldo López (ex-prefeito do município de Chacao, em Caracas, e chefe do Partido Voluntad Popular) e María Corina Machado, deputada pelo Súmate na Assembleia Nacional da Venezuela. Em mais de uma ocasião referiram-se às intenções ansiadas em seus protestos, utilizando uma expressão em que, regularmente, apelam ao Departamento de Estado: "mudança de regime", forma amável e eufemística que substitui o desprestigiado termo "golpe de estado". O que se busca é precisamente isso: um "golpe de estado" que ponha um ponto final na experiência chavista. A invasão à Líbia e a derrocada e linchamento de Muammar El Gadafi são exemplos de "mudanças de regime". Há meio século os Estados Unidos propõem, sem êxito, algo similar em Cuba. Agora o estão tentando, com todas as suas forças, na Venezuela.
Esta feroz campanha contra o governo bolivariano - na realidade, um processo de fascistização de longa data - tem raízes internas e externas, intimamente ligadas e solidárias num objetivo comum: acabar com o pesadelo instaurado pelo Comandante Hugo Chávez desde que assumira a presidência em 1999. Para os Estados Unidos, a autodeterminação venezuelana afirmada sobre as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a derrota da ALCA e dos avanços dos processos de integração e unidade na América Latina e no Caribe – a UNASUL –, o Mercosul ampliado, a CELAC, Petrocaribe, entre outros, impulsionados como nunca antes pelo líder bolivariano, são desafios intoleráveis e inadmissíveis, merecedores de um castigo exemplar. Para a oposição interna, o chavismo significou o fim das regalias e negociações que obtinha por sua colaboração com o governo dos Estados Unidos e as empresas norte-americanas no saque e pilhagem da receita petrolífera, e que encontrou nos líderes e organizações políticas da Quarta República seus sócios menores e imprescindíveis operadores locais. Tanto Washington quanto seus peões estavam certos de que o chavismo não sobreviveria ao desaparecimento físico de seu fundador. Porém, com as eleições presidenciais de 14 de abril de 2013, suas esperanças se esfumaçaram: Nicolás Maduro venceu Henrique Capriles por uma porcentagem muito pequena, mas suficiente e indiscutível, de votos. A resposta destes oligarcas travestidos em notáveis figuras da república foi, primeiro, desconhecer o veredito das urnas e, depois, desencadear violentos protestos que tiraram a vida de mais de uma dezena de jovens bolivarianos, deixando cerca de cem feridos, além da destruição de numerosos edifícios e propriedades públicas. Cabe lembrar que até o dia de hoje, dez meses após as eleições presidenciais, Washington não reconheceu formalmente a vitória de Nicolás Maduro. Em contrapartida, o inverossímil Prêmio Nobel da Paz demorou poucas horas para reconhecer como vencedor das eleições presidenciais hondurenhas de 24 de novembro passado – viciadas até o indizível e fraudulentas como poucas – o candidato da "embaixada", Juan O. Hernández. O imperialismo não erra ao eleger seus inimigos: os Castro, Chávez, agora Maduro, Correa, Morales. Contrariamente ao que alguns ingenuamente defendem, não existe uma direita que seja "oposição leal" a um governo genuinamente de esquerda. Menos ainda quando se trata de uma direita manipulada por controle remoto pela Casa Branca. Caso se comporte com lealdade é porque esse governo já foi colonizado pelo capital. Em que pese a violência dos militantes da Mesa de Unidad Democrática, que defendia a candidatura de Capriles, o governo conseguiu restabelecer a ordem nas ruas. Contribuíram para isso a clara e enérgica resposta governamental e, além disso, a certeza que tinha a direção do MUD de que as eleições municipais de 8 de dezembro – que a direita caracterizou como um plebiscito – permitiriam derrotar o chavismo para depois exigir a imediata renúncia de Maduro ou, no pior dos casos, convocar um referendo revocatório antecipado, sem ter que esperar até meados de 2016, tal como estabelece a Constituição. Porém, a jogada acabou mal, porque foram amplamente derrotados por quase um milhão de votos e nove pontos percentuais de diferença.
Atônitos ante o resultado inesperado que, pela primeira vez, oferecia ao governo bolivariano a possibilidade de gerir durante dois anos os assuntos públicos e administrar a economia sem ter que envolver-se em campanhas eleitorais agressivas e com o objetivo de distrair, os antichavistas peregrinaram a Washington para redefinir sua estratégia em função das necessidades geopolíticas do império e receber ordens, dinheiro e ajudas de todo tipo para sustentar seu projeto desestabilizador. Derrotados nas urnas, agora a prioridade imediata era, como fez Richard Nixon no Chile de Salvador Allende, em 1970, “fazer ranger a economia”. Daí as sabotagens, as campanhas de desabastecimentos programados e a especulação cambial desenfreada (segundo recomenda em seu manual de operações o especialista da CIA, Eugene Sharp), os ataques na imprensa, onde as mentiras e o terrorismo midiático não conhecem limite ou escrúpulo moral algum e, depois, como conclusão, “esquentar a rua” buscando criar uma situação similar à da cidade de Bengasi, na Líbia, capaz de desbaratar por completo a economia e desatar uma gravíssima crise de governabilidade que torna inevitável a intervenção de alguma potência amiga, que já sabemos quem é, para que acuda em auxílio dos venezuelanos para restaurar a ordem quebrada.
Uma após outra, todas estas iniciativas terminaram em fracasso, porém nem por isso a direita abandonará seus propósitos sediciosos. Leopoldo López acaba de se entregar a justiça e é de se esperar que esta faça cair sobre ele e sobre sua copincha, María Corina Machado, todo o peso da lei, já que carregam várias mortes em suas mochilas. O pior que poderia acontecer com a Venezuela seria o governo ou a justiça não perceber o que está escondido dentro do ovo da serpente. Em situações como estas, e diante de inimigos como estes, qualquer tentativa de “reconciliação nacional” ou de “linha branda” é o caminho seguro para a própria destruição. Os fascistas e o imperialismo só entendem a linguagem da força. López e Machado deverão receber um castigo exemplar, sempre dentro do marco da legalidade vigente. Não se devem descartar violentas manifestações para sua imediata libertação e, tampouco, se devem descartar a hipótese de que, em seu desespero, a direita possa apelar a qualquer custo, por mais absurdo que seja. Porém, o julgamento e castigo dos instigadores de tanto derramamento de sangue não serão suficientes para evitar o risco de uma brutal derrocada do governo bolivariano. A única garantia está na ativa mobilização e organização das massas chavistas para sustentar “sua revolução”, com seus muitos acertos e, também, seus erros. Apenas isso permitirá evitar o perigo de um assalto fascista ao poder que colocaria um sangrento fim à gestão bolivariana, desencadeando uma onda reacionária que repercutiria por todo o continente. Assim, o que está em jogo nestas horas não é somente o futuro da Venezuela, mas o de toda Nossa América.
Fonte:http://www.atilioboron.com.ar/2014/02/la-amenaza-fascista-en-venezuela.html
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

ABAIXO A LEI “ANTI-TERRORISMO” FASCISTA!


NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS SOCIAIS!
(Nota Política do PCB)
A Comissão Política Nacional do PCB vem a público denunciar a campanha histérica dos meios de comunicação visando a criminalizar os movimentos sociais, satanizar as manifestações de massa da população e afastar o povo das ruas, bem como alertar os trabalhadores e a juventude para a ofensiva dos setores fascistas com o objetivo de
aprofundar e legalizar o processo repressivo, com a chamada lei antiterrorista, abrindo espaço para maiores restrições às liberdades democráticas. Essa ofensiva generalizada vem sendo realizada em função da morte acidental de um cinegrafista da TV Bandeirantes em manifestação contra o aumento das passagens no Rio de Janeiro.
O PCB entende que esta onda fascista, presente também em outras nações, a exemplo dos movimentos de direita na Ucrânia e nas violentas manifestações conduzidas pela oposição burguesa na Venezuela, vem na esteira da crise mundial do capitalismo e na tentativa dos setores reacionários, a serviço dos interesses do capital e do imperialismo, de barrar a participação popular nas manifestações contrárias aos efeitos perversos da crise e do aprofundamento das relações capitalistas, que sempre recaem sobre as costas dos trabalhadores.
O desespero das classes dominantes brasileiras é fruto da certeza de que a crise já chegou por aqui, provocando queda na produção industrial, redução das vendas no comércio e aumento do custo de vida. Como consequência desta situação, que só faz ampliar o descontentamento popular com as péssimas condições de vida nas cidades e no campo, explodem em todo o canto revoltas que colocam em xeque o discurso mistificador de que a sociedade brasileira estava muito bem com os quase 12 anos de governo do Partido dos Trabalhadores.
A população perdeu a paciência. Cansou-se da corrupção generalizada em todas as esferas governamentais, das obras superfaturadas, das remoções das comunidades em função da Copa do Mundo, dos péssimos serviços de transportes, do caos urbano, da saúde e educação precárias e privatizadas, da repressão permanente nos bairros populares, onde a polícia funciona como verdadeira tropa de ocupação. As classes dominantes compreenderam que, a partir das manifestações de junho de 2013, a população perdeu o medo de se manifestar. Prova disso são as revoltas espontâneas diárias contra a polícia, a queima de ônibus e de trens, o fechamento de ruas e rodovias, as manifestações dos sem teto, dos sem-terra e até da juventude adolescente mediante os chamados “rolezinhos”. O Brasil é um barril de pólvora prestes a explodir!
Por isso, as classes dominantes, com o apoio do governo a elas submisso, estão preparando uma verdadeira guerra contra os trabalhadores, a juventude e a população em geral por ocasião da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Recente orientação do Ministério da Defesa às Forças Armadas trata tratam os movimentos populares como “forças oponentes” e os manifestantes como “inimigos de guerra”. Além disso, o Senado está discutindo, com o apoio de setores do Partido dos Trabalhadores e de sua base aliada, uma lei “antiterrorista”, que visa a identificar todo manifestante como um inimigo de Estado, prevendo até 30 anos de prisão para quem atentar contra a ordem e o patrimônio público, numa vergonhosa retomada dos princípios orientadores da famigerada Lei de Segurança Nacional dos tempos de ditadura, simbolicamente às vésperas dos 50 anos do golpe de 1964!
Essa é a resposta que o governo de um partido que se diz dos trabalhadores oferece à população brasileira: truculência, repressão, cadeia, manipulação, infiltração policial nos movimentos populares e criminalização dos movimentos sociais e dos manifestantes. Um verdadeiro aparato militar para garantir os privilégios de uma minoria que vive nababescamente às custas da riqueza produzida pela classe trabalhadora. A classe dominante brasileira vai buscar manter, para além dos megaeventos deste ano e de 2016, o aparato repressivo anunciado pelo Estado, com todo o apoio da mídia burguesa e dos setores reacionários e o silêncio cúmplice e covarde de intelectuais e partidos reformistas.
A Comissão Política Nacional do PCB alerta a todos os militantes anticapitalistas, aos movimentos sociais e da juventude que não devem se intimidar diante das chantagens da direita, pois essa histeria que está sendo veiculada pelos meios de comunicação é a mais pura demonstração do desespero das classes dominantes diante do novo ciclo de lutas que se abriu com as extraordinárias jornadas de lutas do ano passado.
Recordamos que a morte do cinegrafista (que pode ter sido causada por agentes provocadores infiltrados) vem se juntar a dezenas de mortes de jovens e trabalhadores recentemente, como a de Cícero Guedes, do MST, do pedreiro Amarildo, ou das balas que cegaram um fotógrafo e feriram uma jornalista no rosto nas manifestações de junho em São Paulo, além das chacinas diárias cometidas pela polícia nos bairros populares das grandes metrópoles. Sem falar dos inúmeros casos jamais resolvidos pela Justiça e pela polícia de assassinatos de jornalistas por políticos burgueses que se livram, desta maneira, das denúncias de corrupção. Para estas mortes os meios de comunicações não lhes dão destaque nos noticiários, porque simplesmente todas elas foram provocadas por agentes da direita pelas forças da ordem, atuando em nome do Estado ou a mando dos estratos burgueses.
Diante de toda essa situação, conclamamos nossos militantes, amigos e simpatizantes, os trabalhadores e a juventude a não se intimidar diante dos fortes ataques aos movimentos sociais, tampouco ceder às pressões do governo, dos meios de comunicação, do aparato militar e das classes dominantes. Nenhuma força militar, por mais brutal e repressora que seja, é capaz de barrar a luta de classes. Esta é a hora de continuar as lutas e ampliar a organização – nos bairros, nos locais de trabalho e estudo, no campo e nas grandes metrópoles. Também esta não é hora para respostas individuais e voluntaristas dos que resistem. Quando mais desorganizadas e espontaneístas forem as manifestações, mais frágeis e mais sujeitas a infiltrações e provocações estarão, pois as classes dominantes e seu aparato militar farão tudo para deslegitimar as lutas sociais. É preciso buscar a mais ampla unidade de todas as forças anticapitalistas e anti-imperialistas do Brasil, no sentido de forjar um poderoso movimento, respaldado por uma rede de organizações sociais e políticas, com o protagonismo decisivo dos trabalhadores, capaz de construir um novo rumo para o País.
Viva a unidade de todas forças anti-imperialistas e anticapitalistas!
Contra a criminalização dos movimentos sociais!
Abaixo o Ato Institucional nº 2 da era petista!
Barrar o avanço fascista com a organização do Poder Popular!
Comissão Política Nacional do PCB

ESCALADA FASCISTA NA UCRÂNIA


OS EDITORES DE ODIARIO.INF0
A situação na Ucrânia configura a crise politica e social mais grave ocorrida no Continente Europeu desde a guerra de agressão contra a Iugoslávia.
Uma aparente dualidade de poderes oculta um real vazio de poder.
A Rada (Camara de deputados) pretende controlar a situação. Oleksandr Turtchinov , do Partido Pátria, de Júlia Timoshenko, assumiu interinamente a presidência do país. Esse órgão legislativo destituiu o presidente Yanukovitch, restabeleceu a Constituição de 2004 e marcou eleições presidenciais para 25 de Maio.
A Ucrânia está à beira da bancarrota e muita água correrá pelo Dnieper até essa data.
Na prática os grupos extremistas da Praça Maidan que recusaram o Acordo firmado por Yanukovitch, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de países da União Europeia e pela oposição da Rada, forçaram o presidente (cujo comportamento foi indecoroso) a fugir para Kharkov, e emergem como poder real na caótica situação criada na Ucrânia Ocidental.
Júlia Timoshenko, vinda do hospital onde se encontrava em Kharkov sob prisão, compareceu na Praça numa cadeira de rodas e pronunciou ali em tom patético um discurso populista, carregado de ameaças. Mas não despertou o entusiasmo que esperava. Ela e o seu partido Pátria mantiveram ligações íntimas com a oligarquia corrupta que dominava o país.
Bem organizados, os grupos extremistas da Praça Maidan continuam a atuar como poder real. Um deputado do Partido das Regiões, de Yanukovitch, que afirmara a sua indisponibilidade para participar num governo de coligação, foi retirado da Rada e levado para a Praça algemado, com um cartaz onde se lia a palavra «Traidor!».
Na Rada a língua russa foi proibida e os canais de televisão que transmitiam também em russo passaram a emitir somente em ucraniano. Uma deputada do partido de extrema-direita Svoboda sugeriu num discurso impregnado de ódio que todos os russos da Ucrânia (mais de 20 milhões) sejam expulsos.
O líder de outro partido ultra nacionalista, neo fascista, pediu a expulsão dos «comunistas, dos judeus e da escumalha russa».
O deputado do Partido Radical Oleg Lyashko exigiu a execução publica de Yanukovitch.
Em Lvov, no Noroeste do país (província de maioria católica que era polaca em 1939), a perseguição aos comunistas é frenética, feroz.
Uma vaga de anticomunismo selvagem varre grande parte da Ucrania. Na capital e nas cidades da Ucrânia Ocidental, organizações de extrema-direita praticam crimes abjetos, perante a passividade do exército e das polícias. Desde o III Reich nazi que não acontecia algo comparável na Europa. O fascismo exibe na Ucrânia, com arrogância desafiadora, a sua face hedionda.
OS EDITORES DE ODIARIO.INF0

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

FARC, PCB e PCM se encontram em Havana


Em Havana, Cuba, realizou-se na semana passada um encontro informal entre Ivan Pinheiro, Secretário Geral do Partido Comunista Brasileiro, Pavel Blanco, Primeiro Secretário do Partido Comunista do México, e o Comandante Ivan Marquez, integrante do Secretariado das FARC-EP, que encabeça a Delegação de Paz, que participa nos diálogos com o governo colombiano na busca de uma solução política ao conflito social e armado da Colômbia.
Foram recebidos informes destes diálogos, das dificuldades e perspectivas.
Tanto o PCB como o PCM concordaram com as FARC-EP no sentido de que apenas a intensa participação popular garantirá que a solução política e, derivada dela, a paz, sejam alcançadas.
O PCB e o PCM também concordaram que é necessário impulsionar um forte movimento continental pela solução política e pela paz na Colômbia, contra a oligarquia e as pretensões imperialistas de continuar arruinando esse povo irmão para assegurar níveis intensos de exploração.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Etapa cubana do XV Congresso Nacional do PCB: nossa pátria é a humanidade!


Otávio Dutra*
Como internacionalista soy
Muy orgulloso me siento
Y a mi cuba represento
Por donde quiera que voy.
Todo mi esfuerzo lo doy
Como me enseñó Martí
Y puedo expresarlo así
Porque el regocijo encierra
Que hoy los pobres de tierra
Sienten orgullo por mí.
(…)
Así es mi patria querida
Que en su trayectoria muda
Materializa su ayuda
Sin condición ni medida
Pueblo que arriesga su vida
Sin vacilar ni un segundo
Y el sentimiento es profundo
Porque demuestra con hechos
Que también tienen derechos
Todos los pobres del mundo.

Nicolás Guillén – fragmento do poema Cuba Internacionalista

No dia 02 de fevereiro aconteceu a etapa cubana do XV Congresso do PCB. A base do partido em Cuba já possui 4 anos de existência, sendo constituída por estudantes da Escola Latino Americana de Medicina - ELAM.
Em sintonia com a cosmopolita Havana, a atividade ocorreu com marcado internacionalismo, contando com a presença de representantes da presidência coletiva do Movimento Continental Bolivariano-MCB, que se encontravam na cidade para uma reunião, que adornaram o dia de debates e confraternização com densas intervenções sobre a conjuntura do continente e do mundo - em especial sobre o México, sobre Venezuela e os diálogos de Paz entre FARC e governo colombiano que acontecem na capital cubana.
Num segundo momento o secretário geral do PCB - responsável por dar assistência à etapa cubana do XV Congresso - fez uma intervenção enfocada na realidade e nas perspectivas do PCB para o próximo período, enfatizando os nossos problemas, tarefas e desafios, fundamentalmente no sentido de fortalecer a organização interna e enfrentar as debilidades para qualificar e ampliar nossa presença nas lutas concretas da classe trabalhadora, sem falsos vanguardismos, mas como corpo real de organização, luta e orientação revolucionária. Assim que concluída a contribuição do camarada Ivan Pinheiro, foi realizado um debate profundo e amplamente participativo sobre as teses, centrado nos pontos que a base avaliou como medulares para a reconstrução revolucionária do PCB. Os debates finalizaram com reflexões sobre as perspectivas de atuação os militantes da base assim que regressem para o Brasil, já que a grande maioria dos camaradas deve retornar já em meados desse ano.
Posteriormente, a participação de camaradas chilenos, colombianos e mexicanos, foi feita uma singela e alegre confraternização, regada de boas conversas, música latino-americana e o delicioso rum cubano.
A etapa cubana do XV Congresso fortaleceu o princípio do internacionalismo proletário que caracteriza os comunistas, contribuindo com importantes debates para destacar a perspectiva continental e mundial da nossa luta pelo socialismo-comunismo, para aprofundar a compreensão da base sobre a realidade brasileira e o PCB, assim como para orientar a atuação dos jovens militantes do Partido que em breve estarão novamente em terras brasileiras, levando um pouco dos valores e da energia revolucionária aprendidos com o rebelde povo cubano para contribuir na construção do poder popular e do socialismo no Brasil.
não temos pátria/ camarada/
não existem fronteiras entre os justos/
a dor dos sofridos nos atrela
e linhas traçadas em mapas
jamais poderão nos apartar/
nem muros/ nem urros/ aferro/
não importa de onde vem o berro/
lá estaremos/ aqui estaremos/
como um só povo/ multidão/
como um só grito/ alvoroço/
como um só punho de resistência
e uma constelação brilhando
em olhos de esperança/
hoje o mundo não cabe na lágrima
de uma mãe palestina/
*Otávio Dutra é estudante de sexto ano de medicina na ELAM, membro da Coordenação Nacional da UJC e militante da base Paulo Petry do PCB em Havana-Cuba.

PCV: APÓIA AÇÕES DO GOVERNO QUE GOLPEIEM E ENFRAQUEÇAM A AÇÃO FASCISTA OPOSITORA


17 DE FEVEREIRO DE 2014 TRIBUNA POPULAR
Caracas, 17 fev. 2014, Tribuna Popular TP.- O Birô Político do Partido Comunista da Venezuela (PCV) expressou seu total e absoluto apoio às ações empreendidas pelo governo nacional contra a ofensiva fascista vivida pela Venezuela e espera que contribuam para golpear, isolar e enfraquecer os núcleos neofascista e paramilitares que estão atuando no interior da república.
Assim disse o Secretário Geral do PCV, deputado Oscar Figuera, que chamou o governo para reunir-se com as forças revolucionárias e avançar na ação unida de todo o povo.
Ver vídeo: Análises da situação do país
(http://www.youtube.com/watch?v=VWSBg5W3rWk).
Fonte: http://prensapcv.wordpress.com/2014/02/17/pcv-apoya-acciones-del-gobierno-que-lleven-a-golpear-y-debilitar-el-accionar-fascista-opositor/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Todos à matriz dia 21/2 para lutar contra a copa dos ricos

O Comitê Popular da Copa de Guarulhos agrega movimentos sociais, sindicais, estudantis e partidos contra hegemônicos, comprometidos com a classe trabalhadora. Chamamos todos ao ato dia 21 de fevereiro na matriz às 17h contra os desmandos anti populares que o governo brasileiro faz para garantir um evento que só serve à grande burguesia internacional.










Ucrânia e o Renascimento do Fascismo


A violência nas ruas da Ucrânia é muito mais do que uma expressão de raiva popular contra o governo. Em vez disso, ela é apenas o mais recente exemplo da ascensão da forma mais insidiosa do fascismo vista na Europa desde a queda do Terceiro Reich.
Nos últimos meses houve protestos regulares pela oposição política ucraniana e seus apoiadores - protestos aparentemente em resposta à recusa do presidente ucraniano, Yanukovich, em assinar um acordo comercial com a União Europeia, o que foi visto por muitos observadores políticos como o primeiro passo para a integração europeia. Os protestos permaneceram em grande parte pacíficos até o dia 17 de janeiro, quando manifestantes, armados com porretes, capacetes e bombas improvisadas, desencadearam a violência brutal contra a polícia, atacando prédios do governo, batendo em qualquer pessoa suspeita de simpatias pró-governo e, geralmente, causando estragos nas ruas de Kiev. Mas quem são esses extremistas violentos e qual é a sua ideologia?
A formação política é conhecida como “Pravy Sektor” (Setor Direita), que é essencialmente uma organização guarda-chuva para vários grupos ultranacionalistas (leia-se fascistas) de direita, incluindo os apoiadores do Partido “Svoboda” (Liberdade), “Patriotas da Ucrânia”, “Assembleia Nacional da Ucrânia - Autodefesa Nacional Ucraniana” (UNA-UNSO), e “Trizub”. Todas essas organizações compartilham uma ideologia comum que é veementemente antirussa, anti-imigrantes e antijudaica, entre outras coisas. Além disso, eles compartilham uma reverência comum pela chamada “Organização dos Nacionalistas Ucranianos”, liderada por Stepan Bandera, os infames colaboradores nazistas que lutaram ativamente contra a União Soviética e se envolveram em algumas das piores atrocidades cometidas por qualquer lado na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto as forças políticas ucranianas, oposição e governo, continuam negociando, uma batalha muito diferente está sendo travada nas ruas. Usando intimidação e força bruta mais típica de “camisas marrons” de Hitler ou “camisas negras” de Mussolini do que de um movimento político contemporâneo, esses grupos conseguiram transformar um conflito sobre a política econômica e as alianças políticas do país em uma luta existencial pela própria sobrevivência da nação que estes assim chamados “nacionalistas” dizem amar tanto. As imagens de Kiev em chamas, ruas de Lviv cheias de bandidos, e outros exemplos assustadores do caos no país, ilustram, sem sombra de dúvida, que a negociação política com a oposição Maidan (praça central de Kiev e centro dos protestos) agora não é mais a questão central. E, ao invés disso, é a questão do fascismo ucraniano e, se é, ele será apoiado ou rejeitado.
Por sua vez, os Estados Unidos se colocaram fortemente do lado da oposição, independentemente de seu caráter político. No início de dezembro, os membros do establishment dominante dos EUA, como John McCain e Victoria Nuland, foram vistos em Maidan dando seu apoio aos manifestantes. No entanto, como o caráter da oposição tornou-se evidente nos últimos dias, os EUA e a classe dominante ocidental e sua máquina de mídia têm feito pouco para condenar o surto fascista. Em vez disso, seus representantes se reuniram com representantes do Setor Direita e não os consideraram uma “ameaça”. Em outras palavras, os EUA e seus aliados deram a sua aprovação tácita para a continuação e proliferação da violência em nome de seu objetivo final: mudança de regime.
Em uma tentativa de tirar a Ucrânia da esfera de influência russa, a aliança EUA-UE-OTAN, e não pela primeira vez, aliou-se aos fascistas. É claro que, durante décadas, milhões na América Latina desapareceram ou foram assassinados por forças paramilitares fascistas armadas e apoiadas pelos Estados Unidos. Os mujahideen do Afeganistão, que mais tarde se transformaram em Al Qaeda, também reacionários ideológicos radicais, foram criados e financiados pelos Estados Unidos para desestabilizar a Rússia. E, claro, há a realidade dolorosa da Líbia e, mais recentemente, da Síria, onde os Estados Unidos e seus aliados financiam e apoiam jihadistas extremistas contra um governo que se recusou a se alinhar com os EUA e Israel. Há um padrão perturbador aqui que nunca foi perdido pelos observadores políticos mais atentos: os Estados Unidos sempre fazem causa comum com os extremistas de direita e fascistas para ganho geopolítico.
A situação na Ucrânia é profundamente preocupante, pois representa uma conflagração política que poderia muito facilmente despedaçar o país menos de 25 anos após a sua independência da União Soviética. No entanto, há outro aspecto igualmente preocupante para a ascensão do fascismo no país – não é só na Ucrânia.
A Ameaça Fascista pelo Continente
A Ucrânia e a ascensão do extremismo de direita não podem ser vistas, e muito menos entendidas, de forma isolada. Em vez disso, isso deve ser examinado como parte de uma tendência crescente em toda a Europa (e mesmo no mundo) - uma tendência que ameaça os próprios fundamentos da democracia.
Na Grécia, a austeridade selvagem imposta pela troika (FMI, BCE e Comissão Europeia) paralisou a economia do país, levando a uma depressão tão ruim, se não pior, do que a Grande Depressão nos Estados Unidos. É contra esse pano de fundo de um colapso econômico que o partido Aurora Dourada (orig. Gol;den Dawn) cresceu e se tornou o terceiro partido político mais popular do país. Defendendo uma ideologia do ódio, a Aurora Dourada – de fato, um partido nazista que promove chauvinismo antijudaico, anti-imigrantes, antimulheres - é uma força política que o governo em Atenas entendeu como uma séria ameaça para o próprio tecido da sociedade. É essa ameaça que levou o governo a deter a liderança do partido depois de um nazista da Aurora Dourada ter fatalmente esfaqueado um rapper antifascista. Atenas lançou uma investigação sobre o partido, ainda que os resultados desta investigação e julgamento permaneçam pouco claros.
O que torna a Aurora Dourada uma ameaça tão insidiosa é o fato de que, apesar de sua ideologia central do nazismo, a sua retórica anti-UE, anti-austeridade atrai a muitos na Grécia economicamente devastada. Tal como aconteceu com muitos movimentos fascistas do século 20, a Aurora Dourada culpa os imigrantes, muçulmanos e africanos, principalmente, por muitos dos problemas enfrentados pelos gregos. Em circunstâncias econômicas terríveis, tal ódio irracional torna-se atraente, uma resposta para a pergunta de como resolver os problemas da sociedade. De fato, apesar dos líderes da Aurora Dourada estarem presos, outros membros do partido ainda estão no parlamento, ainda concorrendo por grandes cargos, incluindo para prefeito de Atenas. Embora uma vitória eleitoral seja improvável, outra forte presença nas urnas vai tornar a erradicação do fascismo na Grécia muito mais difícil.
Se tal fenômeno fosse confinado à Grécia e Ucrânia, não constituiria uma tendência continental. Infelizmente, no entanto, vemos o surgimento de partidos políticos semelhantes, embora ligeiramente menos abertamente fascistas, por toda a Europa. Na Espanha, o Partido Popular pró-austeridade governante transformou-se para estabelecer leis draconianas que restringem a liberdade de expressão e de protesto, e dando poder e sancionando táticas policiais repressivas. Na França, o Partido Frente Nacional, de Marine Le Pen, que culpa veementemente os imigrantes muçulmanos e africanos, ganhou quase vinte por cento dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais. Da mesma forma, o Partido da Liberdade na Holanda - que promove políticas antimuçulmanos, anti-imigrantes – já é o terceiro maior no parlamento. Por toda a Escandinávia, os partidos nacionalistas, que antes operavam em completa irrelevância e obscuridade, são agora players importantes nas eleições. Estas tendências são preocupantes, para dizer o mínimo.
Deve-se notar, também, que, para além da Europa, há uma série de formações políticas quase fascistas que são, de uma forma ou de outra, apoiadas pelos Estados Unidos. Os golpes de direita que derrubaram os governos do Paraguai e Honduras foram tacitamente e/ou abertamente apoiados por Washington em sua busca aparentemente interminável para suprimir a esquerda na América Latina. Claro, deve-se também lembrar que o movimento de protesto na Rússia foi encabeçado por Alexei Navalny e seus seguidores nacionalistas, que defendem uma ideologia racista virulentamente antimuçulmanos que vê os imigrantes do Cáucaso russo e ex-repúblicas soviéticas como abaixo dos “russos europeus”.
Estes e outros exemplos começam a pintar um retrato muito feio da política externa dos EUA, que tenta usar as dificuldades econômicas e agitação política para expandir a hegemonia dos EUA pelo mundo.
Na Ucrânia, o "Setor Direita" levou a luta da mesa de negociações para as ruas, na tentativa de realizar o sonho de Stepan Bandera - uma Ucrânia livre da Rússia, de judeus, e de todos os outros "indesejáveis", como eles os veem. Estimulados pelo apoio contínuo dos EUA e da Europa, esses fanáticos representam uma ameaça mais séria à democracia do que Yanukovich e o governo pró-russo jamais poderiam ser. Se a Europa e os Estados Unidos não reconhecem essa ameaça em sua infância, no momento em que, finalmente, o fizerem poderá ser tarde demais.