sábado, 29 de junho de 2013

Vitoriosa manifestação convocada pela esquerda antifascista e socialista em Guarulhos

 

O ato do dia 28 de junho lotou a praça Getúlio Vargas em Guarulhos e pintou as ruas da cidade de vermelho. Convocado pelas organizações socialistas que formam a Frente de Lutas de Guarulhos, articulada no amplo comitê antifascista, o ato apresentou as reivindicações e bandeiras de lutas históricas da classe trabalhadora.


Nenhuma bandeira sequer foi abaixada, todas as organizações, sindicatos, partidos e movimentos de lutas sociais e populares ligadas aos trabalhadores altivamente se ergueram bem alto e passaram pela Avenida Tiradentes e pela prefeitura de Guarulhos, entoando cantos e palavras de ordem que indicavam a direção de nossas lutas socialistas.

Apesar da clara divergência de tática entre o comitê antifascista e outros setores do movimento, pudemos politizar o ato, avançar nas pautas e construir maior unidade e organicidade entre os partidos da Frente de Lutas de Guarulhos.


O PCB e a UJC estiveram lá com suas bandeiras, palavras de ordem e com sua militância firme e decidida na luta por outra sociedade. Num ato que agrupou em torno de cinco mil pessoas, em sua maioria a juventude proletária da cidade, indignada com os governantes burocratas e corruptos que claramente não representam a classe trabalhadora e a juventude. Por isso a intervenção dos setores contrahegemônicos foi central para marcar posição e disputar o coração e as mentes destes jovens trabalhadores que, por ora, estão desorientados.


Ao final do ato um setor nacionalista, que tinha ficado calado por todo ato, percebendo que o número de manifestantes havia diminuído, até porque o ato já estava por terminar, tentaram entoar o hino nacional e cantos de orgulho por ser brasileiro, mas foram novamente calados pela força que teve o canto que os socialistas entoaram em resposta, o Hino Internacional dos Trabalhadores.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Em defesa das lutas dos trabalhadores e da juventude! Ocupar a praça Getúlio Vargas dia 28 de junho!


Vivemos um momento muito importante em nosso país. A juventude brasileira deu o exemplo ao restante do nosso povo, foi às ruas protestar contra o preço e a qualidade do transporte coletivo nas grandes cidades. Desencadeou com isso um amplo processo de mobilização popular que sacudiu o Brasil nos últimos dias, em protesto contra todas as mazelas que tem afligido a vida dos trabalhadores, trabalhadoras e da juventude.
Esta luta já conquistou vitórias importantes, como a redução do preço das tarifas em várias cidades, incluindo as maiores do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, a luta deve continuar, precisamos transformar esta vitória na primeira de uma série de muitas outras. Só dessa forma poderemos transformar para melhor o nosso país e a vida dos trabalhadores brasileiros.
Precisamos cobrar do governo Dilma(PT) que ao invés de ficar fazendo propaganda na TV, atenda as demandas dos trabalhadores. E devemos cobrar também de Alckmin(PSDB) e de Almeida(PT) pois são os responsáveis pela situação em que se encontra a vida dos trabalhadores em nossa cidade. Eles têm muita agilidade e disposição política quando é para atender aos interesses das empreiteiras, dos bancos, das indústrias e do Agronegócio, mas quando se trata de atender às nossas demandas fazem corpo mole.
Em Guarulhos Almeida aumentou o IPTU neste ano atacando os trabalhadores e não resolvendo os problemas de moradia em nossa cidade, aumentou a passagem dos ônibus na vidada do ano para conter qualquer mobilização e quando soube das lutas em outras cidades voltou atrás e revogou o aumento, mas isso não basta! A juventude, os trabalhadores e os movimentos populares querem mais!
Dia Nacional de Lutas em 11 de julho: CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, CGT, UGT, CGTB, NCST e CSB. Vamos unificar a luta da juventude com as demais categorias de trabalhadores e movimentos sociais, contruindo uma pauta unificada.

Unificar as lutas para defender:
* Redução do preço da tarifa de transporte e melhoria da qualidade / tarifa zero / estatização dos transportes coletivos;
* Contra a corrupção! Prisão de corruptos e corruptores e confisco dos bens de todos os envolvidos.
* Ao invés do rio de dinheiro jogado nos estádios da Copa ou nas grandes obras, mais investimentos na saúde pública, educação pública e moradia, com a construção de escolas, hospitais e casas populares;
* Congelamento dos preços dos alimentos e das tarifas públicas;
* Aumento dos salários para compensar a inflação;
* Redução da jornada de trabalho;
* pelo fim do fator previdenciário/pela recomposição das aposentadorias e pensões/pela anulação da reforma da previdência de 2003;
* Suspensão do pagamento da dívida interna e externa, menos dinheiro para os bancos, mais dinheiro para políticas sociais como os 10% do PIB para a educação pública já e o pagamento do piso nacional e jornada do piso aos professores;
* Contra a repressão e a criminalização das lutas e das organizações dos trabalhadores;
* Contra o machismo, o racismo, a homofobia e toda forma de violência, preconceito e opressão;
* Em defesa da moradia para TODOS! Fim das desapropriações!


UNIFICAR A ESQUERDA SOCIALISTA EM GUARULHOS! CONTRA O FASCISMO!
A esquerda socialista é composta por militantes que participam ativamente dos atos em todo o país, com suas bandeiras e propostas para a solução dos problemas apontados pelos manifestantes. As ruas são o espaço propício para o exercício da ação política, a livre manifestação das vontades e ideias dos indivíduos e dos grupos organizados em partidos, sindicatos e outras formas políticas e sociais que contribuem para a reflexão e o encaminhamento das lutas. Foi nas ruas que a ditadura foi derrotada na década de 1980. É nas ruas que lutamos por melhores condições de vida e trabalho e por uma sociedade igualitária, sem exploradores nem explorados. Nós fortalecemos as lutas populares, com a presença dos trabalhadores organizados em seus sindicatos, partidos e movimentos.


Assinam: CSP- Conlutas, Subsede Apeoesp Guarulhos, Sinpro, Sinsprev Subsede Guarulhos, Conspiração Socialista, MTS, Oposição Servidores Municipais, ASMA, ANEL, Movimentos Grita Povo, PSTU, PSOL e PCB.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Frente anticapitalista para avançar!


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Frente antifascista para evitar o retrocesso!
(Declaração Política do PCB)
A opção dos governos petistas pela governabilidade institucional burguesa e pelo “neodesenvolvimentismo” capitalista é a principal responsável pela explosão de indignação de setores heterogêneos da sociedade brasileira.
A opção por alianças com a direita para garantir a governabilidade fez do governo refém dessas forças conservadoras, levando a que, em dez anos, não se produzisse uma medida sequer de natureza socializante. Pelo contrário, o próprio setor petista do governo foi o protagonista das medidas de caráter antipopular e contrárias aos trabalhadores.
Os resultados disso são a retomada das privatizações em grande escala, a reforma da previdência e a imposição da previdência complementar aos funcionários públicos (FUNPRESP), a generalização das parcerias púbico-privadas, a entrega de nossas reservas de petróleo, a opção pelo agronegócio – em detrimento da reforma agrária e da agricultura familiar –, pelo sistema financeiro e grandes monopólios, a desoneração do capital e a precarização do trabalho (criando mais e piores empregos), a política de superávit primário com o sucateamento do serviço público, o endividamento crescente das famílias, a falta de perspectiva para a juventude, o descrédito na política e nos partidos políticos.
Em dez anos de governo, em nenhum momento os trabalhadores foram chamados a intervir de forma independente e autônoma para alterar a correlação de forças em favor de medidas de caráter popular e em defesa de seus direitos, atacados pela ofensiva do capital e pela contrarreforma do Estado, sob comando do petismo, que impôs a cooptação e o apassivamento da maioria dos movimentos sociais.
A pouco mais de um ano do fim do governo Dilma, e após terem perdido o contato com as ruas em troca da permanência nos gabinetes, vemos o esforço tardio e desesperado dos grupos que o apoiam, levantando às pressas as tímidas bandeiras reformistas abandonadas desde a primeira posse de Lula. Este esforço agora se dá numa conjuntura desfavorável para romper a aliança com a direita moderada e superar a política econômica de continuidade neoliberal.
A movimentação de rua, que começou por iniciativa popular, está agora em disputa, pois a direita tenta sequestrar e carnavalizar o movimento, canalizando-o para seus objetivos; essa é uma tática recorrente das classes dominantes, que sequestraram movimentos iniciados pela esquerda e os levam para o pacto de elites, como foram os casos das Diretas Já e do Fora Collor.
Valendo-se da justa indignação da população com o governo, os partidos de sua base de sustentação e demais partidos da ordem, que manipulam as demandas populares e dos trabalhadores para fins eleitorais e depois viram as costas paras estas demandas, a direita mais ideológica e reacionária, que não foi comprada pela máquina governamental petista, traveste-se de apartidária e joga as massas desorganizadas e alienadas pela mídia contra a esquerda socialista, estimulando a desordem para, em seguida, exigir a ordem.
Precisam tirar das ruas a verdadeira esquerda e suas propostas revolucionárias para, assim, se apoderar das manifestações e não ter o contraponto organizado e popular quando de suas investidas desestabilizadoras, que contam com o apoio logístico e o olhar benevolente de seus colegas fardados em horário de serviço.
No momento, a hegemonia do movimento é do campo moralista, antipartidário e “nacionaleiro” da classe média, com palavras de ordem difusas e setoriais. Soma-se a isso a compreensível explosão de setores da população tornados invisíveis pelo até então enganoso discurso ufanista do governo: indivíduos que em sua maioria saem de comunidades proletárias, cansados de apanhar da polícia. Valem-se do tumulto para se apoderar de bens de consumo que cobiçam nos anúncios na televisão, mas que não podem comprar.
As forças fascistas, reduzidas em número, mas com o apoio da grande mídia a seu discurso patrioteiro e antipartidário, aproveitam-se dessa tendência para tentar conduzir o movimento na direção de alguma forma de golpe institucional “de massas” e dentro da ordem legal, deixada intacta pelos governos petistas. Como os golpes com tanques nas ruas estão desatualizados, poderão tentar formas golpistas no parlamento e/ou no judiciário ou acumular para vencer as eleições de 2014.
É no mínimo instigante a facilidade com que participantes das manifestações, nenhum dos quais de organizações de esquerda, atacaram e ocuparam simbolicamente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e, em Brasília, o Palácio Itamaraty e a cúpula do Congresso Nacional. Esses confrontos ocorreram, na maioria dos casos, entre a polícia fardada e a polícia à paisana, incluindo grupos paramilitares e organizações fascistas.
Anuncia-se, a partir de agora, a concentração das bandeiras da direita em torno da luta contra a corrupção e pelo restabelecimento da ordem, quebrada com a desordem provocada por eles próprios. É necessário lembrar que a corrupção é inerente ao capitalismo e que, ironicamente, a bandeira “contra a corrupção” já serviu à direita para a eleição de Fernando Collor e à falsa esquerda nos antigos discursos do PT.
Os setores da massa que hostilizam os partidos de esquerda ainda não percebem a diferença destes em relação aos partidos sem rosto que as conduzem e que deveriam ser o objeto da revolta popular; os que agridem fisicamente os partidos de esquerda são paramilitares, não manifestantes.
A hostilidade contra os partidos de esquerda é  reforçada, ainda, pela profunda despolitização e conservadorismo de um novo senso comum que, mesmo levantando-se contra os efeitos mais evidentes da ordem capitalista em crise, se mostra incapaz de ver as determinações mais profundas dessa crise, relacionadas ao funcionamento do próprio sistema. O senso comum conservador impede que se perceba a atualidade e necessidade de uma luta anticapitalista que aponte para uma alternativa socialista e revolucionária, fazendo com que as pessoas caiam no movimento pelo movimento e sem horizontes definidos, o que tem levado ao impasse manifestações semelhantes à dos indignados na Europa ou oOccupy nos EUA.
O “ovo da serpente” adquire visibilidade. Por trás dessa movimentação, estão também militares de direita insatisfeitos com os rumos da Comissão da Verdade, a Opus Dei preocupada com a vinda do Papa e um conservadorismo religioso que quer se aproveitar da situação para fazer retroceder as conquistas na luta contra as discriminações.
Essa direita é tão conservadora e pró-imperialista que não aceita nem terceirizar o governo a forças reformistas que agem a serviço delas, com competência e com a vantagem de serem agentes apassivadores dos trabalhadores e proletários. Poderá haver, portanto, divergências nas classes dominantes entre aqueles que, com lucidez, estão confortáveis com os governos petistas e os que querem assumir eles próprios o poder.
As forças de direita podem estar se valendo da conjuntura desfavorável criada na América Latina após a morte de Chávez, a vinculação da Colômbia à OTAN e o golpe no Paraguai, assim como da onda de protestos diferenciados que varrem o mundo, para acabar com a terceirização dos reformistas e assumir o poder diretamente, a fim de restringir mais ainda a já restrita democracia burguesa e impor a barbárie de um capitalismo sem mediações e políticas compensatórias, intensificando a exploração capitalista.
Com o agravamento da crise do capitalismo, o imperialismo pode querer se descartar da aliança tácita com os reformistas e acabar com a concorrência até agora consentida. Não é coincidência a nomeação da nova embaixadora norte-americana no Brasil, ligada ao sionismo, à USAID e ao Pentágono e que foi embaixadora na Nicarágua durante a luta contra os sandinistas, na Colômbia no auge da ofensiva de Uribe contra a insurgência e o movimento popular, e na Bolívia durante a tentativa de separatismo e de desestabilização do governo Evo Morales.
Há uma tendência do movimento a partir de agora bifurcar-se entre atos convocados pelo campo popular e pela direita, de preferência em espaços, datas e trajetos diferentes. As frentes com as forças populares e as de esquerda socialista terão que ser forjadas na luta e em articulações a partir dos espaços comuns de luta, dos municípios e dos estados, como condição para possíveis unidades nacionais.
O PCB reafirma sua linha estratégica baseada no caráter socialista da revolução brasileira e sua oposição pela esquerda ao governo petista que nem é mais reformista, mas refém da direita e a serviço do capital.  Diante dos ataques dos setores golpistas mais à direita, cerraremos fileiras ao lado dos trabalhadores contra nosso inimigo comum.
Não daremos apoio a qualquer tentativa de salvar o governo Dilma e reafirmamos que é deste a responsabilidade maior pela existência dos protestos e sua guinada à direita, uma vez que o governo em nenhum momento acena para uma real alteração de sua coalizão com a burguesia. Pelo contrário, vemos ser reforçados os apelos à “ordem” e à “tranquilidade” e anunciada a proposta de “união nacional”, com a convocação de uma reunião com governadores e prefeitos, iniciativas governistas que apenas preservam ostatus quo político em degenerescência.
Travestida de recuo, a outra solução apontada para fazer calar o clamor provocado pelo estopim da revolta – o preço das passagens de ônibus – só faz reeditar o mesmo princípio que move o governo: aumentar subsídios para as empresas, desviando o fundo público para o lucro privado. Tais medidas são vergonhosamente anunciadas em aparições de TV que unem PT e PSDB para que, no monopartidarismo bicéfalo até então dominante no Brasil, ninguém apareça “mal na foto”, pensando nas futuras eleições.
Nossa eventual unidade numa frente antifascista conjuntural se dará com identidade própria, responsabilizando o governo pelos riscos de fascismo, colocando nossas críticas e propostas táticas e estratégicas. Quem tem que ser protegido não é o governo, mas os trabalhadores, diante do risco de retrocesso criado pelo impasse político de uma coalizão de forças que os desarmou contra seus reais inimigos, ao se aliar a eles na ilusão de um desenvolvimento capitalista que deveria fazer o impossível: atender às demandas de todos (burguesia e trabalhadores).
Apesar da atual hegemonia conservadora sobre o movimento, está longe de ser resolvida essa disputa. Mas o fascismo só será derrotado e a orientação do movimento só pode vir a ter uma vocação socialista se vierem para o palco de luta os trabalhadores e o proletariado em geral, de forma organizada, através de sindicatos e movimentos populares combativos e avessos à ordem vigente.
A única forma de abortar o germe fascista é fortalecer uma real alternativa à esquerda e socialista para o Brasil que abandone as ilusões de um desenvolvimento pactuado com a burguesia monopolista e o fetiche de uma ordem democrática abstrata que interessa a ambas as classes em disputa, reafirmando a necessidade de um governo popular.
Para qualquer cenário, de avanço ou retrocesso, a frente de esquerda socialista e anticapitalista deve construir um programa comum, formalizar uma articulação unitária, privilegiando seus esforços de unidade nas ações no movimento de massas, para deixar de ser apenas mera coligação eleitoral. Quando falamos de frente de esquerda socialista e anticapitalista não temos como critério exclusivo o registro eleitoral, mas incluímos as organizações políticas revolucionárias não institucionalizadas e movimentos sociais contra-hegemônicos.
O eixo central para estabelecermos um diálogo com o movimento de massas que expressa caoticamente seu descontentamento não pode ser uma abstrata defesa da “ordem e tranquilidade” e uma continuidade do mesmo com “mais diálogo”, mas a incisiva afirmação de que as demandas por educação, saúde, moradia, transporte, contra os gastos da Copa, as remoções, a violência policial, a privatização desenfreada, o endividamento das famílias, a precarização das condições de trabalho e a perda de direitos dos trabalhadores não são explicadas pela afirmação moralista contra a “corrupção”, mas efeitos esperados da opção pelo desenvolvimento capitalista e o mito de que o crescimento desta ordem poderia levar ao mesmo tempo aos lucros dos monopólios e à satisfação das demandas populares.
É hora de afirmar que a vida não pode ser garantida pelo mercado: saúde, educação, moradia, transporte e outros serviços essenciais não podem ser mercadorias, são direitos e devem ser garantidos pelo fundo público que está sendo utilizado prioritariamente para subsidiar e apoiar os grandes monopólios capitalistas e os grandes bancos.
Esta mudança exige superar os limites desta democracia burguesa que agora se desmascara, não com uma mera reforma política para manter os mesmos que sempre mandaram no poder, mas pelo estabelecimento de um verdadeiro governo popular que se fundamente em formas de democracia direta e dê voz de fato à maioria da sociedade e, principalmente, aos trabalhadores.
O PCB, que não se intimida com ameaças da direita, não sairá das ruas, ao lado das forças de esquerda anticapitalistas e populares e levantará bem alto suas bandeiras:
- O fascismo não passará!
- Não à criminalização dos movimentos populares!
- Desmilitarização da polícia!
- Pela estatização dos transportes públicos, da saúde e da educação, sob controle dos trabalhadores!
- O petróleo é nosso!
- Por uma frente da esquerda anticapitalista!
- Por um governo Popular!
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2013
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Maduro convoca a luta permanente para preservar a revolução


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Caracas, 13 Jun. AVN.- Preservar a revolução foi a convocatória feita pelo presidente da República, Nicolás Maduro, nesta quarta-feira, durante um Diálogo Bolivariano, em Valera, estado de Trujillo, durante o encerramento do Governo de Rua na região.
O mandatário enfatizou que, para alcançar este objetivo, são necessários elementos como a luta permanente, que se evidencia em cada obra culminada e cada meta conquistada, assim como a consolidação das ideias revolucionárias impulsionadas pelo líder bolivariano Hugo Chávez. Estes fatores, acrescentou o mandatário, também são a melhor resposta às pretensões desestabilizadoras da direita.
“Com nosso trabalho diário, devemos garantir que Chávez viva. Não voltarão e temos que, com nossas ações, garantir que a direita fascista não volte nunca mais”, pontuou.
Parte desse trabalho rotineiro é a denúncia das irregularidades, principalmente da corrupção. “A construção de uma sociedade socialista deve ser realizada por todos os setores do país e esta deve estar alheia ao flagelo da corrupção”, disse.
Da mesma forma, solicitou a participação das instituições para atuarem com a “máxima severidade contra este delito, seja quem seja, tenha o cargo que tenha”, ordenou.
Neste sentido, Maduro informou sobre a detenção de um grupo de corruptos que operava no Serviço Nacional de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat).
Maduro precisou que na conversa com o superintendente do organismo, José David Cabello, foram iniciadas as averiguações que resultaram na detenção do referido grupo.
De igual maneira, detalhou que foi capturado Raddwan Sabbagh,
ex-presidente da Ferrominera, por ter incorrido também em atos ilícitos. “Ficará atrás das grades”, anunciou o chefe de Estado.
Pediu apoio aos empregados desta empresa básica de Guayana para enfrentar esta pessoa e reverter as tentativas de greve indefinida, promovidas por alguns grupos sindicais.
“Chamo todo o país para seguirmos de maneira segura. Peço a todo o povo patriota, trabalhador, honesto que sigamos para um combate certo e verdadeiro, sem populismo, contra a corrupção”, reiterou o mandatário.
Compromisso governamental
Após expor tais reflexões, o Presidente indicou que se acordaram 89 compromissos com o estado de Trujillo, depois do encerramento do Governo de Rua.
Durante as jornadas de trabalho da equipe ministerial e do povo de Trujillo, foram realizadas 57 inspeções, 22 assembleias e 17 atividades, nas quais se inspecionaram escolas, ginásios poliesportivos, fábricas, estações de tratamento de água, bibliotecas e instituições.
Foram aprovados projetos em matéria agrícola, agroindustrial e de infraestrutura, como, por exemplo, o investimento de 16 bolívares para a execução de obras de melhoria e modernização do porto de La
Ceiba, a instalação de uma unidade de casas de cultivo, com um investimento de 58 milhões de bolívares, entre outros.
Da mesma maneira, em matéria de habitação, foram aprovados 96 milhões de bolívares para a recuperação das fachadas das casas do setor Las Playitas, um projeto financiado pelo Ministério do Poder Popular para Transporte Aquático e Aéreo, enquanto 139 milhões serão destinados para construir um novo urbanismo, composto por 581 habitações familiares, no município de Miranda, no estado andino.
Assim, se estabeleceu uma agenda de trabalho comum em matéria de ambiente, educação, cultura, ação social e atenção integral à mulher da região.
Entre eles, o orçamento de 15 milhões de bolívares para a restaaxuração e construção da estação de tratamento do setor Granado-Sabana Grande, a consolidação da primeira etapa da estação de tratamento de águas potáveis de Valera e os estudos técnicos para o eixo viário Trujillo-Valera.
De igual maneira, se aprovaram 23 milhões de bolívares para a restauração e equipagem integral da Concha Acústica e áreas comuns do Complexo Cultural Cuicas, no município de Trujillo, e do Ateneu do município de Boconó.
Fonte: http://www.avn.info.ve/contenido/maduro-convoca-lucha-permanente-para-preservar-revoluci%C3%B3n
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

NÃO BASTA SE INDIGNAR: É PRECISO MUDAR O SISTEMA!


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O PCB (Partido Comunista Brasileiro) saúda e se engaja de forma militante no vigoroso movimento surgido a partir de uma manifestação em São Paulo contra o aumento das tarifas de ônibus urbanos.
A estúpida violência policial aos manifestantes repete-se no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e em cada vez mais cidades brasileiras, independente do partido político do Governador ou do Prefeito. Na defesa da institucionalidade burguesa, não há repressão mais ou menos “democrática”.
Reparem que esta violência é exatamente a mesma em todos os países capitalistas onde os povos se levantam contra os cortes de direito e a fascistização do estado, necessária para garanti-los. Os mesmos uniformes de gladiadores, as mesmas armas cinicamente chamadas de “não letais”: balas de borracha, gás de pimenta e lacrimogêneo.
No Brasil, a crescente fascistização do estado tem a ver com a opção do governo por evitar a crise do capitalismo com mais capitalismo. É preciso muita repressão para aprofundar a privatização do nosso petróleo, dos portos, aeroportos, rodovias, para expulsar os índios de suas terras, “flexibilizar” direitos, adotar um Código Florestal para o agronegócio, desonerar e favorecer o capital.
Em nosso país, a explosão popular demorou a aparecer, em função das ilusões semeadas em 10 anos de um governo que se diz de “esquerda”, mas cuja principal preocupação é alavancar o capitalismo brasileiro.
Aqui, a fascistização do estado se acentuou para que o país acolha “em paz” o novo Papa e os megaeventos (Copas das Confederações e do Mundo, Olimpíadas).
É evidente que o aumento das tarifas foi apenas uma faísca para um movimento que tende a crescer e que tem raízes numa insatisfação sistêmica. Teve o mesmo efeito catalizador das árvores da Praça Taksim, na Turquia. Mas na raiz da indignação, estão o desmonte da saúde e da educação, as privatizações, a brutalidade policial, a corrupção, a injusta distribuição da renda, a inflação, a precarização do trabalho, a falta de perspectivas para a maioria dos jovens e sobretudo o sentimento de traição do governo e a farsa da democracia burguesa.
Não foi gratuita a vaia à Presidente na abertura da Copa das Confederações e o aparecimento de uma nova e vigorosa bandeira para as manifestações. Tratando-se o futebol de um esporte popular no Brasil, fica mais evidente a vocação capitalista desse governo, que promoveu, através de um Ministro dos Esportes que se diz “comunista”, a privatização dos estádios e da própria seleção brasileira (patrocinada por um banco e uma fábrica de bebidas) e a elitização do acesso aos estádios, tornando o futebol uma mercadoria de luxo.
Mas é importante chamar a atenção para as raízes dos problemas que nos levam a indignar e não apenas para as causas. Quanto mais capitalismo, mais injustiça, mais exclusão. O centro da luta tem que ser contra o sistema capitalista e por uma sociedade socialista.
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

Ato pelo transporte público em Guarulhos!

Na praça Getúlio Vargas, dia 28 de junho às 16h

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Marcha das vadias em Guarulhos é reprimida pela PM e acaba com duas manifestantes detidas

O vigário da Catedral Matriz solicitou à PM e à Prefeitura de Guarulhos que a "segurança" fosse reforçada no último dia 8/6, por conta da marcha das vadias. Segundo o padre, a marcha teria a intenção de ocupar a igreja, nada mais falso.
O ato teve que conviver com outro ato, de católicos que defendiam a proibição do aborto. Ato este que foi respeitado pelas manifestantes da Marcha.No entanto, a PM interviu no ato, desrespeitou e agrediu as companheiras e prendeu duas.
A manifestação se deslocou para o 1ºDP de Guarulhos para acompanhar e articular a solturas delas. 
O PCB, juntamente com a UJC e o Coletivo de mulheres Ana Montenegro historicamente promove e compõe as lutas pela emancipação humana, que passa pelas lutas de gênero, de raça, mas principalmente de classe. Por isso acreditamos que as opressões que as mulheres, principalmente negras e pobres, tem de enfrentar todos os dias se dão por conta do modelo econômico excludente em que vivemos hoje. A repressão policial está à serviço de todas as forças conservadoras e cumpriu vergonhosamente com este papel reacionário.
Nos solidarizamos com as lutadoras que sofreram novamente estes abusos e condenamos veementemente a atitude escandalosa de submissão da prefeitura a uma instituição religiosa. O Estado é laico e deve respeitar as manifestações de opinião. Ninguém pode ser preso por defender a já conquistada(!)  laicidade do Estado e o direito de se escolher o que se faz com o próprio corpo.

Ousar lutar, ousar vencer.

PCB Guarulhos.


Veja a a carta do Padre reacionário Antonio Bosco da Silva


Diocese de Guarulhos
Catedral Nossa Senhora da Conceição
Praça Tereza Cristina, 01 – Centro – Guarulhos – SP
Tel 2409-2101
À Polícia Militar do Estado de São Paulo
À Polícia Civil do Estado de São Paulo
À Prefeitura Municipal de Guarulhos
À Secretaria Municipal de Segurança Pública de Guarulhos
À Imprensa
Guarulhos, 26 de maio de 2013.
Ref. “marcha das vadias”
Vimos, por esta, manifestar a nossa preocupação com o protesto anunciado na mídia (cfr. anexos) com o infeliz nome de “marcha das vadias”, o qual, segundo informações, é sempre eivado de crimes contra direitos de outras pessoas, tais como atentado violento ao pudor, violação de direitos religiosos, agressões físicas e outros que podem suceder.
Previsto para ocorrer no Marco Zero de Guarulhos, às 14h do dia 08 de junho, exatamente em frente à Catedral Nossa Senhora da Conceição, Igreja da Padroeira de Guarulhos, em torno da qual se formou a nossa cidade de Guarulhos há 452 anos.
É de se imaginar que o objetivo de realizar o protesto no Marco Zero, como aconteceu em outras localidades, é a invasão da Igreja Católica, lugar sagrado para os cristãos, por mulheres desnudas que proferem impropérios e ofensas, atos esses proibidos por lei (art.208 do Código Penal).
No dia referido, a Igreja Católica tem programação de missas ao meio-dia, como acontece diariamente, e às 15h, que não podem ser perturbadas, pois é direito inalienável do cidadão o exercício de sua fé.
Além disso, considerando que dia 08 de dezembro, data da fundação de nossa cidade é também o dia de Nossa Senhora da Conceição, nos dias 08 de cada mês comemoramos a Imaculada Conceição, inclusive com o canto da Ave-Maria, às 12 horas, na sacada da Catedral.
A Igreja Católica, seguindo os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, defende a dignidade da mulher. Jesus Cristo foi o primeiro defensor das mulheres (cfr. Jesus e a mulher adúltera – Jo 8, 3-11). A “marcha das vadias”, geralmente apoiada por partidos políticos a favor do aborto, é ofensiva às mulheres católicas e crianças que estarão transitando no local.
Diante de tal possibilidade, visando salvaguardar o direito das mulheres católicas e de todas as demais pessoas, solicitamos das autoridades constituídas:
  • a transferência dessa famigerada “marcha das vadias” para outro local, por exemplo, o Paço Municipal do Bom Clima, ou no Coreto da Praça Getúlio Vargas, onde os riscos serão reduzidos para todas as pessoas,
  • o fornecimento de policiais em número adequado e de obstáculos para impedir a violação do solo sagrado da Catedral Nossa Senhora da Conceição e dos direitos de todas as pessoas católicas e para tomar as medidas cabíveis no âmbito penal, se necessárias.
Atenciosamente,
Padre Antonio Bosco da Silva
Pároco da Catedral Nossa Senhora da Conceição e
Vigário Geral da Diocese de Guarulhos

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Todo apoio à luta do povo e dos trabalhadores da Turquia


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(Nota Política do PCB)
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB), coerente com seu internacionalismo proletário, princípio que rege nosso Partido, manifesta sua solidariedade militante ao povo e aos trabalhadores da Turquia neste momento em que se levantam contra o governo de Recip Erdogan, um regime reacionário e vassalo dos interesses dos Estados Unidos e da OTAN, que neste momento cumpre o papel sujo de apoio e treinamento das gangs mercenárias que levam a barbárie contra o povo sírio.
A brutal repressão deste governo já matou alguns manifestantes e feriu outros milhares nas várias regiões do País. No entanto, ao contrário do que o governo esperava, a repressão não conteve os protestos. Aumentou a fúria do povo contra o governo. Aquilo que no início era uma manifestação contra o desmatamento do Parque Gezi e a especulação imobiliária patrocinada por pessoas próximas a Erdogan, rapidamente se transformou num levante contra o governo. Neste momento, os manifestantes não querem apenas a preservação do parque: agora a palavra de ordem é Fora Erdogan e seu governo!
Queremos também manifestar nossa solidariedade militante aos valentes camaradas do Partido Comunista da Turquia, tanto por sua participação corajosa no levante popular, quanto pela resistência que tem demonstrado contra as forças da repressão que invadiram suas sedes em Ancara e Stambul, seus meios de comunicação e centros culturais.
A ofensiva contra os comunista demonstra o medo que o imperialismo e seus lacaios internos têm daqueles revolucionários que mantém a firmeza ideológica e a perspectiva do socialismo como horizonte para a humanidade.
Camaradas, desde o Brasil, o PCB conclama todas as forças de esquerda a manifestar sua solidariedade ativa com o povo e os trabalhadores turcos, ao mesmo tempo em que afirma que o exemplo das lutas que estão sendo travadas na Turquia fazem parte da luta geral dos trabalhadores de todo o mundo contra o imperialismo e o sistema capitalista.
Todo apoio ao levante do povo contra o governo turco!
Fora o governo autocrático de Erdogan!
Toda solidariedade aos comunistas turcos!
Rio de Janeiro, 6 de maio de 2013
Comissão Política Nacional do PCB
Partido Comunista Brasileiro

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Centenas de milhares de pessoas se levantam na Turquia!


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A resistência em relação ao Parque Taksim Gezi, que já vem se prolongando há dias, transformou-se num movimento popular a partir de 31 de Maio. Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em Istambul e em diferentes partes da Turquia para protestar contra o ataque desumano e insano do governo do AKP.
Ninguém tem o direito de fazer as pessoas de bobo, tentar deduzir resultados insignificantes dos eventos ou utilizar a ocasião para ganhos políticos menores ou autopromoção. O movimento de ontem, massivo e histórico, foi a erupção da irritação popular, que foi levado ao auge pelos 11 anos de governo do AKP. Pessoas que compartilham o mesmo ódio apoiam tendências políticas diferentes, mas se juntaram em torno da reação comum contra o governo.
Não se trata de uma “primavera turca”, como a mídia ocidental gosta de definir. Este levante tem um caráter anti-imperialista e pró-secular. Está relacionado à oposição popular à política beligerante do governo em relação à Síria e à gritante islamização da vida pública. Deste modo, difere dos outros levantes no Oriente Médio.
A despeito da brutalidade policial e da falta de liderança no movimento, o povo cautelosamente se manteve afastado de ações de provocação. Desde a manhã de ontem centenas de milhares de pessoas marcharam pelas ruas sem medo, caminharam por quilômetros sem ceder a qualquer tipo de ação que pudesse arranhar a imagem da resistência legítima do povo.
Durante o terror de Estado utilizado ontem para reprimir as manifestações, milhares de pessoas ficaram feridas e centenas foram presas. Entretanto, nada mudou quanto à determinação e à firmeza do povo. Agora, a reação popular já vai além do projeto governamental de erguer um shopping na área do parque Gezi na Praça Taksim. O governo do AKP tem a inteira responsabilidade por ter levado os eventos até este ponto. O primeiro ministro Recep Tayyip Erdoğan tentou subestimar o povo e agora é obrigado a encarar a amarga realidade: o povo não tem mais medo deste governo, e deseja se livrar dele assim que possível. Neste ponto, nosso partido levará imediatamente a cabo iniciativas para contribuir com a coordenação da luta contra este projeto ilegítimo. O Partido Comunista da Turquia convocou seus membros e amigos a se reunirem esta tarde na Praça Taksim.
Convidamos nosso povo a boicotar os grandes meios de comunicação de massa, que vêm ignorando, distorcendo e manipulando as notícias sobre as manifestações e continuamente reduzindo o número de manifestantes. O povo deve apoiar seus meios de comunicação alternativos, fonte de informação verdadeira.
Uma vez que o povo se levantou, o fim deste governo cruel está próximo!
Solidariedade contra o fascismo!
Abaixo a ditadura do capital!
Partido Comunista da Turquia
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Desaparecido político durante a Ditadura, deputado pernambucano do PCB tem livro biográfico lançado


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Nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, aconteceu o lançamento da segunda edição do livro "David Capistrano - Entre Teias e Tocaias", um dos 20 volumes da coleção "Perfil Parlamentar Sec. XX" de biografias de deputados pernambucanos. A autoria é do jornalista e escritor Marcelo Mario Melo.
Segundo a "versão oficial", divulgada pelo Estado brasileiro durante a Ditadura, David Capistrano foi sequestrado em 16 de março de 1974 e está desaparecido desde então.
Segundo informações de Claudio Guerra, no livro Memórias Reveladas, Capistrano teria sido visto na casa da morte em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em 1992, Marival Chaves, ex-agente do DOI-CODI, afirmou à Revista Veja que David foi preso, torturado, morto e esquartejado no Rio de Janeiro, sendo os restos mortais jogados num rio, fato que também é objeto de investigação da Comissão Pernambucana da Verdade.
Ele foi deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, eleito em maio de 1946, o segundo deputado mais votado de Pernambuco, tendo o mandato cassado em 1948, pelo decreto que colocou o PCB na ilegalidade.
Nesta terça-feira (4), a filha do deputado desaparecido, Cristina Capistrano, aproveita a estadia no Recife para conceder oitiva pública à Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara. O evento acontece no auditório do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, no campus da UFPE, Cidade Universitária.

TURQUIA: A escolha para a classe trabalhadora será certamente criada


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Declaração do Comitê Central do Partido Comunista da Turquia:
1. Há dias, a Turquia vem testemunhando um movimento popular genuíno. As ações e protestos que começaram em Istambul e se espalharam por toda a Turquia têm um caráter massivo, legítimo e histórico. O mais importante é a arrebatadora mudança no ânimo das pessoas. O medo e a apatia foram varridos do mapa, e o povo ganhou autoconfiança.
2. O Partido Comunista da Turquia (TKP) vem sendo parte do movimento popular desde o primeiro dia, e mobilizou todas as suas forças, buscando fortalecer o caráter revolucionário e proletário do movimento, se aplicando em espalhar uma atitude madura de disciplina, organizando numerosas ações e manifestações. Neste processo, as forças policiais consumaram um pesado ataque à sede de nosso partido em Ankara [N. do T.: a capital da Turquia]. Por toda a Turquia, muitos membros do partido foram feridos e presos. Houve tentativas de sequestro de quadros partidários. Mas as tentativas de provocação contra nosso partido foram derrotadas.
3. Nossa ênfase no papel do TKP não visa a subestimar a natureza espontânea do movimento ou a contribuição dos demais atores políticos. Ao contrário: o TKP sustenta que este movimento tem um aspecto que o põe além do impacto de qualquer ator político isolado, bem como de qualquer tipo de oportunismo político.
4. O clamor das massas pela renúncia do governo é uma verdade absoluta deste movimento. Apesar de ser evidente que uma alternativa à esquerda não pode ser construída “aqui e agora”, esta demanda deve se expressar em alto e bom som. Esta opção para a classe trabalhadora só pode ser gerada a partir do aproveitamento da energia que irrompeu neste momento histórico. O TKP se concentrará nisto, e em expor o significado real de alternativas como “formar um governo de salvação nacional”, que provavelmente será apresentado como solução para desviar a atenção da classe trabalhadora, para tentar fazer com que acredite que a crise pode ser superada desta maneira.
5. Sem nenhuma dúvida, os detentores do poder político tentarão esfriar os ânimos, instituir o controle e até mesmo reverter a situação em seu favor. Eles podem, sim, conseguir vitórias temporárias. Mas mesmo neste caso, o movimento popular não terá se perdido. O TKP está pronto para um período de luta tenaz e intensa.
6. De maneira a garantir uma ação concertada, diferentes vertentes do movimento socialista compartilhando objetivos e problemas comuns devem avaliar o ascenso do movimento popular imediatamente. O TKP, sem interromper suas tarefas e atividades diárias, agirá responsavelmente em relação a esta questão, batalhando pela criação de um terreno comum sintonizado com as demandas urgentes a seguir.
7. De modo a neutralizar os planos do governo de dividir e classificar o movimento em “legítimo” e “ilegítimo”, todas as forças devem evitar os passos que possam causar danos à legitimidade do movimento. É o poder político que ataca. As pessoas devem se defender como é seu direito, mas nunca cair nas armadilhas da provocação do governo.
8. Enquanto as massas entoam a palavra de ordem “Renuncia, governo!”, as negociações limitadas ao futuro do parque Taksim-Gezi perdem o sentido. O governo finge não entender que a velha correlação foi abalada em seus fundamentos e não pode ser restaurada. Todos sabem que o movimento popular não é produto da sensibilidade quanto às árvores do parque Gezi. A ira das pessoas vem dos projetos de transformação urbana, do terror do mercado, das intervenções abertas e diretas em estilos de vida diferentes, do americanismo e da subordinação aos EUA, das políticas reacionárias, da inimizade dirigida contra o povo sírio. O AKP [ N. do T.: partido do governo] não pode iludir o povo com um discurso do tipo “plantaremos mais árvores do que aquelas que derrubaremos”.
9. Enquanto arregaçamos as mangas para criar uma alternativa do povo trabalhador, o movimento precisa se apoiar sobre demandas concretas. Estas demandas são válidas no caso da renúncia do governo ou de Erdogan:
a) O governo deve anunciar que os projetos que envolvem a demolição do Parque Gezi e do Centro Cultural Ataturk estão cancelados.
b) Aqueles que foram levados sob custódia do Estado durante a resistência devem ser soltos e todas as acusações contra eles retiradas imediatamente.
c) Todos os oficiais cujos crimes contra o povo sejam provados pelos relatórios das comissões formadas pela União das Associações de Bar [N. do T.: este é o nome das associações profissionais de advogados na Turquia, que têm estatuto de organizações públicas e zelam pelos direitos humanos e pelo respeito aos direitos das pessoas] e pelas associações de bar locais devem ser exonerados.
d) As tentativas de limitar o direito das pessoas a obterem notícias verdadeiras devem ser interrompidas.
e) Todas as proibições no tocante a encontros, manifestações e marchas devem ser repelidas.
f) Todos os obstáculos de facto ou de jure que se imponham à participação política do povo, incluindo o gatilho eleitoral de 10% e os artigos antidemocráticos da “lei dos partidos políticos”, devem ser abolidos.
g) Todas as iniciativas que objetivem impor um estilo de vida homogêneo a todas as pessoas devem ser imediatamente interrompidas.
10. Estas demandas urgentes não afetarão, em hipótese alguma, nosso direito e obrigação de continuar a oposição contra o poder político vigente. A reação do Povo ao governo deve ser reforçada, e os esforços devem ser concentrados para trazer à baila uma alternativa política real.
11. A bandeira turca da estrela e do crescente, que vinha sendo usada como escudo para ataques reacionários e chauvinistas contra trabalhadores, pessoas de esquerda, curdos, depois do golpe militar fascista de 12 de setembro de 1980, foi agora arrancada pelo Povo das mãos do fascismo, e passada às mãos honoráveis de Deniz Gezmis e de seus camaradas, como uma bandeira nas mãos de gente patriota.
12. O movimento popular, desde o começo, vem persistentemente desbancando a estratégia sinistra de jogar uma comunidade contra a outra na Turquia. Esta atitude deve ser cuidadosamente mantida, não deixando nenhuma espaço para o chauvinismo ou o nacionalismo vulgar.
13. Dirigindo-nos aos curdos nossos irmãos e irmãs, já declaramos que “Não pode haver acordo de paz com o AKP”. Não pode haver trato com um poder político ao qual seu próprio povo virou as costas, e cuja verdadeira face já foi revelada. A política curda deve desistir de “acalentar esperanças de seguir com o AKP”, e se tornar uma forte componente de um movimento popular unido, patriótico e esclarecido.
14. Nossos cidadãos que perderam suas vidas pelas mãos da força policial do poder político, as sacrificaram em nome de uma luta justa e histórica. O Povo nunca se esquecerá de seus nomes, e os responsáveis por suas mortes pagarão o preço diante da lei.
Comitê Central – Partido Comunista da Turquia
4 de Junho de 2013
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)